PPG - Neurologia - Neurociências

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    Desfechos cognitivos de pacientes com malformação arteriovenosa cerebral submetidos à microcirurgia
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-03-07) Coelho, Daniela de Souza [UNIFESP]; Chaddad Neto, Feres Eduardo Aparecido [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9356651929657562; http://lattes.cnpq.br/3251530625558141
    A Malformação Arteriovenosa Cerebral (MAVc), é uma doença cerebrovascular de origem congênita caracterizada por uma comunicação anormal entre artérias e veias, sem a interposição de capilares, que se caracteriza por uma veia de drenagem precoce. Sua prevalência estimada é de aproximadamente 50 casos para cada 100.000 pessoas. Algumas escalas foram desenvolvidas para prever o desfecho do tratamento. Contudo, por se tratar de uma doença rara, a literatura científica é incipiente no que tange aos aspectos cognitivos destes pacientes. Objetivo: Descrever os desfechos neuropsicológicos de pacientes submetidos à microcirurgia para exérese de MAVc com ou sem embolização prévia considerando a forma de apresentação, rota ou não rota, grau na escala da escala de Spetzler e Martin, e topografia neuroanatomica, comparando os resultados pré e após 6 meses da microcirurgia. Métodologia: Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo, com uma amostra por conveniência com 154 pacientes, no qual foram descritos os domínios cognitivos de pacientes operados entre janeiro de 2018 a janeiro de 2023. Para quantificar os aspectos cognitivos, foram utilizados dados da testagem operacional padrão das instituições participantes, que incluiu anamnese e o instrumento de avaliação neuropsicológica breve – Neupsilin, que avalia oito domínios cognitivos: orientação, atenção, percepção visual, memória, habilidades aritméticas, linguagem, e funções executivas, por meio de 32 subtestes. Resultados: Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão foram considerados 40 casos operados. Os resultados da avaliação indicaram que não houve diferença estatisticamente significativa. Por meio da análise da frequência de déficits constatou-se que trinta e um pacientes (77,5%) apresentaram escore Z caracterizados como déficit, abaixo da amostra normativa para pessoas com a mesma faixa etária e escolaridade, em pelo menos um dos oito domínios cognitivos testados. Após o tratamento microcirúrgico, trinta pacientes (75%) continuaram com déficit, de pelo menos um desvio padrão (-1 DP). A mesma análise da frequência de déficits identificou uma melhora no domínio das funções executivas nos casos de MAVc frontais. Conclusão: Os dados obtidos demonstraram que a microcirurgia não melhorou ou piorou a maioria das funções cognitivas, mesmo em áreas consideradas eloquentes. Se faz necessário mais estudos para generalizações e otimização do tratamento de pessoas com MAVc.
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    Estudo das alterações morfofisiológicas no hipocampo de ratos idosos submetidos a um programa de exercício físico aeróbico
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-03-14) Rocha, Paulo Ricardo [UNIFESP]; Arida, Ricardo Mario [UNIFESP]; Gutierre, Robson Campos [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/3048510516924444; http://lattes.cnpq.br/8352745170435172; http://lattes.cnpq.br/9261559782100184
    Objetivo: Este estudo visa investigar as alterações morfofisiológicas do hipocampo de ratos idosos, envelhecidos naturalmente, divididos em dois grupos: sedentários e submetidos a um programa de exercício físico aeróbico. Métodos: Foram utilizados dez ratos Wistar com 18 meses de idade, cinco controles sedentários e cinco que realizaram treinamento físico em esteira por oito semanas. Após a eutanásia e obtenção das amostras de hipocampo, foram preparadas lâminas para análise histológica. Dez lâminas selecionadas por sorteio foram submetidas a três métodos histoquímicos – azul da Prússia de Perls, impregnação argêntica de Gallyas­Braak e Congo Red, para quantificação, através do método estereológico, da densidade numérica de neurônios piramidais, neurônios granulares, oligodendrócitos e micróglia (pelo fracionador óptico) e do volume de placas senis compostas pelo peptídeo beta-amiloide e emaranhados neurofibrilares constituídos por proteína tau hiperfosforilada (pelo método de Cavalieri). A análise estatística foi realizada por meio do teste t de Student e da correlação de Pearson. Resultados: A avaliação da diferença entre as médias de número de células e volume de substâncias demonstrou que o grupo exercício apresentou maior número de neurônios piramidais (p = 0,006), neurônios granulares (p =0,003) e oligodendrócitos (p = 0,034) saudáveis em relação ao grupo controle. Ainda, houve diminuição do número de neurônios com a presença de emaranhados neurofibrilares (p = 0,001) e do volume de placas amiloide (p = 0,001), bem como de oligodendrócitos degenerados (p = 0,003) e micróglia fagocitária (p = 0,039). Das correlações, destaca­se a correlação forte e positiva entre os números de neurônios piramidais e granulares normais em ambos os grupos e a correlação forte e positiva entre o número de neurônios granulares afetados por p­tau e micróglia fagocitária no grupo controle. Houve, também, correlação forte e negativa entre o número oligodendrócitos senescentes e volume de emaranhados neurofibrilares no grupo exercício e correlação forte e negativa entre o número oligodendrócitos senescentes e volume de placas senis no grupo controle. Conclusões: Esses achados demonstram o efeito neuroprotetor exercido pela atividade física de intensidade moderada no que diz respeito à degeneração morfofisiológica do hipocampo relacionada ao envelhecimento. A observação integrada dos principais marcadores de neurodegeneração, do acúmulo de ferro e da atividade microglial fornece um panorama geral do comportamento do hipocampo em resposta à intervenção realizada.
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    Análise da cirurgia reparadora da encefalocele occipital: fetal versus pós-natal
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-03-19) Nicacio, Jardel Mendonça [UNIFESP]; Cavalheiro, Sergio [UNIFESP]; Costa, Marcos Devanir Silva da [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/7948587682857585; http://lattes.cnpq.br/2579601954596213; http://lattes.cnpq.br/4749435307743327
    Objetivos: Analisar a evolução clínica e o desenvolvimento neuro-psico-motor nos pacientes submetidos à correção precoce da encefalocele occipital na vida intrauterina e comparar os resultados encontrados com os pacientes submetidos à cirurgia pós-natal. Métodos: Foram avaliados, retrospectivamente, os registros dos pacientes com diagnóstico de encefalocele occipital operados no período pós-natal e os pacientes operados no período fetal entre 19 e 27 semanas. Todos os casos foram diagnosticados, avaliados e acompanhados pelo mesmo serviço de ultrassonografia obstétrica (USGO) entre julho de 2012 a julho de 2018. Vinte e dois pacientes foram selecionados para este estudo e separados em dois grupos, Grupo Fetal e Grupo Pós-Natal. Os critérios de inclusão no Grupo Fetal foram gravidez única, idade gestacional entre 19 e 27 semanas, cariótipo normal, idade materna a partir de 18 anos, a microcefalia progressiva documentada pela USGO, presença de encefalocele occipital com volume maior que 10 ml e conteúdo do saco herniário predominantemente cístico (80% ou mais de conteúdo líquido). Os principais critérios de exclusão foram as anomalias fetais não associadas com a encefalocele occipital, cromossomopatias, parênquima encefálico extruso correspondendo a mais de 20% do conteúdo herniado, presença de tronco encefálico na encefalocele, seio venoso na encefalocele e volume do saco herniário menor que 10ml e sem progressão para microcefalia além das encefaloceles atrésicas. Todos os participantes deste estudo foram submetidos à criteriosa avaliação do desenvolvimento por meio da Escala de Bayley-II até os 2 anos e 11 meses de vida. Com esta ferramenta avaliamos as competências e habilidades das crianças operadas nos dois grupos nas seguintes áreas: cognição, linguagem, desenvolvimento motor, desenvolvimento sócioemocional e comportamento adaptativo. Além disto, foram analisados a evolução do PC no primeiro ano de vida nos grupos fetal e pós-natal e realizado estudo comparativo entre os grupos utilizando-se testes estatísticos apropriados. Resultados: No Grupo Fetal, um caso evoluiu com descolamento prematuro de placenta, sendo retirado do estudo e totalizando nove pacientes. No Grupo PósNatal, dois pacientes foram descartados por apresentarem diagnóstico de Síndrome de Walker-Warburg e, no outro paciente, o feto tinha mais de 20% de parênquima encefálico herniado na encefalocele, totalizando 10 casos. A circunferência cefálica ajustada para a idade gestacional obtida por estatística de regressão não linear com ajuste de curva de platô exponencial, plotada com a mediana e os percentis 5 a 95 com base nas curvas de referência da circunferência cefálica fetal de Snijders e Nicolaides, mostrou uma tendência a reversão da microcefalia progressiva após a correção das encefaloceles do Grupo Fetal. Após a análise do Desenvolvimento Neuro-Psico-Motor (DNPM) utilizando a BSID-II, para todos os nove pacientes deste grupo, a mediana foi de 98.7, sendo que sete pacientes tiveram um escore maior que 90 pontos e dois pacientes apresentaram escore abaixo de 50 pontos. Um dos casos com escore baixo indicando um grave atraso do desenvolvimento tratou-se do doente que recebeu o diagnóstico de Síndrome de Knobloch e o outro, seu exame de Ressonância Magnética do Encéfalo mostrou a presença de heterotopias e hipoplasia do vermis cerebelar. No Grupo Pós-Natal, a avaliação do DNPM por meio da BSID-II, variou entre 9 – 96.7 com uma mediana de 27.8. Encontramos uma diferença estatisticamente significante na mediana do BSIDII entre os Grupo Pós-Natal (27.8) e Grupo Fetal (98.7) com p=0,007. A análise comparativa do PC nos primeiros 12 meses de vida pós-natal no GF e GPN mostrou uma diferença estatisticamente significante (p<0,001), mantendo-se nos limites da normalidade e microcefálico respectivamente. Conclusão: Há uma evidente superioridade no DNPM demonstrado pela diferença no escore de Bayley II estatisticamente significante nos pacientes do GF quando comparados aos pacientes do GPN. Observamos uma relação direta entre a reversão da microcefalia e o desenvolvimento neuro-psico-motor satisfatório. Novos estudos precisam ser feitos afim de ratificar a eficácia da cirurgia fetal e trazer maior entendimento à sua fisiopatologia.
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    Estudo observacional de avaliação de habilidades funcionais e cognitivas e uso de dispositivos móveis em idosos
    (Universidade Federal de São Paulo, 2023-11-22) Andrade, Alan Cronemberger [UNIFESP]; Bertolucci, Paulo Henrique Ferreira [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/0536597854124056; http://lattes.cnpq.br/4017732469148792
    Objetivo: A detecção das síndromes demenciais em tempo oportuno é um grande desafio. Portanto, são necessárias soluções tecnológicas simples e inovadoras que permitam otimizar a coleta sistemática de dados de funcionalidade e de cognição em adultos e idosos, inclusive usando sistemas digitais. Neste contexto, como parte do Projeto DigiTAU, o objetivo deste estudo foi avaliar como a mensuração de habilidades e proficiência no uso de aparelhos móveis digitais se relaciona com parâmetros cognitivos em nossa população adulta. Dada a alta taxa de utilização desses dispositivos e o potencial das informações que podem ser obtidas a partir dos dados capturados, foi planejado estudo piloto para avaliar essas relações usando novos instrumentos. Métodos: Uma amostra diversificada de 210 adultos jovens e idosos saudáveis, sem demência, foi avaliada no Ambulatório de Neurologia do Comportamento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em um estudo transversal. A avaliação incluiu características demográficas, testes cognitivos, estado de saúde global, funcionalidade e habilidades motoras. Estes foram avaliados para posterior comparação com a proficiência no uso de dispositivos digitais (literacia digital). Resultados: Utilizando técnicas de design cognitivo, foram adaptados, validados ou desenvolvidos três testes de proficiência no uso de dispositivos digitais: um novo teste baseado em performance, o Teste de Habilidades Digitais (THD), e dois testes traduzidos baseados em questionários, o Questionário de Proficiência em Dispositivos Móveis (QPDM) e o Questionário de Proficiência em Computadores (QPC). Observaram-se correlações positivas entre o THD e o questionário autorrelatado QPDM, assim como entre teste de cognição global (Montreal Cognitive Assessment, MoCA) e o uso proficiente de tecnologias. Conclusão: Os dados obtidos no estudo fornecem dados novos e trazem métodos aperfeiçoados de avaliação de uso de dispositivos digitais. Os instrumentos demonstraram potencial e poderiam servir tanto como instrumentos de testagem direta quanto como ferramentas para a coleta de informações autorreferidas, especialmente como parâmetros metodológicos válidos para a avaliação da saúde cognitiva usando meios digitais. Palavras-chave (DeCS/MeSH): cognição, dispositivos móveis, design centrado no usuário, testes cognitivos, testes de estado mental e demência, pesquisa médica translacional, demência, neurologia, tablets, interface homem-computador, eSaúde.
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    O impacto do sedentarismo e da inatividade física no desempenho cognitivo de crianças de 6 a 12 anos: uma revisão sistemática
    (Universidade Federal de São Paulo, 2023-07-13) Nunes, Nathália Sant'Anna Petraconi [UNIFESP]; Silva, Sérgio Gomes da [UNIFESP]; Martins, Camila Bertini [UNIFESP]; Vital, Flávia Maria Ribeiro [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/3770708843269785; http://lattes.cnpq.br/0659123030101469; http://lattes.cnpq.br/6571529192321274; http://lattes.cnpq.br/3281029079293629
    O sedentarismo e a inatividade física são preocupações das instituições internacionais de saúde pública, visto o aumento de adolescentes e adultos que não atingem as recomendações diárias de atividade física. Esse efeito é relacionado negativamente as funções cognitivas, estando associado a prejuízos na aprendizagem e memória e ao desenvolvimento de declínios cognitivos. Levando em consideração tais informações, o presente estudo se propôs a determinar o impacto do sedentarismo e da inatividade física no desempenho cognitivo de crianças de 6 a 12 anos de idade, comparado aos fisicamente ativos. Para isso, foi realizada uma revisão sistemática de coortes e estudos de caso-controle. Utilizou-se artigos da língua inglesa, sem determinação de faixa temporal, nas bases de dados do MEDLINE (PubMed), Embase, Central Cochrane, Web of Science e Scopus. O método de busca foi baseado na estratégia PECO e a redação dessa revisão seguiu o guia PRISMA. A análise de viés de estudos randomizados seria realizada por meio do instrumento ROBINS-E. Encontrou-se inicialmente 720 artigos na busca em bases de dados, no qual foram selecionados apenas 34. Destes, 14 eram duplicados, restando 20 artigos que foram avaliados segundo os critérios de elegibilidade. O principal critério para inclusão dos artigos era relacionado ao tipo da exposição, em que os grupos deviam atender as definições de sedentário ou inativo vs ativo. Ao final da busca dos artigos elegíveis, apenas 1 artigo atendeu aos critérios de atividade física para comparações entre inativo e ativo. Não foram identificados estudos que apresentassem grupos sedentários vs ativo e estudos que investigassem os desfechos de interesse, como funções executivas, memória e atenção. Para o grupo ativo, o estudo selecionado identificou efeitos negativos da atividade física leve, moderada e tempo total de atividade para as habilidades verbais e de percepção. Apenas a intensidade vigorosa, apresentou efeito positivo nas habilidades verbais do grupo ativo. Apesar de parecer contraditório os resultados, deve-se ter cautela na interpretação considerando que esse artigo teve uma classificação de viés de muito alto risco. Houve ausência de controle para variáveis de confusão relevantes para esta questão e falta de informações sobre dados perdidos e conhecimento da exposição dos participantes e pesquisadores. Embora existam estudos, com métricas diferentes dessa revisão, mostrando associação significativa da atividade física em medidas cognitivas, é válido questionar se a composição dos grupos sedentário/inativo e ativo refletem diferenças que são capazes de inferir os efeitos cognitivos do exercício. Portanto, considerando o número baixo de artigos que atenderam os critérios estabelecidos por órgãos internacionais de atividade física e esporte, é recomendado cautela ao interpretar os efeitos cognitivos de exposições relacionadas a atividade física em crianças. É importante ressaltar que a presente tese apresenta uma nova abordagem para análise de dados, que pode abrir um debate essencial sobre os critérios usados para determinar grupos em estudos observacionais, bem como para melhorar futuros protocolos experimentais com alta qualidade metodológica, capazes de interpretar os dados de maneira mais robusta e confiável.