Dieta hiperlipídica palatável e treinamento físico aeróbio moderado: efeitos sobre parâmetros inflamatórios centrais em ratas e sua relação com comportamentos do tipo ansiedade e depressão

Abstract

O consumo de alimentos com alta densidade energética, a ingestão inadequada de nutrientes e a diminuição dos níveis de atividade física são fatores de risco para incidência de diversas doenças crônicas na população mundial, como doenças cardiovasculares, diabetes do tipo 2, alguns tipos de câncer e demências. A ingestão de dietas hiperlipídicas (DHs), incluindo as palatáveis, desencadeia o aumento nos níveis de mediadores inflamatórios em tecidos centrais. Os transtornos de humor, ansiedade e os comportamentos depressivos têm sido associados ao consumo de DHs e correlacionados ao aumento em parâmetros inflamatórios e oxidativos nas diversas áreas cerebrais. Ainda, incremento em marcadores inflamatórios morfológicos, como o BDNF, e bioquímicos, como citocinas, também aumentam a predisposição ao desenvolvimento de alterações comportamentais. É importante considerar a relação entre o consumo de DHs com o aumento de expressão de receptores glicocorticoides e a supressão da via do BDNF em quadros com a depressão e a ansiedade e a influência que os hormônios sexuais exercem sobre essas modificações. Alguns estudos relatam diferentes respostas comportamentais entre os gêneros frente ao consumo de DHs palatáveis. O exercício físico tem sido descrito como intervenção positiva no combate aos efeitos deletérios do consumo de DHs e do aumento dos marcadores inflamatórios nos tecidos centrais. Os mecanismos pelos quais as DHs e o exercício físico causam esses efeitos ainda não estão completamente elucidados, e são menos investigados em fêmeas, nas quais estes transtornos mentais possuem maior prevalência.