O impacto do sedentarismo e da inatividade física no desempenho cognitivo de crianças de 6 a 12 anos: uma revisão sistemática
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Data
2023-07-13
Autores
Nunes, Nathália Sant'Anna Petraconi 
Orientadores
Silva, Sérgio Gomes da
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
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Resumo
O sedentarismo e a inatividade física são preocupações das instituições internacionais de saúde pública, visto o aumento de adolescentes e adultos que não atingem as recomendações diárias de atividade física. Esse efeito é relacionado negativamente as funções cognitivas, estando associado a prejuízos na aprendizagem e memória e ao desenvolvimento de declínios cognitivos. Levando em consideração tais informações, o presente estudo se propôs a determinar o impacto do sedentarismo e da inatividade física no desempenho cognitivo de crianças de 6 a 12 anos de idade, comparado aos fisicamente ativos. Para isso, foi realizada uma revisão sistemática de coortes e estudos de caso-controle. Utilizou-se artigos da língua inglesa, sem determinação de faixa temporal, nas bases de dados do MEDLINE (PubMed), Embase, Central Cochrane, Web of Science e Scopus. O método de busca foi baseado na estratégia PECO e a redação dessa revisão seguiu o guia PRISMA. A análise de viés de estudos randomizados seria realizada por meio do instrumento ROBINS-E. Encontrou-se inicialmente 720 artigos na busca em bases de dados, no qual foram selecionados apenas 34. Destes, 14 eram duplicados, restando 20 artigos que foram avaliados segundo os critérios de elegibilidade. O principal critério para inclusão dos artigos era relacionado ao tipo da exposição, em que os grupos deviam atender as definições de sedentário ou inativo vs ativo. Ao final da busca dos artigos elegíveis, apenas 1 artigo atendeu aos critérios de atividade física para comparações entre inativo e ativo. Não foram identificados estudos que apresentassem grupos sedentários vs ativo e estudos que investigassem os desfechos de interesse, como funções executivas, memória e atenção. Para o grupo ativo, o estudo selecionado identificou efeitos negativos da atividade física leve, moderada e tempo total de atividade para as habilidades verbais e de percepção. Apenas a intensidade vigorosa, apresentou efeito positivo nas habilidades verbais do grupo ativo. Apesar de parecer contraditório os resultados, deve-se ter cautela na interpretação considerando que esse artigo teve uma classificação de viés de muito alto risco. Houve ausência de controle para variáveis de confusão relevantes para esta questão e falta de informações sobre dados perdidos e conhecimento da exposição dos participantes e pesquisadores. Embora existam estudos, com métricas diferentes dessa revisão, mostrando associação significativa da atividade física em medidas cognitivas, é válido questionar se a composição dos grupos sedentário/inativo e ativo refletem diferenças que são capazes de inferir os efeitos cognitivos do exercício. Portanto, considerando o número baixo de artigos que atenderam os critérios estabelecidos por órgãos internacionais de atividade física e esporte, é recomendado cautela ao interpretar os efeitos cognitivos de exposições relacionadas a atividade física em crianças. É importante ressaltar que a presente tese apresenta uma nova abordagem para análise de dados, que pode abrir um debate essencial sobre os critérios usados para determinar grupos em estudos observacionais, bem como para melhorar futuros protocolos experimentais com alta qualidade metodológica, capazes de interpretar os dados de maneira mais robusta e confiável.
A sedentary lifestyle and physical inactivity are concerns of international public health institutions, given the increasing number of adolescents and adults who fail to meet daily physical activity recommendations. This effect is negatively associated with cognitive functions, linked to impairments in learning and memory, and the development of cognitive decline. With this in mind, the present study aimed to determine the impact of a sedentary lifestyle and physical inactivity on the cognitive performance of children aged 6 to 12 years, compared to those who are physically active. To achieve this, a systematic review of cohorts and case-control studies was conducted, utilizing English-language articles without a specified time range from the MEDLINE (PubMed), Embase, Central Cochrane, Web of Science, and Scopus databases. The search method was based on the PECO strategy, and the review followed the PRISMA guidelines. The bias analysis for randomized studies would be performed using the ROBINS-E instrument. Initially, 720 articles were found in the database search, of which only 34 were selected. Of these, 14 were duplicates, leaving 20 articles evaluated according to eligibility criteria. The main criterion for article inclusion was related to the type of exposure, where groups had to meet the definitions of sedentary or inactive vs. active. At the end of the search for eligible articles, only 1 article met the criteria for physical activity comparisons between inactive and active groups. No studies presented sedentary vs. active groups and investigated outcomes of interest, such as executive functions, memory, and attention. For the active group, the selected study identified negative effects of light, moderate physical activity, and total activity time on verbal and perceptual skills. Only vigorous physical activity positively affected verbal skills in the active group. Despite the seemingly contradictory results, caution should be exercised in interpretation considering that this article had a classification of very high risk of bias. There was a lack of control for relevant confounding variables and a lack of information about missing data and participants' and researchers' knowledge of exposure. Although studies with different metrics than this review show a significant association between physical activity and cognitive measures, it is valid to question whether the composition of sedentary/inactive and active groups reflects differences that can infer the cognitive effects of exercise. Therefore, considering the low number of articles that met the criteria established by international physical activity and sports organizations, caution is recommended when interpreting the cognitive effects of physical activity-related exposures in children. It is important to note that this thesis presents a new approach to data analysis, which may open an essential debate about the criteria used to determine groups in observational studies and improve future experimental protocols with high methodological quality, capable of interpreting data more robustly and reliably.
A sedentary lifestyle and physical inactivity are concerns of international public health institutions, given the increasing number of adolescents and adults who fail to meet daily physical activity recommendations. This effect is negatively associated with cognitive functions, linked to impairments in learning and memory, and the development of cognitive decline. With this in mind, the present study aimed to determine the impact of a sedentary lifestyle and physical inactivity on the cognitive performance of children aged 6 to 12 years, compared to those who are physically active. To achieve this, a systematic review of cohorts and case-control studies was conducted, utilizing English-language articles without a specified time range from the MEDLINE (PubMed), Embase, Central Cochrane, Web of Science, and Scopus databases. The search method was based on the PECO strategy, and the review followed the PRISMA guidelines. The bias analysis for randomized studies would be performed using the ROBINS-E instrument. Initially, 720 articles were found in the database search, of which only 34 were selected. Of these, 14 were duplicates, leaving 20 articles evaluated according to eligibility criteria. The main criterion for article inclusion was related to the type of exposure, where groups had to meet the definitions of sedentary or inactive vs. active. At the end of the search for eligible articles, only 1 article met the criteria for physical activity comparisons between inactive and active groups. No studies presented sedentary vs. active groups and investigated outcomes of interest, such as executive functions, memory, and attention. For the active group, the selected study identified negative effects of light, moderate physical activity, and total activity time on verbal and perceptual skills. Only vigorous physical activity positively affected verbal skills in the active group. Despite the seemingly contradictory results, caution should be exercised in interpretation considering that this article had a classification of very high risk of bias. There was a lack of control for relevant confounding variables and a lack of information about missing data and participants' and researchers' knowledge of exposure. Although studies with different metrics than this review show a significant association between physical activity and cognitive measures, it is valid to question whether the composition of sedentary/inactive and active groups reflects differences that can infer the cognitive effects of exercise. Therefore, considering the low number of articles that met the criteria established by international physical activity and sports organizations, caution is recommended when interpreting the cognitive effects of physical activity-related exposures in children. It is important to note that this thesis presents a new approach to data analysis, which may open an essential debate about the criteria used to determine groups in observational studies and improve future experimental protocols with high methodological quality, capable of interpreting data more robustly and reliably.
Descrição
Citação
NUNES, Nathália Sant'Anna Petraconi. O impacto do sedentarismo e da inatividade física no desempenho cognitivo de crianças de 6 a 12 anos: uma revisão sistemática. 2023. 65 f. Tese (Doutorado em Neurologia/Neurociências) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). São Paulo, 2023.