PPG - Oftalmologia e Ciências Visuais

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    Acesso aberto (Open Access)
    Espasmo hemifacial: da morfologia à clínica
    (Universidade Federal de São Paulo, 2025-01-10) Gameiro, Gustavo Rosa [UNIFESP]; Schor, Paulo [UNIFESP]; Osaki, Tammy Hentona [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4548207381105604; http://lattes.cnpq.br/3542867700396961; http://lattes.cnpq.br/9952724352599995
    Esta tese busca expandir o entendimento dos mecanismos envolvidos no espasmo hemifacial e suas implicações clínicas, integrando análises musculares e funcionais também para avaliar a resposta ao tratamento. Objetivos: 1) Avaliar amostras de biópsia do músculo orbicular oculi (MOO) de ambos os lados (clinicamente afetado e não afetado) de pacientes portadores de espasmo hemifacial (EH). 2) Analisar objetivamente a cinemática dos movimentos palpebrais em pacientes com espasmo hemifacial pré e pós-tratamento com toxina botulínica A (BoNT-A) e compará-la com a de indivíduos controles. 3) Demonstrar objetivamente o efeito do tratamento nos pacientes com EH utilizando smartphone e software customizado que usa o conceito de eye aspect ratio (EAR). Métodos: 1) Foram processadas e quantificadas amostras da porção pré-septal do MOO de pacientes com EH virgens de tratamento (lados afetado e não afetado) e de indivíduos normais para avaliação morfológica, histoquímica e imuno-histoquímica. 2) Ademais, avaliaram-se pacientes com espasmo hemifacial e controles. A análise da dinâmica palpebral foi possível através da gravação de um vídeo de 3 minutos por câmera de alta velocidade com auxílio de LEDs fixados nas pálpebras superiores. 3) Vídeos padronizados, gravados por um smartphone, pré e pós aplicação de BoNT-A em pacientes portadores de EH foram analisados calculando-se o EAR médio de cada vídeo para cada lado através de um software customizado. Resultados: 1) O MOO do lado clinicamente afetado de pacientes com EH mostrou fibras musculares com maior área, menor densidade de fibras, maior taxa de tecido conectivo, maior taxa de desorganização e metabolismo oxidativo aumentado das fibras musculares, além de maior porcentagem de fibras lentas quando comparados a amostras do grupo controle. O lado clinicamente não afetado também apresentou alterações em menor magnitude, porém alinhadas com o lado clinicamente afetado. 2) As injeções de BoNT-A em pacientes com EH reduziram significativamente vários parâmetros palpebrais. Após 30 dias, a amplitude do piscar diminuiu 20%, a frequência do piscar 39% e a velocidade máxima de fechamento palpebral, 26%. Além disso, antes mesmo do tratamento, a velocidade de fechamento palpebral no lado afetado já era significativamente menor em comparação com o grupo controle. 3) As injeções de BoNT-A causaram um aumento de 10,4% no valor de EAR médio (p=0,017) no lado afetado de pacientes com EH. Antes das aplicações, o EAR era significativamente menor (16,2%) no lado afetado dos pacientes com EH (0,25 ± 0,05) do que nos controles (0,30 ± 0,05, p=0,004). Conclusões: 1) Este estudo sugere que contrações crônicas repetidas em pacientes com EH podem causar hipertrofia das fibras do músculo orbicular oculi, aumento do metabolismo mitocondrial e possível conversão de fibras musculares rápidas em lentas. Essas alterações ocorrem tanto nos lados afetados quanto nos não afetados (em menor magnitude), reforçando a ideia de que o lado não afetado também apresenta anormalidades nessa condição específica. 2) Após o tratamento com BoNT-A, pacientes com EH mostraram uma frequência de piscar mais próxima do normal, mas a amplitude e a velocidade do piscar mostraram-se significativamente menores em comparação com indivíduos saudáveis. Além disso, observou-se que a velocidade de fechamento das pálpebras nesses pacientes era significativamente menor que o grupo controle, mesmo antes do tratamento. 3) A aplicação do conceito de EAR demonstrou objetivamente alívio dos espasmos palpebrais em pacientes com EH. Aperfeiçoamentos desse sistema poderiam permitir avaliações mais precisas das respostas ao tratamento para cada paciente, viabilizando seu uso rotineiro na prática clínica.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Avaliação oftalmológica de pacientes com coronavírus (SARS-CoV-2) in vivo e post mortem
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-06) Marinho, Paula Marques [UNIFESP]; Belfort Jr, Rubens [UNIFESP]; Schor, Paulo [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/3542867700396961; http://lattes.cnpq.br/4270399167335564; https://lattes.cnpq.br/7978773777840698
    Objetivo: Estudo 1: Avaliar as repercussões oftalmológicas de pacientes com infecção confirmada pelo novo coronavírus de 2019 (SARS-CoV-2), com diferentes níveis de gravidade em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e Enfermaria. Estudo 2: Analisar a presença de alteração de autofluorescência retiniana em pacientes portadores da Doença pelo novo coronavírus 2019 (Covid-19). Estudo 3: Descrever os achados oftalmológicos anormais obtidos por meio de microscopia de luz, microscopia eletrônica de varredura e microscopia eletrônica de transmissão na análise retiniana de pacientes que evoluíram para óbito por Covid-19. Métodos: Estudo 1: Estudo longitudinal, observacional, conduzido entre março e junho de 2020, com realização de retinografia colorida e com filtro red-free após dilatação pupilar. Estudo 2: Estudo observacional, conduzido em São Paulo, em 2020. Foram obtidos dados epidemiológicos e demográficos, bem como informações de eventos concomitantes, medicações em uso, hospitalização e análises laboratoriais. Os pacientes foram submetidos à avaliação oftalmológica ambulatorial e multimodal, incluindo retinografia colorida e red-free, autofluorescência de retina e tomografia de coerência óptica da retina. Estudo 3: Relata os achados de microscopia de luz, microscopia eletrônica de varredura e microscopia eletrônica de transmissão na análise retiniana de cinco pacientes que evoluíram a óbito por Covid-19. Resultados: Estudo 1: 104 pacientes foram avaliados, sendo 60 (58%) vindos da UTI e 44 (42%) da Enfermaria de Covid-19; 21,9% apresentaram achados oftalmológicos, sendo 3% com potencial de comprometimento visual. Estudo 2: Dezoito pacientes, com achados de autofluorescência retiniana (seis mulheres; média de idade de 54 anos, intervalo de 31 a 86 anos; 26 olhos). Hiperautofluorescência presente em seis pacientes, hipoautofluorescência em 14 e seis com achados de padrão misto, combinando hiper e hipoautofluorescência. Estudo 3: Em todos os olhos analisados, foram encontradas manifestações clínicas de hemorragias retinianas e infiltrado inflamatório exacerbado, assim como mitocôndrias edemaciadas e células picnóticas. Conclusões: Estudo 1: Os principais achados foram manchas algodonosas, hemorragias intrarretinianas e exsudatos duros. Nossos resultados demonstraram frequência parecida de lesões intraoculares em pacientes da Enfermaria ou da UTI, independentemente das medicações em uso. Estudo 2: A autofluorescência revelou múltiplos padrões indicativos de lesão aguda e possível disfunção do complexo Epitélio Pigmentar da Retina – coriocapilar, não evidenciados previamente pela retinografia. Estudo 3: Demonstrou-se que a microcirculação retiniana sofre dano severo, provavelmente por complicações tromboembólicas associadas à Covid-19. Dentre os achados, destacam-se: 1) A existência de núcleos picnóticos, indicando processo de morte celular, sinalizando possibilidade de dano tecidual permanente; 2) A presença abundante de polimorfonucleares (PMN), com organização em aspecto de rede, que podem contribuir para microtromboses; 3) PMN sem sinais de remodelamento do retículo endoplasmático e ausência de partículas virais; sugerindo que a proteína S1 e partículas virais tenham vias alternativas de disseminação, como microvesículas e nervos periféricos.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Substitutos vítreos na cirurgia vitreorretiniana: óleo de silicone e alterantivas experimentais
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-12-05) Oliveira, Ramon Antunes de [UNIFESP]; Maia, Mauricio [UNIFESP]; Magalhães Junior, Octaviano [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4598915786843339; http://lattes.cnpq.br/6377105744231862; http://lattes.cnpq.br/5522129166980253
    Objetivos: Estudo 1: O objetivo foi avaliar a biocompatibilidade de hidrogel de álcool polivinílico (PVA) reticulado com trimetafosfato trissódico (SMTP) em olhos de coelho vitrectomizados. Estudo 2: descrever evolução clínica e complicações do uso de óleo de silicone pesado (Oxane HD®) em série de casos de pacientes com descolamento de retina com proliferação vitreorretiniana e descolamento de retina tracional. Estudo 3: descrever técnica cirúrgica para remoção de óleo de silicone pesado (Oxane HD®) para minimizar complicações cirúrgicas e óleo de silicone residual. Estudo 4: descrever em forma de revisão narrativa as complicações do óleo de silicone. Métodos: Estudo 1: 7 coelhos foram submetidos a vitrectomia via pars plana com o uso de hidrogel de álcool polivinílico (PVA) reticulado com trimetafosfato trissódico (SMTP) como substituto vítreo. Foram realizados exame clínico, retinografia, angiofluoresceinografia, tomografia de coerência óptica e eletrorretinografia após 7 e 30 dias. O olho contralateral foi usado como controle e foram realizadas análises histológicas posteriormente. Estudo 2: estudo retrospectivo e observacional de 31 pacientes submetidos a vitrectomia por descolamento de retina com proliferação vitreorretiniana e descolamento de retina tracional com o uso de óleo de silicone pesado (Oxane HD®) entre agosto de 2014 e agosto de 2023. Foi considerado sucesso anatômico a ausência de descolamento de retina em 1 mês. Estudo 3: descreveu-se técnica cirúrgica de remoção de óleo de silicone pesado sob visualização direta com iluminação acessória. Uma agulha de 18 gauge mantém aspiração contínua enquanto outra faz remoção passiva pelas esclerotomias nasal e temporal. A agulha deve ser mantida dentro da bolha durante todo o procedimento. Estudo 4: foi realizada revisão de literatura envolvendo óleo de silicone, óleo de silicone de alta densidade e substitutos vítreos. Resultados: Estudo 1: observou-se opacificação do hidrogel PVA/SMTP intravítreo e redução da resposta eletrofisiológica escotópica de bastonetes, das ondas b de resposta fotópica de cones e do flicker. Análise histológica evidenciou desestruturação retiniana, presença de células multinucleadas e partículas de hidrogel intravítreo. Estudo 2: 29 (93,5%) dos pacientes apresentavam descolamento de retina regmatogenico e 2 (7,5%) apresentavam descolamento de retina tracional. O sucesso anatômico primário foi atingido em 27 (87,1%) dos pacientes. Na última visita, 17 (56,6%) dos pacientes apresentava acuidade visual melhor que 20/400 (variação de 20/30 a percepção luminosa). A visão permaneceu estável ou havia melhorado em 22 (76,8%) pacientes na última visita. 19 (61,3%) pacientes apresentaram hipertensão ocular enquanto estavam com o óleo de silicone intravítreo sendo que 12 (38.7%) pacientes persisitiram com o uso de hipotensor na última visita. 3 (9,7%) pacientes necessitaram de procedimentos antiglaucomatosos adicionais. Estudo 3: adequação da técnica de remoção de óleo de silicone pesado com técnica bimanual é segura e reduz riso de entupimento e consequente bolha residual no polo posterior. Assim, preveni-se complicações intraoperatórias como roturas iatrogênicas. Estudo 4: o artigo descreve propriedades físico-químicas dos óleos de silicone, e complicações pos-operatórias como descompensação corneana, glaucoma, hipotonia, catarata e neuropatia óptica. Descreve ainda implicações de complicações relacionadas a técnica cirúrgica como preenchimento incompleto ou excessivo da cavidade vítrea com o óleo de silicone, emulsificação e migração para câmara anterior, óleo de silicone ‘sticky’, formação de proliferação vitreorretiniana simulando membrana epirretiniana, descolamento de retina recorrente, perda visual inexplicada associada ao óleo de silicone e o uso de óleo de silicone permanentemente. Um breve relato de potenciais substitutos vítreos é apresentado. Conclusões: Estudo 1: o uso do hidrogel de PVA/SMTP apresentou opacificação intravítrea, alteração histológica e redução eletrofisiológica sugestivas de toxicidade retiniana. Estudo 2: o uso de óleo de silicone pesado (Oxane HD®) é seguro e útil em casos de descolamento de retina inferior com proliferação vitreorretiniana. A hipertensão intraocular é frequente e normalmente controlada clinicamente com uso de hipotensores tópicos. O manejo pós-operatório demanda acompanhamento próximo devido ao risco de glaucoma e emulsificação. Estudo 3: a técnica de remoção de óleo de silicone pesado (Oxane HD®) bimanual sob visualização direta é capaz de remover todo o óleo de silicone sem necessidade de aproximar a aspiração do polo posterior. Estudo 4: a decisão do substituto vítreo é baseada na severidade de cada caso e pela experiencia do cirurgião. As complicações potenciais do uso de óleo de silicone não devem ser subestimadas. A busca por novos substitutos vítreos é essencial para minimizar o risco de sequela visual permanente.
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    Acesso aberto (Open Access)
    A influência do segmento de anel intraestromal corneano de arco longo na cirurgia de córnea
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-19) Rocha, Guilherme Andrade do Nascimento [UNIFESP]; Sousa, Luciene Barbosa de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/2367491641205774; http://lattes.cnpq.br/4585612078974752
    Objetivo: Avaliar as mudanças nas médias de acuidade visual à distância com correção (AVCC), de equivalente esférico (EE), das medidas ceratométricas (K) e da asfericidade média (Q) após o implante dos segmentos de anel intraestromal corneano de arco longo para o tratamento do ceratocone e para a correção da ametropia residual e da irregularidade corneana pós-transplante de córnea. Métodos: Foram objetos desta tese a publicação de três estudos envolvendo o uso dos anéis de arco longo em pacientes com ceratocone e pós-transplante de córnea. Os três estudos foram prospectivos, não randomizados e não comparativos. Nos dois estudos sobre cirurgia no ceratocone, foram incluídos 172 olhos de 161 pacientes: 34 olhos de 31 pacientes no estudo unicêntrico e 138 olhos de 130 pacientes no estudo multicêntrico. Neste último estudo, os pacientes foram recrutados e operados em 10 diferentes hospitais oftalmológicos no Brasil. No estudo referente ao implante dos segmentos em olhos pós-transplante de córnea, foram incluídos 18 olhos de 18 pacientes. Nos dois estudos sobre cirurgia no ceratocone foram implantados segmentos com 320 graus de arco e no estudo pós-transplante de córnea, segmentos com 340 graus de arco. No estudo multicêntrico, 45 olhos foram operados com a técnica manual, enquanto 93 olhos foram operados com assistência do laser de femtosegundo. Já no estudo unicêntrico e no estudo pós-transplante, todos os olhos foram operados com assistência do laser de femtosegundo. A medida de desfecho primário nos três estudos foi a mudança nas médias de AVCC após a inserção dos segmentos. As medidas de desfecho secundário foram as alterações nas médias do EE, das medidas ceratométricas e da asfericidade corneana média. Em ambos os estudos de ceratocone avaliamos a porcentagem de pacientes que apresentaram perda ou ganho de linhas de AVCC aos 3 e 6 meses após a cirurgia e, no estudo pós-transplante de córnea, aos 12 meses de pós-operatório. No estudo multicêntrico e no estudo pós-transplante realizamos análise vetorial para os achados refracionais e para o astigmatismo topográfico. E, finalmente, no estudo unicêntrico fizemos uma comparação entre duas estratégias para escolha da espessura dos segmentos a serem implantados. Resultados: O implante de anéis de arco longo melhorou significativamente a AVCC, com redução do EE, ganhando consideravelmente linhas de AVCC e a maioria dos pacientes alcançou AVCC melhor ou igual a 0,3 logMar. No estudo multicêntrico, a AVCC melhorou de 0,7 logMar para 0,3 logMar (p < 0,001), com redução do EE de -7,02 ± 4,80 D para -3,29 ± 3,80 D (p < 0,001). Ao final do seguimento pós-operatório, 92,4% dos pacientes ganharam pelo menos 1 linha de AVCC, apenas 1,9% perderam pelo menos 1 linha de AVCC e, 75,9% alcançaram pelo menos 0,3 logMar de AVCC. No estudo unicêntrico, a AVCC melhorou de 0,51 ± 0,22 logMar para 0,18 ± 0,12 logMar (p < 0,01), com redução do EE de -7,52 ± 4,18 D para -3,61 ± 3,79 D (p < 0,01). Ao final do seguimento pós-operatório, 88,24% dos pacientes ganharam pelo menos 1 linha de AVCC, apenas 2,94% perderam pelo menos 1 linha de AVCC e, 88,23% alcançaram pelo menos 0,3 logMar de AVCC. No estudo pós-transplante de córnea, a AVCC melhorou de 0,26 ± 0,12 logMar para 0,10 ± 0,10 logMar (p < 0,001), com redução do EE de -5,22 ± 2,96 D para -2,52 ± 2,83 D (p < 0,001). Ao final do seguimento pós-operatório, 94,45%% dos pacientes ganharam pelo menos 1 linha de AVCC, apenas 5,55% perderam pelo menos 1 linha de AVCC e, 95% alcançaram pelo menos 0,3 logMar de AVCC. Em relação aos resultados topográficos da córnea extraídos de Scheimpflug em todos os três estudos obtivemos melhora significativa (p < 0,05) em todos as medidas ceratométricas e na medida de asfericidade média. A análise vetorial do astigmatismo no estudo multicêntrico mostrou baixa previsibilidade dos resultados após os implantes e, no estudo pós-transplante, o componente vetorial do astigmatismo não alcançou significância estatística (J0 – p = 0,52 e J45 – p = 0,15). A análise da escolha da espessura dos segmentos a serem implantados realizada no estudo unicêntrico demonstrou que a escolha baseada no EE apresentou performance superior à escolha baseada no Q na maioria das comparações dos resultados de topografia extraída de Scheimpflug, apesar dos resultados semelhantes na acuidade visual e nos dados refracionais. Não ocorreram complicações intraoperatórias ou pós-operatórias no estudo unicêntrico e no estudo pós-transplante de córnea. No entanto, no estudo multicêntrico, houve 4 casos de migração pós-operatória do segmento e 2 casos de perfuração intraoperatória. Todas estas complicações aconteceram em pacientes operados com a técnica manual, e os resultados foram excluídos da análise. Conclusões: Nossos resultados sugerem que os segmentos de anel intraestromal corneano de arco longo podem melhorar a acuidade visual à distância com correção, com redução da média do equivalente esférico, das médias das medidas ceratométricas e da média asfericidade corneana média no tratamento do ceratocone e para a correção da ametropia residual e da irregularidade corneana pós-transplante de córnea.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Tratamento do edema macular secundário à uveíte utilizando duas doses de acetato de triancinolona: estudo comparativo
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-10-02) Souza, Carlos Eduardo de [UNIFESP]; Muccioli, Cristina [UNIFESP]; Lima, Luiz Henrique Gonçalves de [UNIFESP; http://lattes.cnpq.br/0399713306487727; http://lattes.cnpq.br/4512517971941945
    Objetivo: Comparar a resposta terapêutica do acetato de triancinolona intravítreo nas doses de 2mg (0,05ml) e 4mg (0,1ml) nos pacientes com edema macular secundário à uveíte não-infecciosa. Método: Estudo prospectivo experimental randomizado e duplo-cego realizado no Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da Escola Paulista de Medicina (Universidade Federal de São Paulo). Os pacientes foram divididos em dois grupos (randomização 1:1): O grupo A recebeu a dose de 4 mg (0,1 ml) e o grupo B a dose de 2 mg (0,05 ml). No exame inicial, os pacientes foram submetidos à avaliação oftalmológica com exame de acuidade visual, biomicroscopia, fundoscopia e tonometria, tomografia de coerência óptica, angiofluoresceinografia e foram ainda solicitados a responder ao questionário de avaliação da qualidade de vida (VFQ-NEI). Todos os sujeitos do estudo foram avaliados 7, 30, 60 e 90 dias após o procedimento e nessas consultas subsequentes, apenas a angiofluoresceinografia não era repetida. No último dia de seguimento (90 dias), os pacientes foram solicitados a responder novamente ao questionário de qualidade de vida. O procedimento foi realizado pelo mesmo cirurgião, no centro cirúrgico do referido departamento, utilizando técnica estéril, seringa de 1 ml com agulha 13 mm x 0,3 mm, e a aplicação era realizada entre 3,5 mm e 4,0 mm do limbo, preferencialmente no quadrante temporal inferior. As análises estatísticas foram conduzidas utilizando a linguagem R, open source, em sua versão 4.3.0. Um resultado foi considerado estatisticamente significante no nível de significância p < 0,05. Resultados: Foram incluídos 16 pacientes em cada grupo, estatisticamente homogêneos no exame inicial em relação à idade, ao sexo, à espessura central da retina, à acuidade visual e à pressão intraocular. Houve uma diferença estatisticamente significante (p = 0,026) a favor do grupo de maior dose (grupo A) em relação à redução da espessura central da retina ao final do seguimento. Em relação à avaliação funcional (acuidade visual) e aumento da pressão intraocular, houve equivalência entre os grupos (p = 0,192 e 0,143 respectivamente). As respostas do questionário de qualidade de vida apontaram melhores resultados na escala de visão de perto e saúde mental no grupo de maior dose. Os exames de imagem mostraram o fluido sub-retiniano como possível valor indicativo de melhor prognóstico e vasculite retiniana como possíveis indicador de pior prognóstico. Conclusão: O uso do acetato de triancinolona intravítreo na dose de 4 x mg para o tratamento do edema macular secundário à uveíte não-infecciosa pode resultar em melhor resultado anatômico, menor taxa de recidiva, e indicadores mais favoráveis quanto à qualidade de vida.