O “Tratado de Hechicerías y Sortilegios” (1553) de Frei Andrés de Olmos: uma ressignificação da demonologia europeia para a conversão indígena na Nova Espanha

Data
2020-02-20
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
A dissertação tem como foco o “Tratado de Hechicerías y sortilégios”, do frei Franciscano Andrés de Olmos, produzido na Nova Espanha, em 1553. Uma tradução adaptada de outro manual o: “Tratado de Hechicerías y superticiones”, escrito pelo também franciscano, Martin de Castañega, na Espanha em 1529. Ambas as obras seguem uma tradição da escrita teológica que surgiu por volta do século XIII chamada de demonologia, com específicas singularidades vinculadas ao contexto em que cada tratado emergiu: Castañega escreveu seu tratado visando instruir e alertar o clero, e a população do País Basco e de Navarra, acerca dos perigos do diabo e sua relação com os feiticeiros e costumes supersticiosos. Olmos, por outro lado, adapta este texto e escreve para missionários e nativos da Nova Espanha em um contexto de combate à idolatria, sob argumento de que o diabo influencia em tais resistências e práticas indígenas. Portanto, na esteira da ocidentalização aborígene e de um debate sobre alteridade e demonização da religião dos povos taxados como “selvagens”, este trabalho pretende demonstrar como a mentalidade demonológica foi formulada na Europa e ressignificada para a conversão na América, sobretudo, no tratado de Olmos.
The dissertation focuses on the “Tratado de Hechicerías y sortilegios” by Franciscan friar Andrés de Olmos, produced in New Spain in 1553. A translation adapted from another handbook: “Tratado de Hechicerías y superticiones” written by the Franciscan Martin de Castañega in Spain in 1529. Both works follow a tradition of theological writing that emerged around the thirteenth century called demonology, with specific singularities linked to the context in which each treatise emerged: Castañega wrote his treatise to instruct and alert the clergy and population of the Basque country and Navarre about the dangers of the devil and their relationship to wizards and superstitious customs. Olmos, on the other hand, adapts this text and writes for missionaries and natives of New Spain in a context of combating idolatry, arguing that the devil influences such resistances and indigenous practices. Therefore, in the wake of aboriginal Westernization and a debate about otherness and demonization of religion of peoples labeled as "savage", this paper aims to demonstrate how the demonological mindset was formulated in Europe and resignified for conversion in America, especially in the treatise on Olmos.
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