Efeito da estimulação transcraniana de corrente contínua na fadiga em pacientes com Síndrome de Sjögren primária: ensaio clínico randomizado piloto

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Data
2021-07-27
Autores
Pinto, Ana Carolina Pereira Nunes [UNIFESP]
Orientadores
Trevisani, Virgínia Fernandes Moça [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
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Resumo
Introdução: A Síndrome de Sjögren primária (SSp) afeta 0,01% a 3,7% da população mundial. A fadiga é relatada como sintoma mais difícil de controlar e afeta até 85% dos pacientes com SSp. A estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) tem mostrado resultados promissores na redução da fadiga em algumas doenças. No entanto, seus efeitos na SSp nunca foram examinados. Objetivos: Avaliar a eficácia e segurança de um protocolo de ETCC sobre a fadiga em pacientes com SSp. Métodos: Este foi um ensaio clínico randomizado piloto, duplo-cego (NCT04119128) conduzido com mulheres com SSP de 18 a 65 anos, com terapia farmacológica estável, com queixas de fadiga por pelo menos três meses e com pontuação > 5 na Escala de Gravidade da Fadiga (EGF). Trinta e seis participantes foram randomizadas para receber cinco sessões consecutivas de estimulação simulada (sham) ou ETCC, com uma intensidade de 2 mA, por 20 minutos/dia. Os participantes, os intervencionistas e os avaliadores de desfechos desconheciam o grupo para o qual cada participante foi alocado. A fadiga foi avaliada antes e após as cinco sessões. As diferenças médias entre os grupos com intervalos de confiança (IC) de 95% e tamanhos de efeito foram calculados para os resultados primários e secundários. Resultados: Após cinco sessões de ETCC, a gravidade da fadiga avaliada pela EGF (desfecho primário) demonstrou uma diferença média de -0,85 [intervalo de confiança de 95% (IC) -1,57 a -0,13; tamanho do efeito 0,80] favorecendo o grupo ativo. O grupo ativo apresentou reduções significativamente maiores na fadiga, conforme medido pelo índice Eular 's Syndrome Patient Reported Index (ESSPRI) após cinco sessões de ETCC [diferença média: 1,40; IC 95% -2,33 a -0,48; tamanho do efeito 1,04]. Não houve alterações significativas do cortisol. No grupo ativo, houve associação entre a melhora na fadiga após cinco sessões e altos níveis de ansiedade e baixos níveis no domínio mental de qualidade de vida no início do estudo. Embora não tenha havido diferenças entre os grupos para os desfechos secundários de sono, humor e ansiedade, as comparações dentro do grupo evidenciaram uma diferença pequena, mas significativa favorecendo o grupo ativo para dor e sono. Todos os eventos adversos relatados foram leves e transitórios. Conclusão: A ETCC parece ser segura e reduzir a fadiga na SSp. Mudanças diferenciais na dor e no sono podem ser a base de seus efeitos. Mais estudos são necessários para otimizar as estratégias de tratamento da ETCC na SSp.
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