Esvaziamento gástrico de sólidos em crianças e adolescentes do sexo feminino com dispepsia funcional com e sem infecção por Helicobacter pylori
Data
2006
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Objetivos. 1. Comparar o esvaziamento gástrico (EG) de sólido em pacientes dispépticas infectadas e não infectadas por H. pylori. 2. Verificar a relação dos parâmetros de avaliação do EG de sólido com os sintomas dispépticos e a intensidade da inflamação da mucosa gástrica. Métodos. Foram incluídas 27 pacientes de sexo feminino, com idade entre 9,35 e 19,28 anos (média ± DP = 13,83a±2,81a), com dispepsia funcional conforme os critérios de Roma II, incluindo exame endoscópico sem anormalidades significativas. Foram coletadas biópsias de antro (2), corpo gástrico (2) e esôfago (1), sendo avaliadas conforme os critérios de Sydney modificados. A intensidade do infiltrado mononuclear, neutrofílico e densidade bacteriana foi graduada em O (ausente), 1 (leve), 2 (moderado) e 3 (intenso). Os sintomas foram avaliados por questionário clínico e demográfico estruturado. A intensidade da dor foi quantificada por escala visual de 10 pontos e a freqüência dos sintomas foi avaliada por escala Likert de 5 pontos. O tempo de meia-vida (t ½) e o tempo de retenção (t ret) do EG de sólido foram determinados pelo teste respiratório com ácido octanóico-13C, no qual tempo de meia-vida indica a quantidade de tempo em que metade da dose de 13C02 é excretada da curva de exceção cumulativa quando o tempo é infinito e tempo de retenção corresponde à quantidade de tempo em que ocorre o pico de excreção de 13C02 na curva de excreção por hora. Amostras de ar expirado foram coletadas por 4 horas (amostra basal e 12 pontos de coleta) após refeição com pão (2 fatias de forma), margarina (10g) e ovo (1). Ácido octanóico-13C (100 µl)foi adicionado à gema do ovo. Resultados. 12/27 (44,4 por cento) pacientes tinham infecção por H. pylori. Nodularidade antral ocorreu em 7/12 infectadas e em 0/15 não infectadas (P < 0,001). O t ½ foi menor nas pacientes infectadas (153,4 min ±20,0 min vs. 179,2 min ± 32,2 min, P = 0,019), assim como o t ret (106,3 min ± 22,6 min vs. 126,6 min ± 22,7 min, P = 0,038). Houve interação significativa entre infecção por H. pylori e sintomas na relação com o EG de sólido. Pacientes não infectadas com vômitos tinham t ½ médio maior que as demais (203,7 min vs. 162,9 min sem vômitos; 158 min infectadas sem vômitos e 147 min com vômitos). Pacientes infectados com dor noturna tinham t ret médio menor que as demais(98 min vs. 131,3 min sem dor noturna; 133,9 min não infectados com dor noturna e 112 min sem dor noturna). O coeficiente de correlação entre t ½ e densidade bacteriana em antro de pacientes infectadas foi -0,36 (P=0,25), e infiltrado neutrofílico foi 0,47 (P=0,648) e mononuclear -0,26(P=0,937). Conclusões. O EG foi mais rápido em pacientes com dispepsia funcional associada à infecção por H. pylori. A intensidade da inflamação gástrica não interfere no esvaziamento gástrico de sólido. O retardo do EG pode ter papel mais importante em pacientes sem a infecção.
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São Paulo: [s.n.], 2006. 88 p.