Indissociabilidades - Conflitos epistêmicos na emergência de uma ciência agroecológica

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Data
2019-08-26
Autores
Meira, Juliana de Andrade [UNIFESP]
Orientadores
Parra, Henrique Zoqui Martin [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Circunscrito na área da Sociologia da Ciência e Tecnologia, o presente trabalho analisa o processo de institucionalização da agroecologia no Brasil e volta-se para uma noção que, tendo emergido nos últimos anos demonstra ter se tornado um gancho para abordar o modo como a agroecologia, apresenta novas configurações disciplinares, relacionadas a uma perspectiva diferente sobre a relação entre ciência, política e sociedade, e a novas possibilidades de legitimação social. Trata-se da noção de Indissociabilidade entre ciência, movimento e prática. Para tanto são observados: I. Os discursos dos principais autores da agroecologia no mundo, que permanecem como os mais citados; II. A relação de continuidade da agroecologia em relação a emergência dos movimentos ambientais e da ambientalização dos movimentos sociais, dando especial atenção para a construção social dos riscos da atividade da ciência agrícola; III. O mapeamento de atores sociais, como se apresentam e se articulam social e politicamente e IV. Panorama da produção científica em e sobre agroecologia em duas importantes bases de catalogação de trabalhos acadêmico-científicos. A observação das dinâmicas agroecológicas é realizada a partir de contribuições dos Estudos Sociais em Ciência e Tecnologia, em especial o conceito de co-produção em Forsyth e Jasanoff, no modo como ele é trabalhado em relação ao ativismo ambiental. E a partir disso são ensaiadas possibilidades de se pensar as indissociabilidades presentes na agroecologia observando o trânsito entre dispositivos cognitivos conceituais entre dimensões mais científicas e mais políticas e sociais. As conclusões giram em torno de algumas hipóteses, uma delas compreende a agroecologia científica a partir de sua multiplicidade de meios de conexão com a sociedade, dentre elas a constituição de alguns dos programas de pós-graduação apresentados, no modo como se abrem para pensar as contradições da atividade agrícola moderna e contemporânea a partir da inter e da transdisciplinaridade. Podendo ser tomados como “centros de reflexividade”, legitimados pelo modo como apontam respostas para problemas socioambientais complexos.
Circumscribed in the Sociology of Science and Technology area, the work analyzes the brazilian agroecology process of institutionalization, through the notion of Indissociability between Science, Moviment and Practice, that emerged in the last years, showing to be a way to approach agroecology from the proposal to represent other disciplinar configurations, allowed to connect science and society in other ways. Therefore, will be observed: I. The speeches of the main agroecology authors in the world, that remain as the most cited ; II. The link between agroecology and general environmental movements, giving some special attention to the social construction of risks of agricultural science activities; III. The mapping of social actors, as they articulate themselves; and IV. A view of scientific contribution about (or in) agroecology, considering two important academic platforms: CAPES and SCIELO bases. From that, the agroecological dynamics are observed using the Science and technology Studies (STS), and especially the concept of co-production, here from Tim Forsyth and Sheila Jasanoff, in the way they work to explain the environmental political activism. Thereby, some possibilities to think about agroecology are rehearsed, considering the movements of the conceptual and cognition devices, between social, politic and scientific dimensions. The conclusions revolve around some hypotheses, one of them comprises scientific agroecology from your multiple connections with society, among them, the constitution of some of the postgraduate programs presented, in the way they open themselves to think about modern and contemporary agricultural activity contradictions, from interdisciplinarity and transdisciplinarity. They can be taken as “reflexivity centers”, which are legitimized by the way they point out answers to complex socio-environmental problems.
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