Avaliação da dinâmica do piscar, dos movimentos palpebrais anômalos e do músculo Orbicular oculi em pacientes com espasmo hemifacial
Data
2021
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Purposes: 1) To assess the dynamics of blinking and anomalous eyelid movements in patients with hemifacial spasm (HFS); 2) To objectively demonstrate the relieft of eyelid spasms after application of botulinum toxin type A (BTX-A) injections; 3) To determine whether there is an association between the energy generated during eyelid movements and two clinical scales to assess hemifacial spasm; 4) To evaluate samples of orbicularis oculi muscle from the affected and unaffected sides of patients with hemifacial spasm. Methods: Patients with hemifacial spasm from the Division of Oculoplastics, Department of Ophthalmology at the Federal University of São Paulo were evaluated. Spontaneous eyelid movements were recorded bilaterally using a highspeed video camera for 3 minutes, while patients watched a video containing nature landscapes, so that they maintaned their eyes in primary position of gaze. In addition, samples of orbicularis oculi from hemifacial spasm patients not previously treated with BTX-A (affected and unaffected sides) and normal patients were analyzed. The following outcomes were evaluated: 1) maximum velocity of eyelid closure and amplitude of eyelid movements in untreated patients; 2) energy generated during spontaneous eyelid movements before and after applications of botulinum toxin-A; 3) disease severity and frequency of eyelid spasms via the use of 2 clinical scales: Jankovic rating scale (JRS) and hemifacial spasm grading scale (HSGS) before and after BTX-A applications; 4) morphology of the orbicularis oculi samples using hematoxylin-eosin staining and a digital image software (Image J) for objective analysis. Results: 1) Regarding spontaneous blinking, no significant difference was observed in the amplitudes or velocities of eyelid closure between affected and unaffected eyes. Of the 28 patients evaluated, 23 (82%) presented anomalous eyelid spasms with a similar pattern to normal blink, but observed only on the affected side; in 17 (61%), anomalous high-frequency eyelid movements were also detected in the affected eye. Analysis of these anomalous movements demonstrated significantly lower amplitudes and velocities than in spontaneous blinking. 2) The energy generated by the upper eyelid movements was significantly reduced on the affected side after treatment with botulinum toxin. 3) Energy spectrum below 23,000 was associated with scores below 4 and 6.25 in JRS and HSGS, respectively (p <0.0001); 4) Histopathological analysis showed significantly greater connective tissue area on the affected side and significantly lower cell density on both sides of patients with hemifacial spasm when compared to the control group. Conclusions: 1) There was no significant interocular difference for amplitude and velocity of eyelid closure during spontaneous blinking in patients with HFS. Anomalous eyelid movements are characterized by lower amplitudes and reduced velocity when compared to spontaneous blinking. 2) The significant reduction in the energy generated during upper eyelid movements on the affected side after treatment with BTX-A has objectively demonstrated the effectiveness of treatment with this drug to relieve eyelid spasms. 3) An association between the energy generated during eyelid movements and clinical evaluations performed using the JRS and HSGS scales in patients with HFS was observed. 4) Significant morphological changes were observed in orbicularis oculi muscle samples from patients with hemifacial spasm, both on the affected and non-affected sides.
Objetivos: 1) Avaliar a dinâmica do piscar e dos movimentos palpebrais anômalos em pacientes com espasmo hemifacial, 2) Demonstrar de forma objetiva a melhora dos espasmos palpebrais após aplicação de toxina botulínica tipo A (BTX-A), 3) Determinar se há associação entre a energia gerada durante os movimentos palpebrais e duas escalas clínicas para avaliação de espasmo hemifacial; 4) Avaliar amostras de músculo orbicular oculi dos lados afetado e não-afetado de pacientes com espasmo hemifacial. Métodos: Foram avaliados pacientes com espasmo hemifacial provenientes do setor de Plástica Ocular do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo. Movimentos palpebrais espontâneos foram registrados bilateralmente por meio de uma câmera de video de alta velocidade durante 3 minutos, enquanto os pacientes assistiam a um vídeo contendo paisagens de natureza para que o paciente mantivesse os olhos em posição primária do olhar. Além disso, foram analisadas amostras de orbicular oculi de pacientes com espasmo hemifacial virgens de tratamento (lados afetado e não-afetado) e de pacientes normais. Foram avaliadas: 1) velocidade máxima de fechamento palpebral e amplitude dos movimentos palpebrais em pacientes não tratados; 2) energia gerada durante movimentos palpebrais espontâneos antes e após aplicações de toxina botulínica-A; 3) gravidade da doença e frequência dos espasmos por meio do uso de 2 escalas clínicas: escala de Jankovic (JRS) e escala de graduação de espasmo hemifacial (HSGS) antes e após aplicações de BTX-A; 4) morfologia das amostras de orbicular oculi utilizando-se a coloração hematoxilina-eosina e um software de imagem digital (Image J) para análise objetiva. Resultados: 1) Com relação ao piscar espontâneo, não foi observada diferença significante nas amplitudes ou velocidades de fechamento palpebral entre os olhos afetados e não-afetados. Dos 28 pacientes avaliados, 23 (82%) apresentaram espasmos palpebrais anômalos com traçado similar ao piscar, porém observados somente no lado afetado; em 17 (61%), foram detectados também movimentos palpebrais anômalos de alta frequência no olho afetado. Análise dos movimentos palpebrais anômalos demonstrou amplitudes e velocidades significantemente menores que no piscar espontâneo. 2) Análise da energia gerada pelos movimentos palpebrais mostrou-se significantemente reduzida no lado afetado após tratamento com toxina botulínica. 3) Espectro de energia inferior a 23.000 associou-se com escores inferiores a 4 e 6,25 na JRS e HSGS, respectivamente (p < 0.0001); 4) A análise histopatológica mostrou área de tecido conectivo significantemente maior no lado afetado e densidade celular significantemente menor em ambos os lados de pacientes com EH, quando comparados ao grupo controle. Conclusão: 1) Não foi observada diferença interocular significante para amplitude e velocidade do fechamento palpebral durante o piscar espontâneo em pacientes com EH. Já os movimentos palpebrais anômalos são caracterizados por amplitudes menores e velocidade reduzida em relação ao piscar espontâneo. 2) A redução significativa da energia gerada durante os movimentos palpebrais no lado afetado após o tratamento com BTX-A demonstrou de forma objetiva a eficácia do tratamento com esta droga para alívio dos espasmos palpebrais. 3) Observou-se associação entre a energia gerada durante os movimentos palpebrais e avaliações clínicas realizadas por meio das escalas JRS e HSGS em pacientes com EH. 4) Alterações morfológicas significativas foram observadas em amostras de músculo orbicular oculi de pacientes com espasmo hemifacial, tanto no lado afetado, quanto no não-afetado.
Objetivos: 1) Avaliar a dinâmica do piscar e dos movimentos palpebrais anômalos em pacientes com espasmo hemifacial, 2) Demonstrar de forma objetiva a melhora dos espasmos palpebrais após aplicação de toxina botulínica tipo A (BTX-A), 3) Determinar se há associação entre a energia gerada durante os movimentos palpebrais e duas escalas clínicas para avaliação de espasmo hemifacial; 4) Avaliar amostras de músculo orbicular oculi dos lados afetado e não-afetado de pacientes com espasmo hemifacial. Métodos: Foram avaliados pacientes com espasmo hemifacial provenientes do setor de Plástica Ocular do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo. Movimentos palpebrais espontâneos foram registrados bilateralmente por meio de uma câmera de video de alta velocidade durante 3 minutos, enquanto os pacientes assistiam a um vídeo contendo paisagens de natureza para que o paciente mantivesse os olhos em posição primária do olhar. Além disso, foram analisadas amostras de orbicular oculi de pacientes com espasmo hemifacial virgens de tratamento (lados afetado e não-afetado) e de pacientes normais. Foram avaliadas: 1) velocidade máxima de fechamento palpebral e amplitude dos movimentos palpebrais em pacientes não tratados; 2) energia gerada durante movimentos palpebrais espontâneos antes e após aplicações de toxina botulínica-A; 3) gravidade da doença e frequência dos espasmos por meio do uso de 2 escalas clínicas: escala de Jankovic (JRS) e escala de graduação de espasmo hemifacial (HSGS) antes e após aplicações de BTX-A; 4) morfologia das amostras de orbicular oculi utilizando-se a coloração hematoxilina-eosina e um software de imagem digital (Image J) para análise objetiva. Resultados: 1) Com relação ao piscar espontâneo, não foi observada diferença significante nas amplitudes ou velocidades de fechamento palpebral entre os olhos afetados e não-afetados. Dos 28 pacientes avaliados, 23 (82%) apresentaram espasmos palpebrais anômalos com traçado similar ao piscar, porém observados somente no lado afetado; em 17 (61%), foram detectados também movimentos palpebrais anômalos de alta frequência no olho afetado. Análise dos movimentos palpebrais anômalos demonstrou amplitudes e velocidades significantemente menores que no piscar espontâneo. 2) Análise da energia gerada pelos movimentos palpebrais mostrou-se significantemente reduzida no lado afetado após tratamento com toxina botulínica. 3) Espectro de energia inferior a 23.000 associou-se com escores inferiores a 4 e 6,25 na JRS e HSGS, respectivamente (p < 0.0001); 4) A análise histopatológica mostrou área de tecido conectivo significantemente maior no lado afetado e densidade celular significantemente menor em ambos os lados de pacientes com EH, quando comparados ao grupo controle. Conclusão: 1) Não foi observada diferença interocular significante para amplitude e velocidade do fechamento palpebral durante o piscar espontâneo em pacientes com EH. Já os movimentos palpebrais anômalos são caracterizados por amplitudes menores e velocidade reduzida em relação ao piscar espontâneo. 2) A redução significativa da energia gerada durante os movimentos palpebrais no lado afetado após o tratamento com BTX-A demonstrou de forma objetiva a eficácia do tratamento com esta droga para alívio dos espasmos palpebrais. 3) Observou-se associação entre a energia gerada durante os movimentos palpebrais e avaliações clínicas realizadas por meio das escalas JRS e HSGS em pacientes com EH. 4) Alterações morfológicas significativas foram observadas em amostras de músculo orbicular oculi de pacientes com espasmo hemifacial, tanto no lado afetado, quanto no não-afetado.