PPG - Psicobiologia
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- ItemEmbargoAnálise etoexperimental de modelos de ansiedade após intoxicação de etanol em camundongos C57Bl/6 fêmeas e machos(Universidade Federal de São Paulo, 2024-12-17) Cecyn, Marianna Nogueira [UNIFESP]; Abrahão, Karina Possa [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1245502652994136; http://lattes.cnpq.br/6956271647156234Introdução: Os camundongos são presas na natureza, portanto necessitam fazer um balanço da decisão de exploração do ambiente e se manter protegido. Comportamentos de avaliação de risco são importantes para a tomada de. Algumas drogas são capazes de modificar esse balanço entre exploração e defesa, dentre elas o álcool. Apesar da literatura já ter explorado os efeitos do etanol nos comportamentos defensivos e exploratórios, poucos estudos investigam a interação de intoxicações pesadas com intoxicações mais leves em machos e fêmeas, ou abordam a questão com uma análise etoexperimental. Objetivo: Investigar os efeitos de uma dose ansiolítica de etanol nos comportamentos de exploração e de avaliação de risco em animais que foram expostos repetidamente à intoxicação pesada de etanol na adolescência, considerando a variável sexo. Métodos: Foram utilizados camundongos C57Bl6 fêmeas e machos, entre seis e nove semanas de idade. A intoxicação pesada por 4,0 g/kg de etanol ou salina (0,9% NaCl) foi realizada duas vezes por semana, com intervalo de 48 horas, por duas semanas, quando utilizamos a perda de reflexo postural (LORR) como medida dos efeitos depressores do álcool. Na semana seguinte ao último episódio de intoxicação, os animais foram submetidos a testes de comportamento do tipo ansioso. No primeiro experimento, os animais receberam uma dose ansiolítica de 1,2 g/kg de etanol ou salina, um min antes de serem colocados no Labirinto em Cruz Elevado (EPM). No segundo experimento, os animais foram testados na Caixa Claro Escuro (LDB) e no EPM, com intervalo de 48 horas entre os testes. Foram mensuradas as medidas clássicas de comportamento do tipo ansioso dos testes, para compor uma análise etoexperimental, através da análise frequentista dos comportamentos, suas correlações, e Modelos de Markov para construção de grafos e investigação das probabilidades de transições entre os comportamentos. Resultados: LORR: apenas os machos de 7-8 semanas apresentaram tolerância. Comportamento do tipo ansioso: A dose de 1,2 g/kg de etanol induziu um comportamento ansiolítico apenas no EPM, independente da intoxicação prévia. A dose de 1,2 g/kg diminuiu o comportamento exploratório nos braços fechados e aumentou o comportamento exploratório nos braços abertos do EPM. No LDB, os animais intoxicados apresentaram menor latência para se expor ao lado claro. Em relação à avaliação de risco no EPM, o etanol antes do teste diminuiu esses comportamentos, sendo ainda menor em machos que foram intoxicados previamente. Não observamos fortes efeitos da intoxicação sobre as probabilidades de transição entre os comportamentos. Conclusões: Apesar da intoxicação pesada prévia não ter alterado o efeito ansiolítico do etanol pré-teste no EPM (efeito que não apareceu no LDB), observamos que para os machos ela pode aumentar a tomada de risco, e para as fêmeas pode aumentar o comportamento exploratório do ambiente protegido.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Os três “S”: Sono, Sociedade e Saúde Mental em um modelo multifatorial do uso de substâncias(Universidade Federal de São Paulo, 2024-12-20) Silva, Vinícius Dokkedal [UNIFESP]; Andersen, Monica Levy [UNIFESP]; Galduróz, José Carlos Fernandes [UNIFESP]; Berro, Laís Fernanda [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8366139801463833; http://lattes.cnpq.br/4991756102121358; http://lattes.cnpq.br/4951931552005515; http://lattes.cnpq.br/7835626773004990Introdução: O uso de substâncias é um fenômeno amplamente observado em nossa sociedade, sendo que a prática de se consumir drogas que tenham efeito sobre o sistema nervoso central (SNC) envolve um grande número de variáveis e consequências. Dentre os muitos desdobramentos dessa prática, a iniciação do uso de substâncias, os possíveis fatores de risco que desencadeiam o consumo de drogas e os fatores influenciando o desenvolvimento do transtorno de uso de substâncias são frentes de pesquisa que precisam de expansão contínua. Estudos sugerem que elementos socioeconômicos/demográficos e sintomas psiquiátricos exercem uma influência decisiva sobre o uso de substâncias. Mais recentemente, evidências apontam para um papel fundamental do sono sobre o consumo de substâncias e suas facetas. Embora esses três pilares (sono, sintomas psiquiátricos e fatores socioeconômicos) tenham intersecções entre si, modelos que explorem os três simultaneamente ainda precisam ser elaborados. Objetivos: Analisar como a tríade sono, saúde mental e sociedade (fatores socioeconômicos/demográficos), chamados aqui de três “S”, interagem e modulam o uso de substâncias. Métodos: Três componentes distintos foram realizados a partir do banco de dados do EPISONO 2007, um estudo epidemiológico realizado para mapear as queixas de sono e os parâmetros de saúde dos habitantes da cidade de São Paulo. Voluntários do estudo preencheram questionários para avaliação de parâmetros de saúde e características subjetivas de sono, além de realizarem um exame polissonográfico de noite inteira para mapeamento do sono objetivo. Todas as nossas análises envolveram as respostas dos participantes no Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test (ASSIST), questionário que avalia uso de substâncias. No primeiro componente desta Tese, avaliamos como o sono e fatores socioeconômicos e psiquiátricos interagem e afetam o risco para o uso de substâncias utilizando uma equação de modelagem estruturada (structural equation modelling – SEM). O segundo componente teve como foco a primeira pergunta do questionário ASSIST, e avaliou diferenças de gênero sobre os efeitos do uso na vida de substâncias sobre parâmetros de sono objetivos e subjetivos, controlando para sintomas psiquiátricos. O terceiro componente avaliou como atividade profissional e parâmetros de sono influenciam o risco envolvido no uso de substâncias. Resultados: No primeiro componente, elaboramos um modelo visual convergente que demonstrou que sono e fatores socioeconômicos e psiquiátricos modificam o risco para o consumo de tabaco. Regressões logísticas e lineares reforçaram esse modelo, sugerindo associação de parâmetros pertencentes aos três ”S” com o risco para o uso de tabaco e de álcool. No segundo componente, foram vistas discrepâncias de gênero para a relação entre alterações de sono e uso de substâncias na vida. Por exemplo, uso na vida de cannabis, em homens, foi associado a uma piora em parâmetros de sono, enquanto mulheres que fizeram uso dessa substância apresentaram uma melhora em parâmetros de sono, em relação aos seus respectivos controles (homens e mulheres que nunca consumiram cannabis). No terceiro componente, constatamos que atividade profissional e sono foram conjuntamente associados ao consumo de tabaco, enquanto para as demais drogas avaliadas, apenas variáveis de um dos dois conjuntos (atividade profissional ou sono) tiveram associação significativa com o risco para o consumo de drogas. Conclusões: Os três componentes incluídos nessa Tese evidenciaram que os três “S” estão relacionados, direta ou indiretamente, e de forma exclusiva ou mútua, com o uso de substâncias e o risco para o uso de substâncias em uma amostra representativa da cidade de São Paulo. A variedade de resultados obtidos ressalta a heterogeneidade de uma amostra utilizada para um estudo epidemiológico focado em um centro urbano de grande escala. Assim, nossos resultados podem direcionar ações acerca do uso de substâncias que beneficiem a população geral.
- ItemEmbargoEfeitos de diferentes intensidades de exercício físico agudo na via da quinurenina, BDNF, nos estados de humor e no afeto de indivíduos com transtorno depressivo(Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-27) Borges, Cyro Gaspari [UNIFESP]; Antunes, Hanna Karen Moreira [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1464519773053362; http://lattes.cnpq.br/2541820971454543Objetivo: O objetivo do presente trabalho foi identificar as respostas de humor e alterações nas concentrações de serotonina, BDNF e metabólitos da via da quinurenina, relacionadas com diferentes intensidades de exercício físico agudo em indivíduos saudáveis e com transtorno depressivo. Métodos: Foram realizados dois experimentos. A amostra do Experimento 1 foi composta por 24 voluntários, homens, com idade entre 20 e 40 anos, hígidos e fisicamente ativos, que foram submetidos a um teste de cargas progressivas para determinação da Velocidade Pico (Vpico) e decorridos 7 dias realizaram testes em duas intensidades: moderada (60% da Vpico) e vigorosa (85% da Vpico). Responderam a questionários para avaliação do humor e fizeram coletas de sangue em três momentos: pré-exercício, imediatamente após e 30 minutos após o fim do exercício. Os instrumentos foram o Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE), Escala de Humor de Brunel (BRUMS) e Escala Visual Analógica de Humor (VAMS) e o sangue utilizado para avaliar mudanças nas concentrações de serotonina. No Experimento 2 participaram 44 indivíduos fisicamente ativos, 27 no grupo controle (CG) e 17 no grupo depressão (DG), que foram submetidos a um teste de cargas progressivas para determinar a Vpico e as intensidades de interesse: a) Moderado (MOD): 30 minutos a 55-60% da Vpico e b) Vigoroso (VIG) 85% da Vpico até a exaustão. Na linha de base (T1), imediatamente após o exercício (T2) e após um período de recuperação de 30 minutos (T3), os indivíduos responderam a uma avaliação de humor composta pelos instrumentos BRUMS, IDATE, VAMS e tiveram amostras de sangue coletadas para medir as concentrações de metabólitos da via da quinurenina de BDNF. Para comparar os dados ao longo do tempo foram utilizados testes de General Linear Models (GLM) no experimento 1 e General Estimating Equations (GEE) no experiento 2 e a significância adotada de p<0,05. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFESP (#0407/2020). Resultados: O Experimento 1 indicou redução da ansiedade e melhora dos estados de humor nas duas intensidades de exercício, bem como aumento nas concentrações de serotonina imediatamente após o exercício. Os resultados do Experimento 2 indicam que as duas intensidades reduziram a depressão, tensão, a fadiga e a confusão mental no DG em T2 e T3 e aumentaram os escores de vigor na BRUMS. Reduziram a ansiedade em ambos os grupos em T3. As concentrações séricas de quinurenina (KYN) aumentaram nos dois grupos e intensidades em T2 e retornaram aos níveis basais em T3. O exercício vigoroso aumentou o BDNF em T2 no DG e em T3 no CG. O ácido quinolínico (QA) diminuiu em T2 apenas no DG nas duas intensidades. Conclusões: O exercício melhorou aspectos do humor e da ansiedade em indivíduos saudáveis e com depressão, modulou positivamente os metabólitos da via da quinurenina, a serotonina e o BDNF.
- ItemEmbargoEfeito da administração aguda de melatonina no desempenho em exercício fisico aeróbio: estudo randomizado, cruzado, duplo-cego e placebo controlado(Universidade Federal de São Paulo, 2024-12-04) Santos, Iago Diniz [UNIFESP]; Antunes, Hanna Karen Moreira [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1464519773053362; http://lattes.cnpq.br/6992150005967120Introdução: A melatonina (MEL), um hormônio sincronizador cronobiológico secretado principalmente pela glândula pineal, com maior abundância durante o ciclo escuro, tem sido cada vez mais estudada além de seu papel na regulação do ciclo circadiano. A administração exógena desse hormônio, associada ao desempenho atlético, tem sido vinculada a diferentes efeitos, dado seu papel na regulação circadiana em vários tecidos, o que pode resultar em efeitos ergogênicos. No entanto, não há consenso na literatura sobre o impacto da suplementação aguda no desempenho em exercícios aeróbicos e na recuperação pós-exercício. Objetivos: Investigar o impacto da administração aguda de melatonina sobre o desempenho atlético em exercício físico aeróbio. Métodos: Em um estudo crossover, randomizado, controlado por placebo e duplo-cego, 13 indivíduos saudáveis e fisicamente ativos participaram de duas visitas experimentais à tarde, nas quais realizaram uma sessão de exercício aeróbico em uma esteira, consistindo em 20 minutos a 60% da Vpico, seguida por um teste de time trial de 1,5 km com suplementação aguda de MEL (10 mg) ou placebo. Durante o teste time trial foram coletados dados sobre o tempo, velocidade, frequência cardíaca e percepção subjetiva de esforço, a cada 300 metros. Amostras de sangue (Creatina Quinase e Lactato Desidrogenase) foram coletadas em cinco momentos: basal (BAS), imediatamente após o exercício moderado (MOD), imediatamente após o teste de time trial (TT), 30 minutos (REC) e 24 horas (24H) após a sessão de exercício. A escala de humor de Brunel foi aplicada durante os intervalos BAS, TT e REC. A temperatura corporal (TC), pressão arterial diastólica (PAD) e sistólica (PAS) foram medidas em BAS, 25 minutos após a suplementação (POST SUP), MOD, TT e REC. A escala QTR (qualidade de recuperação) foi avaliada apenas 24 horas após o protocolo. Resultados: A melatonina não impactou o desempenho no teste de time trial (p>0,05), nem outros parâmetros fisiológicos avaliados durante o teste. Entretanto, a pressão arterial diastólica após o teste de time trial foi menor na condição melatonina (p=0,03) (TT*MEL vs. TT*PLA). Conclusão: A administração aguda de 10 mg de melatonina, oferecida 30 minutos antes do exercício aeróbico, parece não impactar o desempenho atlético, mas controla positivamente os valores de PAD após o exercício aeróbico.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Prevalência e fatores associados ao endótipo de baixo limiar do despertar entre os pacientes diagnosticados com apneia obstrutiva do sono avaliados na 4ª edição do Estudo Epidemiológico do Sono (EPISONO) de São Paulo(Universidade Federal de São Paulo, 2024-12-13) Faria, Carlos Jaime Simiqueli de [UNIFESP]; Poyares, Dalva Lucia Rollemberg [UNIFESP]; Andersen, Monica Levy [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4951931552005515; http://lattes.cnpq.br/4176832922554657; http://lattes.cnpq.br/9290025816885782Introdução: A apneia obstrutiva do sono ocorre a partir de uma interação variada entre fatores anatômicos e não anatômicos. Dentre os fatores não anatômicos, o baixo limiar de despertar pode representar uma barreira à abordagem adequada e à adesão dos pacientes ao tratamento. Edwards e colaboradores desenvolveram uma ferramenta clínica cuja análise dos valores do índice de apneia e hipopneia, do nadir da saturação da oxiemoglobina e do percentual de hipopneias no exame de polissonografia permitiria presumir a presença do endótipo baixo limiar do despertar. A aplicação desse método complementar de diagnóstico em um estudo populacional representativo como o Estudo Epidemiológico do Sono de São Paulo possibilita reconhecer a prevalência do baixo limiar do despertar em indivíduos diagnosticados com AOS, além de permitir a análise das características sociodemográficas e dos sintomas associados ao endótipo em estudo. Objetivos: Avaliar a prevalência do endótipo de baixo limiar de despertar entre os indivíduos participantes da 4ª edição do EPISONO através da aplicação do algoritmo proposto por Edwards et al. Analisar as diferenças entre os grupos e gêneros, relacionadas às características sociodemográficas, características polissonográficas, qualidade de vida, sintomas diurnos e insônia. Métodos: Este estudo foi realizado a partir da análise do banco de dados da 4ª edição do EPISONO, conduzido entre 2018 e 2019. Através do algoritmo proposto, a população em estudo foi dividida em 3 grupos: participantes sem apneia obstrutiva do sono, com apneia obstrutiva do sono e baixo limiar de despertar, e com apneia obstrutiva do sono e alto limiar do despertar. As diferenças entre os grupos e o sexo dos participantes foram analisadas a partir dos resultados dos questionários aplicados e informações obtidas na 4ª edição do EPISONO no que concerne às características sociodemográficas, polissonográficas, qualidade de vida, sintomas diurnos e insônia. Resultados: diferenças significativas foram observadas entre os grupos em relação ao sexo, idade, peso e ao índice de massa corporal, porém não houve diferenças significativas entre as etnias e para a maioria dos sintomas avaliados. As mulheres apresentaram maior frequência de sintomas, especialmente aquelas do grupo baixo limiar de despertar (apneia obstrutiva do sono), comparativamente aos homens do mesmo grupo. A insônia clínica também foi mais prevalente no sexo feminino. A caraterização do endótipo baixo limiar de despertar e a maior frequência de sintomas em mulheres com apneia obstrutiva do sono evidenciam a importância da valorização dos achados polissonográficos e dos sintomas relatados pelas mulheres durante a avaliação clínica. O baixo limiar de despertar não mostrou relação com a piora da despertabilidade entre os participantes com insônia comórbida e apneia do sono em comparação àqueles apenas com AOS neste estudo. Conclusões: O endótipo de baixo limiar de despertar demonstrou ser prevalente na população de São Paulo, especialmente entre os participantes com sobrepeso e homens. Entretanto, atenção especial deve ser dada às mulheres, nas quais se observou maior frequência de sintomas diurnos, insônia comórbida com apneia do sono. Identificar os endótipos da apneia obstrutiva do sono, e conhecer suas características e impactos na população geral podem auxiliar no planejamento de terapias individualizadas, objetivando maior eficácia e adesão às mesmas.