PPG - Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia do Mar
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Os impactos socioambientais do lixo no mar para os pescadores artesanais de Paraty-RJ(Universidade Federal de São Paulo, 2024-09-17) Scagnolatto, Giovanna [UNIFESP]; Gonçalves, Leandra Regina [UNIFESP]; Oliveira-Monteiro, Nancy Ramacciotti de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4064588869236649; http://lattes.cnpq.br/8461942312318325; http://lattes.cnpq.br/0641319462335515; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Resíduos sólidos estão presentes em todo o oceano e geram impactos socioambientais e econômicos vinculados a esse tipo de poluição. A pesca artesanal enfrenta diversos conflitos ambientais, dentre eles, a captura acidental de resíduos sólidos que impactam a atividade e, por consequência, a subsistência dos pescadores. O objetivo desta pesquisa é avaliar os impactos do lixo no mar para a pesca artesanal de Paraty-RJ. Para tanto, uma análise diagnóstica e um levantamento das percepções dos pescadores artesanais foram realizadas com o propósito de compreender a interrelação entre a pesca e o lixo no mar. A pesquisa incluiu uma abordagem interdisciplinar e empregou a metodologia diagnóstica DAPSI(W)R(M) a qual relaciona os Drivers (Forçantes), Atividades, Pressões, Estado, Impactos no bem-estar, Resposta e Medidas, além de entrevistas semiestruturadas com os pescadores artesanais da cidade de Paraty, no intuito de captar a visão daqueles que trabalham diretamente no mar, a respeito da interação lixo no mar e pesca artesanal. O estudo integra o projeto Nós da Ação: engajando pescadores artesanais no combate ao lixo no mar, sob responsabilidade da orientadora.
- ItemEmbargoMULHERES NAS CIÊNCIAS DO MAR: estudo de caso sobre o campo e sobre os programas de pós-graduação no Brasil(Universidade Federal de São Paulo, 2024-09-27) Lippi, Adriana [UNIFESP]; Gonçalves, Leandra Regina [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8461942312318325; http://lattes.cnpq.br/2643757442215280; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Em 2020, mulheres eram 33% das docentes de Programas de Pós-Graduação (PPGs) de Oceanografia, uma das áreas que compõem as Ciências do Mar (CM). A Década do Oceano da ONU se propõe também em fomentar uma ciência mais diversa, partindo da premissa que uma maior diversidade na ciência melhora a produção de conhecimento. Essa pesquisa busca compreender as barreiras e incentivos para a diversidade de gênero nas CM e o cenário de gênero nas CM no Brasil, a partir do recorte de PPGs, inovando em trazer métodos mistos para analisar o tema. A partir da revisão de literatura (protocolo PRISMA) foi identificado que a produção sobre mulheres nas CM têm crescido a partir de 2019 e é mais focada no Norte Global. As principais barreiras apontadas pela revisão são do tipo “Práticas e Processos”, “Sociais” e “Institucionais”. Dentre os incentivos descritos, os mais numerosos são “Institucionais” e “Sociais”. Analisando os PPGs de CM, as mulheres representam 28,6% dos docentes e 51% dos discentes. O Quociente de Inclusão de Gênero apresentou uma tendência de queda nos PPGs analisados. A partir de entrevistas com 11 docentes mulheres dos PPGs de CM coletamos diferentes experiências. As docentes com as maiores idades apresentam menor incômodo com as barreiras enfrentadas pelas mulheres e as com as menores idades mais incomodadas. A maioria das entrevistadas sofreu ou notou microagressões em espaços de gestão. Apenas 1 docente relatou não ter sofrido assédio nem microagressões ao longo de sua vida acadêmica. Das que sofreram assédios graves em ambiente acadêmico, nenhuma fez denúncia. O trabalho de cuidado se mostrou um dos principais fatores para a diminuição ou suspensão de trabalhos de campos ou embarcados de longa duração. A maioria das entrevistadas não foi contemplada por ações afirmativas ao longo de sua carreira e a minoria tinha proximidade com o conceito. As entrevistadas sugerem que as principais ações para a retenção das mulheres nas CM são “Institucionais” (suporte ao trabalho de cuidado, incentivo a mulheres em posições de liderança, políticas de acolhimento e cotas de contratação para mulheres), “Individuais” (premiar e aumentar a visibilidade de pesquisadoras, dar mais oportunidades para mulheres ocuparem cargos de liderança) e “Sociais” (diminuir a sobrecarga de mulheres na sociedade e conscientizar as mulheres sobre as barreiras). Esta pesquisa aponta para a necessidade de elaboração e implementação de políticas de diversidade de gênero nas instituições de CM que contribuam para a retenção de mulheres na carreira. As políticas devem focar em suporte ao trabalho de cuidado, combate a assédios e conscientização sobre diversidade de gênero. Questionar e expandir os conhecimentos existentes sobre o oceano, reexaminar as práticas científicas vigentes e construir melhores políticas pode contribuir para não apenas avançar no conhecimento técnico e científico, mas também promover uma ciência mais justa e equitativa, refletindo assim um verdadeiro deslocamento no paradigma das CM.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Podcast Canoa como Ferramenta Pedagógica sobre Cultura Oceânica(Universidade Federal de São Paulo, 2024-06-24) Rasmussem, Luis Forte [UNIFESP]; Torrente-Vilara, Gislene [UNIFESP]; Darido da Cunha, Maíra; http://lattes.cnpq.br/1472529642945802; http://lattes.cnpq.br/7189914468988860; http://lattes.cnpq.br/2661014194144364; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Desde a promulgação da Constituição de 1988, o Brasil estabeleceu como política de Estado a criação de um currículo comum mínimo, avançando gradualmente com a criação de instrumentos como o Conselho Nacional de Educação, os Parâmetros Curriculares Nacionais, e leis como a 13.005/2014, que instituiu o Plano Nacional de Educação, culminando na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A BNCC define diretrizes para o desenvolvimento de competências e habilidades em cinco áreas do conhecimento, permitindo que as escolas adaptem o currículo às realidades locais. Diante do contexto atual, marcado pela Década do Oceano e pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o ODS 4 - educação de qualidade e o ODS 14 - vida na água, a presente pesquisa buscou investigar as contribuições do uso de podcasts como ferramenta na formação continuada de professores do Ensino Fundamental, interseccionando essa metodologia com a cultura oceânica. A pesquisa explora como essa integração de conteúdos pode apoiar o desenvolvimento das competências da área de Ciências da Natureza da BNCC, destacando a importância de formar professores, que, ao se apropriarem desses conhecimentos, tornam-se multiplicadores fundamentais para seus alunos na educação básica. A escolha do podcast como ferramenta tecnológica se dá por sua acessibilidade, inclusive em áreas remotas, e por seu potencial pedagógico no processo de ensino-aprendizagem. O podcast contribui para a fixação de conteúdo, o aperfeiçoamento de habilidades e a contextualização do aprendizado com as experiências diárias dos alunos, ampliando o impacto educativo e facilitando a inclusão de temas relevantes, como a cultura oceânica, no dia a dia escolar.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Estudo de segmentação e movimentação de nuvens utilizando imageadores do céu em Natal-RN, costa do nordeste do Brasil(Universidade Federal de São Paulo, 2024-05-17) Pires, Wendy Mary da Silveira [UNIFESP]; Martins, Fernando Ramos [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9012359647335296; https://lattes.cnpq.br/4862701131287048; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)O Sol é a principal fonte de energia para os processos físicos, químicos e biológicos que acontecem em nosso planeta. Com o desenvolvimento tecnológico e o aumento da demanda por energia, as fontes renováveis de energia, incluindo a energia solar, são uma alternativa viável sob o ponto de vista técnico, econômico e ambiental. No entanto, devido às flutuações diárias da radiação solar incidente na superfície, é difícil modelar e simular a produção de energia solar, principalmente em uma região equato-rial considerando o conjunto de fenômenos meteorológicos que atuam e podem con-tribuir para os processos radiativos na atmosfera. A nebulosidade é o principal fator modulador da disponibilidade do recurso solar na superfície dada a sua variabilidade temporal e espacial, de modo que a previsão da cobertura futura de nuvens é uma informação fundamental para simulação e operação dos sistemas fotovoltaicos. Este estudo buscou analisar o movimento de nuvens em imagens coletadas em Natal-RN, cidade costeira localizada na região equatorial do Nordeste do Brasil (NEB). As ima-gens do céu foram coletadas por imageador all-sky com lente olho de peixe (fisheye) em operação na estação solarimétrica integrante da rede SONDA (INPE). O método de calibração das imagens foi desenvolvido com base na percurso solar com o intuito de localizar a posição das nuvens em relação à posição de operação do imageador. Dois algoritmos de classificação de pixels com relação a presença de nebulosidade foram desenvolvidos, um com base na razão vermelho-azul (RBR) em cada pixel e o outro algoritmo utiliza uma biblioteca de céu claro para minimizar o impacto da pre-sença do Sol não ocluso por nuvens nas imagens coletadas. O método de Farnebäck foi implementado para simular o fluxo óptico das nuvens e estimar a posição futura do campo de nuvens para três horizontes de previsão. Os resultados tornam evidentes o desafio da modelagem de movimento de nuvens na costa equatorial NEB em razão das características climáticas regionais: ventos constantes e processos de formação/-dissipação de nuvens em escalas de tempo muito reduzidas. As métricas adotadas para avaliação das previsões realizadas foram RMSE, Viés e MAE. A previsão por persistência foi adotada como referência para comparação com a modelagem de fluxo ótico. Os resultados mostram que para horizontes de 1 minuto, a modelagem de Far-nebäck apresentou desvios do RMSE abaixo de 50%. Em contrapartida os resultados para 10 minutos foram inferiores ao observado em 5 minutos, com um RMSE má-ximo de 55%. Diante disso, a previsão para intervalos de 5 minutos foram as que apresentaram maiores problemas, tendo em vista, as mudanças rápidas das nebulosi-dades sobre as lentes da câmera. Em contrapartida, nos intervalos de 1 e 10 minutos Farnebäck apresentou resultados satisfatórios. As previsões de Farnebäck mostram pequena vantagem em relação ao método de persistência uma vez que os desvios de RMSE foram similares em ambos os métodos, mas valores de viés são reduzidos em condições meteorológicas específicas.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Mudanças no ciclo anual de precipitação e temperatura no território brasileiro: regionalização e análise de variação entre períodos climatológicos(Universidade Federal de São Paulo, 2024-05-21) Domingues, Daniel Araújo [UNIFESP]; Martins, Fernando Ramos [UNIFESP]; Christofoletti, Ronaldo Adriano [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4170381439518486; http://lattes.cnpq.br/9012359647335296; http://lattes.cnpq.br/1986685325535291; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)O Brasil é um país de dimensões continentais que se expande pelo centro e pela costa leste da América do Sul, abrangendo relevos e biomas distintos; por consequência, uma diversidade de regimes climáticos atua em seu território. Este estudo investigou uma regionalização do território brasileiro baseada na similaridade de comportamento climatológico de precipitação acumulada e temperatura média mensal. Foram usadas normais climatológicas de observações obtidas de estações do INMET, formando grupos e subgrupos de acordo com o regime de chuva e temperatura dos períodos climatológicos mais recentes de 1961 a 1990 e de 1991 a 2020. Num segundo momento, foi realizada uma análise de variação de ambas as variáveis na granularidade de estação e de região com base no agrupamento aqui criado. Por fim, a mesma análise foi efetuada para um recorte de estações litorâneas ao longo da costa brasileira, acrescidas as variáveis de temperatura mínima, temperatura máxima e a amplitude térmica mensal em cada período climatológico. O resultado foi a regionalização do País em 4 grandes áreas para precipitação acumulada e para temperatura média baseada na sazonalidade, sendo cada área com 2 sub-regiões de acordo com a intensidade. Com relação à precipitação, detectou-se aumento no volume no Rio Grande do Sul e diminuição no Nordeste e no Sudeste do País, bem como no leste da região Centro-Oeste. Na média, a costa nordestina teve uma queda de 21% em abril e um aumento de 12% em junho, com localidades registrando pico de -57% e +72%, respectivamente. Duas estações na região Nordeste apontaram redução de chuva com significância estatística. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste (e áreas vizinhas na região Norte, Nordeste e Sul), houve localidade que atingiu +16% em março e outra -18% em outubro; apesar de época de estiagem (pouca chuva), estações do estado do Tocantins registraram variação proporcional no meio do ano chegando a +300% no mês de maio. No Rio Grande do Sul, com maior oscilação média dentro da intensidade esperada ao longo do ano, observou-se +41% em abril, seguido de queda até 21% em agosto e depois um forte pico com média de +50% em outubro; o estado apresentou ainda duas localidades com variação de precipitação com significância estatística. Na costa, o estudo sugeriu queda na precipitação no segundo semestre nas regiões Norte e Nordeste, opondo-se a um aumento de precipitação no primeiro semestre nas regiões Sudeste e Sul. Quando se trata de temperatura, mais de 90% das estações registraram acréscimo de pelo menos 0,5 °C e houve aumento médio de 0,8 °C no Brasil, com destaque aos meses de dezembro a abril com variação entre 0,8 °C e 0,9 °C na média. A área com maior diferença na mediana anual foi o Centro-Norte, entre o Nordeste e o Norte do País. Essa região apresentou uma variação em forma de senoide entre 0,86 °C e 1,39° C na média. Como em camadas, cada região/grupo que se distancia do Centro-Norte, o aumento de temperatura média torna-se mais suave. A costa leste (última camada) brasileira e a região Sul apresentaram um piso de aumento médio de 0,24 °C em julho e pico de 0,9 °C em abril. As mudanças constatadas favorecem a ocorrência de cenários extremos: mais períodos de seca em áreas com pouca chuva, mais chuva em meses e regiões com maior precipitação; mais frio em regiões frias no inverno e mais calor em regiões quentes no verão.