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- ItemEstudo sobre o potencial antitumoral de derivados esterificados do ácido cumárico(Universidade Federal de São Paulo, 2022) Martins, Joana Irisvânia Carmo [UNIFESP]; Keller, Alexandre de Castro [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9264244341601758; http://lattes.cnpq.br/0155112129332609O câncer ainda representa um dos maiores desafios da medicina moderna, sendo que as terapias disponíveis envolvem diversos efeitos colaterais e nem sempre são acessíveis à população em geral. Nesse sentido, o estudo de compostos de origem vegetal para o tratamento do câncer vai de encontro com a busca por terapias eficientes e de baixo custo financeiro. Como muitas vezes os efeitos biológicos são alcançados apenas em altas concentrações, a modificação química desses compostos naturais surge como uma alternativa para potencializar seu emprego terapêutico. Nesse sentido, o objetivo do nosso trabalho foi determinar o potencial antitumoral de dois ésteres cumaratos, obtidos da esterificação do ácido cumárico (p-CA), um ácido fenólico encontrado em plantas e cogumelos. Para tanto, células de melanoma murino (B16-F10) ou humano (SK-MEL-25) foram tratadas com etil p-cumarato (composto 1) e n-butil p-cumarato (composto 2). A análise de viabilidade celular por dosagem de lactato desidrogenase e coloração de células viáveis com cristal violeta demonstrou que os compostos apresentam ação citotóxica em concentrações acima de 100 μM, enquanto o p-CA apresenta esse efeito descrito apenas em concentrações acima de 1000 μM. Além disso, análises da proliferação e do ciclo celular por citometria de fluxo indicam que ambos os compostos apresentam atividade citostática sobre ambas as linhagens celulares. Mais ainda, em ensaios ex vivo, os compostos derivados do p-CA não apresentaram impacto negativo sobre a viabilidade de células do baço de animais C57/Bl6, sendo um dos compostos capaz de aumentar a expressão de CD69, uma molécula indicativa de ativação precoce, em linfócitos T e B e células NK. Portanto, nossos dados mostram que os compostos derivados quimicamente do p-CA apresentam atividade citotóxica e citostática sobre duas linhagens diferentes de melanoma, sem impactar negativamente a viabilidade de células imunológicas. Uma vez que além da atividade antitumoral, um desses compostos pode contribuir para ativação do sistema imunológico, pode-se dizer que essas moléculas podem colaborar para melhorar o prognóstico de pacientes com o câncer, inclusive complementando outras terapias.
- ItemAnálise da resposta imune ZIKA-específica após imunização utilizando vacinas de DNA e proteínas recombinantes do envelope do vírus(Universidade Federal de São Paulo, 2022) Rezende, Thaís [UNIFESP]; Rosa, Daniela Santoro [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1472798853821902; http://lattes.cnpq.br/7884800233521548O vírus Zika (ZIKV) é um arbovírus pertencente à família Flaviviridae cujo genoma codifica uma poliproteína que é clivada em três proteínas estruturais: capsídeo (C), precursor de membrana (prM) e envelope (E). A proteína E é responsável pela ligação e fusão com a membrana da célula hospedeira pode ser dividida em três domínios estruturais e funcionais: domínio central (EDI), domínio II (EDII) e domínio III (EDIII). A proteína E é alvo de anticorpos neutralizantes e por esse motivo, vem sendo avaliada como potente candidato vacinal. Até o momento não há vacina disponível, e a infecção causada pelo ZIKV, bem como as possíveis complicações clínicas associadas salientam a necessidade de uma vacina eficaz. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo produzir vacinas de DNA que codificam a proteína do envelope (E) do ZIKV e seus domínios (EDI/II e EDIII) separadamente, assim como as respectivas proteínas recombinantes, a fim de avaliar sua imunogenicidade em ensaios pré-clínicos. Inicialmente, comparamos diferentes formulações de adjuvantes quanto à capacidade de induzir anticorpos específicos e neutralizantes após imunização com as proteínas recombinantes. Observamos que as imunizações com as proteínas recombinantes, principalmente EZIKV e EDIIIZIKV, assistidas pelo adjuvante AddaVax induziram resposta humoral de elevada magnitude e com maior capacidade de neutralização. Em seguida, realizamos experimentos com estratégias de imunização conhecida como indução e reforço homóloga e heteróloga. A análise comparativa mostrou que a estratégia homóloga para as proteínas recombinantes assistida pelo AddaVax induziu títulos de anticorpos mais altos e maior porcentagem de neutralização. Entretanto, a análise da resposta celular mostrou que a estratégia de indução e reforço homóloga com as vacinas de DNA induziu o maior número de células produtoras de IFN-. Em resumo, a estratégia homóloga de proteína demonstrou ser a mais eficaz. Assim, com os resultados deste trabalho esperamos contribuir com o desenvolvimento para um possível candidato vacinal contra o ZIKV.
- ItemEscore poligênico de risco e sua relação com múltiplos transtornos mentais na população brasileira(Universidade Federal de São Paulo, 2022) Ito, Lucas Toshio [UNIFESP]; Santoro, Marcos Leite [UNIFESP]; Kuniyoshi, Vanessa Kiyomi Ota [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9370282416280620; http://lattes.cnpq.br/8899941647240638; http://lattes.cnpq.br/3421551947156249Os transtornos mentais (TM) apresentam alto grau de correlação e sobreposição genética entre si, explicando parcialmente a alta frequência de múltiplos diagnósticos psiquiátricos em um mesmo indivíduo ao longo da vida. Os estudos de associação genômica em larga escala (GWAS) permitiram a identificação de variantes relacionadas com diversos TMs e a partir deles foi possível desenvolver um escore poligênico de risco (PRS), que é um modelo capaz de predizer o risco genético de um indivíduo em uma amostra independente. Dessa forma, temos por objetivo verificar a relação entre PRS de cinco TMs e indivíduos com múltiplos TMs ou com histórico familiar (HF) de TMs. Nossa hipótese é que a presença de HF ou múltiplos TMs no mesmo indivíduo está relacionado a um maior risco genético, medido pelo PRS. Neste projeto, utilizamos os dados de genotipagem de 1814 indivíduos da coorte brasileira de alto risco para transtornos mentais (Brazilian High Risk Cohort Study - BHRCS). Dividimos essa amostra em três grupos: 1) ausência de HF e TM; 2) presença de apenas um TM e ausência de HF; 3) presença de mais de um TM ou presença de TM com HF. Como amostra base para gerar os PRSs utilizamos os resultados dos GWASs de esquizofrenia (SCZ), transtorno depressivo maior (TDM), transtorno afetivo bipolar (TAB), transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e transtorno de ansiedade (ANX). O PRS foi calculado utilizando a ferramenta PRSice v2. Diferente de outras coortes na literatura que focaram em doenças específicas, este estudo longitudinal pode ajudar a entender as interações de fatores genéticos durante o desenvolvimento do indivíduo e como esses fatores atuam no desenvolvimento de múltiplos diagnósticos psiquiátricos. O estudo permitiu observar as relações entre o PRS e o desenvolvimento de diversos TMs em uma amostra brasileira. O PRS de TDAH e TDM demonstraram uma boa separação entre os grupos controle e caso. Os resultados de TDAH, embora não estatisticamente significantes, corroboram com nossa hipótese mostrando uma tendência de maior PRS para o grupo com a presença de mais de um TM ou TM com HF. Porém para o TDM foi observado um padrão inverso do esperado.
- ItemPadrões de sono de acordo com etnia e características sócio-demográficas na população de São Paulo(Universidade Federal de São Paulo, 2022) Kondo, Júlia [UNIFESP]; Poyares, Dalva Lucia Rollemberg [UNIFESP]; Tempaku, Priscila Farias [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1848763194021358; http://lattes.cnpq.br/4176832922554657; http://lattes.cnpq.br/7157918081009255O sono é um comportamento expresso de forma diferente para cada indivíduo, no entanto, algumas populações expressam padrões de sono em comum, o que pode ser observado em diversas etnias. Estudos anteriores já provaram a existência de disparidades do sono em populações de etnias distintas, especialmente na comparação entre caucasianos e afro-americanos. Entretanto, a maioria destes estudos considera a etnia autorrelatada e avalia o sono de forma subjetiva. Este fato faz com que importantes influenciadores do sono, como características sócio-demográficas, sejam pouco considerados. Além disso, fatores culturais também podem afetar a forma de como cada indivíduo lida com distúrbios do sono, o que interfere significativamente na avaliação de questionários. Assim, o objetivo deste estudo foi elucidar as disparidades do sono em diferentes etnias a partir de uma análise da ancestralidade genética e de ferramentas objetivas de avaliação do sono, buscando também compreender os efeitos moduladores do sono de características sócio-demográficas, além de possibilitar o estudo de risco a morbidade relacionada ao sono para cada etnia. A população em estudo faz parte do projeto de pesquisa EPISONO, que engloba a população da cidade de São Paulo, a qual é conhecida por sua diversidade étnico-racial. Os voluntários responderam a questionários, incluindo sobre etnia autorrelatada, realizaram exame de polissonografia e foram submetidos a coleta de sangue para extração de DNA. Após a genotipagem e a definição das amostras com DNA de alta qualidade disponível para análises genéticas, foi realizada a seleção de 31 Marcadores Informativos de Ancestralidade (AIMs), que apresentaram alto nível de diferença de frequência alélica entre as três populações fundadoras de brasileiros (europeus, africanos ocidentais e nativo-americanos) e estimada sua contribuição genética para cada participante. A partir disso, foi realizada uma análise de clusters via método da análise de classes latentes, definindo 3 clusters que melhor classificaram a amostra de acordo com o grupo étnico: africano (n=255), caucasiano (n=668) e nativo-americano (n=83). A comparação entre os clusters e a etnia autorrelatada apresentou uma clara discrepância entre as duas análises: no cluster do grupo étnico africano, 159 indivíduos (62,60%) se declararam negros ou mulatos; já no grupo caucasiano, 496 (76,10%) se identificaram como caucasiano; por fim, no grupo nativo-americano, apenas 8 (10,30%) responderam o questionário como nativo-americano. Aplicando o modelo ajustado para as variáveis de confusão (idade, classe social e sexo) na etnia genética classificada por clusters, pode-se observar uma diferença estatisticamente significante entre as etnias e variáveis do sono. Os africanos apresentaram maior latência de sono (p<0,001) em relação aos outros dois grupos. Além disso, os caucasianos apresentaram maior tempo total de sono (p=0,014) e melhor eficiência do sono (p=0,021) em relação aos africanos. Em relação ao índice de despertares respiratórios (p=0,024) e PLMI (p=0,001), observa-se maiores índices dos caucasianos em comparação aos africanos em ambas variáveis. Podemos concluir que a ancestralidade genética possui um efeito modulador do sono e afeta diretamente no padrão e na qualidade do sono, especialmente quando comparadas as etnias africana e caucasiana, e deve-se considerar como um fator importante na prática clínica.
- ItemAnálise da expressão e do número de cópias de LINE-1 em neurônios obtidos in vitro de indivíduos dentro do transtorno do espectro autista(Universidade Federal de São Paulo, 2022) Sousa, Kathleen da Silva [UNIFESP]; Mello, Cláudia Berlim de [UNIFESP]; Teixeira, Taiza Stumpp [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1024329256080770; http://lattes.cnpq.br/1758368777559433; http://lattes.cnpq.br/5128529345894889O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento e faz parte de um conjunto de doenças complexas cujas causas e mecanismos de herança ainda não foram plenamente desvendados. Apesar estudos de gêmeos sugerirem um forte componente genético, apenas 10% dos casos de TEA derivam dessas desordens genéticas. Estas evidências indicam a participação crítica de fatores de risco ambientais na etiologia do transtorno e a importância de pesquisar fatores biológicos como os mecanismos genéticos e epigenéticos, além dos fatores ambientais. Estudos recentes demonstram que alterações epigenéticas em genes de elementos transponíveis desempenham um papel importante em seu desenvolvimento. Entre os elementos transponíveis, o retrotransposon LINE-1 tem demonstrado desempenhar um importante papel na fisiopatologia do TEA. Assim, o atual projeto objetiva investigar o perfil de expressão e variação do número de cópias das sequências LINE-1 em pacientes com TEA. Inicialmente, foram geradas células-tronco pluripotente induzidas (iPSC) a partir de linfócitos, tanto para o grupo controle, quanto para o grupo dos indivíduos afetados. Após a diferenciação celular em neurônios, essas células passaram por uma extração de DNA e RNA total através da utilização do kit AllPrep DNA/RNA (Qiagen) segundo instruções do fabricante. A seguir, as amostras de RNA total passaram por uma reação da transcriptase reversa seguida pela reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-qPCR) utilizando primers previamente desenhados para a análise da expressão do LINE-1 através. Os dados obtidos foram analisados pelo teste estatístico Wilcoxon e demonstraram que o LINE-1 possui uma maior expressão gênica relativa no grupo TEA quando comparado ao grupo controle (p<0.05). Esse resultado é corroborado por dados presentes na literatura que demonstram uma maior expressão desse retrotransposon nas células somáticas de indivíduos autistas. Todavia, é importante ressaltar que embora a maior parte dos estudos sobre LINE-1 em transtornos psiquiátricos utilizem da técnica de qPCR estabelecida por Coufal et al. (2009) para a análise do número de cópias e expressão do gene, ainda não há certeza que esse protocolo avalie apenas sequencias ativas. Deste modo, é lícito afirmar que resultados como esses evidenciam a relevância de continuar investigando o comportamento desses genes na fisiopatologia do TEA.
- ItemAvaliação da inflamação e estresse oxidativo em ovários de ratas adultas expostas à nicotina durante a fase intrauterina e amamentação(Universidade Federal de São Paulo, 2022-02-07) Freitas, Izabela Maria Mota de [UNIFESP]; Paccola, Camila Cicconi [UNIFESP]; Gil, Cristiane Damas [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6047408996026135; http://lattes.cnpq.br/8116023354222658; http://lattes.cnpq.br/4996146898661742A nicotina, um dos principais componentes tóxicos do cigarro, é considerada uma substância teratogênica capaz de perturbar o desenvolvimento embrionário, além de reduzir a fertilidade de homens e mulheres. Nos ovários, pode induzir alterações morfológicas e prejudicar a formação dos folículos, sendo uma possível causa de alterações no ciclo reprodutivo e antecipação de menopausa em mulheres cujas mães fumaram durante a gravidez. Isso porque a nicotina é capaz de aumentar a geração de radicais livres, atuando como um potente pró-oxidante em amostras biológicas. Ela também pode aumentar a expressão de citocinas inflamatórias na prole exposta através da mãe e causar alterações no sistema imunológico em recém-nascidos. Considerando que muitas mulheres fumam durante a gravidez e a amamentação, e tendo em vista o impacto dos danos do tabagismo à saúde da mulher e da prole, este trabalho tem como objetivo analisar os efeitos da nicotina sobre ovários de ratas adultas, as quais foram expostas durante as fases intrauterina e amamentação, por meio da exposição materna. Para tal, ovários de proles adultas foram analisados em relação ao estresse oxidativo e à inflamação. Os resultados mostraram que a exposição à nicotina aumentou o estresse oxidativo no ovário (pelo MDA), porém não ocasionou danos ao DNA das células ovarianas (8-OHdG), além de causar alterações nos níveis da proteína anti-inflamatória AnxA1 e de seu receptor Fpr1, aumentar os níveis de IL-1β e reduzir a população de mastócitos nos ovários. Estes resultados mostram que a exposição materna à nicotina é capaz de induzir o estresse oxidativo e levar a alterações inflamatórias em ovário de prole adulta exposta durante as fases intrauterina e amamentação.
- ItemAssociação entre bem-estar, qualidade de sono, aspectos nutricionais e pratica de atividade física em motoristas de caminhão.(Universidade Federal de São Paulo, 2022-02-07) Junqueira, Luiza Perencin [UNIFESP]; D'Almeida, Vânia [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/7220411418339421Durante a Primeira Revolução Industrial ocorreram mudanças no formato das indústrias e da economia e, para suprir à demanda, muitas empresas passaram a funcionar 24 horas por dia durante 7 dias da semana, tornando necessário que alguns trabalhadores realizem suas jornadas de trabalho fora do horário regular (entre 7 horas e 18 horas), trabalhando em turnos fixos (durante à noite) ou até mesmo em turnos alternados, trabalhando em horários aleatórios durante a semana, alguns dias durante o dia e outros dias durante à noite. Entre uma das principais profissões realizadas no regime de turnos está a profissão de motorista de caminhão, visto que 70% do transporte da produção é feito através das rodovias. O bom funcionamento da economia nacional depende do trabalho constante desses caminhoneiros, tornando-se necessário o trabalho em turnos fixos e alternados para atender à demanda do mercado e os prazos de entrega das mercadorias. Tal regime de trabalho está relacionado à dessincronização do ciclo vigília-sono, o que pode ocasionar alterações no bem-estar físico, mental e social do trabalhador. O presente estudo analisou a associação entre o bem-estar, a qualidade de sono, aspectos nutricionais e a prática de atividade física em 61 motoristas de caminhão de duas empresas de transporte do sul de Minas Gerais que realizam entregas em todo o Brasil e que trabalham em 3 diferentes turnos: turno em horário regular (GTR) turno fixo fora dos horários regulares (GTF) e turnos alternados (GTA). Ao todo foram convidados 245 motoristas a participar da pesquisa e a participação foi voluntária. Para isso, foi disponibilizado através do Google forms questionário sobre perfil sociodemográfico e econômico, questionário de Índice de qualidade de sono de Pittsburgh (PSQI-BR), questionário de Índice de Bem-Estar (WHO-5), questionário internacional de atividade física (IPAQ) e questionário sobre hábitos alimentares baseado no Marcador de Consumo alimentar do SISVAN. Foi observado que a maioria dos participantes apresentava sobrepeso (IMC = 28,54 ±4,72). Em relação ao nível de escolaridade, a maioria da amostra possui apenas ensino médio completo, sendo o GTF o que possuía o maior número de participantes com menor escolaridade e o GTR com mais participantes com maior escolaridade. Apesar dos dados do estudo não mostrarem associação entre o turno de trabalho e a qualidade do sono, a prática de atividade física, o índice de bem-estar, IMC ou os hábitos alimentares, foi encontrada associação entre a qualidade do sono e o índice de bem-estar, o IMC e a prática de atividade física. De acordo os dados, os participantes que possuem qualidade de sono boa, de acordo com a classificação do PSQI, possuem maiores níveis de atividade física e maiores índices de bem-estar. Além disso, foi encontrado que os participantes que possuem menores índices de bem-estar estão associados a maiores valores de IMC.
- ItemAtivação das STAT-1, STAT-3 e STAT-6 na modulação da coinfecção com duas cepas de Trypanosoma cruzi em macrófagos humanos polarizados M1 e M2(Universidade Federal de São Paulo, 2022-02-08) Oliveira, Melissa Martins de [UNIFESP]; Mortara, Renato Arruda [UNIFESP]; Toqueiro, Cristina Mary Orikaza [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6797056889448052; http://lattes.cnpq.br/3754467086294573; http://lattes.cnpq.br/5209210816683210A interação do parasito Trypanosoma cruzi (T. cruzi), agente etiológico da doença de Chagas, com o sistema imunológico do indivíduo infectado é um fator determinante no curso da doença. A resposta imune é, em geral, apta para a defesa frente ao parasito, que, por sua vez, dispõe de mecanismos de evasão que visam sua sobrevivência e permanência no ambiente intracelular. O objetivo deste trabalho foi avaliar a coinfecção com duas cepas de Trypanosoma cruzi (G e CL) em comparação com as monoinfecções de cada uma, em macrófagos derivados da linhagem tumoral THP-1 e ativados pelas vias clássica e alternativa. Para isso, obtivemos macrófagos a partir da linhagem THP-1 e realizamos as polarizações para os perfis M1 e M2. Esses macrófagos foram infectados com formas tripomastigotas de cultura (TCTs) ou amastigotas extracelulares (AEs) de T. cruzi em mono- ou coinfecção. Nós avaliamos a porcentagem de células infectadas através de citometria de fluxo, produção de óxido nítrico por quimiluminescência, produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) por microscopia de fluorescência, secreção de citocinas por beads magnéticas e ativação dos fatores de transcrição STAT-1, STAT-3 e STAT-6 por citometria de fluxo. Nossos dados demonstraram que ambas as cepas foram capazes de infectar macrófagos não estimulados (M0), os estimulados com IFN-γ + LPS demonstraram resistência à infecção independente da cepa e com IL-4 ou IL-6 houve maior suscetibilidade à infecção com a cepa CL, independente da forma do parasito. A quantidade de citocinas secretadas variou conforme os modelos de infecção, sendo que as infecções com AEs diminuíram os níveis de IL-1β, IFN-γ, TGF-β e TNF-α, e com TCTs algumas diminuíram (TNF-α, IL-6 e IL-10) e outras aumentaram (TGF-β e IL-4). Houve maior produção de ROS em macrófagos estimulados com IFN-γ + LPS, principalmente associadas à presença da cepa G na monoinfecção tanto com AEs como TCTs e na coinfecção apenas com AEs. O padrão de ativação das STATs avaliadas diferiu entre as condições, mas em geral aumentou na coinfecção, apresentando também desfosforilação, especialmente na população de células não infectadas de cada grupo. Essas observações demonstram que embora haja responsividade dos macrófagos frente à infecção, ambas as cepas, isoladas ou não, são capazes de modular o microambiente dos macrófagos, visando sua permanência intracelular.
- ItemAvaliação da propriedade tumoricida de imunoglobulinas e células TCD8+ específicas para melanoma em camundongos imunizados com vacina de células híbridas na presença ou ausência da suspensão adjuvante de Propionibacterium acnes(Universidade Federal de São Paulo, 2022-02-08) Nogueira, Gabriel de Brito [UNIFESP]; Maugéri, Ieda Maria Longo [UNIFESP]; Teixeira, Daniela [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6546065619954334; http://lattes.cnpq.br/0657150642176327; http://lattes.cnpq.br/0740183489322595O câncer do tipo melanoma representa um grave problema de saúde pública, devido a sua alta taxa de mortalidade. Diversas são as alternativas estudadas envolvendo terapias eficazes e menos agressivas aos pacientes. Dentre estes estudos, a imunoterapia com vacinas de células híbridas surge como um panorama otimista de tratamento ao melanoma, por meio da combinação entre células apresentadoras de antígenos do paciente e as células tumorais em si. Embora tal terapia apresente resultados, a resposta imune induzida por este tipo de tratamento não é perene, necessitando de outros estímulos que amplifiquem esta resposta, como o uso de adjuvantes. Resultados obtidos previamente por nosso grupo de pesquisa demonstraram que a associação entre a suspensão adjuvante de Propionibacterium acnes morta pelo calor à vacina híbrida de células dendríticas e células tumorais B16F10, foi capaz de promover aumento nos títulos de anticorpos específicos aos antígenos da B16F10, tal como a redução da relação IgG1/IgG2c de subclasses de imunoglobulinas, caracterizando direcionamento de resposta para o perfil Th1, que se demonstra mais adequado para o tratamento antitumoral, além de elevar a citotoxicidade de esplenócitos totais contra células tumorais. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a propriedade efetora dos anticorpos específicos aos antígenos da célula tumoral B16F10 por meio de sua capacidade de induzir a citotoxicidade dependente de anticorpos, e avaliação da citotoxicidade desempenhada especificamente por células TCD8+. O projeto contou com distintos grupos de imunização, incluindo desde os controles como, PBS, e somente, o adjuvante P. acnes, e os grupos que envolveram as células híbridas em associação, ou não, ao adjuvante, para determinação da eficácia da vacina híbrida em conjunto com a suspensão de Propionibacterium acnes. Evidenciou-se o acréscimo do número de esplenócitos, e dos títulos e afinidade de ligação de anticorpos específicos aos antígenos da B16F10, obtidos de camundongos imunizados com a vacina híbrida em associação a P. acnes quando comparados aos outros grupos experimentais, bem como a confirmação da polarização da resposta imune ao perfil Th1. Entretanto, não se corroborou a intensificação da propriedade efetora destes anticorpos, ao induzir citotoxicidade dependente de anticorpos em níveis similares aos demais grupos. Foi verificada também a redução da progressão da colonização pulmonar por células tumorais, e a significativa ampliação da citotoxicidade mediada por linfócitos TCD8+ obtidos desse mesmo grupo de camundongos em cenários pré e pós-desafio, frente aos demais grupos de imunização. Elucidando, assim, parte dos mecanismos envolvidos na função adjuvante da suspensão de Propionibacterium acnes para a potencialização da resposta imune às células B16F10 de melanoma murino.
- ItemEfeitos da restrição de movimentos crônica e imprevisível e alojamento individual sobre os comportamentos de autocuidado e social de ratos machos adolescentes(Universidade Federal de São Paulo, 2022-02-09) Ferretti, Gabriela Facuri [UNIFESP]; Suchecki, Deborah [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/0735654567907174; http://lattes.cnpq.br/1984341565934981Embora os centros urbanos ofereçam muitas oportunidades, a falta de espaço e o isolamento social frequente podem gerar problemas comportamentais, especialmente durante a adolescência, quando o cérebro está em processo de amadurecimento e a construção de relações sociais com os pares é fundamental para a saúde mental. Estudos sobre o neurodesenvolvimento em seres humanos são onerosos e podem ser muito longos. Portanto, o uso de modelos animais é vantajoso por permitir a investigação de mecanismos cerebrais envolvidos com as alterações comportamentais observadas. Em um estudo anterior do nosso grupo, observamos que o estresse de restrição de movimentos crônica e imprevisível (RMCI), associado ao alojamento individual, produziu aumento de comportamento social ofensivo e redução das concentrações de serotonina no hipocampo de ratos machos adultos. No presente projeto foi avaliado o impacto desse estressor crônico (que mimetiza a falta de espaço), associado ou não ao alojamento individual, nos comportamentos de auto-cuidado e social de ratos machos adolescentes. Aos 28 dias de vida, ratos machos foram submetidos diariamente à restrição de movimentos por 1 h, 2 h, 4 h ou 6 h, por 2 semanas. Durante o protocolo de estresse os animais foram alojados individualmente ou em grupos de 3, para determinar a influência do convívio social sobre os comportamentos afetivos. Ao final da 1ª e 2ª semanas de estresse os animais foram submetidos ao teste de splash de sacarose (TSS), para avaliar o comportamento de autocuidado (frequência de auto-limpeza ou grooming) por 10 min, uma vez que o aumento da latência ou redução desse comportamento é indicativo de perfil do tipo depressivo. Após cada TSS, os animais foram habituados ao campo aberto e, no dia seguinte, submetidos ao teste de interação social (TIS) com um animal desconhecido, do mesmo sexo e idade (rato-alvo) e os comportamentos sociais foram analisados. Trinta minutos após o 2º TIS os animais foram eutanasiados para coleta de sangue, retirada dos cérebros e das adrenais, para o cálculo do peso relativo desses órgãos (índice de estresse crônico). Os resultados mostraram que o alojamento individual produziu comportamento do tipo depressivo, refletido pela diminuição na frequência de grooming total. O alojamento individual também produziu aumento da interação social. O período de duas semanas de RMCI aumentou a exploração da porção central do campo aberto, indicando um efeito ansiolítico, também reduziu o ganho de peso corporal, mas não afetou o comportamento relevante para depressão. Esses resultados sugerem que em ratos machos adolescentes, duas semanas de RMCI não foram suficientes para alterar o comportamento social, porém o alojamento individual aumentou o comportamento relevante para depressão, indicando que as interações sociais são importantes para o desenvolvimento saudável do encéfalo.
- ItemInvestigação da expressão de miRNAs em células sanguíneas de indivíduos diagnosticados com transtorno do espectro autista (TEA) e de pais de indivíduos com TEA(Universidade Federal de São Paulo, 2022-07-29) Silva, Larissa Naisa Acerbi da [UNIFESP]; Teixeira, Taiza Stumpp [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1024329256080770; http://lattes.cnpq.br/6007223619782234Os miRNAs compõem um dos mecanismos de regulação epigenética da expressão gênica, e a desregulação de sua expressão já foi observada em pacientes com transtornos psiquiátricos, inclusive em indivíduos com transtorno do espectro autista (TEA). O TEA é caracterizado por dificuldades na comunicação e na interação social e por padrões de comportamento restritos e repetitivos. Esse transtorno apresenta diversos níveis de severidade e a gravidade dos sintomas pode variar muito. O TEA é uma condição com elevada herdabilidade, e apresenta fatores genéticos, ambientais e epigenéticos envolvidos. Dessa forma, o objetivo deste projeto era investigar a expressão de miRNAs em células sanguíneas de indivíduos com transtorno do espectro autista (TEA) e em células dos pais desses indivíduos utilizando RT-qPCR, porém, devido às condições impostas pela pandemia o recrutamento de voluntários e as coletas ainda estão em andamento. Assim, foi realizada uma análise bioinformática, com identificação dos genes alvos dos miRNAs candidatos expressos em células mononucleares de sangue periférico (PBMCs) e análise de vias nas quais estes estão envolvidos. Foi realizada também análise da expressão de genes em células progenitoras neurais (NPC) e neurônios derivados de células-tronco de pluripotência induzida (iPSCs) de um banco de dados público. A análise bioinformática de genes alvos preditos dos miRNAs estudados expressos em PBMCs indicou a relação desses com neurodesenvolvimento, e com vias e processos já propostos como tendo relação com o TEA, como sinalização de citocinas no sistema imune, ativação da sinalização Akt e regulação da transcrição por MECP2, sugerindo que estes miRNAs podem ter papel no transtorno.
- ItemInfluência do glicocálix e da corona proteica na internalização celular de nanopartículas de sílica(Universidade Federal de São Paulo, 2022-07-29) Assis, Isabela Ferreira de [UNIFESP]; Sousa, Alioscka Augusto [UNIFESP]; Justo, Giselle Zenker [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9147445236159161; http://lattes.cnpq.br/1447746283394507; http://lattes.cnpq.br/2222756978325181A nanomedicina apresenta como um dos seus principais objetivos o desenvolvimento de nanopartículas (NPs) para aplicações biomédicas diversas. Nas últimas décadas, muitos estudos foram realizados com a finalidade de caracterizar e entender as biointerações de NPs com as células, por exemplo, buscando compreender melhor os fatores que influenciam na internalização celular das partículas para sua utilização como carreadores de fármacos, dentre outras funções. Compreender os fatores que regulam a endocitose de NPs constitui, portanto, um dos objetivos principais da nanomedicina. No entanto, apesar de décadas de estudo na área, prever (ou mesmo explicar) resultados específicos permanece um desafio. Isso não é surpreendente, considerando os vários fatores que podem influenciar as interações NP–célula e os processos endocíticos decorrentes. Um desses fatores diz respeito à formação de uma corona proteica nas NPs, definida como uma camada de proteínas fortemente adsorvidas, que medeia as interações entre as partículas e as células. Um segundo fator crucial que influencia as interações NP–célula e a endocitose das NPs diz respeito aos glicosaminoglicanos (GAGs) carregados negativamente que integram o glicocálix celular, uma malha de açúcares que reveste a membrana plasmática. É razoável supor que o glicocálix possa agir tanto no sentido de dificultar quanto de facilitar a endocitose dependendo das características das NPs. Apesar de sua importância, até agora apenas alguns estudos examinaram o impacto do glicocálix na internalização celular de NPs. Dessa maneira, o presente trabalho buscou compreender o papel dos GAGs na endocitose de NPs de sílica de 70 nm de diâmetro recobertas por coronas de albumina bovina, soro fetal bovino, e albumina catiônica, permitindo averiguar o efeito da composição da corona nas interações com o glicocálix e na endocitose. A endocitose das NPs foi estudada em células CHO-K1 (selvagem), pgsA-745 (mutante deficiente da síntese de GAGs), e CHO-K1 na presença de GAGs exógenos adicionados ao meio. Os resultados demonstraram a importância da carga das NPs nas suas interações com os GAGs, uma vez que as NPs catiônicas foram endocitadas de maneira muito mais eficiente em relação às demais. Além disso, os resultados sugeriram que os GAGs das células CHO não atuam como barreira física frente às NPs, mas sim como intermediadores, facilitando a endocitose das mesmas.
- ItemContribuição do retorno venoso para o aumento da ventilação pulmonar durante o início do exercício físico(Universidade Federal de São Paulo, 2023) Campos, Larissa de Freitas [UNIFESP]; Silva, Bruno Moreira [UNIFESP]; Schoorlemmer, Gerhardus Hermanus Maria [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6838527225680642; http://lattes.cnpq.br/6680100353729718; http://lattes.cnpq.br/3658423632270672Diversas doenças cardiorrenais evoluem com hiperativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona, o que gera múltiplas consequências, incluindo aumento do volume de plasma no sangue. O aumento da volemia pode provocar grande deslocamento de sangue dos membros inferiores para o coração no início do exercício, pelo efeito da bomba muscular. Nesta situação, é possível que o retorno venoso contribua para gerar resposta ventilatória excessiva ao exercício em pacientes com doenças cardiorrenais e, consequentemente, pode estar envolvido na geração da sensação de dispneia. O racional por trás desta hipótese é baseado em experimentos sob condições controladas em modelos animais descerebrados ou anestesiados. Muitos estudos foram feitos em humanos na tentativa de fazer a translação dos achados em modelos animais, no entanto, o papel do aumento do retorno venoso para a regulação da resposta ventilatória ao início do exercício físico em humanos ainda permanece incerto. Portanto, tal lacuna foi alvo de investigação deste trabalho. Nossa hipótese foi que atenuação do retorno venoso reduziria a resposta ventilatória ao início do exercício físico. Para testá-la, 20 adultos jovens e saudáveis realizaram exercício físico em bicicleta ergométrica, contra baixa resistência, com e sem manipulação do retorno venoso por meio de insuflação de manguitos posicionados nas coxas. Mensuramos a ventilação pulmonar por sensores acoplados a uma máscara oronasal, além de múltiplas variáveis cardiovasculares para caracterizar a manipulação do retorno venoso e variáveis perceptuais, como, por exemplo, o relato verbal acerca do nível de vontade para inspirar e de percepção de esforço. A manipulação experimental do nosso protocolo para atenuar o retorno venoso funcionou, visto que o volume sistólico foi menor na condição em que os manguitos foram insuflados. Porém, a resposta ventilatória ao início do exercício foi semelhante entre as condições. Percebemos que a insuflação dos manguitos nas coxas dos participantes provocou aumento na percepção de esforço para realizar o exercício, provavelmente pelos manguitos atrapalharem a execução da pedalada. Sabendo que a percepção de esforço é indicadora do comando motor central e que este gera aumento da ventilação, nós normalizamos a resposta ventilatória ao exercício pelo valor de percepção de esforço reportado pelos voluntários. Após normalizarmos os dados, a análise indicou que a atenuação do retorno venoso gerou menor resposta ventilatória. Portanto, os resultados permitiram sugerir que a resposta ventilatória ao início do exercício depende do aumento do retorno venoso, quando é levada em conta a resposta ventilatória ajustada pelo nível de percepção de esforço observado durante o exercício.
- ItemAvaliação da terapia associada de peptídeos derivados do inibidor de proteases EcTI com paclitaxel e doxorrubicina em linhagem de câncer de mama triplo-negativo(Universidade Federal de São Paulo, 2023-01-12) Rocha, Vitoria Morais da [UNIFESP]; Oliva, Maria Luiza Vilela [UNIFESP]; Bonturi, Camila Ramalho [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/3244614441668694; http://lattes.cnpq.br/5832778223847349; http://lattes.cnpq.br/2298232979548253O câncer de mama triplo negativo é um subtipo que não apresenta receptores para estrogênio, progesterona, e nem expressa HER-2, dificultando a terapia alvo e a terapia hormonal. Os dois quimioterápicos mais utilizados no tratamento deste subtipo são o paclitaxel (PTX) e a doxorrubicina (DOX), entretanto, é conhecida a significante ocorrência de efeitos colaterais e quimiorresistência, reforçando a necessidade de tratamentos alternativos e/ou adjuvantes. No câncer há um aumento da expressão de proteases, que contribuem com o sucesso da progressão tumoral. Assim sendo, inibidores de protease têm se tornado uma alternativa terapêutica, e o EcTI (Inibidor de Tripsina de Enterolobium contortisiliquum), apresentou efeito antitumoral em estudos preliminares, inclusive no câncer de mama triplo-negativo. Peptídeos são fortes candidatos à terapia, combinados à terapia com dois ou mais fármacos. Por esta razão, avaliamos o efeito de peptídeos sintéticos (PEP 2, PEP 3 e PEP 7) derivados da sequência do EcTI, bem como sua associação ao PTX e a DOX, como possível alternativa de redução de efeitos colaterais e tratamento para o câncer de mama triplo-negativo. A avaliação do efeito antitumoral foi realizada por meio de ensaios celulares de viabilidade, migração, morte celular, ciclo celular e proliferação, além da análise da degradação dos peptídeos e western blot. Os resultados avaliados por ANOVA de uma via mostraram que o PEP 2 e PEP 7 reduziram a viabilidade nos tempos investigados, com destaque para o PEP 7. Os peptídeos não afetaram as células da glândula mamária, indicando sua seletividade para as células tumorais. Além disso, os peptídeos inibiram a migração celular via bloqueio de metalo-proteases, induziram a morte celular por apoptose e inibiram a proliferação celular. Não foi observada a potencialização do efeito com a terapia associada, no entanto, os peptídeos isoladamente foram capazes de induzir efeito antitumoral eficazmente. Os resultados obtidos são relevantes, contribuem com a busca por novos compostos para o tratamento do subtipo triplo-negativo e impulsionam para a continuidade dos estudos para a identificação dos mecanismos responsáveis pelos efeitos dos peptídeos.
- ItemComo a isoflavona altera o padrão de consumo de etanol e comportamentos do tipo ansioso?(Universidade Federal de São Paulo, 2023-01-18) Emous, Thaynnam Arcebispo [UNIFESP]; Abrahão, Karina Possa [UNIFESP]; Borges, Andrea Aurélio [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/2847497386085924; http://lattes.cnpq.br/1245502652994136; http://lattes.cnpq.br/9010658915209812O uso abusivo de etanol é um problema de saúde pública e uma das maiores causas de mortes no mundo todo. O padrão de consumo é um importante indicador da probabilidade de desenvolvimento de dependência e outros problemas de saúde. Diversos fatores influenciam o padrão de consumo do etanol, inclusive a dieta e os ingredientes que a compõem. Um componente variável nas dietas comerciais de roedores é a isoflavona. Dietas ricas com essa substância parecem estar associadas ao aumento do consumo de etanol por camundongos, além de estarem associadas a alterações de comportamentos do tipo ansioso. Observamos que a presença de alimentos aumenta o consumo de água em camundongos Swiss, mas não altera o consumo de etanol. Na ração utilizada não foi detectada a puerarina, um subtipo de isoflavona. Para estudar seus efeitos, foram realizados experimentos de suplementação crônica da puerarina para camundongos Swiss, seguido da avaliação do consumo de etanol e dos comportamentos de ansiedade e avaliação de risco. Animais que foram suplementados com puerarina não tiveram alterações dos padrões de consumo de etanol, mas foi observado uma diminuição na expressão de comportamentos de avaliação de risco. Os resultados desse trabalho indicam que a presença de alimento sem puerarina modula o consumo de água, mas não o de etanol, e que a puerarina possui efeitos sobre a avaliação de risco de ambientes que causam ansiedade, mas não afeta o consumo de álcool nesses animais que possuem baixa preferência pela droga.
- ItemInvestigação da presença de mutações de resistência à terapia antirretroviral em amostras de HIV obtidas de pacientes virgens de tratamento e recém diagnosticados de diferentes estados do Brasil(Universidade Federal de São Paulo, 2023-07-11) Neri, Mariana Pereira [UNIFESP]; Janini, Luiz Mário Ramos [UNIFESP]; Caldeira, Débora Bellini [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/2447547578590645; http://lattes.cnpq.br/5713863164263481; http://lattes.cnpq.br/7279483814767609O primeiro indício mundial de detecção do vírus causador da imunodeficiência adquirida, feito em 1981 em Los Angeles, no estado da Califórnia, instalou no mundo um alerta quanto à emergência de um novo vírus circulante até então não muito conhecido, capaz de provocar disfunção imunológica crônica e progressiva no organismo daqueles que são infectados. Desde o primeiro caso reportado até os dias atuais, o HIV-1 mostrou-se responsável por inúmeras mortes no Brasil e no mundo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, o vírus da imunodeficiência humana está relacionado a números superiores aos de 35 milhões de mortes mundiais até o momento, no entanto, apesar da gravidade relacionada à doença, alguns aspectos como o acesso à prevenção, diagnóstico e tratamento, tornaram a infecção pelo vírus uma condição crônica e gerenciável. Atualmente, o tratamento padrão para a doença baseia- se em uma combinação de medicamentos, conhecida como terapia antirretroviral (TARV), que possui como alvo as proteínas virais: protease, transcriptase reversa e integrase, as quais participam de processos de maturação, replicação, assim como integração do genoma viral ao genoma humano. Apesar da terapia medicamentosa se mostrar um tanto quanto eficiente, o surgimento de vírus mutados e resistentes apresenta-se como uma das grandes dificuldades quanto ao tratamento dos pacientes infectados. Dentro desse contexto, o presente estudo teve como objetivo a análise de amostras de sangue de pacientes virgens de tratamento, onde possíveis mutações virais pudessem ser verificadas, sendo necessária a realização de técnicas de extração de DNA, seguida de amplificação a partir de PCR Nested, purificação dos produtos obtidos, além de sequenciamento e análise de dados. Os resultados nos permitiram detectar mutações de resistência em pacientes virgens de tratamento em todas as regiões brasileiras, além de aspectos quanto à prevalência na circulação do subtipo B no Brasil, exceto na região Sul do país, onde verificou-se predominância do subtipo C, havendo também análise de caráter social, culminando na determinação do perfil sociodemográfico do indivíduo portador do HIV-1, onde constatou-se maior recorrência da infecção em homens não brancos com idade média de 36 anos.
- ItemIdentificação de copy number variations (CNVs) em uma coorte brasileira de alto risco para transtornos mentais(Universidade Federal de São Paulo, 2023-12-11) Antonieto, Júlia Arendt [UNIFESP]; Santoro, Marcos Leite [UNIFESP]; Souza, Malú Zamariolli de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4425738050291354; http://lattes.cnpq.br/8899941647240638; http://lattes.cnpq.br/3331921457489010Os transtornos mentais têm sido negligenciados no sistema de saúde pública, especialmente em países de baixa ou média renda, apesar de ser uma das causas de anos de vida perdidos devido à incapacidade. Eles possuem alta correlação genética e são altamente herdáveis. Variantes genéticas raras com alto tamanho de efeito, como variações no número de cópias (CNVs), têm um impacto conhecido no desenvolvimento destes transtornos. Neste estudo, objetivamos caracterizar as CNVs presentes em uma amostra brasileira e seu impacto em fenótipos psiquiátricos e dados de desempenho cognitivo e escolar. Buscamos também identificar em nossa amostra, CNVs previamente associadas a transtornos mentais. 2.190 adolescentes e jovens adultos e 3.174 pais (897 trios) da coorte brasileira de alto risco para transtornos mentais (BHRCS) foram genotipados com Global-Screening-Array e as CNVs foram identificadas usando o software PennCNV. Para caracterização da amostra, a frequência e a herança de CNVs foram investigadas. Em trios, pode-se concluir que 61,92% das CNVs identificadas são herdadas. Com significância estatística, foi observado que quanto maior a soma do tamanho das CNVs por indivíduo (CNV burden), pior a habilidade de escrita na BHRCS. CNVs previamente associadas a transtornos mentais foram selecionadas e identificadas na amostra. A deleção em 15q11.2, por exemplo, foi significativa para mães com esquizofrenia (p = 0,028 OR = 10,020). Outras regiões foram encontradas com maior frequência no grupo com diagnóstico psiquiátrico do que nos controles, mas sem significância estatística. Em conjunto, os nossos resultados podem ajudar a compreender a etiologia e transição para os transtornos ao longo do tempo. Este é um dos maiores estudos de CNV em uma amostra brasileira e levou a uma melhor compreensão da genética e do risco de transtornos mentais na coorte.
- ItemConsequências do estresse de isolamento social a partir da adolescência sobre o efeito estimulante locomotor do etanol: envolvimento dos glicocorticoides e do sistema endocanabinoide(Universidade Federal de São Paulo, 2023-12-11) Barbeiro, Mariana Garcia [UNIFESP]; Cruz, Fábio Cardoso [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4804337113083801; http://lattes.cnpq.br/4168592861555696A exposição crônica ao estresse é considerada um fator importante de risco para o desenvolvimento de transtornos neuropsiquiátricos, como o transtorno por uso de substâncias, incluindo o etanol. O isolamento social durante a adolescência é um modelo animal utilizado para o estudo das consequências do estresse social nessa fase de intenso desenvolvimento neuronal. A ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA), que resulta na liberação de glicocorticoides na corrente sanguínea, representa uma das principais respostas fisiológicas ao estresse. No entanto, a exposição crônica a estressores pode levar à desregulação da atividade do eixo HPA, o que parece estar associado ao aumento da vulnerabilidade para transtornos psiquiátricos, como por exemplo, a dependência de etanol. Ainda, a exposição repetida ao estresse parece alterar os mecanismos de modulação negativa do eixo HPA, exercida por receptores glicocorticoides (GR), mineralocorticoides (MR) e canabinoides do tipo 1 (CB1R). Diante disso, o presente projeto teve como objetivo avaliar, em camundongos Swiss machos, as consequências do isolamento social a partir da adolescência sobre a atividade locomotora, a ativação neuronal hipotalâmica, a concentração de corticosterona plasmática e a expressão dos receptores GR, MR e CB1R no hipotálamo, em resposta ao tratamento agudo com etanol, após desafio com um estressor heterotípico (nado forçado). Para isso, no experimento 1, camundongos Swiss machos foram ou não expostos a um protocolo de isolamento social a partir da adolescência, do dia pós-natal (DPN) 28 ao 61. No DPN 62, metade dos animais foi exposto a um estressor heterotípico (nado forçado) e, por fim, no DPN 63, receberam injeção intraperitoneal (i.p.) de etanol (2,2g/kg) ou salina, e a atividade locomotora foi avaliada por 15 minutos. Setenta e cinco minutos após essa avaliação, os camundongos foram perfundidos e seus encéfalos coletados para posterior análise da ativação neuronal do hipotálamo lateral (LH). No experimento 2, o protocolo experimental foi semelhante, com acréscimo de uma coleta de sangue para análise dos níveis de corticosterona plasmática, após o teste de nado forçado e, imediatamente após a avaliação da atividade locomotora, os animais foram eutanasiados e seus encéfalos coletados para posterior análise da expressão de GR, MR e CB1R no hipotálamo. Nossos resultados demonstraram que o estresse de isolamento social a partir da adolescência promoveu aumento de comportamentos do tipo depressivo, porém não alterou a atividade locomotora e a ativação neuronal hipotalâmica em resposta a administração de etanol. Ainda, a exposição dos animais ao protocolo do nado forçado promoveu aumento das concentrações plasmáticas de corticosterona, independentemente da exposição prévia ao estresse de isolamento social. Finalmente, o estresse de isolamento social aumentou a expressão de GR no hipotálamo de animais que foram submetidos ao nado forçado. Assim, nossos resultados sugerem que a exposição ao estresse durante a adolescência desencadeia modificações moleculares capazes de influenciar significativamente o comportamento em fases subsequentes do desenvolvimento.
- ItemEstudo sobre o papel dos processos infecciosos na hepatotoxicidade induzida por células iNKT(Universidade Federal de São Paulo, 2023-12-11) Labate, Juliana da Luz [UNIFESP]; Keller, Alexandre de Castro [UNIFESP]; Popi, Ana Flavia [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6073701470193039; http://lattes.cnpq.br/9264244341601758; http://lattes.cnpq.br/8308175118377209O fígado está exposto, diariamente, a potenciais estímulos lesivos derivados de microrganismo provenientes do intestino ou que alcançam a circulação pela veia porta. Assim, o sistema imunológico precisa manter um equilíbrio entre tolerância e ativação a fim de controlar o dano hepático. Nesse contexto, as células T invariantes natural killer (iNKT) exercem um papel importante na fisiopatologia do tecido hepático, podendo contribuir tanto para a homeostasia quanto para o dano. Nesse sentido, já foi demonstrado que a expressão de CD1d, molécula responsável pela apresentação de antígenos lipídicos às iNKTs, é de extrema importância para o controle e ativação dessas células. Em vista disso, nosso objetivo foi avaliar se estímulos que mimetizam infecções bacterianas (LPS) e virais (Imiquimod) induzem modificações moleculares em hepatócitos e, se estas, influenciam a relação entre as iNKT e as células hepáticas. Para isso, hepatócitos murinos da linhagem AML12 foram estimulados com LPS e Imiquimod por 16 horas. A análise da expressão de CD1d, Fas e moléculas coestimuladoras (CD80 e CD86) por citometria de fluxo demonstrou que o LPS é capaz de promover redução na expressão de CD1d e de CD86, e o aumento de Fas na superfície das células AML12, enquanto o Imiquimod aumenta a expressão de CD1d e reduz a de Fas. A quantificação da enzima lactato desidrogenase (LDH) na cocultura entre AML12 e iNKT, demonstrou a indução de citotoxicidade apenas após o estímulo com Imiquimod. Ademais, nenhuma das mudanças induzidas pelo LPS ou pelo Imiquimod em células AML12 foram capazes de alterar a apresentação de antígenos cognatos para a iNKT. Portanto, nossos dados sugerem que o aumento da expressão de CD1d e a redução de Fas, resultante do estímulo com Imiquimod, interferem de maneira expressiva na relação entre as iNKTs e os hepatócitos.
- ItemAvaliação da etiologia molecular de casos de DDS 46,XX testicular/ovotesticular SRY-negativo por Sequenciamento Genômico Completo(Universidade Federal de São Paulo, 2023-12-12) Neves, Nicolle Pelicer Castro [UNIFESP]; Silva, Magnus Regios Dias [UNIFESP]; Kizys, Marina Malta Letro [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8126556017013838; http://lattes.cnpq.br/2598816440086436; http://lattes.cnpq.br/4212072055759302A determinação do sexo em humanos depende do equilíbrio entre as vias de sinalização celular pró-testicular e pró-ovariana, as quais atuam em paralelo e de modo antagônico. No desenvolvimento gonadal típico em indivíduos 46,XY, a expressão do gene SRY atua como gatilho para ativação do fator SOX9 e, por consequência, iniciação de uma programação molecular de determinação pró-testicular. Por outro lado, em indivíduos 46,XX, o fator SOX9 é reprimido por outros fatores, como FOXL2 (via WNT4/ß-catenina), bloqueando o desenvolvimento testicular. Mais de 40 condições distintas resultam de alterações do desenvolvimento gonadal e, atualmente, são agrupadas como Diferenças do Desenvolvimento do Sexo (DDS). Entre essas, a condição de DDS 46,XX testicular/ovotesticular (DDST/OT) compreende aqueles casos em que há desenvolvimento de testículo ou ovotestis em embriões 46,XX. Apesar da translocação do SRY ser uma explicação para parte dos casos de DDST/OT 46,XX, a maioria dos casos SRY-negativos não possuem diagnóstico molecular. Neste projeto, foi investigado a etiologia molecular de três novos casos de DDS 46,XX testicular/ovotesticular SRY-negativo, advindos de três famílias distintas, por meio de Sequenciamento Genômico Completo (WGS), buscando-se por SNPs, Indels, variações de número de cópias (CNVs), ncRNAs candidatos e da inserção de elementos transponíveis em genes candidatos com ferramentas de bioinformática e posterior confirmação por Sequenciamento de Sanger. Desse modo, o objetivo do presente projeto foi identificar novas variantes em regiões codificantes e regulatórias do genoma associadas à DDST/OT SRY-negativo, contribuindo para a elucidação do diagnóstico molecular. O WGS identificou variantes nas regiões não codificantes dos genes NR5A1, SOX9, WT1 e FOXL2NB. Essas variantes foram sequenciadas pela metodologia de Sanger, porém as variantes presentes nos genes NR5A1, WT1 e FOXL2NB não foram confirmadas por este sequenciamento, enquanto a variante no gene SOX9, também estava presente na mãe 46,XX típica, sendo este um critério de descarte. A busca por CNVs não resultou em variantes associadas com o fenótipo. Concluímos esse estudo sugerindo o uso de Sequenciamento de Nova Geração (NGS) com tecnologias mais avançadas de sequenciamento de leituras longas (long-reads).