Avaliação da cognição social no envelhecimento normal e na evolução da Doença de Alzheimer
Data
2022-11-18
Autores
Martins, Gabriela Carneiro 
Orientadores
Mello, Cláudia Berlim
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introdução: A Doença de Alzheimer (DA) é a demência de maior incidência na população e apresenta três níveis de comprometimento (leve, moderado e grave). Na literatura, tem sido mencionada presença de alterações de cognição social (CS). CS diz respeito a um conjunto de processos cognitivos que mediam as interações sociais. Ainda não está claro se tais alterações constituem perdas primárias ou estão relacionadas a disfunções cognitivas amplas, ou mesmo se seriam justificadas pelo nível de complexidade das tarefas. Objetivo: investigar o desempenho em diferentes domínios da CS (ToM afetiva, ToM cognitiva, compreensão interpessoal e intrapessoal de normas sociais) nas fases inicial e moderada da DA, bem no Comprometimento Cognitivo Leve (CCL). Método: O estudo avaliou 65 idosos de 60 a 91 anos (M= 74,7, dp= 8,17), sendo 75,38 % do sexo feminino. Os participantes foram distribuídos em quatro grupos: Saudáveis (n=17), CCL (n=17), DA inicial (n=15) e DA moderado (n=16). O diagnóstico foi confirmado com base em procedimentos tradicionais como o Mini Exame do Estado Mental. Todos os participantes foram submetidos a uma avaliação neuropsicológica com foco em funções executivas, linguagem e memória. A CS foi avaliada por meio do Edinburg Social Cognition Test (ESCOT). A coleta de dados ocorreu em dois encontros com o participante e um encontro com o familiar, todos no formato online através de video-chamadas. As análises estatísticas incluiu análises descritivas, inferenciais (ANOVA) e regressão linear para investigar preditores significativos da CS e do avanço do quadro demencial. Resultados: Os resultados sugerem perdas progressivas nas habilidades de ToM cognitiva e afetiva com o avanço do quadro demencial. Alterações na compreensão interpessoal e intrapessoal de normas sociais foram evidenciadas apenas na fase moderada da doença. As perdas foram preditas por habilidades executivas e memória semântica. Conclusão: Em uma fase pré clínica as habilidades de CS se mantém, em uma fase inicial da DA as perdas são seletivas e na fase moderada existem prejuízos globais. Além disso, ToM-c e ToM-a são importantes preditores para o avanço do quadro demencial.