Efeito da suplementação com ácidos graxos ômega 3 (ω-3) nas propriedades das células estromais mesenquimais da medula óssea
Data
2018-12-20
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Mesenchymal stromal cells (MSCs) are characterized by the ability to
differentiate into mesoderm cells, multiplication to maintain their undifferentiated state
and expression of surface markers such as CD90 and CD73, but not CD45, in
addition to others. They have ability to target the injured site and present antiinflammatories,
antioxidants and immunosuppressants effects. Donor characteristics
may influence the characteristics and / or effects of MSCs. This study aimed to
perform dietary supplementation with omega3
polyunsaturated fatty acids in the
characteristics of mesenchymal stromal cells. Wistar rats were supplemented for 28
days with eicosatetraenoic acid (EPA) and docosahexaenoic acid (DHA) (2mg/kg
body weight), as MSCs were harvested, cultured and analyzed in the 4th passage
(MSCs3) and compared with animal cells not supplemented (MSCs). The capacity
of selfrenewal,
adipogenic and osteogenic differentiation, response to hypoxia and
repairing effect in a unilateral ureteral obstruction (UUO) model were analyzed.
Differences in morphology and in the differentiation capacity between MSCs
and MSCs3 was not observed. The latter has small capacity for selfrenewal,
but
both showed the same apoptotic rates under hypoxic conditions. In severe chronic
diseases induced by UUO, we observed that as MSCs3 aggravated an infiltration of
immune cells in relation to obstructed kidneys. In the transplanted kidneys with
MSCs3, there was greater expression of superoxide dismutase1,
IL10,
and less
IL6
production. There was no significant fibrosis in the obstructed kidneys, but there
were increased levels of TGFβ1
in the UUO group. It decreased in those transplanted with MSCs3, suggesting a longterm
antifibrotic
effect as observed in
MSCs. Our results suggest that supplementation of omega3
donors may interfere
with the characteristics and effects of MSCs and supplementation should be taken
into account when using these cells for therapy.
Células estromais mesenquimais (MSCs) são caracterizadas por capacidade de diferenciação em tipos celulares provenientes do mesoderma, multiplicação para manutenção de seu estado indiferenciado e expressão de marcadores de superfície como CD90 e CD73, mas não CD45, além de outros. Possuem capacidade de endereçamento ao local lesado e efeitos antiinflamatórios, antioxidantes e imunossupressores. As características do doador podem influenciar as características e/ou efeitos das MSCs. Este trabalho teve o objetivo de analisar a suplementação dietética com ácidos graxos poliinsaturados ômega3 nas propriedades das células estromais mesenquimais. Ratos wistar foram suplementados durante 28 dias com ácido eicosatetraenoico (EPA) e docosahexaeóico (DHA) (2mg/kg de peso), as MSCs foram extraídas, mantidas em cultura e analisadas na 4ª passagem (MSCs3) e comparadas com células de animais não suplementados (MSCs). Foram analisadas a capacidade de autorrenovação, diferenciação adipogênica e osteogênica, resposta a hipóxia e efeito reparador em modelo de obstrução ureteral unilateral (UUO). Não foi observada diferença na morfologia ou capacidade de diferenciação entre as MSCs e MSCs3. As últimas possuem menor capacidade de autorrenovação, mas em condições de hipóxia as culturas apresentam mesma porcentagem de apoptose. Em modelo de doença renal crônica por UUO, observamos que as MSCs3 agravaram a infiltração de células imunes nos rins obstruidos comparados aos animais que não receberam as células. Nos rins transplantados com MSCs3, houve maior expressão da superóxido desmutase1, IL10 e menor produção de IL6. Não foi observada fibrose significativa nos rins obstruídos, mas os níveis de TGFβ1, aumentados no grupo UUO, diminuíram animais transplantados com MSCs3, sugerindo possível efeito antifibrótico em longo prazo como as MSCs. Nossos resultados sugerem que a suplementação dietética dos doadores com ômega3 pode interferir nas características e no efeito das MSC e a suplementação deve ser levada em consideração no uso destas células para fins de terapia.
Células estromais mesenquimais (MSCs) são caracterizadas por capacidade de diferenciação em tipos celulares provenientes do mesoderma, multiplicação para manutenção de seu estado indiferenciado e expressão de marcadores de superfície como CD90 e CD73, mas não CD45, além de outros. Possuem capacidade de endereçamento ao local lesado e efeitos antiinflamatórios, antioxidantes e imunossupressores. As características do doador podem influenciar as características e/ou efeitos das MSCs. Este trabalho teve o objetivo de analisar a suplementação dietética com ácidos graxos poliinsaturados ômega3 nas propriedades das células estromais mesenquimais. Ratos wistar foram suplementados durante 28 dias com ácido eicosatetraenoico (EPA) e docosahexaeóico (DHA) (2mg/kg de peso), as MSCs foram extraídas, mantidas em cultura e analisadas na 4ª passagem (MSCs3) e comparadas com células de animais não suplementados (MSCs). Foram analisadas a capacidade de autorrenovação, diferenciação adipogênica e osteogênica, resposta a hipóxia e efeito reparador em modelo de obstrução ureteral unilateral (UUO). Não foi observada diferença na morfologia ou capacidade de diferenciação entre as MSCs e MSCs3. As últimas possuem menor capacidade de autorrenovação, mas em condições de hipóxia as culturas apresentam mesma porcentagem de apoptose. Em modelo de doença renal crônica por UUO, observamos que as MSCs3 agravaram a infiltração de células imunes nos rins obstruidos comparados aos animais que não receberam as células. Nos rins transplantados com MSCs3, houve maior expressão da superóxido desmutase1, IL10 e menor produção de IL6. Não foi observada fibrose significativa nos rins obstruídos, mas os níveis de TGFβ1, aumentados no grupo UUO, diminuíram animais transplantados com MSCs3, sugerindo possível efeito antifibrótico em longo prazo como as MSCs. Nossos resultados sugerem que a suplementação dietética dos doadores com ômega3 pode interferir nas características e no efeito das MSC e a suplementação deve ser levada em consideração no uso destas células para fins de terapia.