Habilidades culinárias dos pais e consumo alimentar de crianças com distúrbios nutricionais

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Data
2022-10-20
Autores
Lago, Larissa Serra [UNIFESP]
Orientadores
Oliveira, Fernanda Luisa Ceragioli [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introdução: O uso das habilidades culinárias pelos pais pode promover em seus filhos maior consumo de alimentos in natura e minimamente processados, mas vêm perdendo força apesar de serem de grande importância para uma alimentação adequada e saudável. Visto que os pais são os principais responsáveis pela compra e preparo do que as crianças consomem em casa, avaliar as habilidades culinárias deles e analisar o consumo alimentar e o estado nutricional dos filhos é importante para verificar a influência dessas habilidades no consumo de alimentos ultraprocessados. Objetivos: Avaliar o grau de confiança dos pais no desempenho de habilidades culinárias e sua relação com o consumo alimentar e estado nutricional dos filhos em idade pré-escolar e escolar com distúrbios nutricionais em Centro de Referência de Nutrologia Pediátrica. Métodos: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo realizado com 38 pares de criança e respectivo responsável em Centro de Referência em Nutrologia Pediátrica. As crianças de ambos sexos e idade entre 2 e 10 anos tiveram medidas e índices antropométricos avaliados, além de exames laboratoriais coletados do prontuário. Foi realizada avaliação do consumo alimentar com aplicação de recordatórios alimentares de 24 horas baseados nas técnicas dos múltiplos passos. Foram quantificados nutrientes e classificados os alimentos de acordo com a classificação de alimentos NOVA. Avaliou-se a confiança dos pais em suas habilidades culinárias por meio da aplicação do Índice de Habilidades Culinárias (IHC). As análises estatísticas foram realizadas e utilizou-se o teste de correlação de Spearman para análise da correlação das variáveis quantitativas, o teste não-paramétrico de Wilcoxon-Mann-Whitney para a hipótese de dois grupos e o teste de Shapiro-Wilk para as variáveis contínuas e histogramas para avaliar a normalidade das variáveis contínuas. Resultados: Quanto à confiança culinária, os responsáveis tiveram uma pontuação de IHC de 69,9 pontos, numa escala de 0 a 100. Observou-se correlação negativa fraca dessa variável com o consumo de alimentos ultraprocessados (r= -0,27; p-valor = 0,10). Não houve significância estatística entre o grau de confiança culinária dos responsáveis (IHC) e o índice de massa corporal por idade (IMC/I). Houve correlação estatisticamente positiva (r = 0,35; p-valor = 0,03) entre o consumo de ultraprocessados e circunferência abdominal (CA) bem como entre o valor energético total (VET) em relação ao valor de HDLC (r = 0,37; p-valor = 0,03). Conclusão: A pontuação do IHC demonstrou habilidade culinária média entre os pais das crianças avaliadas, mas notou-se o alto consumo de AUP, presente nas refeições de 93% das crianças avaliadas, que possivelmente repercutiu nas medidas antropométricas e parâmetros laboratoriais de risco cardiometabólico. Para que haja uma promoção de hábitos saudáveis entre as crianças, além de valorizar o costume de cozinhar mais em casa, os pais devem ser orientados quanto ao preparo e consumo de alimentos in natura e minimamente processados para que as crianças minimizem o consumo de AUP a fim de tratar e prevenir doenças.
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