PPG - Neurologia - Neurociências
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Dissecções arteriais cervicais e intracranianas espontâneas: avaliação epidemiológica, clínica e genética em uma população multiétnica(Universidade Federal de São Paulo, 2024-09-12) Reges, Danyelle Sadala [UNIFESP]; Silva, Gisele Sampaio [UNIFESP]; Ramos, Eva Carolina Rocha [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5983341591208024; http://lattes.cnpq.br/6812788681744190; http://lattes.cnpq.br/1288207668533656Objetivo: Avaliar o perfil epidemiológico, fatores de risco, características clínicas e fenotípicas de doenças do colágeno e descrição do perfil genético através do uso do exoma em pacientes com dissecções arteriais craniocervicais (DACC) acompanhados em ambulatório de hospital terciário brasileiro. Métodos: O estudo foi divido em três etapas. A primeira etapa tratou-se de um estudo de coorte com dados obtidos através de prontuário de pacientes com DACC durante um período de seis meses. A segunda tratou-se de um estudo de caso-controle com aplicação de questionário com 68 itens contendo características fenotípicas associadas a doenças do colágeno em pacientes com DACC e controles com AVCI não-DACC. A terceira tratou-se de um estudo de caso-controle para análise genética através do exoma em pacientes com DACC e comparados com dados de dois bancos genéticos populacionais. Resultados: Foram avaliados prontuários de 192 pacientes com DACC. A idade média foi de 47.1 anos (DP=±13.9) e a maioria do sexo masculino. Os fatores de risco cardiovasculares estiveram presentes em 60,9% do total de pacientes. A maioria dos pacientes apresentou NIHSS entre 0 e 4. Diabetes e pontuação no NIHSS na admissão foram fatores de risco independentes para desfechos desfavoráveis em 6 meses (OR: 8,78 IC95%1,74 – 44,16 e OR: 1,18 IC95%1,06 – 1,32, respectivamente). Em 82,2% dos pacientes do grupo DACC foi possível encontrar pelo menos uma alteração fenotípica pesquisada. Houve associação entre a presença de pelo menos uma alteração fenotípica e DACC e a presença de alteração fenotípica foi um fator de risco independente para ocorrência de DACC. Através da avaliação do exoma em 28 pacientes com DACC, foram observadas variantes nos genes FBN1, COL3A1 e COL5A2, que são associados à DACC e em cinco novos genes candidatos: FBN2, MIB1, COL4A4, PKD1 e RFN213. Conclusões As características epidemiológicas e clínicas encontradas são semelhantes às encontradas na literatura. As alterações fenotípicas associadas às doenças do colágeno foram mais frequentes no grupo DACC. A presença destas variantes em genes candidatos conhecidos e em novos genes candidatos para as DACC em uma população multiétnica não foi descrita previamente o que corrobora para hipótese. de que em nossa população miscigenada possíveis alterações genéticas relacionadas à DACC estão presentes.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Utilização e custos de saúde associados a doença de Huntington de um centro terciário de distúrbios do movimento(Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-12) Van der Laan, Andressa da Silva [UNIFESP]; Ferraz, Henrique Ballalai [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6405640945393510; http://lattes.cnpq.br/0375384260216144Introdução: A doença de Huntington (DH) é uma doença genética neurológica grave de grande impacto social nas famílias afetadas, principalmente pela impossibilidade, na maioria dos casos, de os pacientes exercerem atividades laborais. A análise dos custos e da utilização dos serviços de saúde emerge como uma ferramenta essencial para avaliar a acessibilidade e equidade dentro dos sistemas de saúde. Contudo, no Brasil, persiste uma lacuna significativa de dados publicados sobre a interação dos pacientes com DH com o sistema de saúde, configurando-se como uma barreira para a avaliação precisa da qualidade dos serviços prestados a esta população. Objetivo: Avaliar o uso dos serviços de saúde de nível terciário, bem como o consumo de medicamentos e os custos associados à DH, contribuindo para um melhor entendimento da carga econômica da doença. Métodos: Foi conduzida uma pesquisa quantitativa de corte transversal em um centro de saúde terciário na cidade de São Paulo, abrangendo pacientes com DH. A análise dos dados foi realizada por meio de modelos lineares simples e generalizados para determinar as correlações entre os custos totais e por paciente, além de variáveis associadas à idade dos pacientes. Resultados: A população estudada (n=34) apresentou uma média de idade de 48,2 anos, com uma predominância do sexo feminino. O uso de neurolépticos e antidepressivos foi significativo, representando os principais grupos terapêuticos. Os custos diretos dos pacientes foram consideravelmente maiores em comparação aos custos suportados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com uma parcela significativa de gastos direcionada a medicamentos privados e serviços de cuidadores. Os custos indiretos, incluindo a perda de produtividade e benefícios do governo, também representaram uma proporção significativa, destacando o impacto socioeconômico da DH. O custo anual médico direto por paciente com DH foi de R$ 1.736,45 e os custos não médicos diretos, incluindo adaptações residenciais e equipamentos de locomoção, somaram R$ 5.223,09 por paciente, apontando para a necessidade de serviços de suporte abrangentes para pacientes com DH. Conclusão: A DH impõe um ônus financeiro substancial tanto para os pacientes quanto para o sistema de saúde público, com custos significativos associados a tratamentos médicos, cuidados não médicos e perda de produtividade. Os resultados enfatizam a necessidade de políticas de saúde direcionadas que priorizem a equidade e a sustentabilidade financeira.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Caracterização do perfil metabólico do roedor Proechimys sp. submetido a um modelo de doença de Parkinson induzida pela 6-hidroxidopamina(Universidade Federal de São Paulo, 2024-03-08) Cardillo, Giancarlo de Mattos [UNIFESP]; Scorza, Fulvio Alexandre [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/3665794780601169; http://lattes.cnpq.br/3570071135079525Introdução: A doença de Parkinson é uma das mais frequentes doenças neurodegenerativas em seres humanos. Ela é caracterizada por tremores, acinesia, rigidez muscular e perda de reflexo postural, causados pela perda de neurônios dopaminérgicos na substantia nigra, processo que está intimamente relacionado ao aumento de estresse oxidativo na região. O Proechimys sp. é um roedor amazônico de grande potencial no campo da neurociência, apresentando resistência a tratamentos epileptogênicos, citoarquitetura hipocampal diferenciada e resistência à indução de morte dopaminérgica induzida pela 6-hidroxidopamina (6-OHDA). Métodos que exploram de forma ampla o perfil fisiológico ou em um contexto patológico são essenciais para a caracterização do modelo, bem como encontrar possíveis alvos terapêuticos. Entre esses métodos destaca-se a metabolômica, que fornece informações do estado de funcionamento metabólico dos sistemas biológicos. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi determinar o perfil metabólico do roedor Proechimys sp. frente ao modelo de morte dopaminérgica induzido pela 6-OHDA. Métodos: 6-OHDA foi administrada intracerebralmente no estriado de roedores Proechimys sp. para acessar o perfil de concentração de metabólitos no estriado, córtex frontal, hipocampo e cerebelo 40 dias após a administração da droga, sendo o grupo controle composto por roedores que receberam soro fisiológico intracerebralmente, pela mesma metodologia. Resultados: A análise metabolômica apontou significantes alterações nas concentrações de metabólitos no estriado e córtex frontal nos animais que receberam 6-OHDA, com destaque para cisteína, glicose-6-fosfato, mio-inositol e glicerol-3-fosfato mostrando impactos em vias metabólicas associadas principalmente ao metabolismo da glicose e resposta à geração de espécies reativas de oxigênio. Conclusões: Nossos dados apontam um quadro metabólico alterado nos animais que receberam 6-OHDA, sugerindo um aumento no nível de estresse oxidativo e alterações no metabolismo fisiológico associado à glicose, semelhantes aos observados em pacientes com doença de Parkinson, suplantando a aparente resistência aguda indicada previamente no Proechimys sp. As vias impactadas, além de corroborarem a literatura, indicam potenciais alvos terapêuticos a serem explorados e a relevância do Proechimys sp. como modelo animal para esses estudos.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Efeito das intervenções educativas para cuidadores familiares de pacientes com demência(Universidade Federal de São Paulo, 2024-10-22) Montiel Aponte, Mariel Carolina [UNIFESP]; Bertolucci, Paulo Henrique Ferreira [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/0536597854124056; http://lattes.cnpq.br/4500227770456650Introdução e Objetivos: A doença de Alzheimer é o principal tipo de demência em todo o mundo, embora existam outros tipos de demência dos quais a população, de maneira geral, não tem conhecimento. Os cuidadores familiares não profissionais (cônjuges, filhas, filhos, amigos próximos) desempenham um papel importante, prestando apoio e assistência às pessoas que vivem com demência para que possam continuar a viver com qualidade e dignidade. Porém, alguns estudos relatam que estes cuidadores não estão preparados para tal função, e isso pode estar relacionado ao estresse, transtornos de humor e sentimentos negativos. A capacidade de lidar com uma pessoa que vive com demência parece melhorar quando o cuidador recebe apoio profissional. O objetivo deste estudo foi determinar o efeito de intervenções educativas sobre o conhecimento em demências e sobre os aspectos negativos relacionados ao cuidado em demência, a través da aplicação de duas modalidades de intervenção educativa para cuidadores familiares não profissionais, sob o título de “Curso Básico de Demência”. Métodos: Duas intervenções foram realizadas durante quatro semanas: (1) reuniões educativas presenciais e (2) um grupo de bate-papo online no WhatsApp® com informações educativas postadas regularmente sobre o cuidado em demências, ambas estratégias com conteúdo semelhante. Os participantes foram cuidadores familiares não profissionais, sendo um estudo experimental, prospectivo e longitudinal. Um total de 36 participantes foram alocados, conforme disponibilidade, em um dos três grupos: Grupo 1 (n=10), intervenção educativa tradicional presencial; Grupo 2 (n=12), intervenção educativa online (assíncrona); e Grupo 3 (n=14) que foi o grupo controle. Todos responderam ao questionário de memória e envelhecimento (QME) e à versão de 7 itens do questionário de sobrecarga do cuidador (Zarit Burden Interview 7 items, ZBI-7), em dois momentos: antes e imediatamente após as intervenções. Para o acompanhamento, seis meses após as intervenções, os participantes responderam ao ZBI-7 e a um questionário qualitativo relacionado ao cuidado da demência. Resultados: Os participantes das modalidades presencial e online do curso melhoraram os escores do QME na avaliação imediata pós-intervenção, porém não houve diferença no ZBI-7 em nenhum dos momentos. Contudo, na avaliação de seguimento, o questionário qualitativo mostrou melhora em aspectos do cuidado, como comunicação e comportamento. Conclusão: Esta pesquisa mostra que as intervenções educativas propostas foram um bom recurso, melhorando a compreensão e o conhecimento sobre a demência entre os cuidadores familiares testados, com impacto positivo complementar em alguns aspectos do cuidado. Ainda há necessidade de planejar estratégias personalizadas para focar na melhoria do impacto negativo nos cuidadores familiares. Embora a sobrecarga do cuidador possa estar associada a fatores como apoio social global, a pesquisa abre discussão para melhorias em aspectos controláveis para um cuidado mais assertivo.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Efeito do exercício físico resistido como tratamento na fase inicial e avançada da doença de Alzheimer(Universidade Federal de São Paulo, 2024-07-15) Silva, Eduardo Alves da [UNIFESP]; Arida, Ricardo Mario [UNIFESP]; Beatriz Monteiro, Longo [UNIFESP]; Jean, Faber Ferreira de Abreu [UNIFESP]; Jansen, Fernandes [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/0245964878412260; http://lattes.cnpq.br/7024428296425939; http://lattes.cnpq.br/4642635326690949; http://lattes.cnpq.br/8352745170435172; http://lattes.cnpq.br/4169664125793140A doença de Alzheimer (DA) representa uma condição neurodegenerativa que impacta funções relacionadas à memória e cognição, com prevalência maior em mulheres. As principais áreas afetadas incluem o hipocampo e o córtex pré-frontal, onde ocorre produção de beta amiloide (βA). Dada a presença de déficits cognitivos significativos e a falta de um tratamento totalmente eficaz para a DA, a atividade física regular tem se destacado como uma abordagem complementar para prevenir ou retardar a progressão da doença. Apesar de diversos estudos em humanos e animais indicarem que o exercício aeróbio induz alterações substanciais no cérebro, o impacto do exercício físico resistido (ER) na DA ainda não está completamente esclarecido. Objetivo: O propósito deste estudo foi verificar as alterações comportamentais e moleculares induzidas pelo ER em camundongos fêmea transgênicos para a DA na fase inicial e avançada da doença. Material e Métodos: Foram utilizados camundongos fêmea, distribuídos em 8 grupos: Controle/Controle, Controle/Exercício Alzheimer/Controle (sem treinamento) e Alzheimer/Exercício adultos e idosos submetidos a protocolo de treinamento resistido por quatro semanas. A mobilidade foi avaliada pelo teste de campo aberto, o comportamento do tipo ansioso foi realizado pelo o teste de labirinto em cruz elevado. A memória de longo prazo (MLP) foi avaliada pela tarefa de reconhecimento de objetos e esquiva inibitória. O comportamento do tipo depressivo foi avaliado pelo teste de suspensão pela cauda. A quantificação de peptídeos βA no hipocampo e de citocinas circulantes foi realizada pela técnica de ELISA. Resultados: Nossos resultados mostraram que houve aumento progressivo na força de ambos grupos treinados nas diferentes idades. O genótipo e o exercício aumentaram a ambulação dos animais adultos e dos animais idosos com DA. O ER reverteu o déficit de memória observado nos animais adultos com DA, entretanto, esse resultado não ocorreu nos animais idosos. O ER nos animais adultos produziu uma resposta adaptativa ao estresse ou uma maior disposição para investigar ambientes confinados e nos animais idosos, o ER reverteu o comportamento tipo ansioso observado nos animais com DA. O comportamento do tipo deprimido observados em animais adultos e idosos com DA foi revertido pelo programa de ER. O ER reduziu os peptídeos βA somente nos animais adultos com DA. O ER não teve um impacto notável na memória aversiva nos animais adultos e idosos. Conclusão: Na fase inicial da DA, o ER reduziu a produção de peptídeos βA e a expressão de TNF-α, IL-6, IL-10 e IL1-α. Além disso, o ER reverteu o déficit de memória, e reverteu o quadro de depressão. Nos animais na fase avançada, o ER não apresentou redução dos níveis de βA e não reverteu o déficit de memória, indicando que seu efeito é mais limitado. No entanto, o ER mostrou-se eficaz na redução da ansiedade e do comportamento do tipo depressivo.