Diversidade de Rudgea Salisb. no Nordeste brasileiro e modelagem de distribuição das espécies da Mata Atlântica sob mudanças climáticas
Data
2024-08-27
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Rubiaceae é reconhecida como a quarta maior família de angiospermas no mundo, e dentro dela, Rudgea destaca-se como um dos maiores gêneros lenhosos. Limitado ao Neotrópico, este gênero possui um centro de diversidade na Mata Atlântica, porém, encontra-se atualmente vulnerável devido às perturbações ambientais exacerbadas promovidas pelos humanos. Apesar de ser uma das regiões mais ricas em espécies de angiospermas no Brasil, o Nordeste enfrenta lacunas consideráveis no conhecimento de sua diversidade. Este trabalho visa ajudar a preencher essa lacuna, apresentando no primeiro capítulo um tratamento taxonômico das espécies de Rudgea encontradas no estado da Bahia, Brasil; no segundo capítulo, um levantamento das espécies deste gênero na região Nordeste do Brasil, acompanhado de comentários sobre sua distribuição; e no terceiro capítulo, um estudo da distribuição de oito espécies endêmicas da Mata Atlântica e como essa distribuição pode ser afetada pelas mudanças climáticas. Nossa pesquisa revelou a presença de 31 espécies de Rudgea na Bahia, incluindo cinco novas para a ciência. A maioria dessas espécies foi observada nas regiões de Mata Atlântica e de Cerrado, sendo as novas restritas a Mata Atlântica do sul da Bahia. Para a região Nordeste, encontramos 33 espécies, sendo uma espécie nova descrita para o estado do Sergipe. Através da modelagem de distribuição, vimos que as espécies irão sofrer com as consequências das mudanças climáticas futuras, diminuindo suas áreas de ocorrência principalmente no cenário mais pessimista com a maior taxa de emissão de carbono. Em conclusão, este trabalho proporciona um avanço no conhecimento da diversidade e distribuição das espécies de Rudgea do Nordeste do Brasil. Estes resultados ressaltam a necessidade de estratégias urgentes de conservação para proteger a diversidade de Rudgea, que é maior do que se tinha registrado anteriormente. Além disso, reforçam a necessidade de monitoramento das mudanças climáticas a fim de amenizar seus impactos sobre a flora.