Manejo clínico de pacientes com espondilite anquilosante: o papel da ressonância magnética de coluna vertebral total para a tomada de decisão

Data
2021
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
The lack of specific biomarkers to evaluate disease activity in patients with ankylosing spondylitis (AS) is a relevant challenge in clinical practice. Some conditions, including fibromyalgia, chronic spine damage and other causes of non-inflammatory back pain, need to be considered as differential diagnosis before making clinical decision, such as biological therapy, rehabilitation or global pain management. Aim: To assess the role of total spine magnetic resonance imaging (MRI) in AS patients with clinical doubt between activity or chronicity in short and in long-term. Patients and Methods: A total of 57 AS patients, according to New York criteria, were included in this 2-year prospective study. The main inclusion criterion was the clinical doubt between disease activity or not disease activity, considering standard tools, such as mechanical or inflammatory back pain, peripheral arthritis or enthesitis, extra-articular manifestations and C-reactive protein (CRP) and erythrocyte sedimentation rate (ESR). The patients were divided in 2 groups (A: patients with pain and low CRP and ESR serum levels; B: patients no symptoms but with high CRP and ESR serum levels). All patients performed total spine MRI, including cervical, thoracic and lumbar spine. The reading was performed by a blind radiologist, considering the SPARCC (Spondyloarthritis Research Consortium of Canada) methodology, and the rheumatologist used it to make the major clinical decision. A positive spine MRI was defined when 3 or more bone marrow edema (BME) signals were found, according to the OMERACT proposal. Results: Positive MRI was observed in 40% and 30% of group A and B, respectively. Using the global evaluation (clinical, lab and imaging information) performed by expert rheumatologist as gold-standard, the concordance between positive MRI and overall disease activity was observed in almost 70% of AS patients (r=0.36, p=0.01), especially in group A. On the other hand, higher inflammation severity and area score was more found in group B than group A (15.7±7.5 and 9.9±6.7; p=0.048; respectively). After 12 and 24 months of follow-up, all patients were re-evaluated and the most of them still remained with the same medical decision, suggesting good assertiveness of whole spine MRI over time. Conclusions: Our data showed whole spine MRI could be used as an important tool for making the diagnosis differential and more adequate clinical decision between disease activity and other non-inflammatory causes of pain in patients with AS.
A falta de biomarcadores específicos para avaliar a atividade da doença em pacientes com espondilite anquilosante (EA) é um desafio relevante na prática clínica. Algumas condições, incluindo fibromialgia, osteoartrite de coluna e outras causas de dor não inflamatórias, precisam ser consideradas como diagnóstico diferencial antes da tomada de decisão clínica, como terapia biológica, reabilitação ou controle global da dor. Objetivo: Avaliar o papel da ressonância magnética (RM) da coluna total em pacientes com EA com dúvida clínica entre atividade ou cronicidade em curto e longo prazo. Pacientes e métodos: Um total de 57 pacientes com EA, de acordo com os critérios de Nova York, foram incluídos neste estudo prospectivo de 2 anos. O principal critério de inclusão foi a dúvida clínica entre a atividade da doença ou não, considerando os instrumentos padrão, como lombalgia mecânica ou inflamatória, artrite periférica ou entesite, manifestações extra-articulares e proteína C reativa (PCR) e velocidade de hemossedimentação (VHS). Os pacientes foram divididos em 2 grupos (A: pacientes com dor e níveis séricos de PCR e VHS baixos; B: pacientes sem sintomas, mas com níveis séricos de PCR e VHS elevados). Todos os pacientes realizaram ressonância magnética total da coluna (coluna cervical, torácica e lombar). A leitura foi realizada por um radiologista cego, considerando a metodologia do SPARCC (Spondyloarthritis Research Consortium of Canada), e o reumatologista a utilizou para tomar a decisão clínica principal. Uma ressonância magnética de coluna positiva foi definida quando três ou mais sinais de edema de medula óssea (EMO) foram encontrados, de acordo com a proposta do OMERACT. Resultados: RM positiva foi observada em 40% e 30% do grupo A e B, respectivamente. Usando a avaliação global (clínica, laboratório e informações de imagem) realizada por reumatologista especialista como padrão-ouro, a concordância entre MRI positiva e atividade geral da doença foi observada em quase 70% dos pacientes com EA (r = 0,36, p = 0,01), especialmente no grupo A. Por outro lado, maior gravidade da inflamação e escore de área foram mais encontrados no grupo B do que no grupo A (15,7 ± 7,5 e 9,9 ± 6,7; p = 0,048; respectivamente). Após 12 e 24 meses de seguimento, todos os pacientes foram reavaliados e a maioria deles ainda permanecia com a mesma decisão médica, sugerindo boa assertividade da RM de coluna inteira ao longo do tempo. Conclusões: Nossos dados mostraram que a RM de coluna total pode ser usada como uma ferramenta importante para fazer o diagnóstico diferencial e decisão clínica mais adequada entre a atividade da doença e outras causas não inflamatórias de dor em pacientes com EA.
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