Associação dos polimorfismos de DNA dos genes dos colágenos 1 e 3 e o prolapso de órgãos pélvicos em mulheres brasileiras
Data
2019-12-10
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introduction: Pelvic organ prolapse (POP) has a multifactorial etiology that includes environmental and genetic factors. Several studies have investigated the association between COL1A1 and COL3A1 and POP polymorphisms. However, the results presented show differences between the populations analyzed. Objective: To compare the presence and frequency of COL1A1 and COL3A1 polymorphisms in patients with advanced POP (stages III and IV) and in women without POP in the Brazilian population. Methods: A case-control study that included 826 patients was divided into case (n = 348) and control (n = 286) groups. Peripheral blood DNA was extracted and the real-time polymerase chain reaction (RT-PCR) technique was used to determine genotyping of the samples. The programs SPSS (Chicago, USA) and GraphPad Prism 5.0 (California, USA) were used for statistical analysis, considering p <0.05 as statistically significant. Results: The case group had a mean age (68.03 years) higher than the control group (60.39 years) with p <0.0001. Regarding obstetric history, we observed a higher number of pregnancies, number of vaginal deliveries (normal and forceps) and higher newborn weight in women in the case group compared to the control group, p<0.05. On the other hand, women in the control group had a higher number of cesarean deliveries, p<0.0001. Regarding the COL1A1 and COL3A1 genotypes, no differences were observed in univariate and multivariate analyzes (p> 0.05). In the analysis of clinical factors, it was observed that women who had systemic arterial hypertension (SAH) [OR = 2.16; p=<0.0001], Diabetes Mellitus (DM) [OR = 2.48; p=<0.0001], varicose veins [OR = 1.60; p=0.016], heart disease [OR = 2.92; p=0.016] and family history (AFPOP) [OR = 1.82; p=0.010] had an increased risk for POP. Logistic regression model 1 reinforced vaginal delivery [OR = 10,582; p=0.000], the presence of heart disease [OR = 3.082; p=0.005), DM [OR = 2.509; p=0.016], AFPOP [OR = 2.493; p=0.007], HAS [OR = 2.118; p=0.013] and the number of pregnancies [OR = 1.225; p=0.001] as risk factors for POP. Regression model 2, on the other hand, showed that vaginal delivery [OR = 11,236; p=0.000], AFPOP [OR = 2.072; p=0.002], the number of pregnancies [OR = 1.283; p=0.000] and age [OR=1,096; p=0,000 as risk factors for POP. Meanwhile, Caesarean delivery was considered a protective factor for POP [OR = 0.431; p=0.000]. Conclusion: The distribution of COL1A1 polymorphism (rs1800012) and COL3A1 (rs1800255) wasn’t considered a risk factor for this disease. However, vaginal delivery, AFPOP, number of pregnancies, DM, and age were considered risk factors, and cesarean delivery was a protective factor for the development of POP.
Introdução: O prolapso dos órgãos pélvicos (POP) possui etiologia multifatorial que inclui fatores ambientais e genéticos. Vários estudos têm investigado a associação entre polimorfismos do COL1A1 (rs1800012) e COL3A1 (rs1800255) e o POP. Entretanto, os resultados apresentados mostram diferenças entre as populações analisadas. Objetivo: Verificar a presença e frequência dos polimorfismos do COL1A1 (rs1800012) e COL3A1 (rs1800255) em pacientes com prolapso avançado (estádios III e IV) e em mulheres sem POP na população brasileira. Métodos: Estudo caso-controle que incluiu 826 pacientes, estas foram divididas nos grupos caso (n=348) e controle (n=286). O DNA do sangue periférico foi extraído e a técnica da reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-PCR) foi utilizada para determinar a genotipagem das amostras. Os programas SPSS (Chicago, EUA) e GraphPad Prism 5.0 (Califórnia, EUA) foram utilizados para as análises estatísticas, considerando p<0,05. Resultados: O grupo caso apresentou idade média (68,03 anos) superior ao grupo controle (60,39 anos), p<0,0001. Em relação aos antecedentes obstétricos, observamos o maior número de gestações, partos vaginais (normal e com uso de fórceps) e peso do recém-nascido superior nas mulheres do grupo caso em comparação ao grupo controle, p<0,05. Por outro lado, mulheres do grupo controle apresentam maior número de partos cesáreos, p<0,0001. Os genótipos do COL1A1 e COL3A1 não apresentaram diferenças nas análises univariadas e multivariadas (p>0,05). Na análise dos fatores clínicos, foi verificado que mulheres que apresentavam doenças cardíacas [OR=2,92; p=0,016], Diabetes Mellitus (DM) [OR=2,48; p=<0,0001], Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) [OR=2,16; p=<0,0001], antecedentes familiares (AFPOP) [OR=1.82; p=0,010] e varizes [OR=1,60; p=0,016] apresentaram um risco aumentado para o POP. O Modelo 1 de regressão logística reforçou o parto vaginal [OR= 13,729; p=0,000], AFPOP [OR=3,119; p=0,002], DM [OR=2,377; p=0,031], o número de gestações [OR=1,202; p=0,005] e a idade [OR=1,139; p=0,000] como fatores de risco para o POP. O modelo 2 revelou o parto vaginal [OR=11,012; p=0,000], AFPOP [OR=2,333; p=0,001], o número de gestações [OR=1,245; p=0,000] e a idade [OR=1,096; p=0,000] como fatores de risco para o POP, enquanto o parto Cesáreo foi considerado um fator protetor para esta doença [OR=0,602; p=0,035]. Conclusão: A distribuição do polimorfismo do COL1A1 (rs1800012) e COL3A1 (rs1800255) não foi considerada fator de risco para esta doença. Entretanto, o parto vaginal, AFPOP, número de gestações DM e a idade, foram considerados fatores de risco e o parto cesáreo foi um fator protetor para o desenvolvimento do POP.
Introdução: O prolapso dos órgãos pélvicos (POP) possui etiologia multifatorial que inclui fatores ambientais e genéticos. Vários estudos têm investigado a associação entre polimorfismos do COL1A1 (rs1800012) e COL3A1 (rs1800255) e o POP. Entretanto, os resultados apresentados mostram diferenças entre as populações analisadas. Objetivo: Verificar a presença e frequência dos polimorfismos do COL1A1 (rs1800012) e COL3A1 (rs1800255) em pacientes com prolapso avançado (estádios III e IV) e em mulheres sem POP na população brasileira. Métodos: Estudo caso-controle que incluiu 826 pacientes, estas foram divididas nos grupos caso (n=348) e controle (n=286). O DNA do sangue periférico foi extraído e a técnica da reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-PCR) foi utilizada para determinar a genotipagem das amostras. Os programas SPSS (Chicago, EUA) e GraphPad Prism 5.0 (Califórnia, EUA) foram utilizados para as análises estatísticas, considerando p<0,05. Resultados: O grupo caso apresentou idade média (68,03 anos) superior ao grupo controle (60,39 anos), p<0,0001. Em relação aos antecedentes obstétricos, observamos o maior número de gestações, partos vaginais (normal e com uso de fórceps) e peso do recém-nascido superior nas mulheres do grupo caso em comparação ao grupo controle, p<0,05. Por outro lado, mulheres do grupo controle apresentam maior número de partos cesáreos, p<0,0001. Os genótipos do COL1A1 e COL3A1 não apresentaram diferenças nas análises univariadas e multivariadas (p>0,05). Na análise dos fatores clínicos, foi verificado que mulheres que apresentavam doenças cardíacas [OR=2,92; p=0,016], Diabetes Mellitus (DM) [OR=2,48; p=<0,0001], Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) [OR=2,16; p=<0,0001], antecedentes familiares (AFPOP) [OR=1.82; p=0,010] e varizes [OR=1,60; p=0,016] apresentaram um risco aumentado para o POP. O Modelo 1 de regressão logística reforçou o parto vaginal [OR= 13,729; p=0,000], AFPOP [OR=3,119; p=0,002], DM [OR=2,377; p=0,031], o número de gestações [OR=1,202; p=0,005] e a idade [OR=1,139; p=0,000] como fatores de risco para o POP. O modelo 2 revelou o parto vaginal [OR=11,012; p=0,000], AFPOP [OR=2,333; p=0,001], o número de gestações [OR=1,245; p=0,000] e a idade [OR=1,096; p=0,000] como fatores de risco para o POP, enquanto o parto Cesáreo foi considerado um fator protetor para esta doença [OR=0,602; p=0,035]. Conclusão: A distribuição do polimorfismo do COL1A1 (rs1800012) e COL3A1 (rs1800255) não foi considerada fator de risco para esta doença. Entretanto, o parto vaginal, AFPOP, número de gestações DM e a idade, foram considerados fatores de risco e o parto cesáreo foi um fator protetor para o desenvolvimento do POP.
Descrição
Citação
BATISTA, Nilce Coimbra. Associação dos polimorfismos de dna dos genes dos colágenos 1 e 3 e o prolapso de órgãos pélvicos em mulheres brasileiras. 2019. 84f. Tese (Doutorado em Ginecologia) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2019.