PPG - Interdisciplinar em Ciências da Saúde

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    Acesso aberto (Open Access)
    Cuidado decolonial. Covid-19 em territórios vulnerabilizados com organizações de mulheres empobrecidas, racializadas, potentes e as relações êmicas, éticas e políticas com a Atenção Básica do SUS: Revisão de escopo e metassíntese qualitativa
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-04-30) Camilo, Claudia [UNIFESP]; Oliveira, Claudia Camilo de [UNIFESP]; Castro-Silva, Carlos Roberto de [UNIFESP]; Schveitzer, Mariana Cabral [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/7760859120743069; http://lattes.cnpq.br/0357820757162104; http://lattes.cnpq.br/2285013207798567; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
    Introdução: O Cuidado é a forma mais antiga da manutenção da vida. Observamos uma sobrecarga no cuidado em territórios vulnerabilizados ou em exclusão social com a chegada da pandemia da covid-19. Como se dá o cuidado em territórios marcados por desigualdades sociais? Objetivo: compreender o cuidado em territórios vulnerabilizados antes da e durante a pandemia da covid-19 e verificar a possibilidade de se forjar a categoria cuidado decolonial. Método: o materialismo histórico-dialético guia a organização metodológica desta tese. A primeira etapa foi o mapeamento do cuidado em diferentes territórios, levantamento das lacunas e das práxis do cuidado, mediante revisão de escopo. A segunda etapa foi o aprofundamento nos estudos primários qualitativos realizados pelo Laboratório de Estudos de Desigualdade Social, entre 2010 e 2024, cobrindo as lacunas levantadas, nos territórios da Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS), por intermédio de uma metassíntese qualitativa. Utilizamos o software atlas t.i. 2024 para sistematizar os dados dos estudos primários. Análises: a análise sócio-histórica levanta dados históricos sobre o Brasil e sobre os territórios dos municípios da RMBS. A análise formal traz a organização dos estudos primários através dos princípios da revisão de escopo e da metassíntese. Resultados: são estruturados nos métodos de revisão de escopo e metassíntese. O escopo traz o mapeamento dos estudos e a descrição das práxis de cuidado. A metassíntese traz zonas de sentido a partir dos estudos primários. Discussão: a interpretação e a reinterpretação são feitas à luz de abordagens feministas da Decolonialidade, da Ética do Cuidado e da Psicologia Social, de onde nasce a nova categoria Cuidado Decolonial. Devido à forma Estado, ao sistema capitalista e neoliberal, aguçam-se desigualdades sociais. O constante sucateamento do SUS, do Sistema de Garantia de Direitos (SGD), especialmente entre 2016 e 2022, trouxe o aumento da fome, de violências, mortes precoces, de poderes paralelos, entre outros, sobrecarregando as mulheres, com ênfase nas racializadas, que são as lideranças comunitárias e profissionais da APS nos territórios estudados. A potencialidade do cuidado se dá na práxis delas, a criatividade na busca de soluções em meio à necropolítica e à sindemia, a organização de ações comunitárias em prol do cuidado decolonial, êmico-ético-político, perpassado pela saúde coletiva, pelos vínculos, pelos afetos, pela subjetividade, por práticas ancestrais e pela conscientização da necessidade de ser comunitário e inclusivo. Considerações finais: O Cuidado Decolonial traz diversas formas cuidadosas, desvinculando o capital colonizador da posição de prioridade e elevando o cuidado da reprodução da vida ao topo na importância, de forma êmica, ética e política, mediante protagonismos de mulheres empobrecidas e racializadas para com, contra e para além da forma Estado. Investir no SUS e efetivar seus princípios nos territórios mostra ser um balizador do cuidado, podendo a aplicação de seus princípios ser uma forma revolucionária de cuidar. A covid-19 nos territórios estudados causou sofrimentos, mas ensinou que a saúde tem de ser pública e coletiva. Que o cuidado extrapole o modelo biomédico, medicamentoso, manicomialista e seja enraizado em sua essência histórica para além da eurocêntrica burguesa, que seja mais valorizado pela polis, com direitos ampliados, universais, de qualidade, acessível à população e que esteja explícito nas políticas, programas e códigos civis, considerando sempre o êmico nas relações. Que ele seja moldado continuamente pelas práxis das mulheres racializadas dos diversos territórios, para que as fraturas sociais sejam sanadas e para que um dia possamos superar relações, formas de sociedades e sistemas deletérios.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Telemonitoramento assíncrono e síncrono dos movimentos generalizados, habilidades motoras grossas e alcance manual de lactentes a termo nos primeiros cinco meses de idade
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-04-27) Silva, Kaitiana Martins da [UNIFESP]; Carvalho, Raquel de Paula [UNIFESP]; Sá, Cristina dos Santos Cardoso de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9259523998158401; http://lattes.cnpq.br/7980384093582831; http://lattes.cnpq.br/5254507928794942; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
    Os instrumentos para avaliar o desenvolvimento de lactentes, como testes, escalas ou inventários, têm sido utilizados em pesquisas aplicadas, clínicas e estabelecimentos educacionais, subsidiando a implementação de programas de estimulação precoce e orientando o planejamento de ações pontuais com crianças e seus cuidadores. Uma das maneiras de realizar estas avaliações é por meio do telemonitoramento, possibilitando o encorajamento dos profissionais de saúde e responsáveis de lactentes em risco para o desenvolvimento infantil a aderirem este modelo, permitindo que estes lactentes sejam acompanhados nos seus domicílios remotamente a fim de proporcionar uma alternativa complementar aos serviços de saúde para famílias em diferentes contextos. Esta tese foi dividida em 2 estudos. O primeiro trata-se de uma revisão sistemática da literatura para verificar a relação entre o nível de controle de tronco e as aquisições de habilidades motoras grossas de lactentes a termo nos primeiros 12 meses de idade, indicando que o controle postural está diretamente relacionado com o desenvolvimento motor grosso em diferentes posturas, principalmente entre os 7 e 12 meses. O segundo verificou, por meio de um estudo longitudinal com amostra por conveniência, a relação entre movimentos generalizados, desenvolvimento motor global e as oportunidades oferecidas pelo ambiente em relação ao alcance manual de lactentes a termo nos primeiros cinco meses de idade por meio por meio de estratégias de telemonitoramento. Os lactentes de ambos os grupos apresentaram coordenação do alcance manual adequada para idade, GMs normais, desenvolvimento motor global típico, oportunidades e estímulos favoráveis para o desenvolvimento infantil proporcionadas pelo ambiente domiciliar. Um novo formato de avaliações por meio do telemonitoramento pode beneficiar o acompanhamento do desenvolvimento infantil, especialmente aqueles em risco para o desenvolvimento. Desta forma, as alterações são verificadas o mais precoce possível para intervir de maneira oportuna nestes lactentes.
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    Acesso aberto (Open Access)
    A compreensão de ensinar para profissionais de Educação Física atuantes em academias de ginástica
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-05-17) Cruz, João VItor [UNIFESP]; Oliveira, Rogério Cruz de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5847188428462650; http://lattes.cnpq.br/9696025844802980; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
    O ensinar se constitui como cerne de uma proposta educativa em Educação Física, no entanto, a mercantilização das práticas corporais no contexto das academias de ginástica parece limitar a proposta. Posto a problemática, o estudo teve como objetivo analisar a compreensão de ensinar para professores de Educação Física atuantes em academias de ginástica e compreender os desdobramentos da compreensão de ensinar dos mesmos na sua prática profissional. O trabalho foi submetido ao comitê de ética sob CAAE no 59384222.6.0000.5505 e todos os participantes assinaram um Registro de Consentimento Livre e Esclarecido (RCLE). Trata-se de uma pesquisa descritiva com caráter qualitativo, que busca elucidar questões particulares de determinado contexto. O estudo foi desenvolvido em uma academia de um bairro emergente em Santos - SP. Participaram 4 profissionais de Educação Física que assinaram o termo de consentimento, sendo três homens e uma mulher. Como critérios de inclusão os participantes deveriam trabalhar apenas na profissão, não atuar em modalidades coletivas no estabelecimento e possuir mais de 18 anos. Para produção de dados, utilizou-se a observação participante que na linha de Geertz (1989) considera-se importante não só olhar, mas vivenciar essa realidade com os atores. Além disso, foi utilizado a entrevista estruturada como instrumento de coleta de dados. Foi utilizado um diário de campo para anotar a dinâmica das aulas a partir de um roteiro de observação que para fins deste estudo abarcou observar os conteúdos e suas respectivas estratégias metodológicas. As entrevistas foram feitas no último mês de observação após convite e aceite dos participantes. Os professores trabalhavam em duas modalidades de aula: o Treinamento Personalizado [TP] – máximo 3 alunos/hora - e a Musculação Plus [MP] - até vinte alunos independente do horário. A compreensão do ensinar para professores das academias de ginástica está ligada aos conceitos de formação, sociabilidade e produtividade que dão nome às respectivas características desse ponto do estudo. Os conceitos atrelados ao ensinar podem remeter perspectivas do ensinar mais críticas, no entanto, algumas dinâmicas de aula atravessaram, também, nuances tradicionais. Com base nos dados, em relação às possibilidades de ensino, é possível vinculá-las à disponibilidade da academia, disponibilidade dos alunos, treinamento profissional e disponibilidade do professor. Ambos serviços da academia aparentam se legitimar principalmente dentro do paradigma biomédico de produção de saúde que pode considerar ou não particularidades dos alunos. As relações de trabalho, marcadas pelos papéis que o palco das academias de ginástica pode apresentar influenciam os vínculos consolidados. É possível que os vínculos possam contribuir para mobilizar o ensinar a uma perspectiva mais emancipatória, no entanto, o prognóstico é que estes por si só não são 4 capazes de possibilitar sozinhos essa mobilização. Mais do que isso, fatores como a formação profissional e melhores condições de trabalho soam importantes, esta segunda parece contrastante com os caminhos que a indústria do fitness tem tomado.
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    Embargo
    "Às suas marcas, vai!" Compreendendo a iniciação esportiva na natação
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-04-24) Oliveira , Thays Nara [UNIFESP]; Oliveira, Rogério Cruz de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5847188428462650; http://lattes.cnpq.br/1313740933711441; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
    Durante muitos anos, o ensino da natação no Brasil foi realizado dentro de um método mecanicista, com maior ênfase no plano técnico do que no pedagógico e, quando o ensino é focado no produto, aspectos como a etapa de desenvolvimento da habilidade do nadar em que o aluno encontra-se, sua faixa etária, seus interesses e possibilidades físicas, não são considerados, o que pode tornar a aprendizagem da natação um processo sem significado e repetitivo para quem aprende, caminhando em sentido oposto há uma pedagogia do esporte, a qual não deve se dar pelo viés simplista de educar as crianças com base no cumprimento de tarefas pré-estabelecidas e metas, mas sim em proporcionar autonomia, descoberta e compreensão de si mesmos, propiciando um equilíbrio pedagógico entre o racional e o sensível. Assim sendo, a iniciação no esporte é um elemento complexo, cheio de sensibilidade que deve considerar uma série de unidades que se coexistem e se inter-relacionam. Ao mencionarmos a iniciação e ensino, relacionando os modelos pedagógicos e a natação, aparenta-se existir uma lacuna em modelos teóricos que deem sustentação a uma pedagogia de ensino, porém algumas práticas metodológicas destacam-se como as correntes global, analítica e sintética ou moderna e também a difundida Metodologia Gustavo Borges (MGB). As estratégias metodológicas a serem adotadas são múltiplas e heterogêneas e variam conforme os objetivos e os conteúdos a ser ensinado. A vista disso, o objetivo do estudo consistiu em compreender o processo de iniciação esportiva da natação com crianças e adolescentes de 7 a 14 anos sob a ótica de seus professores/técnicos. Para tanto, foi desenvolvido um estudo descritivo com abordagem qualitativa, onde participaram professores/técnicos de natação, atuantes no programa de iniciação esportiva (Programa SuperEscola Esportivo), da rede pública da Estância Balneária de Praia Grande-SP. A coleta de dados deu-se por meio de entrevistas semiestruturadas e a análise das respostas dos participantes por categorias não-apriorísticas. Os dados obtidos revelam que, dentro do programa, existe uma subdivisão entre professores/técnicos, local de atuação, iniciação esportiva, iniciação e competição e iniciação esportiva e competitiva para pessoas com deficiência (PCD). Posto isso, os professores/técnicos atuantes no programa SuperEscola, de uma forma geral, têm autonomia e experiência para ocupar-se da natação de forma dinâmica, na qual priorizam as capacidades e necessidades individuais dos alunos, deste modo conversando com os princípios da pedagogia do esporte na iniciação esportiva, deixando claro que esse é um momento crucial para o desenvolvimento físico, cognitivo e social das crianças. Logo, em conjunto, esses professores/técnicos contribuem para a formação de crianças e adolescentes mais ativos e socialmente integrados, proporcionando um traquejo enriquecedor no ambiente aquático, contribuindo significativamente para o avanço e a popularização da natação como prática corporal e esportiva, podendo, desse modo, concluir que o processo de iniciação esportiva, pela ótica dos professores/técnicos do programa, nada para além dos quatro estilos formais e revela ter uma prática que se distancia da convencional, evidenciando, como primeiro plano, o aluno e a diversidade de experiências corporais aquáticas proporcionadas a eles.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Construção e desenvolvimento de indicadores de saúde mental: um estudo de caso
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-06-07) De Rossi, Aline Fernandes [UNIFESP]; Furtado, Juarez Pereira [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6869345414404363; http://lattes.cnpq.br/0920094111342048; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
    Esta pesquisa teve como objetivo analisar o percurso de construção e desenvolvimento de indicadores de Saúde Mental em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) na zona sul da cidade de São Paulo. O campo da atenção psicossocial no Brasil é marcado por disputas importantes na construção cotidiana da política pública nacional de Saúde Mental, sendo que, ao longo dos últimos 23 anos da Lei Federal 10.216, modelos substitutivos como os CAPS têm sido implantados como equipamentos estratégicos da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Dessa forma, compartilhamos das referências que apontam que processos avaliativos poderiam superar a comparação de serviços substitutivos com serviços hospitalocêntricos, de acordo com a mudança assistencial na lógica de cuidado. Aponta-se, ainda, que o uso de indicadores em Saúde Mental é mais restrito quando comparado às outras áreas da saúde como a Atenção Primária e a Hospitalar. O processo metodológico da pesquisa foi qualitativo de caráter exploratório e do tipo estudo de caso, captando a experiência de um fazer por meio da observação participante. Realizou-se consulta às fontes documentais produzidas nos CAPS e em documentos técnicos oficiais. Os dados foram analisados sob os referenciais teóricos da avaliação, da reabilitação psicossocial e da cogestão. Como resultado, produzimos narrativas sobre a experiência de construção de indicadores em duas fases: a primeira, iniciada em 2020 por um grupo formado por representantes do Colegiado Local de cada CAPS, mostra o desenho de indicadores comuns e específicos de cada serviço. A segunda, iniciada em 2022 por diferentes atores, focou na elaboração de um indicador de desfecho – nomeado como indicador de reabilitação psicossocial. Discutimos a participação de trabalhadores da assistência na produção da gestão compartilhada e na circulação de saberes, apontando aproximações e limites da cogestão. Concluímos que, no cenário deste estudo de caso, houve a tentativa de utilizar indicadores como métricas que encerram em si a interpretação de uma realidade, demonstrando uma lógica de gestão direcionada aos resultados e ao desempenho. Contudo, entendemos que houve um esforço em operacionalizar conceitos a partir das discussões sobre atenção psicossocial entre as equipes e, nesse sentido, existem perspectivas possíveis no campo da avaliação para a construção de elementos que forneçam condições de revisar e fortalecer a assistência em Saúde Mental no SUS.