Não adesão ao tratamento no transplante de fígado
Data
2019-04-25
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Objectives: To evaluate the interventions of the multiprofessional team that provide improved adherence to treatment after liver transplantation; to assess levels of non-adherence to immunosuppressive therapy in a sample of liver transplant recipients using the Basel Assessment of Adherence with immunosuppressive medication Scalee to correlate sociodemographic characteristics and clinical factors to non-adherence to medication; to develop a model of evaluation of nonadherence to the treatment in the context of liver transplantation capable of covering several dimensions of the phenomenon, correlating the levels of non adherence to the different methods of measurement applied in liver transplant patients; to reflect on the theoretical and practical aspects related to non-adherence to treatment in the context of liver transplantation and to correlate with the concepts of normality established by Michael Foucault and The Power as Knowing Participation in Change Theory. Methods: This study adopted a mixed method design, in which elements of qualitative and quantitative research were combined. The work was divided into four subprojects: 1- adherence to treatment in liver transplantation: an integrative review; 2- evaluation of adherence to treatment in patients submitted to liver transplantation; 3 - New perspectives of analysis in nonadherence research in liver transplantation by means of data association: pilot study. 4 - subjectivity, adherence in transplantation and biopolitics - possible reflections of power as normative practice in health. The study was and approved by the Ethics and Research Committee under the opinion 623.082 and Certificate of Presentation for Ethical Appreciation nº1643201470005505. Results: The integrative review, which aimed to evaluate the interventions of the multiprofessional team that provides the improvement of adherence to treatment after liver transplantation, initially selected 84 publications. After applying the exclusion criteria, 10 studies were selected. Four significant categories were found: educational interventions; adoption of an individual therapeutic plan; change in immunosuppressive regimen; emotional support, psychological support and strengthening of the support network. The level of nonadherence in liver transplantation was 49% and was directly related to the use of mycophenolic acid (p = 0.007) and administration of multiple doses of immunosuppressants daily (p = 0.004). No statistically significant correlations were found between non-adherence to immunosuppressive therapy and sociodemographic characteristics and other clinical variables analyzed. It was proposed a data triangulation model that evaluated the non adherence to liver transplantation under different aspects: a) direct evaluation of non adherence - through the application of a self-report instrument, associated to the perspective of the patient himself and the specialist responsible for follow-up; b) clinical evaluation, considering the serum immunosuppressive level in use, alterations of the aminotransferases, histological analysis of the graft and previous treatment for rejection; c) behavioral evaluation, which analyzed the existence of reports of therapeutic failure and absences on outpatient return. These indicators were analyzed individually and together. The theoretical essay aimed to develop a systematic reflection on adherence to treatment in the context of transplantation, based on the historicity of its concept of adherence through the construction of parallels between the concepts of adherence and health. The problem of non-adherence questions the team about its role, which requires listening to the demands that come in to everyday praxis. In this perspective, the theory of power as knowledge and participation for change of Elizabeth Barrett is emphasized, for emphasizing the subjective aspect present in health care, emphasizing the role of a dialogue and supported action in the establishment of solidarity and socio- and fostering the social role of users of transplantation actions and services. Conclusion: In view of the gaps highlighted and the results pointed out through the integrative review, it is understood that it is necessary to intensify efforts for the development of research with designs that produce strong evidences regarding the interventions adopted by the multiprofessional team capable of improving the adherence. This study showed that nearly half of the patients stopped adhering to immunosuppressive therapy after liver transplantation. Since unfavorable outcomes in transplantation are closely related to adherence failures, it is important that nurses assess this behavior during outpatient follow-up of liver transplant recipients. The application of triangulation methods to qualitatively assess noncompliance in an adult liver transplant program included 10 indicators in the analysis and identified a non-adherence level of 14.3%. At the end of the reflective study, it was possible to conclude that the phenomenon of adherence is more complex than we have traditionally described, because it depends on the subjective process that involves many questions that are not yet addressed by nurses in general. The threshold between adhesion and nonadherence is unique, even if it is influenced by plans that transcend the strictly individual, such as social, economic, political, historical and cultural.
Objetivos: Avaliar as intervenções da equipe multiprofissional que proporcionam a melhora da adesão ao tratamento após o transplante de fígado; avaliar os níveis de não-adesão à terapia imunossupressora em uma amostra de receptores de transplante de fígado utilizando a Escala Basileia de Avaliação da Adesão à Medicação Imunossupressora e correlacionar as características sociodemográficas e os fatores clínicos à não-adesão medicamentosa; desenvolver um modelo de avaliação de não adesão ao tratamento no contexto do transplante de fígado capaz de abarcar diversas dimensões do fenômeno, correlacionando os níveis de não adesão aos diferentes métodos de aferição aplicados em pacientes transplantados de fígado; refletir sobre os aspectos teóricos e práticos relacionados à não adesão ao tratamento no contexto do transplante de fígado e correlacionar aos conceitos de normalidade estabelecidos por Michael Foucault e à Teoria do Poder enquanto Participação para a Mudança de Elizabeth Barret. Métodos: Este estudo adotou uma aborgagem multimétodo (mixed method design), no qual foram combinados elementos da pesquisa qualitativa e quantitativa. O trabalho foi dividido em quatro subprojetos : 1- adesão ao tratamento no transplante de fígado: uma revisão integrativa; 2- avaliação da adesão ao tratamento em pacientes submetidos ao transplante de fígado; 3 - Novas perspectivas de análise em investigação sobre não adesão no transplante de fígado por meio associação de dados: estudo piloto. 4 – subjetividade, adesão no transplante e biopolíticas – reflexões possíveis do poder enquanto prática normativa em saúde. O estudo foi e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UNIFESP sob o parecer 623.082 e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) nº1643201470005505. Resultados: A revisão integrativa, que teve por objetivo avaliar as intervenções da equipe multiprofissional que proporcionam a melhora da adesão ao tratamento após o transplante de fígado, selecionou inicialmente de 84 publicações. Após aplicação dos critérios de exclusão, foram selecionados 10 estudos. Foram encontradas quatro categorias significativas: intervenções educativas; adoção de um plano terapêutico individual; alteração do regime imunossupressor; suporte emocional, psicológico e fortalecimento da rede de apoio. O nível de não-adesão medicamentosa no transplante de fígado foi de 49% e esteve diretamente relacionado ao uso do ácido micofenólico (p=0,007) e à administração de múltiplas doses de imunossupressores diariamente (p=0,004). Não foram encontradas correlações estatisticamentete significativas entre a não-adesão à terapia imunossupressora e as características sociodemográficas e demais variáveis clínicas analisadas. Foi proposto um modelo de triangulação de dados que avaliou a não adesão ao transplante de fígado sob diferentes aspectos: a) avaliação direta da não adesão – por meio da aplicação de um instrumento de autorrelato, associado à perspectiva do próprio paciente e do especialista responsável por seu seguimento; b) avaliação clínica, que considerou o nível sérico do imunossupressor em uso, alterações das aminotransferases, análise histológica do enxerto e realização de tratamento prévio para rejeição; c) avaliação comportamental, que analisou a existência de relato de falha terapêutica e faltas no retorno ambulatorial. Esses indicadores foram analisados de forma individual e em conjunto. O ensaio teórico teve por objetivo desenvolver uma reflexão sistemática sobre a adesão ao tratamento no contexto do transplante, com base na historicidade do seu conceito de adesão por meio da construção de paralelos entre os conceitos de adesão e saúde. O problema da não adesão questiona a equipe sobre o seu papel, que exige escuta das demandas que se interpõem à práxis cotidiana. Nessa perspectiva, enfatiza-se a teoria do poder enquanto saber e participação para mudança de Elizabeth Barrett, por destacar o aspecto subjetivo presente na atenção em saúde, ressaltando-se o papel de uma atuação dialogada e amparada no estabelecimento de vínculos solidários e sócio-afetivos e no fomento ao protagonismo social dos usuários das ações e serviços de transplante. Conclusão: Frente às lacunas evidenciadas e os resultados apontados por meio da revisão integrativa, entende-se ser necessário intensificar esforços para o desenvolvimento de pesquisas com delineamentos que produzam evidências fortes relativas às intervenções adotadas pela equipe multiprofissional capazes de que proporcionar a melhoria da adesão. Este estudo mostrou que quase a metade dos pacientes deixaram de aderir à terapia imunossupressora no pós transplante de fígado. Uma vez que os desfechos desfavoráveis no transplante estão intimamente relacionados à falhas na adesão, é importante que os enfermeiros avaliarem esse comportamento durante o seguimento ambulatorial dos receptores de transplante de fígado. A aplicação de métodos de triangulação para avaliar qualitativamente a não adesão em um programa de transplante de fígado adulto incluiu 10 indicadores na análise e identificou nível de não adesão de 14,3%. Ao final do estudo reflexivo, foi possível concluir que o fenômeno da adesão é mais complexo do que temos tradicionalmente descrito, pois depende do processo subjetivos que envolvem muitas questões que ainda não são abordadas pelos enfermeiros, de forma geral. O limiar entre adesão e não adesão é singular, ainda que seja influenciado por planos que transcendem o estritamente individual, como o plano social, econômico, político, histórico e cultural.
Objetivos: Avaliar as intervenções da equipe multiprofissional que proporcionam a melhora da adesão ao tratamento após o transplante de fígado; avaliar os níveis de não-adesão à terapia imunossupressora em uma amostra de receptores de transplante de fígado utilizando a Escala Basileia de Avaliação da Adesão à Medicação Imunossupressora e correlacionar as características sociodemográficas e os fatores clínicos à não-adesão medicamentosa; desenvolver um modelo de avaliação de não adesão ao tratamento no contexto do transplante de fígado capaz de abarcar diversas dimensões do fenômeno, correlacionando os níveis de não adesão aos diferentes métodos de aferição aplicados em pacientes transplantados de fígado; refletir sobre os aspectos teóricos e práticos relacionados à não adesão ao tratamento no contexto do transplante de fígado e correlacionar aos conceitos de normalidade estabelecidos por Michael Foucault e à Teoria do Poder enquanto Participação para a Mudança de Elizabeth Barret. Métodos: Este estudo adotou uma aborgagem multimétodo (mixed method design), no qual foram combinados elementos da pesquisa qualitativa e quantitativa. O trabalho foi dividido em quatro subprojetos : 1- adesão ao tratamento no transplante de fígado: uma revisão integrativa; 2- avaliação da adesão ao tratamento em pacientes submetidos ao transplante de fígado; 3 - Novas perspectivas de análise em investigação sobre não adesão no transplante de fígado por meio associação de dados: estudo piloto. 4 – subjetividade, adesão no transplante e biopolíticas – reflexões possíveis do poder enquanto prática normativa em saúde. O estudo foi e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UNIFESP sob o parecer 623.082 e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) nº1643201470005505. Resultados: A revisão integrativa, que teve por objetivo avaliar as intervenções da equipe multiprofissional que proporcionam a melhora da adesão ao tratamento após o transplante de fígado, selecionou inicialmente de 84 publicações. Após aplicação dos critérios de exclusão, foram selecionados 10 estudos. Foram encontradas quatro categorias significativas: intervenções educativas; adoção de um plano terapêutico individual; alteração do regime imunossupressor; suporte emocional, psicológico e fortalecimento da rede de apoio. O nível de não-adesão medicamentosa no transplante de fígado foi de 49% e esteve diretamente relacionado ao uso do ácido micofenólico (p=0,007) e à administração de múltiplas doses de imunossupressores diariamente (p=0,004). Não foram encontradas correlações estatisticamentete significativas entre a não-adesão à terapia imunossupressora e as características sociodemográficas e demais variáveis clínicas analisadas. Foi proposto um modelo de triangulação de dados que avaliou a não adesão ao transplante de fígado sob diferentes aspectos: a) avaliação direta da não adesão – por meio da aplicação de um instrumento de autorrelato, associado à perspectiva do próprio paciente e do especialista responsável por seu seguimento; b) avaliação clínica, que considerou o nível sérico do imunossupressor em uso, alterações das aminotransferases, análise histológica do enxerto e realização de tratamento prévio para rejeição; c) avaliação comportamental, que analisou a existência de relato de falha terapêutica e faltas no retorno ambulatorial. Esses indicadores foram analisados de forma individual e em conjunto. O ensaio teórico teve por objetivo desenvolver uma reflexão sistemática sobre a adesão ao tratamento no contexto do transplante, com base na historicidade do seu conceito de adesão por meio da construção de paralelos entre os conceitos de adesão e saúde. O problema da não adesão questiona a equipe sobre o seu papel, que exige escuta das demandas que se interpõem à práxis cotidiana. Nessa perspectiva, enfatiza-se a teoria do poder enquanto saber e participação para mudança de Elizabeth Barrett, por destacar o aspecto subjetivo presente na atenção em saúde, ressaltando-se o papel de uma atuação dialogada e amparada no estabelecimento de vínculos solidários e sócio-afetivos e no fomento ao protagonismo social dos usuários das ações e serviços de transplante. Conclusão: Frente às lacunas evidenciadas e os resultados apontados por meio da revisão integrativa, entende-se ser necessário intensificar esforços para o desenvolvimento de pesquisas com delineamentos que produzam evidências fortes relativas às intervenções adotadas pela equipe multiprofissional capazes de que proporcionar a melhoria da adesão. Este estudo mostrou que quase a metade dos pacientes deixaram de aderir à terapia imunossupressora no pós transplante de fígado. Uma vez que os desfechos desfavoráveis no transplante estão intimamente relacionados à falhas na adesão, é importante que os enfermeiros avaliarem esse comportamento durante o seguimento ambulatorial dos receptores de transplante de fígado. A aplicação de métodos de triangulação para avaliar qualitativamente a não adesão em um programa de transplante de fígado adulto incluiu 10 indicadores na análise e identificou nível de não adesão de 14,3%. Ao final do estudo reflexivo, foi possível concluir que o fenômeno da adesão é mais complexo do que temos tradicionalmente descrito, pois depende do processo subjetivos que envolvem muitas questões que ainda não são abordadas pelos enfermeiros, de forma geral. O limiar entre adesão e não adesão é singular, ainda que seja influenciado por planos que transcendem o estritamente individual, como o plano social, econômico, político, histórico e cultural.
Descrição
Citação
OLIVEIRA, Priscilla Caroliny de. Adesão ao Tratamento no transplante de Fígado. 2019. 222f. Tese (Doutorado em Enfermagem) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2019.