Risco de litíase em trabalhadores de ambiente com alta temperatura
Data
2003
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
O presente estudo teve como objetivo, avaliar a incidencia de litiase urinaria e os possiveis disturbios metabolicos em trabalhadores de uma empresa siderurgica, expostos a temperaturas elevadas (>45ºC) de forma continua ou intermitente. Foram avaliados 181 pacientes com litiase e 59 sem litiase, divididos em grupos conforme a area de trabalho. 0 estudo constou de duas etapas. Na primeira etapa, os trabalhadores portadores de litiase foram divididos em dois grupos: o de area quente, formado por 103 trabalhadores de area com temperatura superior a 45ºC, todos do sexo masculino, com idade media de 30,34± 6,20. 0 de area nao quente, era formado por 78 trabalhadores expostos a temperatura ambiente, todos do sexo masculino, com idade media de 33,53±6,25. Nos dois grupos foi determinada a incidencia da litiase urinaria. Na segunda etapa, 59 trabalhadores escolhidos aleatoriamente, nao portadores de litiase, expostos a temperatura elevada e a temperatura ambiente foram submetidos a um protocolo para estudo metabolico. Todos eram do sexo masculino, tinham creatinina serica normal e foram divididos em dois grupos: de area quente, com 34 trabalhadores, expostos a temperatura maior do que 45ºC e o de area nao quente, constituido de 25 trabalhadores de area com temperatura ambiente. Foram analisados o volume urinario de 24 horas, calcio, citrato, acido urico e oxalato urinarios e os valores sericos do calcio e acido urico. Na area com temperatura acima de 45ºC, trabalhavam 1289 operarios e 103 (7,99 por cento) apresentaram um ou mais eventos de litiase e na area cone temperatura ambiente trabalhavam 9037 operarios dos quais 78 (0,9 por cento) apresentaram eventos de litiase. A analise estatistica revelou uma diferenca significativa entre os dois grupos (p<0,05). O baixo volume urinario e a hipocitraturia foram os disturbios metabolicos mais frequentes, sendo que no grupo exposto a temperaturas elevadas a media do volume urinario foi de 1252,9404,7 ml/24h contra 1601,6570,6 ml/24h no grupo que trabalhava em temperatura ambiente (p<0,05). O citrato urinario baixo foi mais frequente no grupo da area quente (55,8 por cento) do que no grupo nao exposto ao calor (28,0 por cento) (p<0,05). Esses dados nos levam a concluir que a incidencia de litiase e nove vezes maior em trabalhadores de area quente, mostrando que o calor elevado e um importante fator de risco para litogenese, e, que o baixo volume urinario e a hipocitraturia sao os disturbios observados nesse grupo
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São Paulo: [s.n.], 2003. 52 p.