Prevalência e fatores de risco para sibilância recorrente em lactentes de 12 a 15 meses na cidade de Cuiabá-MT, Brasil
Data
2019-08-05
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
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Título de Volume
Resumo
Objectives: To evaluate the prevalence of recurrent wheezing in infants in the city of Cuiabá-MT. To identify the factors associated with wheezing in the life’s first year. To verify the temporal trend in the epidemiology of wheezing in infants’ life’s first year. To identify passive smoking in infants with recurrent wheezing by urinary cotinine. Methods: Cross-sectional study of infants’ population base from 12 to 15 months using the standardized questionnaire from the Estudio Internacional de Sibilancias en Lactantes (EISL). The parents and/or guardians answered to the questionnaire during the visits to the Basic Health Units for routine visits and/or immunization or during home routine visits performed by health agents. For the evaluation of the temporal trend, the results found were compared to those previously obtained by a study performed between 2009 and 2010 in the same center and using the same method. Passive smoking was evaluated by the cotinine’s dosage in a urine sample. Results: A total of 1,066 infants, mostly male gender (N=539, 50.6%) and white race (N=456, 42.8%) participated in the study. 476 (44.7%) infants who participated in the study had at least one episode of wheezing in the first year of life, with the beginning’s average age of 6.6 months (±3 months) and significant male’s gender predominance. The prevalence of occasional wheezing (OW, less than three episodes) and recurrent wheezing (RW, up to three episodes) was 21.1% and 23.5%, respectively, which being the last one significantly higher in male gender (62.9%). Frequent nocturnal awakening (28.3%), perception of lack of air by parents (52.2%), emergency room visits (72.9%), hospitalization for wheezing (39.8%), use of beta agonist (88.4%) and oral corticosteroid (63.0%) were significantly higher in RW. The medical asthmas diagnosis (16.8%) and pneumonia diagnosis (46.2%) were higher in infants with RW. The main risk factors associated with wheezing in the first year were: smoking during pregnancy (OR=2.93; 95%CI=1.63-5.26); family income less than R$ 800.00 (OR=2.23, 95%CI=1.03-4.62); use of antibiotics in the first year (OR=1.95, 95%CI=1.42-2.67); first episode of airway infection before three months of life (OR=1.78, 95%CI=1.20-2.65); pneumonia hospitalization (OR=1.72, 95%CI=1.20-2.25); having siblings with asthma (OR=1.68, 95%CI=1.04-2.71), among others. The comparison between the two studies (2009-10 vs. 2016-17) showed elevated rates: wheezing ever, 27.7% vs. 44.7%, p<0.00; WO, 15.0% vs. 21.1%, p<0.00; and RW, 12.7% vs. 23.5%, p<0.00; significant increase also occurred in medical asthma diagnosis (9.5% vs. 16.8%, p<0.00). The mean cotinine level found among passive smokers was 32.4±8.6 ng/ml and the prevalence of passive smoking was 32.8%, being significantly higher among wheezing infants compared to those not exposed infants (41.8 % vs. 24.3%; p<0.030), especially in RW (63.2% vs. 20.7%; p<0.001). Conclusions: The prevalence of wheezing and RW in infants in their life’s first year was high and there was a significant increase over the years, associated with increased morbidity. Some of the factors which were found associated with wheezing in the first year of life are also associated with the development of asthma in children and adolescents. The evaluation of urinary cotinine levels proved to be a good marker for assessing exposure to cigarette smoke.
Objetivos: Avaliar a prevalência de sibilância recorrente em lactentes no município de Cuiabá-MT. Identificar os fatores associados à sibilância no primeiro ano de vida. Verificar a tendência temporal na epidemiologia da sibilância em lactentes no primeiro ano de vida. Identificar tabagismo passivo em lactentes com sibilância recorrente, através da dosagem de cotinina urinária. Métodos: Estudo transversal de base populacional em lactentes de 12 a 15 meses utilizando o questionário padronizado do Estudio Internacional de Sibilancias en Lactantes (EISL). Os pais e/ou responsáveis responderam o questionário durante as visitas as Unidades Básicas de Saúde para consultas de rotina e/ou imunização ou durante visitas domiciliares de rotina realizadas pelos agentes de saúde. Para avaliação da tendência temporal, os resultados encontrados foram comparados aos anteriormente obtidos por estudo realizado entre 2009 e 2010 no mesmo centro empregando-se o mesmo método. Tabagismo passivo foi avaliado pela dosagem de cotinina em amostra de urina. Resultados: Participaram do estudo 1.066 lactentes, a maioria do sexo masculino (N=539; 50,6%) e da raça/cor branca (N=456; 42,8%). Destes, 476 (44,7%) lactentes apresentaram pelo menos um episódio de sibilância no primeiro ano de vida, com média de idade de início de 6,6 meses (±3 meses) e predominância significante do sexo masculino. A prevalência de sibilância ocasional (SO, até dois episódios) e a de recorrente (SR, três ou mais episódios), foi 21,1% e 23,5%, respectivamente, sendo esta última significantemente maior no sexo masculino (62,9%). Despertar noturno frequente (28,3%), percepção de falta de ar pelos pais (52,2%), consultas em serviço de emergência (72,9%), hospitalizações por sibilância (39,8%), uso de beta agonista inalatório (88,4%) e de corticosteroide oral (63,0%) foram significantemente superiores nos SR. O diagnóstico médico de asma (16,8%) e pneumonia (46,2%) foi superior nos lactentes com SR. Os principais fatores de risco associados à sibilância no primeiro ano foram: tabagismo durante a gestação (OR=2,93; IC95%=1,63-5,26); renda familiar menor que R$800,00 (OR=2,23; IC95%=1,03-4,62); uso de antibiótico no primeiro ano (OR=1,95; IC95%=1,42-2,67); primeiro episódio de infecção de vias aéreas antes de três meses de vida (OR=1,78; IC95%=1,20-2,65); hospitalização por pneumonia (OR=1,72; IC95%=1,20-2,25); ter irmãos com asma (OR=1,68; IC95%=1,04-2,71) entre outros. A comparação entre os dois estudos (2009-10 vs 2016-17) mostrou elevação das taxas obtidas: sibilância alguma vez: 27,7% vs 44,7%, p<0,00; SO: 15,0% vs 21,1%, p<0,00; e de SR: 12,7% vs 23,5%, p<0,00; aumento significante de diagnóstico médico de asma também ocorreu (9,5% vs 16,8%; p<0,00). O nível médio de cotinina encontrado entre os fumantes passivos foi 32,4±8,6 ng/ml e a prevalência de tabagismo passivo foi de 32,8%, sendo significantemente mais elevada entre os lactentes sibilantes comparado aos não expostos (41,8% vs 24,3%; p<0,030), principalmente nos SR (63,2% vs 20,7%; p<0,001). Conclusões: A prevalência de sibilância e SR em lactentes no primeiro ano de vida foi elevada e houve aumento significante no decorrer dos anos, associada ao aumento da morbidade. Alguns dos fatores encontrados associados à sibilância no primeiro ano de vida também são associados ao desenvolvimento de asma em crianças e adolescentes. A avaliação dos níveis de cotinina urinária mostrou ser um bom marcador para avaliar a exposição à fumaça do cigarro.
Objetivos: Avaliar a prevalência de sibilância recorrente em lactentes no município de Cuiabá-MT. Identificar os fatores associados à sibilância no primeiro ano de vida. Verificar a tendência temporal na epidemiologia da sibilância em lactentes no primeiro ano de vida. Identificar tabagismo passivo em lactentes com sibilância recorrente, através da dosagem de cotinina urinária. Métodos: Estudo transversal de base populacional em lactentes de 12 a 15 meses utilizando o questionário padronizado do Estudio Internacional de Sibilancias en Lactantes (EISL). Os pais e/ou responsáveis responderam o questionário durante as visitas as Unidades Básicas de Saúde para consultas de rotina e/ou imunização ou durante visitas domiciliares de rotina realizadas pelos agentes de saúde. Para avaliação da tendência temporal, os resultados encontrados foram comparados aos anteriormente obtidos por estudo realizado entre 2009 e 2010 no mesmo centro empregando-se o mesmo método. Tabagismo passivo foi avaliado pela dosagem de cotinina em amostra de urina. Resultados: Participaram do estudo 1.066 lactentes, a maioria do sexo masculino (N=539; 50,6%) e da raça/cor branca (N=456; 42,8%). Destes, 476 (44,7%) lactentes apresentaram pelo menos um episódio de sibilância no primeiro ano de vida, com média de idade de início de 6,6 meses (±3 meses) e predominância significante do sexo masculino. A prevalência de sibilância ocasional (SO, até dois episódios) e a de recorrente (SR, três ou mais episódios), foi 21,1% e 23,5%, respectivamente, sendo esta última significantemente maior no sexo masculino (62,9%). Despertar noturno frequente (28,3%), percepção de falta de ar pelos pais (52,2%), consultas em serviço de emergência (72,9%), hospitalizações por sibilância (39,8%), uso de beta agonista inalatório (88,4%) e de corticosteroide oral (63,0%) foram significantemente superiores nos SR. O diagnóstico médico de asma (16,8%) e pneumonia (46,2%) foi superior nos lactentes com SR. Os principais fatores de risco associados à sibilância no primeiro ano foram: tabagismo durante a gestação (OR=2,93; IC95%=1,63-5,26); renda familiar menor que R$800,00 (OR=2,23; IC95%=1,03-4,62); uso de antibiótico no primeiro ano (OR=1,95; IC95%=1,42-2,67); primeiro episódio de infecção de vias aéreas antes de três meses de vida (OR=1,78; IC95%=1,20-2,65); hospitalização por pneumonia (OR=1,72; IC95%=1,20-2,25); ter irmãos com asma (OR=1,68; IC95%=1,04-2,71) entre outros. A comparação entre os dois estudos (2009-10 vs 2016-17) mostrou elevação das taxas obtidas: sibilância alguma vez: 27,7% vs 44,7%, p<0,00; SO: 15,0% vs 21,1%, p<0,00; e de SR: 12,7% vs 23,5%, p<0,00; aumento significante de diagnóstico médico de asma também ocorreu (9,5% vs 16,8%; p<0,00). O nível médio de cotinina encontrado entre os fumantes passivos foi 32,4±8,6 ng/ml e a prevalência de tabagismo passivo foi de 32,8%, sendo significantemente mais elevada entre os lactentes sibilantes comparado aos não expostos (41,8% vs 24,3%; p<0,030), principalmente nos SR (63,2% vs 20,7%; p<0,001). Conclusões: A prevalência de sibilância e SR em lactentes no primeiro ano de vida foi elevada e houve aumento significante no decorrer dos anos, associada ao aumento da morbidade. Alguns dos fatores encontrados associados à sibilância no primeiro ano de vida também são associados ao desenvolvimento de asma em crianças e adolescentes. A avaliação dos níveis de cotinina urinária mostrou ser um bom marcador para avaliar a exposição à fumaça do cigarro.
Descrição
Citação
JUCÁ, Sileyde Cristiane Bernardino Matos Póvoas. Prevalência e fatores de risco para sibilância recorrente em lactentes de 12 a 15 meses na cidade de Cuiabá MT, Brasil./..2019. 121f. Tese (Doutorado em Pediatria e Ciências Aplicadas à Pediatria) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2019.