PPG - Ecologia e Evolução

URI Permanente para esta coleção

Navegar

Submissões Recentes

Agora exibindo 1 - 5 de 87
  • Item
    Embargo
    Metabolismo energético em anfíbios anuros com diferentes estratégias reprodutivas
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-10-30) Maenaka, Beatriz Machado [UNIFESP]; Brasileiro, Cinthia Aguirre [UNIFESP]; Carvalho, José Eduardo de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6738085765102617; http://lattes.cnpq.br/2415614509705858; http://lattes.cnpq.br/8729639514133481
    A atividade reprodutiva dos anuros é influenciada por condições ambientais e pela disponibilidade de reservas energéticas. Tanto a reprodução quanto o metabolismo energético são sensíveis a variações sazonais de temperatura e disponibilidade hídrica. Os anuros possuem duas principais estratégias temporais de reprodução: explosiva, que ocorre em poucos dias, e prolongada que pode se estender por semanas ou meses. Na estratégia explosiva, machos e fêmeas chegam simultaneamente ao sítio reprodutivo; enquanto na estratégia prolongada, os machos são territoriais, chegando antes das fêmeas para defender seus territórios e atraí-las com vocalizações. Algumas espécies podem apresentar um padrão intermediario entre essas duas estratégias. Neste estudo, comparamos o metabolismo aeróbio e as reservas energéticas de espécies do gênero Physalaemus (Anura: Leptodactylidae) com diferentes estratégias reprodutivas. Testamos as hipóteses de que (1) espécies com reprodução explosiva apresentam metabolismo aeróbio mais elevado, e (2) menores reservas energéticas, em comparação com as de reprodução intermediária e prolongada. Estudamos seis espécies: duas de reprodução explosiva (P. marmoratus e P. nattereri), três com padrão intermediário (P. atlanticus, P. moreirae e P. olfersii) e uma com reprodução prolongada (P. cuvieri), coletadas em áreas de Cerrado e de Mata Atlântica no sudeste do Brasil. Medimos o consumo de oxigênio (VO2) em repouso (metabolismo aeróbio) e a concentração de lipídeos totais no fígado. Os resultados corroboram parcialmente nossas hipóteses: P. nattereri, uma espécie de reprodução explosiva, apresentou um metabolismo aeróbio mais elevado durante a estação reprodutiva, sugerindo uma maior demanda energética. No entanto, as concentrações de lipídeos totais foram similares entre as espécies, indicando que todas mantêm reservas energéticas adequadas independentemente da estratégia reprodutiva. Concluímos que espécies congenéricas com estratégias reprodutivas distintas ajustam suas taxas metabólicas, para garantir um balanço energético durante a estação reprodutiva. Este projeto é financiado pela Capes (n° 001).
  • Item
    Embargo
    Diversidade de Rudgea Salisb. no Nordeste brasileiro e modelagem de distribuição das espécies da Mata Atlântica sob mudanças climáticas
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-08-27) Rossatto, Isabella Capitanio [UNIFESP]; Bruniera, Carla Poleselli [UNIFESP]; Sturaro, Marcelo José [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/2776090230754156; http://lattes.cnpq.br/1299788687832600; http://lattes.cnpq.br/6861401856549067
    Rubiaceae é reconhecida como a quarta maior família de angiospermas no mundo, e dentro dela, Rudgea destaca-se como um dos maiores gêneros lenhosos. Limitado ao Neotrópico, este gênero possui um centro de diversidade na Mata Atlântica, porém, encontra-se atualmente vulnerável devido às perturbações ambientais exacerbadas promovidas pelos humanos. Apesar de ser uma das regiões mais ricas em espécies de angiospermas no Brasil, o Nordeste enfrenta lacunas consideráveis no conhecimento de sua diversidade. Este trabalho visa ajudar a preencher essa lacuna, apresentando no primeiro capítulo um tratamento taxonômico das espécies de Rudgea encontradas no estado da Bahia, Brasil; no segundo capítulo, um levantamento das espécies deste gênero na região Nordeste do Brasil, acompanhado de comentários sobre sua distribuição; e no terceiro capítulo, um estudo da distribuição de oito espécies endêmicas da Mata Atlântica e como essa distribuição pode ser afetada pelas mudanças climáticas. Nossa pesquisa revelou a presença de 31 espécies de Rudgea na Bahia, incluindo cinco novas para a ciência. A maioria dessas espécies foi observada nas regiões de Mata Atlântica e de Cerrado, sendo as novas restritas a Mata Atlântica do sul da Bahia. Para a região Nordeste, encontramos 33 espécies, sendo uma espécie nova descrita para o estado do Sergipe. Através da modelagem de distribuição, vimos que as espécies irão sofrer com as consequências das mudanças climáticas futuras, diminuindo suas áreas de ocorrência principalmente no cenário mais pessimista com a maior taxa de emissão de carbono. Em conclusão, este trabalho proporciona um avanço no conhecimento da diversidade e distribuição das espécies de Rudgea do Nordeste do Brasil. Estes resultados ressaltam a necessidade de estratégias urgentes de conservação para proteger a diversidade de Rudgea, que é maior do que se tinha registrado anteriormente. Além disso, reforçam a necessidade de monitoramento das mudanças climáticas a fim de amenizar seus impactos sobre a flora.
  • Item
    Embargo
    Domácias em Rudgea Salisb. (Rubiaceae): um estudo morfológico e anatômico
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-08-27) Marcon, Samantha Favero [UNIFESP]; Bruniera, Carla Poleselli [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1299788687832600; http://lattes.cnpq.br/5260624764534820
    A taxonomia é a ciência que se dedica à classificação de organismos e nos últimos anos a taxonomia integrativa tem se tornado mais relevante. Esta abordagem combina diversos tipos de informações para uma classificação mais precisa, além de ajudar na compreensão das espécies além das suas características externas. Um exemplo de aplicação da taxonomia integrativa é o estudo das domácias. As domácias são estruturas foliares que fornecem abrigo a pequenos animais, em uma relação mutualística. Estas estruturas estão localizadas nas axilas das nervuras principal e secundárias da face abaxial das folhas, com sua maior ocorrência sendo na família Rubiaceae. Além de seu papel ecológico, as domácias podem ser usadas para delimitar espécies, como observado em Rudgea, um gênero de Rubiaceae. Assim como na família, as domácias de Rudgea são altamente variáveis em sua morfologia. Porém essa estrutura ainda é pouco investigada em seus aspectos morfo-anatômicos. Trabalhos anteriores mostraram a presença de tecidos anatomicamente diferenciados na região domacial. Um destes tecidos é o chamado tecido domacial, composto por parênquima compactado, o outro é tecido de borda, composto por colênquima concentrado nas bordas da abertura da domácia. Portanto, o objetivo desta dissertação é fazer um estudo mais aprofundado da morfologia [Capítulo1] e anatomia [Capítulo 2] das domácias em Rudgea. Além disso, também estão sendo descritas duas espécies novas para esse gênero [Anexo 1]. Quanto a morfologia, foi proposto um modelo de descrição para as domácias que melhor evidencia a variabilidade morfológica da estrutura. O modelo é mais flexível que classificações anteriores, sendo possível usá-lo para descrever domácias de outros gêneros e famílias. Devido à alta variabilidade intraespecífica observada neste trabalho, as características das domácias em Rudgea não se mostraram tão informativas para a diferenciação das espécies. Quanto a anatomia, os diferentes tecidos domaciais foram encontrados na maioria das espécies analisadas, mas em diferentes organizações e quantidades. Também foram encontrados idioblastos preenchidos com substâncias ainda não identificadas, descoberta que pode ter ramificações interessantes para o mutualismo destas plantas. Comparando os resultados dos dois capítulos, não foi encontrada a conexão esperada entre a morfologia e anatomia das domácias. Os resultados deste trabalham mostram, na verdade, que a anatomia da estrutura é tão variável quanto sua morfologia, evidenciando o potencial desta estrutura para estudos das mais diversas áreas das ciências biológicas.
  • Item
    Embargo
    A importância do efeito materno durante a ocupação de áreas com diferentes regimes térmicos em populações de lagartos Tropidurus imbituba
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-08-30) Andrade, Thayná Medeiros de [UNIFESP]; Carvalho, José Eduardo de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6738085765102617; http://lattes.cnpq.br/7967998228728927
    A temperatura é um fator preponderante para o desenvolvimento em espécies ovíparas de Squamata, que estão limitadas ao local de postura do ovo amniótico. Frente às variações térmicas ambientais, é de se esperar que indivíduos parentais possuam uma gama de mecanismos para garantir a eclosão e crescimento dos filhotes e, consequentemente, seu sucesso reprodutivo. Um desses mecanismos é o efeito materno, definido como a capacidade da fêmea de moldar o fenótipo da prole de acordo com as pistas que recebe do ambiente. O que determina as estratégias utilizadas e sua importância evolutiva ainda é pouco compreendido. Espera-se que o efeito materno seja favorecido em ambientes heterogêneos, onde as pistas maternas serão determinantes para sobrevivência da prole; enquanto em ambientes homogêneos, as condições de desenvolvimento da prole de diferentes fêmeas são similares e as características do filhote seriam determinadas principalmente pelo próprio genótipo. Lagartos tropiduríneos são um bom sistema de estudo para compreender melhor o papel do efeito materno na ocupação de novos ambientes, uma vez que ocupam ambientes que variam em sua complexidade térmica e estrutural. Nesse sentido, o presente trabalho teve por objetivo compreender de que forma populações de Tropidurus imbituba que ocupam ambientes heterogêneos, representados por áreas urbanas, e homogêneos, representados por áreas de restinga, se diferenciam nas estratégias maternas. A hipótese geral testada foi a de que haveria maior manipulação materna sobre a prole em áreas de maior heterogeneidade térmica. De forma específica, esperava-se que: 1) fêmeas de áreas urbanas investissem em ninhadas com maior número de ovos em comparação a fêmeas de restinga; 2) fêmeas grávidas de áreas urbanas apresentassem temperaturas preferenciais mais altas; 3) embriões provenientes de ambiente urbano apresentassem taxas de desenvolvimento mais aceleradas. Os resultados mostram que a ocupação de um ambiente heterogêneo não esteve associada a uma maior manipulação materna da prole. Em ambientes urbanos, fêmeas investiram em ovos maiores. Em ambientes de restinga, fêmeas grávidas apresentaram menores temperaturas preferenciais em relação a fêmeas não grávidas. Embriões provenientes de ambos os tipos de ambiente apresentaram as mesmas taxas de desenvolvimento. Investigar o sucesso da prole associado às características de cada ambiente pode ajudar a elucidar se essas diferentes estratégias são adaptativas.
  • Item
    Embargo
    Classificação filogenética de Cydnidae Billberg, 1820 (Hemiptera: Heteroptera: Pentatomomorpha: Pentatomoidae): testando incongruências com base em estudos morfológicos.
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-08-01) Correia, Maíra Andrade [UNIFESP]; Scwertner, Cristiano Feldens [UNIFESP}; Roell, Talita; http://lattes.cnpq.br/0019982239087657; http://lattes.cnpq.br/0688968753503433; http://lattes.cnpq.br/8904881795762891
    Cydnidae é uma família de Pentatomoidea proposta em 1820 por Billberg que inclui insetos conhecidos como percevejos-cavadores. As espécies são caracterizadas por adaptações morfológicas ao hábito escavador único na ordem Heteroptera. Totalizam mais de 800 espécies em 111 gêneros, amplamente distribuídos pelo mundo. A classificação da família é instável, ao longo dos anos a composição supragenérica teve diferentes arranjos. Uma das classificações utilizadas com maior frequência considera seis subfamílias e quatro tribos, hipótese reconhecida como Cydnidae sensu stricto: Amaurocorinae, Amnestinae, Cephalocteinae (tribos Cephalocteini e Scaptocorini), Cydninae (tribos Cydnini e Geotomini), Garsauriinae e Sehirinae. No entanto, essa classificação ainda é baseada em características puramente diagnósticas, sem um contexto filogenético na sua interpretação. Neste trabalho testamos pela primeira vez a classificação de Cydnidae sensu stricto com base em dados morfológicos, com o objetivo de definir a posição de uma nova espécie e testar a proposição de um novo gênero para inclui-la. A nova espécie é caracterizada principalmente pelo formato das tíbias anteriores, que possuem o ápice produzido em um processo espatulado, similar à modificação encontrada em espécies de Cephalocteinae: Scaptocorini e algumas espécies do gênero Lactistes Schiödte, 1849 (Cydninae: Geotomini). No entanto, a morfologia geral do corpo e as tíbias posteriores achatadas sugerem relação próxima entre a nova espécie e os gêneros Cyrtomenus Amyot & Serville, 1843 e Prolobodes Amyot & Serville, 1843, ambos também incluídos atualmente em Cydninae:Geotomini. Nossos resultados suportam a monofilia da maioria das subfamílias e tribos testadas neste estudo, com exceção de Cydninae e da tribo Cydnini. Sehirinae foi suportada como grupo-irmão das demais subfamílias, que foram reconhecidas em dois clados principais: um composto por Amaurocorinae, Amnestinae e Garsauriinae, e o outro por Cephalocteinae e Cydninae. A proposição do novo gênero foi suportada em um clado incluindo espécies de Cyrtomenus e Prolobodes.