Valor prognóstico do achatamento precoce do platô do pulso de oxigênio no TECP, na ocorrência de doenças cardiovasculares

Data
2019-03-21
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introduction: cardiopulmonary exercise test (CPET) is considered the gold standard for the diagnosis of exercise intolerance and its causes. Cardiovascular exercise intolerance has some important characteristics, like absolute plateau of the oxygen pulse rise curve (PuO2 = VO2/HR). The CPET can be performed in laboratory using different types of ergometers. The treadmill and lower limb cycle ergometer are the most popular. The greatest advantage of the cycle ergometer lies in the precision and accuracy with which the applied workload can be measured, differently from the treadmill that presents limitations for this measure. Therefore, the cycloergometer is supposed to be the ergometer of choice for assessing cardiovascular limitation to exercise and early flattening of PuO2. Objectives: To evaluate the reliability of the evaluation of the abnormal kinetic behavior of PuO2 in adults submitted to CPET in treadmill in comparison with the lower limb cycle ergometer. Materials and methods: We evaluated 35 asymptomatic adults (21 women, 45 ± 14 years, 31.7 ± 24.6 kg/m2) randomly selected from a previous study with a sample of 841 individuals. Participants underwent CPET on treadmill and exercise bicycle on two different days with intervals between 48 hours and two weeks. The visual analysis of the kinetic behavior of PuO2 was carried out by four evaluators experienced in the application of the test, two for treadmill CPET and two for CPET on cycle ergometer. We determined the agreement of the kinetic behavior of PuO2 also by mathematical model. After the identification of the anaerobic threshold (AT), we adjusted a linear regression in the PuO2 curve starting from AT up to 2 minutes (slope 1 - S1) and starting from AT up to another 2 minutes (slope 2 - S2). For visual evaluation, we used the Kappa coefficient to assess the iteration observers reliability. For the reliability of the S2 - S1 difference between the ergometers, we used the paired t test, the intraclass correlation coefficient (ICC) and its 95% confidence interval (95% CI) and coefficient of variation. For agreement, we used the Bland and Altman graph with the mean of the difference and 95% CI Results: Of the 70 tests analyzed, five tests on the treadmill and seven tests on the cycle ergometer showed early flattening of the PuO2 according to the visual inspection of the evaluators. The agreement between the evaluators was generally good (Kappa = 0.65, p <0.001). The two positive tests only on the cycle ergometer were evaluated by two other evaluators, who, independently, agreed with the analysis. As for the tests considered without flattening PuO2, all were concordant among the evaluators. Therefore, we observed some discrepancy among the ergometers, however, there was 100% agrément among the evaluators. For the mathematical method, we observed acceptable agrément between treadmill and bicycle. The difference in the S2 - S1 index on the treadmill was not significantly different from the cycle ergometer (-0.0024 ± 0.080 vs. -0.0040 ± 0.0159 mL/min/bpm/s). The agreement was acceptable (mean, -0.001 mL/min/bpm/s: 95% CI, -0.017 - 0.020). However, the ICC presented values compatible with only moderate reliability (ICC, 0.642: 95% CI, 0.247-0.812) and coefficient of variation (12%). Conclusion: the treadmill is a reliable ergometer for visual evaluation of the abnormal kinetic behavior of PuO2 in asymptomatic adults. Our results suggest that mathematical models are useful as complementary methods to the visual inspection of this measurement.
Introdução: O teste de exercício cardiopulmonar (TECP) é considerado padrão ouro para o diagnóstico de intolerância ao exercício e suas causas. A intolerância ao exercício de causa cardiovascular tem entre suas características a ocorrência de platô absoluto da curva de ascensão do pulso de oxigênio (PuO2 = VO2/FC). O TECP pode ser realizado em laboratório utilizando diferentes tipos de ergômetros. A esteira ergométrica e o cicloergômetro de membros inferiores são os mais populares. A maior vantagem do cicloergômetro reside na precisão e exatidão com que a carga de trabalho aplicada pode ser mensurada, diferentemente da esteira que apresenta limitações para essa medida. Portanto, supostamente o cicloergômetro é o ergômetro de escolha para avaliação da limitação cardiovascular ao exercício e do achatamento precoce do PuO2. Objetivos: Avaliar a confiabilidade da avaliação do comportamento cinético anormal do PuO2 em adultos submetidos ao TECP em esteira rolante em comparação com o cicloergômetro de membros inferiores. Materiais e métodos: Avaliamos 35 adultos assintomáticos (21 mulheres; 45 ± 14 anos; 31,7 ± 24,6 kg/m2) randomicamente selecionados de uma pesquisa anterior com amostra de 841 indivíduos. Os participantes foram submetidos ao TECP em esteira rolante e em bicicleta ergométrica em dois dias diferentes com intervalo entre 48 horas e duas semanas. A análise visual do comportamento cinético do PuO2 foi realizada por quatro avaliadores experientes na aplicação do teste, dois para o TECP em esteira e dois para o TECP em cicloergômetro. Após a identificação do limiar anaeróbio (LA), ajustamos uma regressão linear na curva de PuO2 partindo do LA até menos 2 minutos (slope 1 – S1) e partindo do LA até mais 2 minutos (slope 2 – S2). Para a avaliação visual, utilizamos o coeficiente Kappa para avaliar a confiabilidade iter-observadores. Para a confiabilidade da diferença S2 – S1 entre os ergômetros, utilizamos o teste t pareado, o coeficiente de correlação intraclasse (CCI) e seu intervalo de confiança de 95% (IC95%) e o coeficiente de variação. Para a concordância, utilizamos o método gráfico de Bland and Altman com a média da diferença e IC95% Resultados: Dos 70 testes analisados, cinco testes na esteira e sete testes no cicloergômetro apresentaram achatamento precoce do PuO2 de acordo com a inspeção visual dos avaliadores. A concordância entre os avaliadores foi em geral boa (Kappa = 0,65; p < 0,001). Quanto aos testes considerados sem achatamento do PuO2, todos foram concordantes entre os avaliadores. Portanto, observamos alguma discordância entre os ergômetros, contudo, houve 100% de concordância entre os avaliadores. Para o método matemático, observamos concordância aceitável entre esteira e bicicleta. A diferença do índice S2 – S1 na esteira não foi significativamente diferente do cicloergômetro (-0,0024  0,080 vs. -0,0040  0,0159 mL/min/bpm/s). A concordância foi aceitável (média, -0,001 mL/min/bpm/s: IC95%, -0,017 – 0,020), Contudo, o CCI apresentou valores compatíveis com confiabilidade apenas moderada (CCI, 0,642: IC95%, 0,247 – 0,812) e coeficiente de variação limítrofe (12%). Conclusão: a esteira é um ergômetro confiável para avaliação visual do comportamento cinético anormal do PuO2 em adultos assintomáticos. Nossos resultados sugerem que modelos matemáticos são úteis como métodos complementares à inspeção visual dessa medida.
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