Glomerulonefrites membranoproliferativas: nova classificação, achados clínicos e desfechos
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Data
2020-06-19
Autores
Bernardes, Thaiza
Orientadores
Kirsztajn, Gianna [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
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Título de Volume
Resumo
INTRODUÇÃO: A glomerulonefrite membranoproliferativa (GNMP) corresponde a
aproximadamente 7-10% de todos os casos de glomerulonefrites biopsiadas.
Anteriormente, era classificada em três categorias de acordo com o local dos
depósitos imunes visualizados na microscopia eletrônica. Mais recentemente, propôs se uma nova classificação baseada na presença ou ausência de imunocomplexos e
complemento na imunofluorescência (IF). Essa nova classificação visa a mostrar as
diferentes facetas dessa doença. Sabemos que a sua apresentação clínica é bastante
variável podendo ser desde uma doença de curso lento e progressivo até uma
glomerulonefrite rapidamente progressiva. Portanto, estabelecer características que
revelem mais sobre o prognóstico e evolução dessa doença pode ser um meio para
contribuir na definição de investigação e tratamento. OBJETIVOS: Os objetivos
primários do estudo foram: determinar as características clínicas, laboratoriais e
histopatológicas dos pacientes com diagnóstico de GNMP primárias e reclassificá-las
com base nos achados da IF. Os objetivos secundários foram: comparar
características laboratoriais e sobrevida renal nos pacientes com diagnóstico
histológico de GNMP primária e secundária; avaliar a resposta ao tratamento das
GNMP primárias. MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo
analítico do tipo coorte histórica, realizado em centro único, baseado no levantamento
de dados de prontuários de pacientes seguidos no Ambulatório de Nefrites da
UNIFESP-EPM, no período de 1996 a 2019. RESULTADOS: Dos 53 casos de GNMP,
36 (67,9%) foram classificadas como primárias e 17 (32,1%) como secundárias. A
idade média dos pacientes no início do acompanhamento foi de 38,8 anos. A maioria
dos pacientes era hipertensa (84,9%), apresentava edema (88,7%) e anemia (84,9%);
33 (91,7%) das GNMP primárias foram classificadas como associadas a
imunocomplexos e 3 (8,3%) como associadas a complemento. O grupo de GNMP
secundária apresentou mais frequentemente hematúria (p<0,001) e maior prevalência
de depósitos de IgG (p=0,019) e C1q (p=0,003) na IF quando comparado ao grupo de
GNMP primária. Com relação aos desfechos, albumina sérica final<3g/dL e P24h
final>3,5g/24h foram fatores de pior resposta. CONCLUSÕES: Pela nova
classificação baseada na IF, a grande maioria dos pacientes com GNMP apresentava
deposição de imunocomplexos, não havendo número adequado para compor outros xvi
grupos para comparação. Foram poucas as diferenças entre as GNMP primárias e
secundárias em relação a suas características clínicas e laboratoriais, ressaltando-se
maior hematúria e maior prevalência de IgG e C1q nos depósitos pela IF no grupo das
secundárias, corroborando a importância da classificação por meio da IF na distinção
entre os dois grupos.
Descrição
Citação
BERNARDES,T P. Glomerulonefrites membranoproliferativas: nova classificação, achados clínicos e desfechos. São Paulo, 2020. 52 p. Tese (Mestrado em Nefrologia) – Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina. São Paulo, 2020.