Rejeição aguda no transplante renal pediátrico: epidemiologia, fatores de risco e impacto sobre a função renal

Data
2019-02-14
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Objectives: To evaluate the incidence of acute rejection in pediatric patients submitted to kidney transplantation, as well as the related risk factors and impact of this outcome in allograft function and survival during follow up. Methods: Retrospective cohort including all pediatric patients submitted to kidney transplant between 2011 and 2015. The effects of possible risk factors for acute rejection were tested by Competing Risk Analysis. To estimate the impact of this outcome in allograft, we evaluated graft survival adjusted for acute rejection occurrence and variability in the glomerular filtration rate by Schwartz’s formula during the follow up. Results: The cohort included 230 patients, and rejection free survival rate was 72.5% in one year and 54.8% in five years. The risk factors to this outcome were number of mismatches (SHR 1.36 CI 1.14 – 1.63 p=0.001), immunosuppression based on cyclosporine, prednisone and azathioprine (SHR 2.22 CI 1.14 – 4.33 p=0.018), delayed graft function (SHR 2.49 CI 1.57-3.93 p<0.001), CMV infection (SHR 5.52 CI 2.77 – 11.0 p<0.001) and bad-adherence (SHR 2.28 CI 1.70 – 4.66 p<0.001). Death censored graft survival in one and five years were respectively 92.5% and 72.1%, and the risk factors for this outcome were number of mismatches (HR 1.51 CI 1.07 – 2.13 p=0.01), age over 12 years old (HR 2.66 CI 1.07 – 6.59 p=0.03) and panel reactive antibody between 1 and 50% (HR 2.67 CI 1.24 – 5.73 p=0.01). Despite the occurrence of acute rejection did not influence 5 years graft survival, it presented a negative impact on glomerular filtration rate. Conclusion: Acute rejection is a frequent outcome in our patients, being related to number of mismatches, immunosuppression with cyclosporine, prednisone and azathioprine, delayed graft function, CMV infection and bad adherence, and it has some impact in GFR during follow up.
Objetivos: Avaliar a incidência de rejeição aguda nos pacientes pediátricos submetidos a transplante renal, os fatores de risco para este desfecho e seu impacto na sobrevida do enxerto e função renal. Métodos: Foi realizado estudo de coorte retrospectiva, unicêntrico, incluindo os pacientes pediátricos submetidos a transplante renal entre 2011 e 2015. Os possíveis fatores de risco foram comparados entre os grupos com e sem rejeição aguda e para estimar a influência na função renal ao longo do seguimento, foram avaliados fatores de risco para perda do enxerto e a variação da taxa de filtração glomerular calculada pela fórmula de Schwartz modificada ao longo do seguimento entre os grupos com e sem rejeição aguda. Resultados: Coorte composta por 230 pacientes, cuja sobrevida livre de rejeição aguda foi de 72,5% em 1 ano e 54,8% em 5 anos. Os fatores de risco relacionados a este desfecho foram número de incompatibilidades HLA (SHR 1,36 CI 1,14 – 1,63 p=0,001), imunossupressão de manutenção com ciclosporina, prednisona e azatioprina (SHR 2,22 CI 1,14 – 4,33 p=0,018), retardo na função do enxerto (SHR 2,49 CI 1,57 - 3,93 p<0,001), infecção por CMV (SHR 5,52 CI 2,77 – 11,0 p<0,001) e má aderência (SHR 2,28 CI 1,70 – 4,66 p<0,001). A sobrevida do enxerto censurada para óbito em 1 e 5 anos foi de 92,5% e 72,1% e constituíram fatores de risco para perda número de incompatibilidades HLA (HR 1,51 CI 1,07 – 2,13 p=0,01), idade acima de 12 anos (HR 2,66 CI 1,07 – 6,59 p=0,03) e presença de anticorpos reativos contra painel entre 1 e 50% (HR 2,67 CI 1,24 – 5,73 p=0,01). Apesar de não estar entre os fatores de risco para perda, rejeição aguda impactou negativamente sobre a função renal ao final do acompanhamento, com impacto mais desfavorável entre os eventos tardios. Conclusão: Conclui-se então que rejeição aguda é um desfecho frequente entre estes pacientes, esteve relacionado ao número de incompatibilidades HLA, imunossupressão com ciclosporina, prednisona e azatioprina, retardo na função do enxerto, infecção por CMV e má aderência e, apesar de não se caracterizar nesta análise como fator de risco para perda, traz impacto deletério na função renal a médio prazo.
Descrição
Citação
PEREIRA, Luiza do Nascimento Ghizoni. Rejeição aguda em transplante renal pediátrico: epidemiologia, fatores de risco e impacto sobre a função renal. 2019. 123f. Dissertação (Mestrado em Pediatria) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2019.
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