PPG - Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia do Mar

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    Acesso aberto (Open Access)
    Estudo de segmentação e movimentação de nuvens utilizando imageadores do céu em Natal-RN, costa do nordeste do Brasil
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-05-17) Pires, Wendy Mary da Silveira [UNIFESP]; Martins, Fernando Ramos [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9012359647335296; https://lattes.cnpq.br/4862701131287048; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
    O Sol é a principal fonte de energia para os processos físicos, químicos e biológicos que acontecem em nosso planeta. Com o desenvolvimento tecnológico e o aumento da demanda por energia, as fontes renováveis de energia, incluindo a energia solar, são uma alternativa viável sob o ponto de vista técnico, econômico e ambiental. No entanto, devido às flutuações diárias da radiação solar incidente na superfície, é difícil modelar e simular a produção de energia solar, principalmente em uma região equato-rial considerando o conjunto de fenômenos meteorológicos que atuam e podem con-tribuir para os processos radiativos na atmosfera. A nebulosidade é o principal fator modulador da disponibilidade do recurso solar na superfície dada a sua variabilidade temporal e espacial, de modo que a previsão da cobertura futura de nuvens é uma informação fundamental para simulação e operação dos sistemas fotovoltaicos. Este estudo buscou analisar o movimento de nuvens em imagens coletadas em Natal-RN, cidade costeira localizada na região equatorial do Nordeste do Brasil (NEB). As ima-gens do céu foram coletadas por imageador all-sky com lente olho de peixe (fisheye) em operação na estação solarimétrica integrante da rede SONDA (INPE). O método de calibração das imagens foi desenvolvido com base na percurso solar com o intuito de localizar a posição das nuvens em relação à posição de operação do imageador. Dois algoritmos de classificação de pixels com relação a presença de nebulosidade foram desenvolvidos, um com base na razão vermelho-azul (RBR) em cada pixel e o outro algoritmo utiliza uma biblioteca de céu claro para minimizar o impacto da pre-sença do Sol não ocluso por nuvens nas imagens coletadas. O método de Farnebäck foi implementado para simular o fluxo óptico das nuvens e estimar a posição futura do campo de nuvens para três horizontes de previsão. Os resultados tornam evidentes o desafio da modelagem de movimento de nuvens na costa equatorial NEB em razão das características climáticas regionais: ventos constantes e processos de formação/-dissipação de nuvens em escalas de tempo muito reduzidas. As métricas adotadas para avaliação das previsões realizadas foram RMSE, Viés e MAE. A previsão por persistência foi adotada como referência para comparação com a modelagem de fluxo ótico. Os resultados mostram que para horizontes de 1 minuto, a modelagem de Far-nebäck apresentou desvios do RMSE abaixo de 50%. Em contrapartida os resultados para 10 minutos foram inferiores ao observado em 5 minutos, com um RMSE má-ximo de 55%. Diante disso, a previsão para intervalos de 5 minutos foram as que apresentaram maiores problemas, tendo em vista, as mudanças rápidas das nebulosi-dades sobre as lentes da câmera. Em contrapartida, nos intervalos de 1 e 10 minutos Farnebäck apresentou resultados satisfatórios. As previsões de Farnebäck mostram pequena vantagem em relação ao método de persistência uma vez que os desvios de RMSE foram similares em ambos os métodos, mas valores de viés são reduzidos em condições meteorológicas específicas.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Mudanças no ciclo anual de precipitação e temperatura no território brasileiro: regionalização e análise de variação entre períodos climatológicos
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-05-21) Domingues, Daniel Araújo [UNIFESP]; Martins, Fernando Ramos [UNIFESP]; Christofoletti, Ronald Adriano [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4170381439518486; http://lattes.cnpq.br/9012359647335296; http://lattes.cnpq.br/1986685325535291; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
    O Brasil é um país de dimensões continentais que se expande pelo centro e pela costa leste da América do Sul, abrangendo relevos e biomas distintos; por consequência, uma diversidade de regimes climáticos atua em seu território. Este estudo investigou uma regionalização do território brasileiro baseada na similaridade de comportamento climatológico de precipitação acumulada e temperatura média mensal. Foram usadas normais climatológicas de observações obtidas de estações do INMET, formando grupos e subgrupos de acordo com o regime de chuva e temperatura dos períodos climatológicos mais recentes de 1961 a 1990 e de 1991 a 2020. Num segundo momento, foi realizada uma análise de variação de ambas as variáveis na granularidade de estação e de região com base no agrupamento aqui criado. Por fim, a mesma análise foi efetuada para um recorte de estações litorâneas ao longo da costa brasileira, acrescidas as variáveis de temperatura mínima, temperatura máxima e a amplitude térmica mensal em cada período climatológico. O resultado foi a regionalização do País em 4 grandes áreas para precipitação acumulada e para temperatura média baseada na sazonalidade, sendo cada área com 2 sub-regiões de acordo com a intensidade. Com relação à precipitação, detectou-se aumento no volume no Rio Grande do Sul e diminuição no Nordeste e no Sudeste do País, bem como no leste da região Centro-Oeste. Na média, a costa nordestina teve uma queda de 21% em abril e um aumento de 12% em junho, com localidades registrando pico de -57% e +72%, respectivamente. Duas estações na região Nordeste apontaram redução de chuva com significância estatística. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste (e áreas vizinhas na região Norte, Nordeste e Sul), houve localidade que atingiu +16% em março e outra -18% em outubro; apesar de época de estiagem (pouca chuva), estações do estado do Tocantins registraram variação proporcional no meio do ano chegando a +300% no mês de maio. No Rio Grande do Sul, com maior oscilação média dentro da intensidade esperada ao longo do ano, observou-se +41% em abril, seguido de queda até 21% em agosto e depois um forte pico com média de +50% em outubro; o estado apresentou ainda duas localidades com variação de precipitação com significância estatística. Na costa, o estudo sugeriu queda na precipitação no segundo semestre nas regiões Norte e Nordeste, opondo-se a um aumento de precipitação no primeiro semestre nas regiões Sudeste e Sul. Quando se trata de temperatura, mais de 90% das estações registraram acréscimo de pelo menos 0,5 °C e houve aumento médio de 0,8 °C no Brasil, com destaque aos meses de dezembro a abril com variação entre 0,8 °C e 0,9 °C na média. A área com maior diferença na mediana anual foi o Centro-Norte, entre o Nordeste e o Norte do País. Essa região apresentou uma variação em forma de senoide entre 0,86 °C e 1,39° C na média. Como em camadas, cada região/grupo que se distancia do Centro-Norte, o aumento de temperatura média torna-se mais suave. A costa leste (última camada) brasileira e a região Sul apresentaram um piso de aumento médio de 0,24 °C em julho e pico de 0,9 °C em abril. As mudanças constatadas favorecem a ocorrência de cenários extremos: mais períodos de seca em áreas com pouca chuva, mais chuva em meses e regiões com maior precipitação; mais frio em regiões frias no inverno e mais calor em regiões quentes no verão.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Análise dos agentes geológicos condicionadores da morfologia do Cânion Belmonte/BA
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-04-24) Silveira, Catarina Ruiz Mello [UNIFESP]; Oliveira, Emiliano Castro de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/2433172806859859; https://lattes.cnpq.br/1828425332751232; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
    Cânions submarinos são importantes feições no contexto morfológico e oceanográfico por atuarem como principais condutos de sedimentos para o oceano profundo, sua capacidade de atuar como um canal ativo para transportar sedimentos terrestres pode ser controlada por diversas condições diferentes simultaneamente, dentre elas estão as deformações estruturais do fundo mar que afetam a localização e orientação destes desfiladeiros, além disso a posição da cabeceira do cânion traz informações referentes a sua origem. Os estudos dos cânions são complexos em decorrência de suas características dinâmicas no decorrer de sua evolução. Assim, esta dissertação tem por objetivo analisar os principais agentes geomorfológicos responsáveis pelos processos de origem e evolução do cânion submarino Belmonte/BA. O cânion está localizado na porção sul da bacia sedimentar de Jequitinhonha, defronte a foz do Rio Jequitinhonha na região do talude e elevação continental. Este trabalho apresenta três principais análises: a interpretação de perfis sísmicos, oriundos da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que contemplam a área de estudo; os modelos digitais de relevo da Shuttle Radar Topography Mission (SRTM) que compreende a planície costeira da região; e o modelo de batimetria da porção oceânica da bacia, disponibilizados pela Marinha do Brasil. Os perfis sísmicos foram observados e interpretados no software SeismiGraphix, e os modelos digitais de batimetria e relevo foram visualizados, e analisados através da ferramenta QGIS. Os resultados obtidos a partir dos dados integrados e apresentados neste trabalho indicam que a existência do Banco Vulcânico Royal Charlotte (BVRC) na porção sul e a presença de tectônica de sal foram os principais responsáveis pela morfologia do cânion Belmonte e podemos inferir a partir de estudos prévios encontrados na literatura junto aos resultados obtidos da planície costeira, que sua origem e preenchimento tiveram influência de um antigo sistema fluvial intenso. O cânion submarino Belmonte apresenta uma alta resiliência ao longo do seu processo evolutivo e com isso são necessários estudos mais aprofundados com dados de maior nível de detalhamento para a compreensão de sua origem.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Entre redes e resíduos: o lixo no mar e seus impactos socioambientais para a pesca artesanal
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-03-26) Guerrato, Nicole Russo [UNIFESP]; Torres, Leandra Regina Gonçalves [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8461942312318325; http://lattes.cnpq.br/6206332607545054
    O lixo no mar é um problema transfronteiriço, global e de grande visibilidade nos tempos atuais. Para além do debate sobre o impacto do lixo no mar e na biodiversidade, a quantidade de lixo nas redes de pesca se transforma em um problema socioambiental e prejudica o modo de vida dos pescadores artesanais. Os resíduos danificam as redes e as hélices, comprometem a qualidade dos pescados e intensificam o esforço necessário para a pesca. Neste contexto, o presente estudo visa compreender o estado da arte do impacto socioambiental do lixo no mar, com foco na pesca artesanal. A revisão sistemática da literatura revela uma lacuna significativa de pesquisas que analisam o impacto sob uma ótica socioambiental, ressaltando a importância de preencher essa lacuna para embasar políticas públicas mais eficazes em prol de um ambiente marinho limpo e saudável. Entrevistas com os pescadores artesanais de Bertioga e monitoramento de resíduos sólidos durante a área de desembarque pesqueiro revelaram que os pescadores reconhecem o lixo no mar como uma ameaça, destacando a responsabilidade do poder público e da autorresponsabilidade para mitigar o problema. A retirada de 569,34 kg de lixo das redes de arrasto, com predominância de plásticos, ressalta a urgência no combate à poluição plástica marinha, enfatizando o papel ativo dos pescadores. Dentre os resíduos plásticos mais encontrados, destacou-se o plástico de uso único. A identificação de resíduos de marcas conhecidas aponta para a responsabilidade das indústrias na gestão sustentável, enfatizando a necessidade de uma governança abrangente. Para os pescadores, o lixo no mar não representa apenas uma preocupação ambiental, mas também prejuízos financeiros, destacando a importância de abordagens integradas para preservar os ecossistemas marinhos e sustentar as comunidades costeiras. A solução passa pela integração de diversos atores, governança multinível e abordagens transdisciplinares na formulação de políticas públicas.
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    Acesso aberto (Open Access)
    As dimensões sociais da oceanografia: a percepção de docentes quanto à inserção da oceanografia socioambiental no Brasil
    (Universidade Federal de São Paulo, 2023-09-06) Lega, Giovana Mendes Silva [UNIFESP]; Taddei, Renzo Romano [UNIFESP]; Scachetti, Rodolfo Eduardo [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1607421823893275; http://lattes.cnpq.br/3956613911250399; http://lattes.cnpq.br/7406173794208590; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
    A oceanografia tradicional e suas subáreas são relevantes tanto para a elaboração de uma ciência do maior ecossistema do planeta quanto para o desenvolvimento de novas tecnologias que possibilitem o desenvolvimento sustentável nas áreas costeiras e marinhas. Porém, os 17 ODS da ONU e os objetivos da Década do Oceano demonstram que algumas questões ligadas aos oceanos demandam uma visão mais abrangente. A oceanografia socioambiental se apresenta como uma maneira complementar de analisar o universo marinho. A pesquisa aqui apresentada realizou mapeamento e diagnóstico do desenvolvimento da oceanografia socioambiental no país, no momento em que esta é discutida nos cursos de oceanografia, analisando as transformações curriculares nos cursos de graduação das universidades brasileiras e as maneiras como docentes em oceanografia das treze instituições de ensino percebem tais mudanças. O marco teórico central da análise é a teoria dos campos de Pierre Bourdieu. A pesquisa evidenciou a inexistência de compreensão comum a respeito das transformações propostas pelos autores ligados ao movimento da oceanografia socioambiental, mesmo entre os participantes que veem tais mudanças como positivas. Adicionalmente, os dados demonstram a existência de ações previstas pela teoria dos campos, como o trabalho da manutenção das fronteiras da oceanografia tradicional. Em conclusão, as análises produzidas através de teoria dos campos sugerem que a constituição da oceanografia socioambiental como quinto pilar da oceanografia pode ser uma estratégia para a viabilização da transformação paradigmática visada pelos proponentes do movimento, as invés de ser necessariamente contraditória a ela.