Representações sociais do corpo na perspectiva do(a) adolescente e do(a) jovem descendente de japonês.
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Data
2022-07-04
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Este estudo teve como objetivo (i) conhecer as representações sociais do corpo na perspectiva
de adolescentes e jovens brasileiros descendentes de japoneses; (ii) investigar as influências
culturais dessas representações e (iii) relatar as subjetividades desveladas pela temática da
pesquisa. A abordagem metodológica adotada foi a qualitativa, utilizando da Teoria das
Representações Sociais como aporte teórico e metodológico. A coleta de dados ocorreu em
duas etapas: primeiro, foi realizado o preenchimento de um instrumento de pesquisa com
instruções para a produção de um desenho livre, a fim de representar um corpo
adolescente/jovem, junto de questões relacionadas tanto ao desenho quanto ao corpo do(a)
entrevistado(a). Nessa primeira etapa, contamos com 95 participantes na faixa etária de 12 a 29
anos; posteriormente, ocorreram as entrevistas semiestruturadas com questões emergentes das
investigações obtidas através dos dados da primeira coleta, contando com 14 participantes na
faixa etária de 18 a 24 anos. Para a análise de dados, optou-se pela técnica de análise de
conteúdo do tipo categorial de Bardin (2011). As análises da primeira coleta de dados
mostraram a importância de partes do corpo para a adolescência, sendo o “rosto”, “cabelo”,
“seios”, “barriga” e “órgãos sexuais” as partes consideradas mais importantes durante essa fase
da vida. Ademais, diante aos elementos principais encontrados nos discursos dos
adolescentes/jovens, encontraram-se problematizações em torno das influências culturais nas
representações do corpo, sobre pertencimento nas relações, comportamento, identidade e
estereótipos. Tais problematizações geraram cinco perguntas semiabertas para as entrevistas,
da qual — diante as análises dos dados obtidos — resultaram em cinco categorias principais: a
percepção do próprio corpo e sua história; a cultura japonesa e nipo-brasileira presente na vida
dos participantes; sobre identidade, se sentir pertencente e comportamentos; representatividade
na mídia; e estereótipos. Por fim, os resultados mostram que se permanece o posto de
estrangeiro atribuído aos nipo-brasileiros, interferindo nas suas relações, nas suas questões de
pertencimento e no seu processo de identidade; esse posto e seus estereótipos — vistos como
positivos, mas, comprovadamente, negativos —, que são reforçados pelos meios de
comunicação midiáticos, refletem nas suas percepções sobre si mesmo, sobre seu corpo e sobre
seus comportamentos.