Corpo e sexualidade segundo discentes e docentes do Ensino Médio

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Data
2019-11-29
Autores
Souza, Lara Helk De [UNIFESP]
Orientadores
Bretas, Jose Roberto Da Silva [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introduction: Sexuality is an issue, permeated by myths, prejudice in the family and social context. The school represents the space for discussions and exchange of knowledge. It acts as both a potential health education and health promoter. Objective: This study aimed to know the perception of the body and sexuality according to middle school students and teachers. Method: We carried out a cross-sectional study with a descriptive design and correlation between variables. The study included 22 public high schools. Teenagers and teachers answered an online questionnaire. In order to analyze data, we used descriptive statistics, analysis of variance test, and Tukey post-hoc multiple comparison tests. We considered p <0.05 as significant. Results: Of the 439 students, 50.34% are females. Most of them are white and enrolled in the third grade. They reported they were satisfied with their body. The older you are, the more satisfied you will be with the appearance of your vulva and/or your penis. Male teenagers touch more their genitals. Teenagers which touch their genital for pleasure are enrolled in the second and third grades. They belong to social grade level B1. Those who do not touch their genital are Evangelical and Catholic and belong to social grade levels C, D, and E. Masturbation is a way of relieving tension according to teenagers enrolled in the third grade. They seek information primarily on the Internet. Most do not feel comfortable speaking freely with their teachers. The first sexual intercourse occurred between 14 and 16 years of age. Teenagers over the age of 15.96 years intend to remain virgin until she gets married. They know about birth control pills, male condoms and morning-after pills. Teachers are mostly catholic married women and over the age of 40. Biology teachers say they are better prepared to teach sexuality topics. Teachers agree with the school's role in teaching sexuality. They feel prepared to address the issue, but do not do it so often. Conclusion: We urge parents and educators to seek evidence-based knowledge to act enlightening, contributing to an integral education in sexuality that enables the practice of autonomy, freedom of respect and equality to empower and empower our young people to fight for right of sexuality for sexual and reproductive rights. We understand that citizenship also occurs through knowledge and mastery of one's own body.
Introdução: sexualidade é questão permeada por mitos e preconceitos no âmbito familiar e social. A escola configura-se um espaço para discussões e troca de saberes, atua como potencial formadora e promotora de saúde. Objetivo: caracterizar sociodemograficamente as populações estudadas; conhecer comportamentos e formas de inter-relacionamentos entre adolescentes; conhecer práticas preventivas no relacionamento sexual entre adolescentes; reconhecer comportamentos de risco e conhecimentos adquiridos por eles/elas em educação em sexualidade; identificar conhecimento, prática e limitações de docentes em relação à educação para a sexualidade na escola e como impactam na educação em sexualidade; conhecer a opinião de docentes sobre o momento de iniciar as atividades de educação em sexualidade na escola e na família, bem como a relevância dos temas a serem abordados; delimitar onde o adolescente busca informações em sexualidade; correlacionar variáveis socioeconômicas e demográficas dos adolescentes com variáveis de comportamento e inter-relacionamento, variáveis de práticas preventivas, e onde buscam suas informações sobre sexualidade; correlacionar variáveis socioeconômicas e demográficas dos/as docentes com seus conhecimentos, práticas e limitações sobre educação em sexualidade e sobre o momento e forma de iniciar a educação em sexualidade nas escolas e nas famílias. Método: estudo transversal, descritivo correlacional em 22 escolas públicas de Ensino Médio. Adolescentes e docentes responderam a um questionário online. Foram utilizados estatística descritiva, teste de Análise de Variância com teste de comparação múltipla de Tukey post-hoc a p< 0,05. Resultados: dos 439 discentes, 50,34% são do sexo feminino. A maioria dos/as discentes estavam matriculados/as na terceira série, brancos/as, sentem-se satisfeitos/as com o corpo. Quanto maior a idade, as discentes mostravam-se mais satisfeitas com a aparência de sua vulva e os discentes, com seu pênis. Adolescentes masculinos tocam-se mais. Adolescentes que se tocam para obter prazer são da segunda e terceira séries, classes B1; as que não se tocam são evangélicas e católicas das classes C, D e E. Para adolescentes da terceira série, masturbação é modo de aliviar tensão. Buscam informações primordialmente na internet. A maioria não tem liberdade de falar com docentes, os/as mais disponíveis para conversas com os/as discentes são de Biologia. A primeira relação sexual ocorreu entre 14-16 anos. As adolescentes com idade acima de 15,96 anos pretendem casar virgem. Conhecem pílula anticoncepcional, camisinha masculina e pílula do dia seguinte. Os/as docentes são, na maioria, mulheres, casados/as, católicos/as, mais de 40 anos, brancos/as. Docentes de Biologia declaram ter melhor preparo para ministrar temas de sexualidade. Os/as docentes concordam com o papel da escola no ensino em sexualidade, sentem-se preparados para abordar o tema, mas não o fazem frequentemente. Conclusão: consideramos premente que pais e educadores busquem conhecimentos baseados em evidências científicas para agirem de forma esclarecedora, contribuindo para uma educação integral em sexualidade que permita a prática da autonomia, da liberdade, do respeito e da igualdade, que possibilite empoderar e emancipar nossos/as jovens para que lutem pelo direito da sexualidade pelos direitos sexuais e reprodutivos. Entendemos que a cidadania também se dá pelo conhecimento e domínio do próprio corpo.
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