PPG - Análise Ambiental Integrada

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    Recuperação de nutrientes da vinhaça pela zeólita para uso como um fertilizante de liberação lenta
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-03-25) Damaceno, Flávia de Oliveira; Shinzato, Mirian Chieko [UNIFESP]; Freitas, Juliana Gadernalli [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9021997241840860; http://lattes.cnpq.br/3795345587829203; https://lattes.cnpq.br/0230916041151825
    Anualmente são gerados mais de 300 bilhões de litros de vinhaça no Brasil. Por conter nutrientes importantes como adubo para os canaviais, o efluente é usado na fertirrigação desses. Contudo, a vinhaça é rica em matéria orgânica e possui pH ácido. Uma alternativa para aproveitar os nutrientes da vinhaça é extraí-los com materiais adsorventes, como os minerais do tipo das zeólitas. Esses minerais são aluminossilicatos com abundância de poros e canais em sua estrutura, e com elevada capacidade de adsorção de cátions, como potássio e amônio, cujo grau de seletividade pelas zeólita é alto. Uma vez enriquecida com nutrientes, a zeólita pode ser usada como um fertilizante de liberação lenta. Para avaliar essa alternativa, amostras de zeólita em duas granulometria (< 0,44 mm e entre 1 e 4 mm) foram caracterizadas e investigadas quanto à eficiência em recuperar nutrientes da vinhaça e utilizá-las no solo, como fertilizante de liberação lenta. A zeólita foi analisada por técnicas de fluorescência de raios-X (FRX), difratometria de raios-X (DRX), espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier (FTIR), além da determinação da Capacidade de Troca Catiônica (CTC) e do Ponto de Carga Zero (PCZ). A vinhaça também foi caracterizada quimicamente. Foram feitos testes de recuperação de nutrientes por batelada, para avaliar o efeito da concentração da vinhaça e do tempo de contato, e em coluna de percolação para analisar o ponto de exaustão. A liberação dos nutrientes foi estudada em colunas contendo solo (Latossolo Vermelho) caracterizado quimicamente. Foram realizados cinco tipos de testes de coluna: 1- solo percolado com água (controle); 2 - solo percolado com vinhaça; 3 - solo e zeólita natural percolados com vinhaça; 4 - solo e zeólita saturada em nutrientes percolados com água; e 5 - material inerte (esferas de vidro) e zeólita saturada percolados com água. Foi verificado que a mostra de zeólita mais fina possui 72% de clinoptilolita e 16% de modernita, enquanto a zeólita mais grossa tem 67% de clinoptilolita e 20% de modernita; o restante da composição é constituída da fração de muscovita. Ambas possuem cálcio, sódio e potássio como principais cátions que ocupam os sítios de troca (poros/cavidades). A CTC de ambas amostras de zeólita é em torno de 1 meq g-1, e o PCZ de 6. Apesar da vinhaça ser rica em matéria orgânica (8,7 g L-1), possui elevado teor de potássio (2,6 g L-1 K2O) e de compostos nitrogenados (0,9 g L-1), além de pH ácido (4,5). A zeólita removeu até 36,68 mg g-1 de potássio e 4,06 mg g-1 de amônio nos testes de batelada e 35,53 mg g-1 de potássio e 3 mg g-1 de amônio nos testes de coluna. No teste de percolação em colunas de solo observou-se a saída de sódio e potássio do solo (controle), em baixas concentrações se comparada às colunas 2 e 3, as quais receberam vinhaça. Nessas colunas, verificou-se que o teor de potássio no solo aumentou cerca de 20 vezes, além da matéria orgânica. Já nas colunas que receberam zeólitas saturadas com nutrientes da vinhaça (4 e 5) observou-se que houve a liberação de potássio e amônio, sendo maior no solo da coluna 4 (7 vezes maior de teor de potássio em relação à coluna controle), no entanto, sem a elevação de matéria orgânica e a acidez dos solos causadas pela vinhaça. Assim, a zeólita saturada com os nutrientes da vinhaça pode ser usada como um fertilizante de liberação lenta, sendo a vinhaça uma fonte potencial de potássio e amônio para a agricultura. A análise de sustentabilidade indicou que essa alternativa é uma resposta para o impacto da fertirrigação com vinhaça, em contraste à atual apresentação da própria fertirrigação como resposta para a geração do efluente nas indústrias sucroalcoolerias.
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    Paisagem cultural e conservação de florestas na Terra Indígena Boa Vista do Sertão do Prumirim (Tekoa Jaexaá Porã)
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-02-16) Berte, Marccella Lopes [UNIFESP]; Hardt, Elisa Alves Vieira [UNIFESP]; Talebi, Mauricio Gomes [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8900428205538307; http://lattes.cnpq.br/1622817303276574; http://lattes.cnpq.br/5109478892294084
    A Terra Indígena Boa Vista do Sertão do Prumirim, ocupada pelos indígenas do povo Guarani Mbya é considerada uma área duplamente protegida e a mais eficaz na conservação da vegetação nativa em todo o território nacional. Os indígenas dessa comunidade são responsáveis por conservar 5.298 hectares de Floresta Atlântica o que representa 97% da cobertura da área atual. As atividades dos indígenas neste território envolvem o uso parcial dos recursos naturais, baseados na sua cosmovisão de conservação de florestas. Tal cosmovisão determina o uso e cobertura da terra, incluindo a construção de moradias em áreas de menor valor para a proteção da vegetação nativa. O objetivo deste estudo foi compreender relações entre cultura e natureza na área de estudo e construir e analisar expectativas de mudanças no uso e cobertura da terra. O método utilizado baseou-se em uma revisão bibliográfica sobre a área de estudo e um conjunto de ferramentas participativas para a construção de mapas em sistema de informação geográfica, cálculo e análise de métricas de ecologia de paisagem, comparando o cenário de expectativas com a o mapa recente. Os resultados mostram um cenário para os próximos 13 anos, baseado no desejo de ocupar áreas já "abertas", e demandas voltadas principalmente para a construção de moradias e espaços comunitários de lazer e práticas culturais, que representam menos de 1% da cobertura da terra. Embora não seja um conceito que exista na cultura Guarani Mbya, a área caracteriza-se como uma paisagem cultural, que se adapta ao contexto atual sem renunciar aos valores culturais de conservação de florestas. Os indígenas desejam restaurar áreas na zona que corresponde as áreas intocadas e guardadas por entidades sagradas. O cenário de expectativa prevê uma diminuição de apenas 0,08% de floresta, com aumento de 1,5 metros na distância entre os fragmentos florestais em 13 anos. Por outro lado, fica evidente que há uma manutenção da disponibilidade de recurso ótimo para a conservação da biodiversidade. As análises de ecologia de paisagem indicam que o cenário de expectativas dos indígenas nesta área de estudo segue um padrão de uso e ocupação atual, próprio dos Mbya, que se caracteriza pelo aldeamento em áreas de menor valor para a conservação e por estabelecer uma fronteira de amortecimento entre a ocupação humana e a floresta composta principalmente por sistemas agroflorestais que funcionam como uma zona de amortecimento para a floresta e ao mesmo tempo aumenta o bem-estar da população. A relação entre os indígenas e a natureza nesta localidade é baseada na sua cosmologia e é na própria cosmologia, nos conhecimentos tradicionais e no seu modo de organização social que se encontram os valores imateriais que conduzem a conservação da floresta. Este estudo trouxe aspectos metodológicos inovadores no mapeamento, com potencial contribuição para outras terras indígenas em contextos similares, especialmente aquelas em processo de demarcação. As métricas de paisagem, quando aplicadas à perspectiva de uma paisagem cultural, complementam a compreensão sobre os efeitos das dinâmicas espaço-temporais da paisagem. Porém, as métricas não são suficientes para compreender a complexidade desse tipo de paisagem, bem como mensurar os efeitos no bem-estar das populações que as constroem. Neste estudo de caso, a cosmologia Guarani Mbya emerge como uma inspiração para o planejamento de paisagens para a conservação da biodiversidade. Esta cosmologia tem resistido e conservado a Mata Atlântica.
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    Análise dos planos de resíduos sólidos dos municípios da Baixada Santista
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-02-22) Benaque, Helena Pilotto [UNIFESP]; Candiani, Giovano [UNIFESP]; Duarte, Carla Grigoletto [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1016205399128245; http://lattes.cnpq.br/9950995765229751; http://lattes.cnpq.br/9586225353676766
    A geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) e sua gestão têm desafiado os responsáveis pelos serviços de limpeza pública nos municípios. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei Federal n.º 12.305/2010, estabelece os princípios, objetivos e diretrizes para a execução adequada da gestão dos resíduos sólidos. Entre seus instrumentos estão os Planos de Resíduos Sólidos, que devem ser desenvolvidos em vários níveis e são condicionantes para acesso a recursos da União. A qualidade desses planos é um tema que vem sendo pouco explorado na pesquisa científica, e propostas de aprimoramentos podem partir de experiências com a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE). Assim, nesta pesquisa é explorado o contexto da Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS), com o objetivo de analisar os planos de resíduos sólidos, municipais e regional, tanto em relação ao atendimento do conteúdo mínimo exigido pela PNRS através de índices e indicadores, quanto em relação às potenciais contribuições de AAE, sobretudo frente à abordagem do Pensamento Estratégico para a Sustentabilidade (ST4S). Como resultado, quanto aos indicadores que foram atendidos por todos os municípios, aqueles que obtiveram melhor avaliação foram os relacionados ao diagnóstico dos resíduos e seus procedimentos de gerenciamento. O indicador relacionado à responsabilidade do poder público foi o próximo mais bem avaliado. Quanto aos indicadores que obtiveram menor atendimento, destacam-se aqueles relacionados à divulgação do plano, participação da sociedade e grupo de sustentação, com apenas dois, quatro e cinco municípios atendendo a cada um deles, respectivamente. Para o plano regional, além da participação da sociedade e do grupo de sustentação, o indicador referente às ações de prevenção e correção também obteve uma das menores notas. Considerando apenas as fragilidades do plano regional, quanto as contribuições da AAE, foi possível ressaltar, sobretudo, a necessidade de processos participativos, monitoramento de metas e indicadores, e avaliação aprofundada de riscos para elaboração de um plano de ação para emergências. As análises diante da PNRS e da AAE contribuíram com a identificação dos principais desafios e com a discussão de possíveis aprimoramentos no gerenciamento de resíduos da Baixada Santista. Destaca-se a necessidade de processos participativos descritos com mais detalhes e a disponibilização de informações atualizadas e de fácil acesso sobre a implementação do plano, desde a geração até a destinação final dos resíduos sólidos e avanços em novas soluções.
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    Estudo do aporte polínico em diferentes níveis altimétricos em extremos sazonais para um hotspot urbano de Mata Atlântica na Região Metropolitana de São Paulo
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-02-20) Pereira, Carlos Henrique Bernardi [UNIFESP]; Bitencourt, Ana Luisa Vietti [UNIFESP]; Rosário, Nilton Manuel Évora do [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1230773059940967
    O estudo da chuva polínica moderna é importante instrumento para os estudos ambientais de uma maneira geral, e em particular para a Região Metropolitana de São Paulo, que abriga uma porção do bioma Mata Atlântica, um dos hotspots de biodiversidade do planeta. A presente pesquisa introduziu um estudo sobre a região a partir de perfilagem altimétrica da chuva polínica, inédito no Brasil e que visou estudar a relação e a influência de aportes esporo-polínicos associados às correntes atmosféricas e áreas-fontes vegetacionais locais e de grandes distâncias (dispersão anemófila) a partir de coletores artificiais instalados em distintos níveis altimétricos: solo, copa das árvores e acima da copa das árvores. Analisou a relação da variabilidade vertical na abundância e composição esporo-polínica com a sazonalidade das condições climáticas. Os destaques foram, no verão, a família Melastomataceae, Tipo Miconia (nativo), chegando a 87% do total de grãos no nível do solo e na copa das árvores; já a família Myrtaceae, Tipo Eucalyptus (exótico) dominou no nível mais alto durante o verão, com 55%. No inverno o predomínio foi da família Pinaceae, Tipo Pinus (exótico), com 74 % no nível intermediário e 60% no nível mais alto. Registro não arbóreo importante no perfil foi a ocorrência da família Poaceae no nível mais alto, gramínea, que possui alta produção de pólen e, sugerindo a ação de correntes locais de ressuspensão. O registro de grãos da família Betulaceae, Tipo Alnus, confirma a ação de correntes de longa distância, particularmente as de níveis acima de 1000 m, que passam pela Cordilheira dos Andes e chegam à Região Metropolitana de São Paulo. A presença deste táxon exótico associado aos taxa da flora nativa, como Araucaria, Podocarpus, Melastomataceae, entre outros, podem auxiliar como dados proxy para estudos paleovegetacionais e paleoclimáticos do Quaternário, como, por exemplo, os fenômenos de dispersão polínica que atuaram no último máximo glacial na região neotropical. Os resultados permitiram propor um modelo de dispersão anemófila para a área de estudo.
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    Pandemia em tempos de antropoceno: um estudo de avaliação do impacto da covid-19 na percepção ambiental e de risco de indivíduos que atuam na área corporativa.
    (Universidade Federal de São Paulo, 2023-09-28) Ferreira, Monique Tayla Gabriel [UNIFESP]; Farias, Luciana Aparecida [UNIFESP]; Nakayama, Cristina Rossi [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/3004797761865074; http://lattes.cnpq.br/5087991903554322; http://lattes.cnpq.br/5605531233581492
    O período atual, que vem sendo denominado de Antropoceno, é marcado pelo grande impacto do ser humano sobre o planeta, causando um grande desequilíbrio dos ciclos naturais e problemas socioambientais. Contudo, com a ocorrência da pandemia causada pelo coronavírus, o planeta parou e muitas das nossas mazelas sociais e ambientais entraram em evidência. O presente estudo teve como objetivo realizar um diagnóstico da percepção ambiental e percepção de risco em relação à pandemia e a questão socioambiental de tomada de decisão com impacto positivo entre profissionais ativos no mercado de trabalho e que atuavam na área corporativa. A pesquisa teve caráter qualitativo e exploratório com um levantamento de dados primários, com contribuição de 41 participantes, com idade média de 39 anos e atuantes em diferentes áreas, entre elas financeira, saúde e tecnologia. Os dados evidenciaram que 80% dos participantes se consideraram socioambientalmente responsáveis, mas apenas 5% demostraram uma compreensão o qual se articula meio ambiente/natureza, técnica, economia e cultura de maneira mais complexa. Entre os participantes 87% consideram que a pandemia promoveu uma mudança na percepção ambiental depois do confinamento, com um aumento na valorização do contato com a natureza. Apenas sete participantes relataram, de maneira correta, o fato de já ter vivido outras pandemias, mostrando que a temática precisa ser difundida em meios de comunicação convencionais e de forma acessível para a população, e em específico sobre a pandemia de COVID-19, trazendo clareza sobre a relação entre o desequilíbrio ecológico e a mudanças climáticas e o surgimento de novos patógenos para espécie humana. Nessa pesquisa a cultura da empresa revelou-se como importante fator para que posicionamentos socioambientais mais sustentáveis possam ser alcançados no meio corporativo.