PPG - Saúde Baseada em Evidências

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    Mapeamento da utilização do Breast Imaging Reporting and Data System (BI-RADS®) na ultrassonografia no Brasil
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-26) Merjane, Vanessa [UNIFESP]; Iared, Wagner [UNIFESP]; Bitencourt, Almir Galvão Vieira; http://lattes.cnpq.br/9831557351263462; http://lattes.cnpq.br/0900714290963020; http://lattes.cnpq.br/2695339990281349
    Introdução: O BI-RADS® é uma ferramenta de qualidade criada pelo ACR. Denominado sistema por conter um léxico, estrutura de relatórios e coleta de dados / monitoramento de resultados. A US é um dos principais métodos de diagnóstico de doenças mamárias, junto com mamografia, RM e biópsia guiada por imagem. Objetivos: O objetivo principal desta pesquisa é mapear o uso do BI-RADS® na US no Brasil. Os objetivos secundários buscam investigar o perfil dos médicos que utilizam o BI-RADS®, avaliar sua dinâmica de trabalho e identificar problemas e particularidades na prática diária da US mamária no país que possam influenciar a utilização desse sistema. Métodos: Aplicado questionário on-line e individual a uma amostra de médicos. A divulgação do link, com 58 perguntas de múltipla escolha, foi realizada entre setembro/2022 e fevereiro/2023, em congressos médicos, redes sociais e e-mails cadastrados nas entidades: Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, Sociedade Brasileira de Mastologia, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, Sociedade Brasileira de Ultrassonografia e Associação Médica Brasileira. Todos os dados foram submetidos a análise estatística descritiva por meio de frequências absolutas e relativas, utilizando-se o software R. Resultados: Foram analisadas respostas de 686 médicos de todos os estados brasileiros e Distrito Federal, sendo 355 (51,7%) da Região Sudeste, 398 (58,0%) com atuação nas capitais/região metropolitana, 417 (60,8%) mulheres e 241 (35,1%) entre 31-40 anos, sendo 293 (42,7%) formados há mais de 20 anos. Do total, 348 (50,7%) atuam exclusivamente no setor privado, 31 (4,5%) no setor público e 307 (44,8%) nos dois setores, sendo que 577 (84,1%) atuam a maior parte do tempo no privado. Destacamos que 282 (41,1%) não fizeram residência reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica. Entre os 588 médicos (85,7%) com Título de Especialista, identificamos 279 (40,7%) com especialização específica em Radiologia e Diagnóstico por Imagem. Entre os respondentes, 364 (53,1%) atuam exclusivamente com US, ou seja, não realizam outro método de imagem da mama. Apesar de 99,1% dos médicos afirmarem utilizar o BI-RADS® na prática diária, sobre a forma de como utilizam o sistema nos relatórios, apenas 360 (52,5%) afirmaram sempre colocar a indicação do exame e 355 (51,8%) sempre incluir recomendação de conduta. Em relação ao monitoramento dos resultados, apenas 66 (9,6%) afirmaram que são realizadas auditorias institucionais com comprovação histopatológica dos casos. Do total de respondentes, 238 médicos (34,7%) afirmaram trabalhar sem acesso a um Picture Archiving and Communication System (PACS). A maioria dos médicos, 526 (76,7%), trabalha em sistema de agenda mista, que envolve outros tipos de exames ultrassonográficos, que não a US mamária, e 267 (38,9%) respondentes afirmaram trabalhar em instituições onde não há obrigatoriedade da realização da mamografia antes da US, quando os dois exames são solicitados juntos. Conclusões: O estudo destaca que o BI-RADS® é amplamente utilizado pelos médicos – que realizam US mamária no Brasil – que têm compreensão da sua responsabilidade individual. A falta de aplicação de critérios necessários para a sua utilização na US indicam fragilidades na implementação do sistema no contexto brasileiro. Além disso, verificamos heterogeneidade e fragmentação do ensino médico, das habilidades profissionais e da rotina de trabalho destes médicos que aplicam o BI-RADS®, o que pode contribuir para inconsistências na implementação e uso do sistema na prática clínica.
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    Acesso aberto (Open Access)
    A espessura da cartilagem acetabular como medida complementar ao método de Graf para a displasia do desenvolvimento do quadril
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-08) Motta, Giovanna Galvão Braga [UNIFESP]; Iared, Wagner [UNIFESP]; Duarte, Marcio Luis; https://lattes.cnpq.br/1842227342641417; http://lattes.cnpq.br/0900714290963020; http://lattes.cnpq.br/4106898867952027
    Introdução: A Displasia do desenvolvimento do quadril (DDQ) se caracteriza por uma alteração do desenvolvimento do acetábulo, usualmente presente ao nascimento ou nos primeiros meses de vida e cursa com diferentes graus de incongruência articular. O tempo de tratamento não cirúrgico é variável e é realizado até a normalização do quadril. Alguns estudos buscando a causa dos casos que evoluem com displasia residual apontaram alterações na área do teto cartilaginoso associadas a esses casos. Objetivo: Avaliar a acurácia da medida da espessura da cartilagem acetabular (ECA) avaliada pela ultrassonografia no diagnóstico da DDQ; sua relação com os tipos sonográficos de Graf; e como fator influenciador do tempo de tratamento não cirúrgico. Métodos: Este trabalho foi subdividido em três estudos sequenciais e interdependentes. O estudo 1, foi um estudo de acurácia da ECA para diagnóstico da DDQ tendo como padrão referência o método de Graf. O estudo 2 foi uma coorte prospectiva que avaliou se a medida da ECA tem relação com a evolução do quadril durante o tratamento não cirúrgico. Um estudo adicional foi realizado para avaliar a reprodutibilidade da medida da ECA pelo método ultrassonográfico. Os participantes foram crianças de zero a seis meses de vida encaminhados por pediatras, ortopedistas ou ortopedistas pediátricos com suspeita de DDQ, para avaliação ultrassonográfica dos quadris pelo método de Graf, incluídos no trabalho de forma consecutiva. Resultados: Foram avaliados 2.738 quadris de 1.369 pacientes. Desses 877 eram do sexo feminino (64%) e 492 do sexo masculino (36%), com média de idade de seis semanas de vida. A ECA foi medida em todos os quadris, e avaliada sua relação com os tipos sonográficos de Graf. Todos os valores tiveram significância estatística, mais evidente nos quadris tipo III, no entanto não há valor de corte suficientemente acurado para o diagnóstico de DDQ. O aumento da ECA durante o tratamento se correlacionou com maior necessidade de tempo de uso da órtese para atingir o quadril tipo I de Graf. Conclusão: A ECA tem significância estatística comparada a classificação de Graf, principalmente no quadril do tipo III, porém não pode ser utilizada para diagnóstico da DDQ. Quando a ECA aumenta durante o tratamento não cirúrgico, a resolução da DDQ tende a ser mais lenta, com necessidade de um tempo maior do uso da órtese.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Efeitos do método Pilates solo comparado ao Pilates equipamento para o tratamento da dor lombar crônica: uma revisão sistemática
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-21) Silva, Vivian Calegaro [UNIFESP]; Macedo, Cristiane Rufino [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/7093212122696156; http://lattes.cnpq.br/5436883699462887
    Objetivo: Essa revisão sistemática com metanálise avaliou a efetividade do método Pilates solo comparado ao método Pilates equipamento para o tratamento de dor lombar crônica. Métodos: Incluímos ensaios clínicos randomizados (ECRs) que comparam método Pilates solo versus método Pilates equipamento em adultos (acima de 18 anos) com dor lombar crônica. Os desfechos primários avaliados foram intensidade da dor, funcionalidade; já os secundários foram cinesiofobia e eventos adversos. As buscas eletrônicas foram realizadas em outubro de 2024, nas bases de dados PubMed, Embase, Portal Regional BVS – LILACS, CENTRAL, CINAHL, PEDro e nas plataformas de registros de ensaios clínicos. Dois revisores, de forma independente, realizaram a seleção dos estudos, coleta e extração dos dados, divergências foram resolvidas por discussão. Avaliação de Risco de Viés foi realizada pela RoB2, a metanálise foi realizada pelo Review Manager 5.4 Software e a certeza da evidência pelo GRADE. Resultados: Um total de 1.562 registros foram obtidos, três ECRs foram incluídos nessa revisão, com um total de 154 participantes avaliados na metanálise. As intervenções foram realizadas por um curto período de tempo que variou de 6 a 8 semanas; com 2 a 3 sessões semanais, e com duração de 50 a 60 minutos. Para a intensidade da dor não houve diferenças significativa entre as intervenções com diferença de média (DM)=0,92; intervalo de confiança (IC) 95%;[-0,36 a -2,20]; heterogeneidade (I2)= 78% e P= 0,03; com baixa certeza da evidência. Da mesma forma, para a funcionalidade não houve diferenças entre as intervenções com DM= -0,05; 95%IC [-2,07 a -1,96]; I2=36% e P=0,21 com moderada certeza da evidência. Para o desfecho cinesiofobia, não houve diferenças entre as intervenções com DM= -0,79; 95%IC [-1,89 a -3,47]; I2=0% e P=0,74; com moderada certeza da evidência. Nenhum evento adverso ocorreu durante as intervenções. Conclusões: O Pilates solo comparado com o Pilates equipamento apresentam efeitos semelhantes para dor, funcionalidade e cinesiofobia em curto prazo de tempo. Os dois métodos são seguros. No entanto, mais estudos clínicos randomizados são necessários a fim de aumentar o grau de certeza nos resultados.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Desfechos combinados em ensaios clínicos randomizados sobre intervenções farmacológicas para doença arterial coronária: meta-pesquisa
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-13) Barros, Valéria Mozetic de [UNIFESP]; Riera, Rachel [UNIFESP]; Pacheco, Rafael Leite [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5220382157272897; http://lattes.cnpq.br/0591884301805680; http://lattes.cnpq.br/7667575660711545
    Objetivos: Identificar os desfechos combinados utilizados nas análises de ensaios clínicos randomizados na doença arterial coronária, mostrar a frequência da a ocorrência deste fenômeno e os riscos que a presença deste tipo de relato impõe. Desenho de estudo e local: Estudo transversal de ensaios clínicos randomizados publicados em revistas biomédicas indexadas no MEDLINE (via PubMed) entre 2020 e 2021, conduzido na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Métodos: Buscamos por ensaios clínicos randomizados indexados no MEDLINE (via PubMed) e publicados entre 1º de janeiro de 2020 e 31 de dezembro de 2021 incluindo pacientes portadores de doença arterial coronária que tivessem sido submetidos restritamente a intervenção farmacológica cardiovascular alopática e que não fosse suplementação alimentar. Os ensaios clínicos foram identificados por estratégia de busca e selecionados por dois autores independentes. Os títulos selecionados foram lidos na íntegra para identificação e qualificação dos desfechos combinados. Divergências no processo de seleção e extração de dados foram resolvidas por um terceiro pesquisador. Resultados: Buscas eletrônicas recuperaram 12.294 referências, sendo 12.241 eliminadas na primeira fase por não preencherem os critérios de inclusão. Após leitura do texto completo de 53 referência pré- selecionadas, 34 referências foram incluídas. Desses 34 ensaios clínicos randomizados 28 (82,35%) apresentavam desfechos combinados. Treze desfechos primários combinados foram usados, sendo mais frequente "morte cardiovascular- infarto do miocárdio-acidente vascular cerebral" (12/28, 42,86%). O termo MACE (Maiores eventos adversos cardiovasculares) foi usado para cinco desfechos primários combinados distintos. Uma combinação de 12 componentes diferentes resultou nos 28 desfechos combinados primários, sendo o AVC o componente mais frequente presente em 96,43% (27/28) dos desfechos combinados primários. Dos estudos incluídos nenhum discutiu possíveis limitações e/ou vantagens relacionadas aos desfechos combinados. Conclusão: Em ensaios clínicos randomizados sobre intervenção farmacológica para doença arterial coronária o uso de desfechos combinados são frequentemente utilizados. A apresentação dos componentes dos desfechos é heterogênea e muitas vezes a estimativa para cada componente de forma individual não é apresentada. Causando uma análise muitas vezes errônea para os leitores que irão usar estes dados na prática clínica.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Terapia fibrinolitica em pacientes com COVID-19 e SDRA: uma revisão sistemática e metanálise
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-09-27) Savioli, Felicio Aragão [UNIFESP]; Luis, Carlos Uta [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/7498955151131694
    Objetivo: Avaliar a efetividade e segurança da terapia fibrinolítica em pacientes com COVID-19 e Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA). Métodos: Foi realizada uma busca sistemática no MEDLINE, EMBASE, Cochrane CENTRAL e LILACS, sem restrições de idioma para informações relevantes de ensaios clínicos randomizados e quase-randomizados. Dois autores da revisão realizaram a extração de dados de forma independente e fizeram avaliações de qualidade dos dados dos estudos incluídos. Em caso de divergência, um terceiro autor foi contatado. O manual Cochrane foi usado como orientação. Se os resultados não fossem apropriados para uma meta-análise, seria realizada uma análise descritiva. Resultados: Foram 3 estudos randomizados controlados incluídos que avaliaram a efetividade e segurança da terapia fibrinolítica em comparação com a terapia padrão. As metanálises foram realizadas com os desfechos de PaO2/FiO2, tempo de internação na UTI, mortalidade em 28 dias e sangramento. Na meta-análise não foi identificado diferença estatisticamente significativa entre o uso da alteplase e a terapia padrão. Conclusões: Nessa revisão sistemática e meta-análise em pacientes com COVID-19 e SDRA não houve diferença entre o uso da terapia fibrinolítica quando comparado à terapia padrão para melhora da ventilação, redução do tempo de internação na UTI e mortalidade. No entanto, a terapia fibrinolítica não aumentou o risco de sangramento quando comparada à terapia padrão. Esse estudo apresentou limitações devido a pequena amostra incluída. Dessa forma, são necessários mais estudos para elucidar o papel da droga nesse cenário potencialmente catastrófico.