Efeito da bupivacaína na musculatura ocular extrínseca: achados histológicos em coelhos
Data
2018-03-29
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
HOPKER, Luisa Moreira (2018). Bupivacaine effect in the extraocular muscles: histological
findings in rabbits. Thesis (Doctorate). Post-Graduation Program in Ophthalmology
and Visual Sciences. Federal University of Sao Paulo. Supervisor: Prof. Norma Allemann,
MD. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina.
INTRODUCTION: Bupivacaine (BUP) injection in extraocular muscles (EOM) has
been used to correct small angle strabismus in adults. The mechanism of its action is
not completely elucidated.
PURPOSE: To evaluate changes in the cross-sectional area (CSA) of myofibers and
their subtype distribution based on the myosin isoform expression after BUP injection
in the EOM of rabbits in injected and not injected muscles.
METHODS: A total of 32 rabbits received 0.3 ml of 1.5% BUP in the superior rectus
(SR) of the right eye (OS) and were divided in groups and sacrificed at days 7, 28,
60, and 92 after injection. Eight animals did not receive any injection and were used
as controls. Hematoxylin and eosin staining was performed, and ImageJ software
was used to measure CSA of MOE. Immunohistochemical analysis was performed to
analyze the proportion of myofibers positive for myosin types 1 (slow), 2 (fast) and
embryonic. Collagen was analyzed through Sirius red stain.
RESULTS: Myofiber area measurement decreased 7 days after BUP injection
[SROD, 1271 ± 412 μm2 (control) to 909 ± 255 μm2 (day 7)], followed by a trend of
increasing after 28 days and normalization after 92 days [SROD, 1492 ± 404 μm2
(day 60), 1317 ± 334 μm2 (day 92)]. The proportion of slow myosin-positive fibers
increased in the 60-day group compared to control (0.885 ± 0.162 to 0.564 ± 0.163).).
There was no statistically significant difference in fast myosin-positive fibers. The inferior
rectus of both eyes, which was not treated, showed an increase in CSA after 7
days in the right inferior rectus [IR OS, 832 ± 250 μm2 (control) to 1097 ± 212 5 μm2
(day 7)], 60 days in the right and left inferior rectus [IR OD, 1085 ± 326 μm2 (control)
to 1544 ± 475 μm2 (day 7) and IR OS 1707±972 μm2] and 92 days in the right and left
inferior rectus [IR OD, 1776 ± 520 μm2 and IR OS 1647± 428 μm2].
CONCLUSIONS: After the injection of bupivacaine into the SR of rabbits, we observed
an initial decrease of the fiber area related to necrosis, followed by a transient
trend of increase in the area, and subsequent recovery to its initial size in the regeneration
process. The transient increase in the proportion of slow myosin-positive fibers
might play a role in force generation observed after BUP injection in clinical
studies. We observed muscle adaptation in untreated EOM.
HOPKER, Luisa Moreira (2018). Efeito da bupivacaína na musculatura ocular extrínseca: achados histológicos em coelhos. Tese (Doutorado). Programa de Pós-graduação em Oftalmologia e ciências visuais. Orientadora: Profa. Dra Norma Allemann. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina. INTRODUÇÃO: A injeção de bupivacaína (BUP) na musculatura ocular extrínseca (MOE) tem sido usada para corrigir estrabismo de pequeno ângulo em adultos. O mecanismo de ação da BUP não foi completamente elucidado. OBJETIVO: Avaliar as mudanças na área transversal das fibras musculares da MOE e a distribuição dos subtipos de fibra, considerando a expressão de miosina após a injeção de BUP na MOE de coelhos em músculos injetados e não injetados. MÉTODOS: Um total de 32 coelhos receberam 0,3 ml de bupivacaína a 1,5% no músculo reto superior (RS) do olho direito (OD) e foram divididos em grupos submetidos à eutanásia nos dias 7, 28, 60 e 92 após a injeção. Oito animais não receberam nenhuma injeção e foram usados como controle. Utilizou-se a coloração de hematoxilina e eosina (H&E) e o software ImageJ para medir a área transversal da MOE. A análise imuno-histoquímica foi realizada para avaliar a proporção de fibras positivas para miosinas 1 (lenta), 2 (rápida) e embrionária. O colágeno foi avaliado através da coloração de Sirius red. RESULTADOS: Sete dias após a injeção houve uma diminuição da área da fibra muscular [RSOD, 1271 ± 412 μm2 (controle) para 909 ± 255 μm2 (dia 7)], seguida de uma tendência de aumento após 60 dias e normalização após 92 dias [RSOD, 1492 ± 404 μm2 (dia 60), 1317 ± 334 μm2 (dia 92)]. A proporção de fibras positivas para miosina lenta aumentou no grupo de 60 dias comparada com controle (0,885 ± 0,162 para 0,564 ± 0,163). Não houve diferença estatisticamente significativa das fibras positivas para miosina rápida. O músculo reto inferior não injetado, dos dois olhos, demonstrou um aumento na área transversal após sete dias no reto inferior esquerdo [RI OE, 832 ± 250 μm2 (controle) para 1097 ± 212 5 μm2 (dia 7)], após 60 dias nos retos inferior direito e esquerdo [RI OD, 1085 ± 326 μm2 (controle) para 1544 ± 475 μm2 (dia 7) e RI OE 1707± 972 μm2] e 92 dias nos retos inferior direito e esquerdo [RI OD, 1776 ± 520 μm2 e RI OE 1647± 428 μm2]. CONCLUSÃO: Após a injeção de bupivacaína no músculo reto superior de coelhos, observou-se uma diminuição inicial da área da fibra muscular devido à necrose, seguida por tendência de aumento na área, e subsequente normalização no processo de regeneração. O aumento temporário na proporção de fibras positivas para miosina lenta pode representar um papel na geração da força muscular observada após injeção de bupivacaína em estudos clínicos. Observou-se uma adaptação muscular em músculos não tratados.
HOPKER, Luisa Moreira (2018). Efeito da bupivacaína na musculatura ocular extrínseca: achados histológicos em coelhos. Tese (Doutorado). Programa de Pós-graduação em Oftalmologia e ciências visuais. Orientadora: Profa. Dra Norma Allemann. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina. INTRODUÇÃO: A injeção de bupivacaína (BUP) na musculatura ocular extrínseca (MOE) tem sido usada para corrigir estrabismo de pequeno ângulo em adultos. O mecanismo de ação da BUP não foi completamente elucidado. OBJETIVO: Avaliar as mudanças na área transversal das fibras musculares da MOE e a distribuição dos subtipos de fibra, considerando a expressão de miosina após a injeção de BUP na MOE de coelhos em músculos injetados e não injetados. MÉTODOS: Um total de 32 coelhos receberam 0,3 ml de bupivacaína a 1,5% no músculo reto superior (RS) do olho direito (OD) e foram divididos em grupos submetidos à eutanásia nos dias 7, 28, 60 e 92 após a injeção. Oito animais não receberam nenhuma injeção e foram usados como controle. Utilizou-se a coloração de hematoxilina e eosina (H&E) e o software ImageJ para medir a área transversal da MOE. A análise imuno-histoquímica foi realizada para avaliar a proporção de fibras positivas para miosinas 1 (lenta), 2 (rápida) e embrionária. O colágeno foi avaliado através da coloração de Sirius red. RESULTADOS: Sete dias após a injeção houve uma diminuição da área da fibra muscular [RSOD, 1271 ± 412 μm2 (controle) para 909 ± 255 μm2 (dia 7)], seguida de uma tendência de aumento após 60 dias e normalização após 92 dias [RSOD, 1492 ± 404 μm2 (dia 60), 1317 ± 334 μm2 (dia 92)]. A proporção de fibras positivas para miosina lenta aumentou no grupo de 60 dias comparada com controle (0,885 ± 0,162 para 0,564 ± 0,163). Não houve diferença estatisticamente significativa das fibras positivas para miosina rápida. O músculo reto inferior não injetado, dos dois olhos, demonstrou um aumento na área transversal após sete dias no reto inferior esquerdo [RI OE, 832 ± 250 μm2 (controle) para 1097 ± 212 5 μm2 (dia 7)], após 60 dias nos retos inferior direito e esquerdo [RI OD, 1085 ± 326 μm2 (controle) para 1544 ± 475 μm2 (dia 7) e RI OE 1707± 972 μm2] e 92 dias nos retos inferior direito e esquerdo [RI OD, 1776 ± 520 μm2 e RI OE 1647± 428 μm2]. CONCLUSÃO: Após a injeção de bupivacaína no músculo reto superior de coelhos, observou-se uma diminuição inicial da área da fibra muscular devido à necrose, seguida por tendência de aumento na área, e subsequente normalização no processo de regeneração. O aumento temporário na proporção de fibras positivas para miosina lenta pode representar um papel na geração da força muscular observada após injeção de bupivacaína em estudos clínicos. Observou-se uma adaptação muscular em músculos não tratados.