Gêneros do discurso no jornalismo em quadrinhos brasileiro

Data
2019-11-08
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Since the publication of Joe Sacco's Palestine in the 1990s, Comics Journalism (CJ), name given to productions that link the journalistic discourse to the language of comics, have become popular. Works that used the CJ label became more frequent, including in Brazil. CJ, however, was born well before Sacco's work: at the end of the 19th century, italian-brazilian Angelo Agostini worked both as a journalist and as a comic artist, producing graphic reports about a wide range of subjects. Despite not being recent and having become popular about 30 years ago, CJ is still a matter of divergences when it comes to defining exactly what it is. Is it a Journalism genre or a Comics genre? This research takes as a starting point the assumption that Journalism and Comics are distinct discursive spheres, each with different traditions, organizations and languages, and the hypothesis already discussed by Souza Júnior (2010), Archer (2010) and Ramos (2016) that there are different journalistic genres within the CJ label: there are, for example, comic interviews, comic short-biographies and comic news. By analyzing three Brazilian works — Cortabundas (RODRIGUES, 2015), Notas de um tempo silenciado (VILALBA, 2015) and Raul (DE MAIO, 2018) —, we intend to verify the generic differences of the journalistic discourse. For the analysis, we will mainly use the theoretical perspective of discourse genres elaborated by Bakhtin (2016 [1952-1953], 2016 [1950], 2016 [1952]) and your Circle and the discussion about journalistic genres here in Brazil conducted by Marques of Melo (2010, 2016) and Seixas (2009). Lage (2017b [2005]) and Traquina (2005a, 2005b) will also be used to define the characteristics of the journalistic discourse, as well as specific authors for each of the three journalistic genres found in the works. In the Comics studies, it will be used, specially, Cagnin (2014), for the languages characteristics, and Duncan, Taylor and Stoddard (2016), for the history of Comics and Journalism relationship. Thanks to the dialogical perspective adopted and the chosen works, it was possible to verify the existence of different genres and, therefore, that JHQ is just a label given to journalistic productions finished with the comics language.
Desde a publicação de Palestina, do maltês Joe Sacco, na década de 1990, o Jornalismo em Quadrinhos (JHQ), nome dado às produções que unem o discurso jornalístico com a linguagem dos quadrinhos, popularizou-se pelo mundo. Trabalhos que utilizavam o rótulo JHQ passaram a se tornar mais frequentes, inclusive no Brasil. O JHQ, no entanto, nasceu bem antes dos trabalhos de Sacco: no final do século XIX, o ítalo-brasileiro Angelo Agostini já atuava como jornalista e quadrinista, produzindo reportagens gráficas sobre assuntos diversos. Mesmo não sendo recente e tendo se popularizado há cerca de 30 anos, o JHQ ainda é alvo de divergências no que concerne à sua definição. Seria ele um gênero do Jornalismo ou um gênero dos quadrinhos? A presente pesquisa parte do pressuposto de que o Jornalismo e os Quadrinhos são esferas discursivas distintas, cada uma com tradições, organizações e linguagens próprias, e da hipótese já discutida por Souza Júnior (2010), Archer (2010) e Ramos (2016) de que existem diferentes gêneros jornalísticos dentro do rótulo JHQ. Haveria, por exemplo, entrevistas em quadrinhos, perfis em quadrinhos e notícias em quadrinhos. Por meio da análise de três obras brasileiras — Cortabundas (RODRIGUES, 2015), Notas de um tempo silenciado (VILALBA, 2015) e Raul (DE MAIO, 2018) —, tentamos verificar as diferenças genéricas do discurso jornalístico nos quadrinhos. Para a análise, será utilizada principalmente a perspectiva teórica de gêneros do discurso de Bakhtin (2016 [1952-1953], 2016 [1950], 2016 [1952]) e seu Círculo e a discussão em torno de gêneros jornalísticos brasileiros conduzida por Marques de Melo (2010, 2016) e Seixas (2009). Serão acionados também Lage (2017b [2005]) e Traquina (2005a, 2005b) para definir as características do discurso jornalístico, além de autores específicos para cada um dos três gêneros jornalísticos encontrados nas histórias em quadrinhos. Nos estudos sobre quadrinhos, serão acionados, principalmente, Cagnin (2014), para se falar da linguagem, e Duncan, Taylor e Stoddard (2016), sobre a história de sua relação com o Jornalismo. Graças a perspectiva dialógica adotada e às obras escolhidas, foi possível verificar a existência de gêneros diferentes e, portanto, que o JHQ é apenas um rótulo dado aos enunciados jornalísticos finalizados com a linguagem dos quadrinhos.
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