Impacto de dose de ataque de beta-lactâmicos em pacientes críticos com sepse

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Data
2019-02-01
Autores
Oliveira, Rafael Trindade De [UNIFESP]
Orientadores
Furtado, Guilherme Henrique Campos [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
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Resumo
Objectives: To evaluate the clinical outcome of sepsis or septic shock patients submitted or not to a beta-lactams (BLs) loading dose protocol in the first twenty-four hours of treatment. Methodology: A quasi-experimental study was conducted in adult patients with sepsis or septic shock in a large teaching hospital in São Paulo, Brazil, comparing a group of patients that received a loading dose (LD) protocol of ceftriaxone (2g q12/12h), piperacillin-tazobactam (4,5g q4/4h) and meropenem (2g q8/8h) on the first 24 hours of treatment, analyzed prospectively, in the period from September 2016 to August 2017, with a group of patients that received standard dose (SD) of the same beta-lactams, analyzed retrospectively, matched by age, Charlson score and hospitalization period. In-hospital mortality and clinical success primary outcomes was analized, in addtion to hospitalization length, intensive care unit (ICU) length, vasoactive drug (VAD) length, mechanical ventilation (MV) length and evolution to renal replacement therapy (RRT), as secondary outcomes. Significant outcomes to the univariate analysis were subjected to multivariate analysis by logistic regression as dependent variables, thus establishing whether LD was a modifier of outcomes. Results: 150 patients were analyzed with sepsis/septic shock, 50 of LD group and 100 of SD group. Mean age was 57.8 years (± 18.71), 50% were male, 77% of clinical admission and average APACHE 2 score was 20.5 (± 7.7). In the univariate analysis, clinical failure (10/50 (20%) x 42/100 (42%), p = 0.0078) and in-hospital mortality (14/50 (28%) x 49/100 (49%), p = 0.01) were significantly lower in the LD group, as well as evolution to RRT (1/50 (2%) x 27/100 (27%), p = 0.0002). Hospitalization (p = 0.69), ICU (p = 0.65), VAD (p = 0.07) and MV (p = 0.07) lengths were not statistically significant. In the multivariate analysis, LD was a protective factor of in-hospital mortality (OR: 0.38, 95% CI: 0.16-0.90, p = 0.02) and clinical failure (OR: 0.37, 95% CI, (OR: 0.04, 95% CI: 0.005-0.43, p = 0.007), as well as the evolution to RRT (OR: 0,04; IC 95%: 0,005-0,43, p=0,007). Conclusion: We observed that beta-lactams loading doses improved mortality, clinical success and progression to renal replacement therapy in sepsis or septic shock patients in univariate analysis, and remained independently protective of these outcomes in the multivariate analysis.
Objetivos: Avaliar o desfecho clínico de pacientes com sepse/choque séptico submetidos ou não a um protocolo de dose de ataque de beta-lactâmicos (BLs) nas primeiras vinte e quatro horas de tratamento. Metodologia: Foi realizado um estudo quase experimental (“antes e depois”) em pacientes adultos com sepse ou choque séptico em um hospital de ensino em São Paulo, Brasil, comparando um grupo de pacientes que recebeu um protocolo de doses de ataque (DA) de ceftriaxona (2g q12/12h), piperacilina-tazobactam (4,5g q4/4h) e meropenem (2g q8/8h) nas primeiras 24 horas de tratamento, analisado prospectivamente, no período de setembro de 2016 a agosto de 2017, com um grupo de pacientes que recebeu dose padrão (DP) dos mesmos BLs, analisado retrospectivamente, pareados por idade, escore de Charlson e período de internação. Foi realizada análise de desfechos primários, mortalidade intrahospitalar e falha clínica, e secundários, tempo de hospitalização e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), tempo de droga vasoativa (DVA) e ventilação mecânica (VM) e evolução para terapia de substituição renal (TSR). Os desfechos significativos à análise univariada foram submetidos à análise multivariada por regressão logística como variáveis dependentes, estabelecendo-se, assim, se a DA foi modificadora de desfechos. Resultados: Foram analisados 150 pacientes com sepse/choque séptico, sendo 50 do grupo de DA e 100 do grupo de DP. A média de idade foi de 57,8 (±18,71), 50% do sexo masculino, 77% de internação clínica, APACHE 2 de 20,5 (±7,78) e 62% em choque séptico. Na análise univariada, falha clínica (10/50 (20%) x 42/100 (42%), p=0,0078) e mortalidade intrahospitalar (14/50 (28%) x 49/100 (49%), p=0,01) foram significativamente menores no grupo de DA, bem como evolução para TSR (1/50 (2%) x 27/100 (27%), p=0,0002). Tempo de hospitalização (p = 0,69), UTI (p = 0,65), DVA (p = 0,07) e VM (p = 0,07) não foram estatisticamente significantes. Na análise multivariada, a DA foi fator protetor de mortalidade intrahospitalar (OR: 0,38; IC 95%: 0,16-0,90, p=0,02) e falha clínica (OR: 0,37; IC 95%: 0,16-0,85, p=0,01), além de evolução para TSR (OR: 0,04; IC 95%: 0,005-0,43, p=0,007). Conclusão: Observamos que dose de ataque de beta-lactâmicos melhorou mortalidade, sucesso clínico e evolução para terapia de substituição renal em pacientes com sepse/choque séptico, na análise univariada, e se manteve independentemente protetor desses desfechos na análise multivariada.
Descrição
Citação
OLIVEIRA, Rafael Trindade de. Impacto de dose de ataque de beta-lactâmicos em pacientes críticos com sepse. 2019. 90f. Dissertação (Mestrado em Infectologia) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2019.