Análise qualitativa da adesão ao tratamento pós-transplante hepático em adultos
Data
2019-11-28
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Objective: To understand the experience of adherence to treatment after liver transplantation in adults. Method: An exploratory, descriptive, qualitative study with Laurence Bardin's Content Analysis as a reference for organizing and analyzing data collected in semi-structured interviews. Results: We interviewed 18 adult patients with deceased donor liver transplant, followed in a transplant center in São Paulo. The results emerged from two themes: 1) Illness: patients reported the experience of discovering a silent disease, the severe limitations of illness and the transplant acceptance process, the latter being crossed by coping with illness, waiting for the compatible organ at the ideal time, the information that has no way to cure the disease and finally, the acceptance; 2) Life after transplantation: Patients reflected on whether life after transplantation is normal, evaluating what have improved, which aspects of the health are still recovering, what are the limitations, complications and emotional responses in this new phase. They reported the coping strategies used - such as seeking information, support network, spirituality, and gratitude - and conclude that this is a life of care involving healthy living habits, continuous use of medication, and outpatient followup, to which they will respond adhering or not. Going through all these moments of life after transplantation, the fear of death was a central finding of the study associated with treatment adherence. Patients who adhere to health care team guidelines may be mobilized by the fear of dying that persist even after transplantation with the threat of graft loss. Non-adherence to treatment was associated with the absence of fear of death, either by the absence of symptoms that would approach them to this reality or by the denial of their own finitude. Conclusion: Behaviors of adherence or nonadherence to treatment after transplantation were associated with emotional responses to illness and fear of death. Thus, interventions to promote adherence should alert patients about the risks (sometimes silent risks) that remain after transplantation and take care of those who are suffering feeling their life continually under threat.
Objetivo: Compreender a experiência de adesão ao tratamento pós-transplante hepático em adultos. Método: Estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa com a Análise de Conteúdo de Laurence Bardin como referencial para organização e análise dos dados levantados em entrevistas semi-estruturadas. Resultados: Foram entrevistados 18 pacientes adultos transplantados de fígado proveniente de doador falecido, acompanhados em um centro transplantador da cidade de São Paulo. Dos resultados emergiram dois temas: 1) Adoecimento: pacientes relatam como foi a descoberta de uma doença silenciosa, as severas limitações do adoecimento e o processo de aceitação do transplante, este último sendo atravessado pelo enfrentamento do adoecimento, a espera pelo órgão compatível no momento ideal, a informação de que a doença não tem mais jeito e finalmente a aceitação; 2) Vida após o transplante: os pacientes refletiram se afinal a vida após o transplante é normal avaliando o que melhorou, em que aspectos ainda estão em recuperação, quais as limitações e complicações e as respostas emocionais a essa nova fase. Relatam que tipo de estratégias de enfrentamento utilizam - como buscar informações, rede de apoio, espiritualidade e gratidão - e concluem que a essa vida é uma vida de cuidados com hábitos de vida saudável, uso contínuo da medicação e acompanhamento ambulatorial, aos quais vão responder andando na linha ou não aderindo ao tratamento. Atravessando todos esses momentos da vida após o transplante, o medo da morte foi um achado central do estudo associado à adesão ao tratamento. Pacientes que indicam adesão aos cuidados mostraram-se mobilizados pelo medo de morrer que persiste mesmo após o transplante com a ameaça da perda do enxerto. Já a não-adesão ao tratamento foi associada à ausência do medo da morte, seja pela ausência de sintomas que o aproximam dessa realidade ou pela negação da própria finitude. Conclusão: Comportamentos de adesão ou não-adesão ao tratamento pós-transplante foram associados a respostas emocionais ao adoecimento e ao medo da morte. Dessa forma, intervenções para promover a adesão devem tanto alertar sobre os riscos à vida (por vezes silenciosos) que permanecem após o transplante quanto acolher o sofrimento dos que sentem sua vida continuamente sob ameaça.
Objetivo: Compreender a experiência de adesão ao tratamento pós-transplante hepático em adultos. Método: Estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa com a Análise de Conteúdo de Laurence Bardin como referencial para organização e análise dos dados levantados em entrevistas semi-estruturadas. Resultados: Foram entrevistados 18 pacientes adultos transplantados de fígado proveniente de doador falecido, acompanhados em um centro transplantador da cidade de São Paulo. Dos resultados emergiram dois temas: 1) Adoecimento: pacientes relatam como foi a descoberta de uma doença silenciosa, as severas limitações do adoecimento e o processo de aceitação do transplante, este último sendo atravessado pelo enfrentamento do adoecimento, a espera pelo órgão compatível no momento ideal, a informação de que a doença não tem mais jeito e finalmente a aceitação; 2) Vida após o transplante: os pacientes refletiram se afinal a vida após o transplante é normal avaliando o que melhorou, em que aspectos ainda estão em recuperação, quais as limitações e complicações e as respostas emocionais a essa nova fase. Relatam que tipo de estratégias de enfrentamento utilizam - como buscar informações, rede de apoio, espiritualidade e gratidão - e concluem que a essa vida é uma vida de cuidados com hábitos de vida saudável, uso contínuo da medicação e acompanhamento ambulatorial, aos quais vão responder andando na linha ou não aderindo ao tratamento. Atravessando todos esses momentos da vida após o transplante, o medo da morte foi um achado central do estudo associado à adesão ao tratamento. Pacientes que indicam adesão aos cuidados mostraram-se mobilizados pelo medo de morrer que persiste mesmo após o transplante com a ameaça da perda do enxerto. Já a não-adesão ao tratamento foi associada à ausência do medo da morte, seja pela ausência de sintomas que o aproximam dessa realidade ou pela negação da própria finitude. Conclusão: Comportamentos de adesão ou não-adesão ao tratamento pós-transplante foram associados a respostas emocionais ao adoecimento e ao medo da morte. Dessa forma, intervenções para promover a adesão devem tanto alertar sobre os riscos à vida (por vezes silenciosos) que permanecem após o transplante quanto acolher o sofrimento dos que sentem sua vida continuamente sob ameaça.
Descrição
Citação
SILVA, Juliana Dutra de Araújo. Análise qualitativa da adesão ao tratamento póstransplante hepático em adultos. 2019. 100f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2019.