PPG - Medicina (Nefrologia)

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    Acesso aberto (Open Access)
    Osteodistrofia renal em pacientes pediátricos com doença renal crônica. Uma revisão sistemática e metanálise
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-05-25) Bedram, Leonardo Gonçalves [UNIFESP]; Carvalho, Aluizio Barbosa de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/7909431111187945; http://lattes.cnpq.br/1161575920169634
    A doença renal crônica (DRC) acarreta graves co-morbidades, entre elas o distúrbio mineral e ósseo da DRC (DMO-DRC). As alterações ósseas do DMO-DRC, diagnosticadas pela biópsia óssea, seguidas pela histomorfometria, são denominadas de osteodistrofia renal (ODR). Na criança, a ODR acarreta principalmente deformidades ósseas e déficit estatural. No entanto, a biópsia óssea é pouco utilizada na população pediátrica, o que dificulta o conhecimento do perfil da ODR na criança. Para aprimorar esse conhecimento é necessária uma análise mais profunda e robusta dos dados disponíveis na literatura. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sistemática e metanálise de artigos que incluem pacientes pediátricos com DRC, submetidos à biópsia óssea, seguida de histomorfometria. As estimativas dos parâmetros histomorfométricos e laboratoriais dos artigos incluídos no estudo foram combinadas via metanálise, assim como a comparação desses parâmetros entre subgrupos. Foram analisados 5082 resumos até 2023, e um total de 28 artigos elegíveis foi incluído. Os anos de publicação variaram de 1975 a 2020, e o estudo incluiu 980 biópsias ósseas de 1015 pacientes em tratamento conservador, diálise ou transplante. Houve grande variabilidade das estimativas combinadas globais dos parâmetros histomorfométricos, com relação à denominação, abreviatura e unidades de referência. Do total de artigos, 36% não reportaram os parâmetros dinâmicos da histomorfometria e 64% reportaram os tipos clássicos da ODR, sendo a osteíte fibrosa a mais prevalente (51%). A metanálise evidenciou que a quase totalidade dos parâmetros histomorfométricos e laboratoriais globais foi heterogênea. A variabilidade dos resultados globais encontrados pode ser explicada pelas diferenças na idade, sexo, tipos de ODR e de tratamento da DRC. Apenas 21% dos artigos permitiram comparações entre subgrupos, e revelaram que o P sérico dos pacientes em diálise foi maior do que naqueles em tratamento conservador. Além disso, crianças com osteíte fibrosa apresentaram maiores níveis séricos de PTH, maiores superfície osteoide, superfície de mineralização e taxa de aposição mineral, assim como menor intervalo de tempo de mineralização, quando comparadas àquelas com doença óssea adinâmica. Apesar da variabilidade do perfil demográfico principalmente com relação à idade e sexo, além do perfil clínico das populações estudadas, os resultados obtidos estão de acordo com a literatura. No entanto, mais estudos com biópsia óssea em crianças com DRC, seguindo protocolos adequados de histomorfometria, são necessários para a maior compreensão da ODR nessa população.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Comparação de dois diferentes níveis de carga viral para início de tratamento antiviral na redução de riscos associados ao citomegalovírus em pacientes transplantados de rim sob estratégia preemptiva
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-07-24) Rocha, Ana Kleyce Correia [UNIFESP]; Moura, Lúcio Roberto Requião [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9161729200802261
    OBJETIVO: Demonstrar que o TP iniciado a partir de uma carga viral ≥ 2.500 UI/ml não aumenta os desfechos relacionados ao CMV em receptores de transplante de rim, quando comparado com o tratamento de qualquer viremia positiva, mas reduz eventos adversos relacionados à exposição ao antiviral. MÉTODOS: estudo de coorte retrospectiva que incluiu receptores de transplante de rim de doador falecido transplantados entre julho de 2012 a fevereiro de 2020 no programa de transplante de rim da SBIBAE. Em 1 de dezembro de 2015 a equipe assistencial modificou o limite de carga viral de CMV (RT-PCR) para início do TP de > 180 UI/ml (era 1) para ≥ 2.500 UI/ml (era 2), desenhando assim um experimento natural. O tempo de acompanhamento foi de até um ano após o transplante. O desfecho primário foi a leucopenia grave com necessidade de filgrastim durante o tratamento antiviral e os desfechos secundários de eficiência foram doença ou doença invasiva pelo CMV e de segurança a recidiva. Variáveis numéricas foram comparadas por teste U de ann-Whitney e variáveis categóricas e desfechos binários por teste X2. Adicionalmente, a cinética da carga viral durante o tratamento foi avaliada por estimativas de equações generalizadas, com ajuste por teste de Bonferroni. RESULTADOS: Dos 347 pacientes transplantados no período, 158 foram incluídos no estudo. Eles tinham 51,9 anos, 57,6% eram homens, 58,9% brancos e realizaram transplante após 4,1 anos em diálise. Os doadores tinham 45,0 anos, 19,6% eram de critério expandido, a perfusão foi híbrida em 86,1% e o tempo de isquemia fria foi de 33 horas. A dose acumulada de timoglobulina foi de 325 mg, distribuídas em 4 doses; 56,3% tiveram atraso na função do enxerto. Utilizando o critério de cada era, apenas 13 pacientes (8,2%) não fizeram tratamento para o CMV: 21,5% tiveram doença, 3,5% doença invasiva e o restante era assintomático. O tratamento foi realizado com Ganciclovir em 32,7% e Valganciclovir em 67,6%. Do total de pacientes, 34 eram da era 1 e 124 da era 2, não havendo diferenças na demografia de receptores e doadores de acordo com as eras. As frequências de primeira infecção pelo CMV, doença e doença invasiva foram de 94,1%, 15,6% e 3,1% na era 1 versus 91,1% (p=0,57), 25,7% (p=0,17) e 3,5% (p=0,69) na era 2. O tempo entre o transplante e o início do tratamento, a frequência de uso de Valganciclovir (vs. Ganciclovir IV) e o tempo de tratamento foram significativamente maiores na era 2:29,5 vs. 35 dias (p=0,04), 72,6 vs. 50% (p=0,02) e 28 vs. 21,5 dias (p=0,04) respectivamente. Por outro lado, houve uma frequência menor de recidivas na segunda era: 37,7 vs. 62,5%, p=0,02. Houve uma tendência de redução na frequência de necessidade de filgrastim após a mudança do protocolo, passando de 28,1% para 14,0% (p=0,06). Durante o tratamento antiviral, considerando a carga viral no início do tratamento como referência, houve uma redução de 0,49 log UI/ml ao fim da primeira semana de tratamento (p=0,003) e de 1,02 log UI/ml ao final da segunda (p<0,001). Apesar dessa redução consistente, 68,3% dos pacientes apresentaram redução inferior à 1 log UI/ml durante as primeiras duas semanas de tratamento, e esse comportamento não foi diferente entre as eras. CONCLUSÃO: uma estratégia mais liberal para o início do TP para reduzir os riscos relacionados ao CMV não aumentou a frequência de eventos relacionados ao CMV, mas demonstrou uma tendência de redução à evento adverso relacionado ao antiviral.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Regulação autonômica cardiovascular em repouso e durante manobras simpatoexcitatórias em pacientes com doença renal policística autossômica dominante normotensos
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-07-30) Rocha, Daniel Ribeiro da [UNIFESP]; Heilberg, Ita Pfeferman [UNIFESP]; Silva, Bruno Moreira [UNIFESP]; Bergamaschi, Cássia Marta de Toledo [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6680100353729718; http://lattes.cnpq.br/1166526138293050; http://lattes.cnpq.br/5039409992847018; http://lattes.cnpq.br/7237436550856285
    A Doença Renal Policística Autossômica Dominante (DRPAD) é a doença monogênica renal mais frequente, com evolução para perda de função renal progressiva. A hipertensão arterial (HA) é uma das manifestações extra-renais mais comuns e de aparecimento precoce, sendo sua patogênese multifatorial. A desregulação autonômica associa-se a um risco aumentado para todos os eventos cardiovasculares na população em geral, tendo sido já descrita entre pacientes com DRPAD com HA e com função renal reduzida. O presente estudo teve como objetivo investigar a regulação autonômica cardiovascular na DRPAD antes do desenvolvimento de HA. Parâmetros da modulação autonômica cardiovascular em repouso, sensibilidade barorreflexa (SBR) e reatividade cardiovascular foram avaliados em pacientes jovens (18 a 40 anos) com DRPAD, normotensos e com função renal preservada. O grupo controle constituiu-se de indivíduos saudáveis, pareados por idade, sexo e índice de massa corpórea (IMC). A Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) e da Pressão Arterial (VPA) e SBR espontânea durante o repouso de 5 minutos foram determinadas. A análise da SBR durante a Manobra de Valsalva (MV) e da reatividade cardiovascular (RCV) durante e após manobras simpatoexcitatórias com o emprego do Stroop test, Cold pressor test (CPT) e Handgrip (HG) foram avaliadas. Os pacientes com DRPAD foram classificados como lentos ou rápidos progressores de acordo com os critérios de imagem da Clínica Mayo (MIC). No total, foram avaliados 37 indivíduos, sendo 18 com DRPAD (11F/7M, 27,7±6,4 anos) e 19 controles (9F/10M, 25,7±3,8 anos), sem diferenças estatísticas nas distribuições de sexo, idade, médias de IMC e taxa de filtração glomerular estimada. A VFC e VPA não demonstraram diferenças estatísticas tanto no domínio do tempo quanto no domínio da frequência, demonstrando que o balanço simpatovagal foi semelhante entre os grupos. Os valores da SBR espontânea e durante a MV foram semelhantes entre os grupos, evidenciando uma resposta adequada do barorreflexo no repouso e à queda brusca da pressão arterial. A RCV durante as manobras simpatoexcitatórias não revelou diferenças entre os grupos. Também não se observaram diferenças estatísticas dos resultados de todos estes testes dentro dos subgrupos com DRPAD com lenta versus rápida progressão. Os marcadores séricos de inflamação, função endotelial e hormonais, como o neuropeptídeo Y (NPY) e o angiotensinogênio (AGT), não diferiram entre DRPAD e controles. Porém, os níveis de AGT urinário e albuminúria foram significantemente maiores em DRPAD versus Controles. Em conclusão, o presente estudo não evidenciou desregulação autonômica cardiovascular em pacientes com DRPAD normotensos com função renal preservada, mas o aumento do AGT urinário sugeriu ativação do SRA intrarrenal já em fases precoces da doença.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Dieta ocidental: impacto nas lesões renais e hepáticas e no coportamento dos neutrófilos
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-07-17) Abrantes do Amaral, Mariana [UNIFESP]; Olsen Saraiva Câmara, Niels [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8098379714093877; http://lattes.cnpq.br/9553126660739699
    Introdução: A doença renal crônica (DRC) é caracterizada por uma diminuição progressiva da capacidade de filtração dos rins, e comprometimentos na função renal e integridade estrutural. Essa condição está se tornando cada vez mais prevalente, principalmente em sociedades ocidentais, em que mudanças nos padrões alimentares ocorreram nas últimas décadas. Pesquisas indicam que na sociedade ocidental houve o aumento do consumo de alimentos processados, ricos em açúcares e gorduras, e pobres em fibras, caracterizando esta dieta como dieta ocidental, ou Western Diet (WD). A WD, por sua vez, está associada ao aumento significativo do depósito de lipídios no corpo, o que exacerba o risco de DRC e da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), assim como o aumento de doenças metabólicas, como obesidade e diabetes tipo 2. Esse conjunto de alterações tem criado um cenário alarmante para a saúde pública global. Dessa forma, o entendimento das vias pelas quais a WD pode levar à DRC e suas relações é de suma importância dado o novo cenário de doenças metabólicas mundial. Objetivo: O projeto buscou elucidar como a dieta ocidental pode induzir lesão renal e como essa se correlacionou à resposta inflamatória e comportamental de neutrófilos. Buscamos também entender se os mecanismos regulatórios que contribuem para a DRC estão associados à dieta ou ao crosstalk com o fígado. Métodos: Para investigar essas associações, utilizamos modelos in vivo e in silico. Larvas de zebrafish foram expostas a dietas que mimetizam a Dieta Ocidental, e avaliadas quanto a marcadores inflamatórios por PCR quantitativo, alterações metabólicas por citometria de fluxo, e padrões de migração de células imunes, particularmente neutrófilos através de microscopia confocal. Além disso, realizamos análises in silico de lesão renal e hepática observadas em humanos, de forma a fazer comparação translacional do que foi observado no modelo. Resultados: Nossas investigações revelaram que a WD de fato desencadeou lesões renais e hepáticas, acompanhadas por aumento da inflamação sistêmica, por PCR quantitativo, observamos o aumento de expressão de citocinas pró-inflamatórias, como TNF-α, IL-6, IL-1β. Como também utilizando microscopia, observamos que a dieta ocidental provoca alterações significativas no comportamento dos neutrófilos, evidenciando a relação entre comportamento dessa célula e progressão da DRC. Assim como, altera o padrão de migração de neutrófilos no rim e fígado. Nossos achados proporcionam novas interpretações sobre os mecanismos regulatórios que contribuem para a DRC e comunicação com o fígado. Além disso, as vias acionadas no modelo se correlacionam ao observado em humanos.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Arranjos organizacionais para o cuidado da pessoa com doença renal crônica não dialítica no Brasil: realidade, barreiras e oportunidades
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-06-04) Albuquerque, Patrícia Maria Pereira de [UNIFESP]; Kirsztajn, Gianna Mastroianni [UNIFESP]; Samaan, Farid; http://lattes.cnpq.br/5744106277657588
    A doença renal crônica (DRC) está em expansão em todo mundo. Diante do cenário atual da DRC, que desponta como um grave problema de saúde pública, e grande impacto humano, clínico, econômico e social, numa conjuntura de múltiplos adoecimentos crônicos; ações legais do Ministério da Saúde por meio da coordenadoria-geral da Secretária de Atenção à Saúde, como órgão gestor do Sistema Único de Saúde no nível federal, que coloca o cuidado do regime de responsabilidade compartilhada com os demais e diferentes níveis do Sistema, estado e municípios, e informa que de acordo com o princípio da descentralização o processo de credenciamento e solicitação de habilitação dos serviços de nefrologia deve ser realizado pelo gestor Estadual o qual deve estabelecer os fluxos assistenciais locais, respeitando as competências das três esferas de gestão. Objetivo: Identificar fragilidades, barreiras e oportunidades frente aos arranjos organizacionais pactuados e operacionalizados no cuidado da pessoa portadora de DRC não dialítica no Brasil. Método: A pesquisa é classificada quanto aos seus objetivos como descritiva. Em relação ao método, caracteriza-se como uma pesquisa avaliativa com abordagem tipo quantitativa e qualitativa, método misto em saúde para o modelo de cuidado da pessoa portadora de DRC em estágio não dialítico. Resultado: Observou-se que 55% dos nefrologistas com atuação assistencial exclusiva (n=20 desconhecem a Portaria n°1675, de junho de 2018, responsável pela organização e financiamento da linha de cuidado da pessoa com DRC. Dos que conheciam essa normativa (45%), 20% deles tinham conhecimento sobre o termo “apoio matricial” e 15% confirmaram experiência na atuação do matriciamento. Por sua vez, entre os gestores entrevistados, todos conheciam a Portaria e o termo “apoio matricial”, apesar de apenas um deles referir experiência na atuação do apoio matricial junto à atenção primária à saúde APS. Discussão e Conclusão: A oportunidade idenificada pelos entrevistados para melhoria do modelo de cuidado da DRC, refere-se à implementação de um modelo híbrido de cuidado (presencial e digital). O cuidado compartilhado (apoio matricial), elo fundamental da linha de cuidado da DRC, não está implantado em nosso meio. Parcela significativa dos profissionais assistentes não conheciam ou não realizavam matriciamento da APS. Os gestores públicos da Linha de Cuidado da DRC, embora conhecessem as principais normas vigentes, nunca tiveram experiência com cuidado compartilhado.