A Espinheira-Santa no SUS: prescrição e uso
Data
2016-04-28
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
O Brasil é detentor de uma grande biodiversidade, sendo este um dos motivos pelo qual o Ministério da Saúde elaborou uma lista contendo 71 plantas, que fazem parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde (RENISUS). Já a seleção de fitoterápicos, no contexto da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (SMS-SP), foi realizada pela Comissão Farmacoterapêutica, responsável pela elaboração da Relação Municipal de Medicamentos Essenciais - REMUME-SP. As espécies são: Espinheira-Santa (Maytenus ilicifolia), Garra do Diabo (Harpagophytum procumbens), Valeriana (Valeriana officinalis) e Isoflavona de Soja (Glycine max). A Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss é popularmente usada no combate de várias doenças, entre as quais destacam-se úlceras e gastrites. O presente trabalho teve como objetivo conhecer, através de entrevistas, a opinião dos profissionais de saúde e dos pacientes das Unidades Públicas Ambulatoriais (UPA), as razões da baixa aceitabilidade de um fitoterápico com esta planta. Das 780 UPAs da SMS-SP, 47 (6%) receberam os medicamentos fitoterápicos. Observou-se que 53,08% dos profissionais de saúde entrevistados prescreviam medicamentos fitoterápicos disponíveis no SUS e os profissionais que mais os prescreveram são os clínicos gerais, acupunturistas, homeopatas, geriatras e médicos da família. (37,2%). Este achado também indica que quase a metade, 46,92% deles não prescreviam os fitoterápicos da rede pública de saúde. Entre os principais motivos para este fato estão a falta de conhecimento e a má distribuição e divulgação, havendo relatos de que os fitoterápicos foram introduzidos sem que houvesse um programa prévio de capacitação profissional a respeito desse assunto. Os pacientes que já conheciam a Espinheira-Santa, também não tinham conhecimento dessa planta como fitoterápico. A Espinheira-Santa foi o segundo fitoterápico mais prescrito (28,5%), embora o consumo de Omeprazol tenha sido extremamente elevado, chegando em 2015 a quase 200 milhões de cápsulas. Dos 57 pacientes entrevistados, apenas 8,8% conheciam o programa de fitoterápicos no SUS e apenas 7% se tratavam com esses medicamentos.
Descrição
Citação
RAVASI, Juliana Mourao. A Espinheira-Santa no SUS: prescrição e uso. 2016. 69 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2016.