Papel da proteína Galectina-3 no dano causado sobre o epitélio pigmentar da retina pela exposição à Luz Ultravioleta A
Data
2022-06-13
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introdução: Várias moléculas inflamatórias têm sido propostas como biomarcadores
da degeneração macular relacionada à idade (DMRI), especialmente a galectina-3
(Gal-3), uma proteína altamente expressa e secretada pelas células do epitélio
pigmentar da retina (EPR) de pacientes com DMRI. Objetivos: Avaliar in vitro o papel
da Gal-3 em modelo de dano ao EPR induzido por UVA. Métodos: Foram utilizadas
em nossos estudos células ARPE-19, uma linhagem EPR humana. Para
determinação da dose de radiação ideal para nosso modelo, as células foram
submetidas à irradiação ultravioleta A (UVA) por 15,30 e 45 min resultando em doses
acumuladas de 2,5, 5 e 7,5 J/cm2
, respectivamente. Em segunda etapa, foram
incubadas com a Gal-3 em concentrações de 0,5 a 2,5 μg/mL em DMEM, e após 15
minutos foram submetidas à irradiação UVA pela dose determinada na etapa anterior.
Após 24 horas de exposição à UVA, foram realizados ensaios de MTT e LDH, análise
de imunofluorescência e ELISA. Três estudos contendo dados de transcriptoma
publicamente disponíveis, foram analisados individualmente usando a ferramenta
GEO2R para detectar os níveis de RNAm da proteína Gal-3. Resultados: A radiação
UVA por 15, 30 e 45 min induziu respectivamente 83%, 46% e 11% de viabilidade do
EPR, mostrando a dose de 5 J como mais adequada para nosso estudo. O pré-
tratamento com Gal-3 em concentrações >1.5 μg/mL aumentou a viabilidade das
células irradiadas com UVA (~75%) em comparação às células sem tratamento (64%).
Níveis aumentados de caspase 3 clivada, um marcador de morte celular, foram
detectados no EPR após irradiação com UVA, com ou sem tratamento com Gal-3, em
comparação às células controle. O efeito inibitório da Gal-3, no dano celular induzido
por UVA, foi caracterizado pela diminuição dos níveis de ROS e aumento da ativação
de p38, conforme detectado pela análise de fluorescência. Finalmente, as análises de
bioinformática mostraram redução dos níveis transcricionais do LGALS3 no EPR em
condições de estresse oxidativo, incubação com peróxido de hidrogênio (estudo
GSE122270), comparado com as células controles. Conclusão: A Gal-3 apresenta
efeito fotoprotetor no EPR, reduzindo o estresse oxidativo e aumentando a ativação
da p38.
Descrição
Citação
ANDRADE, F. E. C. Papel da proteína galectina-3 no dano causado sobre o epitélio pigmentar da retina pela exposição à luz ultravioleta A. São Paulo, 2022. 76 f. Tese (Doutorado em Ciências) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2022.