(In)segurança alimentar de famílias de escolares em Unidade Municipal de Educação da cidade de Santos-SP, no contexto da pandemia por Sars-Cov-2

Data
2022-07-26
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
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Resumo
Introdução: O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é a mais antiga política de alimentação e nutrição no Brasil e se institui como ferramenta para assegurar a alimentação adequada e contribuir com a promoção da segurança alimentar de escolares matriculados no ensino básico público, durante os 200 dias letivos anuais. Com a suspensão das aulas presenciais em 2020, decorrente da pandemia de Covid-19, a partir de legislação federal, autorizou-se a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos utilizando a verba destinada ao PNAE. Coube às Entidades Executoras Estaduais e Municipais escolherem a maneira com que o atendimento ocorreria. Objetivo: Traçar o perfil demográfico e socioeconômico das famílias dos escolares, caracterizar e analisar a (in)segurança alimentar e seus fatores associados, em uma Unidade Municipal de Educação da Região Central do município de Santos-SP. Métodos: Estudo transversal, de caráter quantitativo, amostra por conveniência. Utilizou-se um instrumento estruturado, aplicado presencialmente na escola, aos pais ou responsáveis dos escolares do Jardim, Pré e 1º ano, pela pesquisadora deste TCC, apoiada por estagiárias de Nutrição Social do Curso de Nutrição da Unifesp Baixada Santista. O instrumento incluiu questões demográficas, socioeconômicas e alimentares. A (in)segurança alimentar das famílias foi medida com o auxílio da escala psicométrica Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), em sua versão curta de oito perguntas referentes à percepção da (in)segurança alimentar nos três meses anteriores à sua aplicação. Resultados: Observou-se que das 78 famílias participantes, metade experimentava insegurança alimentar leve (33,3%) ou moderada (16,7%). A IA associou-se a: presença de chefes de domicílio de cor parda/preta, solteiros (p 0,019), com renda familiar mensal de até 1 salário mínimo (p<0,001), com três ou mais pessoas na residência (p0,049) e existência de duas ou mais crianças por lar (p0,047), além de não frequentarem restaurantes populares (p0,016). No teste univariado, pais que receberam Programa Bolsa Família (p < 0,001) e Auxílio Emergencial durante a pandemia, além do Programa Auxilio Brasil (p < 0,001), apresentaram valores expressivos de IA leve e moderada. Conclusão: A insegurança alimentar, seja leve, moderada ou grave, deve receber olhares cuidadosos dos governos, sobretudo em grupos de vulnerabilidade. Em nosso estudo foi observada a alta frequência de IA moderada, que ficou acima da média nacional, segundo dados do II Inquérito Nacional da Rede Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar, de 2022, o que pode refletir o cenário atual de desmonte das políticas públicas, aliado às crises econômica e sanitária, que tem gerado fome por todo o território brasileiro. Embora se trate de território vulnerabilizado, a ausência de IA grave poderia sugerir que o PNAE foi importante aliado na proteção contra a fome nestas famílias, pelo fornecimento de quatro refeições diárias aos escolares. Julga-se ser necessário o monitoramento da SAN na escola, sobretudo de famílias de escolares do Pré, Jardim e 1º ano, bem como o fortalecimento do Programa Nacional de Alimentação Escolar.
Descrição
Citação
SANTOS, Cassiane de Jesus; Boschetti, Sofia Bonna; Medeiros, Maria Angélica Tavares de. (In)segurança alimentar de famílias de escolares em unidade municipal de educação da cidade de Santos-SP no contexto da pandemia por Sars-Cov-2. 2022. 52 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Nutrição) - Instituto de Saúde e Sociedade, Universidade Federal de São Paulo, Santos, 2022.
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