Pesca artesanal e resiliência na região estuarina de Santos: uma proposta de avaliação com base em conhecimentos locais.
Data
2019-11-11
Autores
Costa, Henrique Simoes de Carvalho 
Orientadores
Choueri, Rodrigo Brasil
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
New coexistence scenarios have been imposed on fishermen in the estuarine region of Santos / SP. Whether due to the expansion of port activities or the environmental liabilities associated with this expansion, thousands of workers from fishing communities are looking for new forms of subsistence in the face of the gradual decrease in their fishing territories. The construction of terminals for loading and unloading containers, the continuous dredging of the canal, competition with other fishermen, the decrease in the abundance of fish and the passive history of contamination of water and soil make fishing in the region every day. More challenging. Thus, the aim of this investigation was to understand the dynamics of the resilience of the socio-ecological system of artisanal fisheries in the region over the last fifty years, characterizing the activity and evaluating, based on local knowledge, nine attributes of socio-ecological resilience for different periods. The fulfillment of this purpose occurred through the collection of primary data obtained in interviews and questionnaires addressed to fishermen, master craftsmen and local leaders. Scores attributed to questions of each evaluated resilience attribute (diversity, variability, modularity, recognition of slow variables, feedback, social capital, innovation, governance and ecosystem services) in current times (2018), twenty-five years ago (approximately 1993) and fifty years ago (approximately 1968), they generated graphs representative of the resilience of each period. The results showed a decrease in socioecological resilience in the last fifty years and the resilience assessed by ecological attributes showed a significant decrease in the same period (associated with anthropic pressures on ecosystems with losses to diversity, modularity and variability) and the resilience assessed by social attributes not presented significant variation although it has a slight increase in the evaluated period. The attributes recognition of slow variable, feedback and governance contributed to this increase.
Novos cenários de convivência vêm se impondo aos pescadores na região estuarina de Santos/SP. Seja pela expansão das atividades portuárias, seja pelos passivos ambientais associados a essa expansão, milhares de trabalhadores de comunidades pesqueiras passam a buscar novas formas de subsistência diante da gradual diminuição de seus territórios pesqueiros. A construção de terminais de embarque e desembarque de containers, as contínuas ações de dragagem do canal, a concorrência com outros pescadores, a diminuição da abundância de pescados e o histórico passivo de contaminação de águas e solos tornam a cada dia a atividade pesqueira na região mais desafiadora. Assim, o objetivo desta investigação consistiu em compreender a dinâmica da resiliência do sistema socioecológico da pesca artesanal na região ao longo dos últimos cinquenta anos, caracterizando a atividade e avaliando com base em conhecimentos locais nove atributos de resiliência socioecológica para diferentes períodos. O cumprimento desse propósito ocorreu através da coleta de dados primários obtidos em entrevistas e questionários dirigidos a pescadores(as), mestres artesãos e lideranças locais. Pontuações atribuídas a questões de cada atributo de resiliência avaliado (diversidade, variabilidade, modularidade, reconhecimento de variáveis lentas, feedback, capital social, inovação, governança e serviços ecossistêmicos) nos tempos atuais (2018), há vinte e cinco anos (aproximadamente 1993) e há cinquenta anos (aproximadamente 1968), geraram gráficos representativos da resiliência de cada período. Os resultados apresentaram diminuição da resiliência socioecológica nos últimos cinquenta anos sendo que a resiliência avaliada pelos atributos ecológicos apresentou diminuição significativa no mesmo período (associada a pressões antrópicas sobre os ecossistemas com perdas para diversidade, modularidade e variabilidade) e a resiliência avaliada pelos atributos sociais não apresentou variação significativa embora tenha um leve aumento no período avaliado. Os atributos reconhecimento de variáveis lentas, feedback e governança foram os que contribuíram com esse aumento.
Novos cenários de convivência vêm se impondo aos pescadores na região estuarina de Santos/SP. Seja pela expansão das atividades portuárias, seja pelos passivos ambientais associados a essa expansão, milhares de trabalhadores de comunidades pesqueiras passam a buscar novas formas de subsistência diante da gradual diminuição de seus territórios pesqueiros. A construção de terminais de embarque e desembarque de containers, as contínuas ações de dragagem do canal, a concorrência com outros pescadores, a diminuição da abundância de pescados e o histórico passivo de contaminação de águas e solos tornam a cada dia a atividade pesqueira na região mais desafiadora. Assim, o objetivo desta investigação consistiu em compreender a dinâmica da resiliência do sistema socioecológico da pesca artesanal na região ao longo dos últimos cinquenta anos, caracterizando a atividade e avaliando com base em conhecimentos locais nove atributos de resiliência socioecológica para diferentes períodos. O cumprimento desse propósito ocorreu através da coleta de dados primários obtidos em entrevistas e questionários dirigidos a pescadores(as), mestres artesãos e lideranças locais. Pontuações atribuídas a questões de cada atributo de resiliência avaliado (diversidade, variabilidade, modularidade, reconhecimento de variáveis lentas, feedback, capital social, inovação, governança e serviços ecossistêmicos) nos tempos atuais (2018), há vinte e cinco anos (aproximadamente 1993) e há cinquenta anos (aproximadamente 1968), geraram gráficos representativos da resiliência de cada período. Os resultados apresentaram diminuição da resiliência socioecológica nos últimos cinquenta anos sendo que a resiliência avaliada pelos atributos ecológicos apresentou diminuição significativa no mesmo período (associada a pressões antrópicas sobre os ecossistemas com perdas para diversidade, modularidade e variabilidade) e a resiliência avaliada pelos atributos sociais não apresentou variação significativa embora tenha um leve aumento no período avaliado. Os atributos reconhecimento de variáveis lentas, feedback e governança foram os que contribuíram com esse aumento.