PPG - Biologia Química
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Estudo químico e biotecnológico de fungos endofíticos associados a Calea pinnatifida (Asteraceae) buscando compostos bioativos e de ação antimicrobiana(Universidade Federal de São Paulo, 2024-10-11) Fernandes, Bianca Barna [UNIFESP]; Sartorelli, Patricia [UNIFESP]; Vasconcellos, Suzan Pantaroto de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4254240006926714; http://lattes.cnpq.br/6836392358779448; http://lattes.cnpq.br/4986576887385145Os fungos endofíticos são microrganismos que vivem internamente nas plantas, geralmente sem causar danos ao hospedeiro, estabelecendo relações simbióticas que podem resultar na produção de compostos bioativos com ampla aplicabilidade. Este estudo focou na análise de fungos endofíticos isolados de Calea pinnatifida, uma planta medicinal conhecida por suas propriedades terapêuticas, visando avaliar o potencial antimicrobiano dos metabólitos produzidos por esses microrganismos e explorar seu arsenal enzimático na biotransformação de compostos. Foram isolados 23 fungos endofíticos a partir de caules e folhas de C. pinnatifida, os quais foram cultivados e identificados como pertencentes aos gêneros Colletotrichum, Hypomontagnella, Neopestalotiopsis, Nigrospora e Annulohypoxylon. Partes aéreas da planta, além dos fungos isolados, foram submetidos a extração de seus metabólitos, e o perfil químico resultante foi analisado por técnicas cromatográficas e espectroscópicas, associadas a ferramentas de desreplicação e caracterização de compostos. As análises revelaram uma grande diversidade química no metabolismo dos fungos endofíticos, com destaque para derivados de ácido tetrônico, como o Nudulisporácido A e, pela primeira vez descrito, o Nodulisfuranol isolados de Hypomontagnella barbarensis. A desreplicação dos extratos da planta indicou a presença de lactonas sesquiterpênicas e ácidos fenólicos, compostos descritos previamente na literatura. Adicionalmente, os extratos dos fungos endofíticos foram testados quanto à atividade antimicrobiana, utilizando métodos de difusão em disco e determinação da concentração inibitória mínima, destacando-se os extratos de Colletotrichum karstii e Hypomontagnella barbarensis, que apresentaram resultados promissores de inibição contra S. aureus, S. cerevisiae e C. albicans. Os fungos também foram induzidos a biotransformar limoneno, apenas 3 deles (Colletotrichum karstii e Neopestalotiopsis clavispora) demonstraram seu potencial enzimático no processamento desse substrato, transformando o limoneno em produtos como o limoneno-1,2-epóxido e posteriormente limoneno-1,2-diol, seguindo a mesma rota de conversão descrita em literatura, realizada pela bactéria Rhodococcus erythropolis. Assim, o estudo reforça a importância de explorar fungos endofíticos como fontes valiosas de novos compostos bioativos, com potencial para aplicações clínicas.
- ItemEmbargoAvaliação do potencial protetor da imunização intranasal com vesículas extracelulares de Leishmania (Leishmania) amazonensis em camundongos BALB/c(Universidade Federal de São Paulo, 2024-09-13) Morais, Aline Correia Costa de [UNIFESP]; Batista, Patricia Xander [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/3620553457348403; http://lattes.cnpq.br/1534927837455744Vesículas extracelulares (EVs) são partículas liberadas por células procarióticas e eucarióticas. A principal função das EVs é a comunicação célula-célula, uma vez que essas partículas carregam várias moléculas, como proteínas, lipídios, DNA e RNA. Parasitas do gênero Leishmania liberam EVs com propriedades imunomoduladoras capazes de estimular a produção de citocinas por macrófagos e monócitos e que modulam o curso da infecção experimental. Leishmania spp. é o agente etiológico da leishmaniose, doença endêmica em vários países. O tratamento para leishmaniose é longo e utiliza drogas com potencial tóxico, e vacinas para humanos ainda não estão disponíveis. Nosso grupo mostrou que EVs liberadas por Leishmania (Leishmania) amazonensis têm potencial protetor em protocolos de imunização intraperitoneal em camundongos BALB/c. No entanto, estudos adicionais são necessários para melhorar a proteção mediada por imunização com EVs de L. (L.) amazonensis. Neste estudo foram avaliados os efeitos da imunização intranasal com EVs liberadas por promastigotas de L. (L.) amazonensis com diferentes perfis de virulência (LT-P, com perfil atenuado de virulência; e IVD-P com perfil virulento) assim como os aspectos induzidos pós imunização. Camundongos BALB/c foram imunizados pela via intranasal quinzenalmente com 4 µg de EVs LT-P ou IVD-P. Após 15 dias da segunda imunização, os animais foram desafiados subcutaneamente na pata traseira com promastigotas de L. (L.) amazonensis. O efeito da imunização em camundongos BALB/c foi avaliado pelo tamanho das lesões, carga parasitária (diluição limitante) e análise histológica das lesões. As citocinas foram avaliadas por CBA (Cytometric Bead Array) no sobrenadante de cultura de esplenócitos reestimulados in vitro com EVs. Nossos resultados mostraram que o grupo imunizado com EVs provenientes de parasitas com perfil LT-P apresentou menor lesão e menor carga parasitária em relação ao grupo imunizado com EVs obtidas de parasitas com perfil IVD-P e grupo de animais não imunizados. Em relação ao perfil de citocinas, o grupo de animais imunizado com EVs provenientes de LT-P apresentou maior produção de IFN-a em relação aos grupos imunizados com EVs de IVD-P e não imunizados. A imunização prévia pela via intranasal com EVs de LT-P levou a diminuição do tamanho da lesão e carga parasitária nos animais desafiados com o parasita. Ainda, este grupo apresentou aumento da produção de citocina do perfil Th1 (IFN-a). Nossos resultados mostraram que a imunização intranasal com EVs é promissora e pode desencadear resposta protetora para infecção com L. (L.) amazonensis.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Síntese do (+)-canabidiol e avaliação de seu efeito ansiolítico(Universidade Federal de São Paulo, 2024-09-06) Rosa, Kawana [UNIFESP]; Raminelli, Cristiano [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/3153931165773039; http://lattes.cnpq.br/1426087538174046(-)-Canabidiol [(-)-(CBD)] é um fitocanabinoide terpenofenólico, presente em diferentes espécies da planta Cannabis sativa, que apresenta um amplo potencial terapêutico, porém, devido às políticas antidrogas, seu consumo e venda são proibidos em diversos países. Neste contexto, realizamos o síntese do (+)-canabidiol [(+)-CBD], o enantiômero não natural do CBD, substância envolvida em um número limitado de estudos farmacológicos. A (S)-(+)-carvona foi utilizada como material de partida para a síntese do (+)-CBD, obtido por meio de uma reaçãode Friedel-Crafts, altamente diasterosseletiva, catalisada por triflato de prata (AgOTf). O (+)-CBD foi sintetizado em 6 etapas com um rendimento global de 3,2%. Estudos farmacológicos utilizando o método de esquiva discriminativa no labirinto em cruz (PM-DAT), como modelo para avaliar efeitos do tipo ansiolítico e de memória, foram desenvolvidoscom camundongos machos jovens e idosos. Nossos dados sugerem que o (+)-CBD apresenta efeito ansiolítico em camundongos idosos na dose de 20 mg/kg, quando comparado ao tratamento com diazepam (1 mg/kg).
- ItemEmbargoAvaliação do potencial leishmanicida do extrato das folhas de Eugenia pyriformis Cambess. (Myrtaceae) e de metabólitos secundários de fungos de diferentes biomas brasileiros(Universidade Federal de São Paulo, 2024-07-05) Zauli, Rogéria Cristina [UNIFESP]; Batista, Patricia Xander [UNIFESP]; Pascoal, Aislan Cristina Rheder Fagundes; Vasconcellos, Suzan Pantaroto de; http://lattes.cnpq.br/3620553457348403No Brasil, Leishmania (Leishmania) amazonensis é uma das espécies responsáveis pela forma mais comum da doença, a leishmaniose cutânea. Atualmente, existem poucas opções terapêuticas disponíveis para o tratamento da leishmaniose cutânea. O tratamento preconizado pelo Ministério da Saúde é realizado com fármacos tóxicos, de alto custo e de longa duração. Nesse sentido, a busca por novas alternativas terapêuticas para o tratamento da leishmaniose é de grande relevância. A biodiversidade da flora e de microrganismos no Brasil é bastante grande e há a necessidade de maior exploração desse potencial para o tratamento de doenças infecciosas e parasitárias. Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar o potencial anti-Leishmania de 6 extratos de folhas da Eugenia pyriformis Cambess. e de 108 extratos de fungos endofíticos coletados nos diferentes biomas brasileiros. Extrato bruto das folhas de E. pyriformis Cambess. coletadas no verão e quatro extratos de fungos endofíticos de diferentes biomas brasileiros (CG2-4, CG2-12, LHR-446 e BRA-05) apresentaram o maior índice de seletividade para a cepa de parasita testada. Com o uso da ferramenta citometria de fluxo, os parasitas tratados com os extratos selecionados demonstraram parada na fase inicial da replicação do ciclo celular e morte por necrose e/ou apoptose. Os fungos isolados dos biomas Caatinga e Cerrado são da espécie Aspergillus fumigatus, identificados por espectrometria de massas (Maldi Tof) e os extratos do bioma Amazônia foram provenientes do fungo Diaporthe cerradensis. E. pyriformis Cambess. não apresentou efeito no potencial de membrana mitocondrial de promastigotas, não utilizando essa via no mecanismo de ação. Já os extratos fúngicos reduziram o potencial de membrana mitocondrial em até 86%. A produção de NO foi aumentada após tratamento in vitro com os extratos fúngicos CG2-4, LHR-446 e BRA-05. Na leishmaniose cutânea experimental em camundongos BALB/c, BRA-05 foi bastante efetivo, sem causar progressão da doença e com redução significativa da carga parasitária. Neste estudo, alguns compostos majoritários foram identificados nos extratos da E. pyriformis Cambess., os quais são pertencentes ao grupo dos terpenóides e flavonóides, compostos comuns encontrados nessa família de plantas. Porém, o composto loliolide, pouco descrito nessa família, foi anotado nas frações mais eficazes contra essa cepa de Leishmania (L.) amazonensis. Os compostos majoritários anotados dos extratos do Cerrado (BRA-05) e Caatinga (LHR-446) são do grupo dos alcalóides e meroterpenóides. Três compostos anotados no extrato BRA-05 são inéditos para A. fumigatus. Em conclusão, neste trabalho foi realizado um amplo screening utilizando extratos de uma planta da biodiversidade brasileira e extratos de fungos endofíticos isolados de diferentes biomas do Brasil. O extrato com melhor atividade leishmanicida in vitro foi o BRA-05 e os testes com infecção experimental também evidenciaram essa atividade anti-Leishmania.
- ItemEmbargoAvaliação do potencial antitripanossoma de neolignanas modificadas via metátese olefínica cruzada obtidas de partes aéreas de Nectandra leucantha Nees & Mart. (Lauraceae)(Universidade Federal de São Paulo, 2023-11-28) Ueno, Anderson Keity [UNIFESP]; Lago, João Henrique Ghilardi [UNIFESP]; Sartorelli, Patricia; http://lattes.cnpq.br/6836392358779448; http://lattes.cnpq.br/2325513222088331; http://lattes.cnpq.br/2082208984156654doença de Chagas, cujo agente etiológico é o parasita Trypanossoma cruzi, faz parte do rol de moléstias categorizadas como doenças tropicais negligenciadas (DTN) por ter ainda recursos terapêuticos limitados para o seu tratamento e cerca de 6 milhões de pessoas atingidas no Brasil. A fitoquímica, diante deste cenário, é uma área promissora para a busca de substâncias bioativas com atividades antiparasitárias. A espécie Nectandra leucantha (Ness & Mart) apresenta como principais marcadores neolignanas do tipo dehidrodieugenol, as quais possuem as atividades citadas. A substância dehidrodieugenol B (1) foi obtida a partir do fracionamento cromatográfico do extrato hexânico das folhas e galhos de N. leucantha e o respectivo derivado metilado metildehidrodieugenol B (2) foi preparado atavés da metilação de (1). Estes compostos foram utilizados como materiais de partida para o preparo de oito derivado esterificados (1(a-d) e 2(a-d)) os quais foram obtidos através de protocolo de metátese olefínica cruzada e purificados através de técnicas cromatográficas. As respectivas identificações foram feitas através de métodos espectroscópicos (Infravermelho e Ressonância Magnética Nuclear) e espectrométricos (Espectrometria de Massas). Os derivados obtidos foram avaliados para atividade antitripanosoma frente as formas tripomastigota e amastigota de Trypanossoma cruzi em ensaios in vitro. Os compostos 1a, 1b, 1c, 1d e 2c apresentaram valores de CE50 frente a tripomastigota respectivamente de: 13,5 μM, 1,51 μM, 0,68 μM, 3,89 μM e 2,70 μM. Estes valores foram inferiores ao padrão benznidazol (BZD 18,7 μM). Os compostos que apresentaram valores inferiores ao controle BZD (5,5 μM) frente a amastigota foram: 1b (2,68 μM), 1c(3,49 μM) e 1d (2,09 μM). A citotoxicidade dos compostos foi avaliada em ensaios in vitro empregando células NCTC. Os compostos 2a, 2b e 2d apresentaram valores de CC50 superiores a 200 μM enquanto que 1b, 1c, 1d e 2c apresentaram valores inferiores a 100 μM. O composto 2a representa o melhor canditado entre os protótipos preparados por ter potência elevada, não citotoxicidade e seletividade (IS >32,8). Além disto, 2a apresentou valor de logP de 4,43, boa absorção pelo trato gastrointestinal e hidrossolubilidade em predições in silico apresentando condições mínimas para formulação oral.