Tomografia por Emissão de Pósitrons/ Ressonância Magnética (PET/RM) é um bom método para avaliar atividade vascular em pacientes com arterite de Takayasu (AT) juvenil sob tratamento? Estudo multicêntrico

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Data
2019-12-12
Autores
Russo, Gleice Clemente Souza [UNIFESP]
Orientadores
Terreri, Maria Teresa De Sande E Lemos Ramos Ascensao [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introduction: The improving therapeutic approach towards childhood-onset Takayasu’s arteritis (c-TA) has decreasead the mortality rate over the years and increased concerns on how to improve disease monitoring on an ongoing basis. Our aim was to assess whether 18F-FDG-PET/MRI can contribute in detecting vessel wall inflammation by increased 18F-FDG uptake in patients under immunosuppressive therapy and in apparent remission of the disease. Methods: It was a three-center cross-sectional study where we analysed a combined imaging of 18F-FDG-PET and MRA in an integrated system. 18F-FDGPET/ MRI scan was performed in c-TA patients, alongside clinical evaluation through clinical activity score (Indian Takayasu Arteritis Clinical Activity Score - ITAS2010 and Pediatric Vasculitis Activity Score – PVAS), and damage score (Takayasu Arteritis Damage Score - TADS and Pediatric Vasculitis Damage Index - PVDI) and laboratorial analysis providing measures of ESR, CRP, HMGB1 (High Mobility Group Box 1), IFN-γ, IL-10, IL-12p70, IL -1ra, IL-1β, IL-6, TNF-α, VEGF and PDGF. There were control groups for the serum and plasma cytokine levels (healthy controls) and for 18F-FDG-PET/MRI (oncologic patients) findings. Results: Seventeen c-TA patients (65% females) between the ages of 6 and 21 years, with median disease duration of 9.4 years were recruited. Only one patient presented clinical disease activity according to the ITAS2010 and six of them (35.6%) had increased ESR and/or CRP. The most frequent MRA finding was stenosis, followed by thickness, visualized in 82.4% and 75%, respectively. 18F-FDG-PET revealed that 88.2% patients had FDG uptake higher than liver (visual score=3) in at least one arterial segment. The qualitative assessment of vascular FDG uptake across the arterial segments – PETVAS - was 21.8 ± 3.3. Median SUVmax was 3.22 (2.76-3.69) and mean metabolic inflammatory volume (MIV) was 1990cm3 ± 1077. Patients presented significantly higher SUVmax than controls (p<0.001). Plasma IFN- γ levels showed a tendency to be higher in patients compared to controls (p=0.052). There was a positive moderate correlation between aortic wall thickness extent and CRP levels (Rho=0.542), and also with SUVmax value (Rho=0.501). Additionally, there was a negative moderate correlation between aortic wall thickness extent and IL-1ra (Rho= -0.662) and also with IL1 β (Rho=-0.562). Finally, there was a positive moderate correlation between SUVmax and CRP levels (Rho=0.528) and also with MIV value (Rho=0.615) and a negative moderate correlation between MIV and VEGF (Rho=-0.520). Conclusion: This study used a state-of-the-art imaging modality that revealed a strong vascular FDG uptake even in clinically and laboratory inactive patients. We suppose that this finding may mean a silent activity in the vessel wall. However, only a prospective international multicentre initiative could clarify whether these changes really represent vascular inflammation and whether they will lead to further arterial lesion progression, what would help to guide the therapy for c-TA more adequately.
Introdução: Arterite de Takayasu (AT) juvenil é uma vasculite crônica de grandes vasos que afeta crianças e adolescentes de até 18 anos. Sua taxa de mortalidade vem decrescendo ao longo do tempo, o que aumenta a preocupação com o melhor controle da atividade de doença. O objetivo desse trabalho foi avaliar se a 18F-Fluordesoxiglicose – Tomografia por emissão de pósitrons/Ressonância magnética (18F-FDG-PET/RM) contribui para detectar inflamação vascular através da intensidade de captação do 18F-FDG na parede dos grandes vasos. Pacientes e métodos: Foi realizado um estudo transversal multicêntrico com pacientes com diagnóstico de AT juvenil acompanhados em três serviços de referência em reumatologia pediátrica no Brasil. Os pacientes foram submetidos a avaliação clínica, onde foram realizados escores de atividade e de dano de doença (Indian Takayasu Arteritis Clinical Activity Score [ITAS2010], Pediatric Vasculitis Activity Score [PVAS], Takayasu arteritis Damage Score [TADS] e Pediatric Vasculitis Damage Index [PVDI]); laboratorial (VHS, PCR, HMGB1 [High Mobility Group Box 1], IFN-γ, IL-10, IL-12p70, IL -1ra, IL-1β, IL-6, TNF-α, VEGF e PDGF); e de imagem arterial através da 18F-FDG-PET/RM. Houve a participação de grupo controle saudável para detecção de níveis de citocinas séricas e plasmáticas e de grupo controle oncológico para análise de SUVmax pela 18F-FDG-PET/RM. Resultados: Dezessete pacientes (65% do sexo feminino) com idades entre 6 e 21 anos, média de tempo de doença 9,4 anos, participaram do estudo. Apenas um paciente encontrava-se em atividade clínica de doença segundo o ITAS2010; seis (35,6%) apresentaram aumento de VHS (média 6) e/ou PCR (média 2,7). O achado mais frequente no exame de angioRM foi estenose (82,4%), seguida por espessamento (75%). Na 18F-FDG-PET, 88,2% apresentaram captação do FDG maior do que a do fígado (escala visual=3) em pelo menos um segmento arterial. A captação arterial qualitativa total do FDG baseada na somatória dos escores visuais dos segmentos arteriais foi 21,8 ± 3,3. A mediana de SUVmax foi 3,22 (2,76-3,69) e a média de metabolic inflammatory volume (MIV) foi 1990cm3 ± 1077. A captação de FDG medida pelo SUVmax nos pacientes foi significantemente maior do que nos controles (p<0.001). Os pacientes apresentaram uma tendência a ter maiores níveis plasmáticos de IFN-γ comparados aos dos controles saudáveis (p=0,052). Foi observada correlação positiva moderada entre a extensão do espessamento da parede da aorta e níveis de PCR (Rho= 0.542) e valor de SUVmax (Rho=0.501) e correlação negativa moderada entre a extensão do espessamento da parede da aorta e IL-1ra (Rho= -0.662) e IL1 β (Rho= -0.562). Também foi observada correlação positiva moderada entre SUVmax e níveis de PCR (Rho=0.528) e valor de MIV (Rho=0.615) e uma correlação negativa moderada entre MIV e VEGF (Rho=- 0.520). Conclusão: Este estudo utilizou um equipamento de imagem de última geração que possibilitou a avaliação combinada da boa resolução anatômica da RM com informações metabólicas do 18F-FDG-PET. O exame evidenciou forte captação de 18F-FDG na parede dos grandes vasos na maioria dos pacientes sem associação com avaliação clínica e laboratorial. Dessa forma sugerimos que o 18F-FDG-PET/RM contribui para avaliar inflamação vascular persistente durante o seguimento de pacientes com AT juvenil, porém a repercussão dessas alterações a longo prazo precisa ser estudada.
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