Análise comparativa da vasculatura da íris com angiografia por tomografia de coerência óptica e contrastada com Fluoresceína

Data
2019-09-26
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Introduction: The angiographic study of the iris is important to stablish a diagnosis, define medical management, monitor and/or plan surgeries of different pathological conditions of the anterior segment of the eye. The intravenous fluorescein angiography (IVFA) is the standard method for evaluation of the iris vasculature. The current technological developments give an alternative to study the iris vasculature without intravenous contrast, named optical coherence tomography angiography (OCTA). Objective: To study and compare the capability to demonstrate the iris vascular network obtained through the techniques OCT-A and IVFA in individual with and without vascular alterations of the anterior segment of the eye. Methods: Prospective, observational and transversal clinical study. All eyes were submitted to optical coherence tomography angiography (~840nm spectral domain, Avanti, Optovue Inc) using a corneal lens adapter, fluorescein angiography with confocal scanning laser ophthalmoscope (Spectralis HRA Heidelberg Engineering) or fundus camera (TRC50DX, Topcon; Visucam 500, Carl Zeiss Meditec) and digital photography of the anterior segment (DC-3, DL-D4 model, Topcon). Images of OCTA with 6 mm x 6mm scans and IVFA with focus on the iris and pupil centration, were obtained from each patient. The collected images were evaluated descriptively and quantitatively, using statistical tools and a questionnaire, based on the answer of five examiners. The concordance among the examiners regarding iris pigmentation and the percentage of visualization of the iris vasculature was evaluated using Fleiss’s coefficient of concordance, separately for each imaging technique. Differences in the capability of visualization of the vessels between the techniques were evaluated through Wilcoxon’s test. The influence of the pigmentation in the visualization of iris vasculature was evaluated using a nonparametric correlation analysis.Results: The sample included the study of 77 eyes of 39 patients (21 male and 18 female), with and without vascular alterations of the iris. The interexaminer agreement regarding the classification of iris pigmentation was moderate (k = 0,52, IC of 95%: 0,48 to 0,56, p <0,001). The interexaminer agreement regarding the evaluation of the level of the iris vasculature visualization in the images obtained by IVFA (k = 0,35, IC del 95% between 0,31 and 0,39, p <0,001) and OCTA (k = 0, 29, IC del 95% entre 0.25 y 0.34, p <0.001) was classified as regular for both techniques. Significant differences among techniques were found concerning the capability of visualizing the vessels, the images obtained by OCTA showed greater visualization capability compared to the images obtained by IVFA (W = 10.70, p <0.001). The level of pigmentation was negatively correlated with percentage of visualization of the iris vessels for the images obtained by IVFA (rho = -0.58, p <0.001), and by OCTA (rho = -0.52, p <0.001), suggesting that the more intense the pigmentation, the lesser the visualization of the vessels, regardless of the technique. Conclusions: OCTA was considered a noninvasive tool capable of visualizing the normal vessels of the iris and of detecting vascular anomalies, such as alterations of the integrity, shape and density of the iris vasculature. Early diagnosis and the study of the evolution of iris alterations become potentialities of the OCTA technique.
Introdução: O estudo angiográfico da íris é importante para realizar diagnóstico, definir conduta médica, acompanhar e/ou planejar cirurgias de diversas condições patológicas do segmento anterior do olho. A angiografia com a injeção endovenosa de fluoresceína (A-FL) é o método padrão-ouro para a avaliação da vasculatura da íris. O desenvolvimento tecnológico atual permite uma alternativa para estudar a vasculatura da íris sem a injeção de contraste endovenoso, denominada angiografia por tomografia de coerência óptica (A-OCT). Objetivo: Estudar e comparar a capacidade de demonstrar a rede vascular da íris obtidas através das técnicas de A-OCT e A-FL em indivíduos com e sem alterações vasculares do segmento anterior do olho. Métodos: Estudo clínico, prospectivo, observacional e transversal. Todos olhos foram submetidos a exames de angiografia por tomografia de coerência óptica (~840 nm domínio espectral, Avanti, Optovue Inc.) adaptada com lente para segmento anterior, angiografia com fluoresceína com oftalmoscópio confocal de varredura a laser (Spectralis HRA Heidelberg Engineering) ou com retinógrafo (TRC50DX, Topcon; Visucam 500, Carl Zeiss Meditec), e fotografia digital do segmento anterior (DC-3, modelo SL-D4, Topcon). Para cada paciente, foram obtidas imagens de A-OCT com cortes de 6 mm x 6 mm e A-FL com foco na íris e centralização na pupila. As imagens coletadas foram avaliadas descritivamente e quantitativamente, utilizando ferramentas estatísticas e questionário, com base nas respostas de cinco examinadores. A concordância entre os examinadores sobre a pigmentação da íris e a porcentagem de visualização dos vasos foi avaliada por meio do Coeficiente de Concordância de Fleiss, separadamente para cada uma das técnicas de imagem. Diferenças na capacidade de visualização da vasculatura da íris entre as técnicas foram avaliadas por meio do teste de Wilcoxon. A influência da pigmentação na porcentagem de visualização da vasculatura foi avaliada por análise de correlação não paramétrica. Resultados: A amostra incluiu o estudo de 77 olhos de 39 pacientes (21 homens e 18 mulheres), com e sem alterações vasculares da íris. A concordância interexaminador na classificação da pigmentação da íris mostrou-se moderada (k=0,52; IC 95% entre 0,48 – 0,56; p<0,001). A concordância interexaminador na avaliação do grau de vascularização da íris nas imagens obtidas por A-FL (k=0,35; IC 95% entre 0,31 e 0,39; p<0,001) e A-OCT (k=0,29; IC 95% entre 0,25 e 0,34; p<0,001) foi classificada como regular para ambas as técnicas. Foram encontradas diferenças significativas na capacidade de visualização dos vasos entre as técnicas, as imagens obtidas por A-OCT apresentarem maior capacidade de visualização quando comparadas com as imagens por A-FL (W=10,70; p<0,001). O grau de pigmentação correlacionou-se negativamente com a porcentagem de visualização dos vasos da íris tanto para as imagens obtidas por A-FL (rho = -0,58; p<0,001), quanto por A-OCT (rho= -0,52; p<0,001), sugerindo que quanto mais intensa a pigmentação, menor será a porcentagem de visualização dos vasos, independentemente da técnica. Conclusões: A A-OCT foi considerada ferramenta não invasiva com capacidade de visualizar os vasos normais da íris e de detectar anormalidades vasculares, como alterações de integridade, forma e densidade da vasculatura da íris. O diagnóstico precoce e o estudo da evolução das alterações na íris aparecem como potencialidades da técnica de A-OCT.
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Citação
LOBOS, Claudio Maurício Zett. Análise comparativa da vasculatura da íris com angiografia por tomografia de coerência óptica e contrastada com fluoresceína. 2019. 60 f. Tese (Doutorado em Oftalmologia e Ciências Visuais) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2019.
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