Estudo da relação do osso cortical avaliado pela tomografia computadorizada vertebral e biópsia óssea de pacientes com doença renal crônica
Data
2020
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introdução: O osso cortical, em relação ao trabecular, é pouco estudado no contexto da doença renal crônica (DRC). A biópsia óssea é a ferramenta padrão ouro na avaliação do tecido ósseo, embora seja um método invasivo e de alto custo. A possibilidade de usar uma técnica não invasiva, como a tomografia computadorizada quantitativa das vértebras (QCT) é clinicamente relevante. Objetivo: Investigar a relação entre os parâmetros da QCT e biópsia óssea do osso cortical de pacientes com DRC, assim como avaliar a associação desses parâmetros com os dados bioquímicos e hormonais nessa população. Métodos: Esta é uma análise post hoc de um estudo transversal de pacientes com DRC estágio 2-5ND, submetidos a exames laboratoriais, a tomografia de coronárias, da qual se extraiu a imagem da vértebra torácica, e biópsia óssea de crista ilíaca. As amostras ósseas não-descalcificadas foram analisadas por histomorfometria, utilizando o software Osteomeasure. Os parâmetros histomorfométricos analisados foram: porosidade cortical (%) e espessura cortical (μm). A densidade óssea cortical da QCT foi expressa em Unidades Hounsfield (UH). Resultados: Foram avaliados 50 pacientes assintomáticos, 52 ± 10 anos, 68% homens, 30% diabéticos e com taxa de filtração glomerular estimada de 34±16 mL/min/1,73 m2. A porosidade cortical foi de 4,6% (3,6; 6,6) e a espessura cortical foi de 578,4 ± 151,8μm. A densidade óssea cortical foi de 379,0 UH (344,7;
411,4). A densidade cortical não se correlacionou com a porosidade cortical (p = 0,67) ou a espessura cortical (p =0,32). A porosidade se associou a maiores idades (p=0,02) e PTH (p=0,04), e a menor função renal (p=0,03). A menor espessura se associou ao maior nível de PTH (p=0,02). A menor densidade se associou a maiores idades (p=0,02) e PTH (p=0,03). Conclusão: A densidade cortical medida pela QCT não se associa a parâmetros histomorfométricos estruturais do osso cortical de pacientes nos estágios iniciais da DRC. Por outro lado, os distúrbios bioquímicos e hormonais do metabolismo mineral, presentes nessa fase da DRC, implicam alterações precoces do osso cortical, detectadas por ambos os métodos.
Descrição
Citação
Bittencourt, A.L.M.L. Estudo da relação do osso cortical avaliado pela tomografia computadorizada vertebral e biópsia óssea de pacientes com doença renal crônica. São Paulo, 2020. 64 p. Dissertação (Mestrado em Nefrologia) - Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2020.