PPG - Infectologia

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    O papel da pentraxina 3 como biomarcador para diagnóstico de fusariose invasiva em pacientes onco-hematológicos e receptores de transplante de células-tronco hematopoiéticas
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-02-27) Gandolpho, Larissa Simão [UNIFESP]; Colombo, Arnaldo Lopes [UNIFESP]; Francisco, Elaine Cristina [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6620829106814744; http://lattes.cnpq.br/4512261018429681; http://lattes.cnpq.br/7013161175556631
    Introdução: A Doença fúngica invasiva ainda representa grandes desafios diagnósticos e terapêuticos, que implicam em piores desfechos para os pacientes onco-hematológicos. Embora Aspergillus seja o principal fungo filamentoso isolado na maior parte dos centros ao redor do mundo, observa-se um aumento progressivo na ocorrência de fungos filamentosos não-Aspergillus, especialmente aquelas causadas por espécies de Fusarium. Esses achados epidemiológicos são particularmente relevantes considerando a dificuldade no diagnóstico precoce, a refratariedade ao tratamento antifúngico e a alta mortalidade frequentemente observadas nessas infecções. Portanto, torna-se evidente a importância de estudos que investiguem diferentes aspectos da história natural dessas micoses, e principalmente, estratégias terapêuticas e diagnósticas precoces. Neste contexto, a pentraxina 3 tem sido reconhecida por desempenhar um papel significativo como adjuvante no diagnóstico de aspergilose invasiva. Portanto, é relevante investigar o potencial uso desse biomarcador para o diagnóstico de outros fungos filamentosos. Objetivos: Detectar e quantificar a presença de pentraxina 3 em amostras de soro de pacientes com fusariose provada e de grupos controles, assim como avaliar o potencial de uso da dosagem de pentraxina 3 como um biomarcador diagnóstico complementar para casos de suspeita de fusariose invasiva. Pacientes e Métodos: Foi realizado seleção retrospectiva de amostras armazenadas no biorepossitório do Laboratório Especial de Micologia-UNIFESP de casos provados de fusariose invasiva e dos seguintes grupos controles de pacientes: (I) Com aspergilose invasiva provada/provável, (II) Saudáveis (III) Com leucemia mieloide aguda e (IV) Receptores de Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (TCTH). Ainda, foi selecionado de maneira prospectiva, (V) pacientes onco-hematológicos com bacteremia. Após, foram realizadas dosagens duplicadas das concentrações de pentraxina 3 nas amostras de soro selecionadas. Resultados: Após exclusão de oito casos que apresentaram níveis de detecção abaixo do limiar mínimo do teste, 55 soros de 54 pacientes foram analisados. Inicialmente, testou-se a hipótese nula de que as concentrações seriam iguais nos 6 grupos avaliados através da análise de variância. Observou-se que os níveis de pentraxina 3 variaram entre 5532,8 pg/mL e 299,5 pg/mL, sendo maiores no grupo aspergilose invasiva (5532,8 pg/mL), seguido pelo grupo fusariose invasiva (3718,1 pg/mL). Por outro lado, os indivíduos saudáveis apresentaram as menores concentrações séricas desta proteína (máxima de 385,7 pg/mL e mínima de 109.9 pg/mL). Após, os grupos foram comparados dois a dois, pelo teste post hoc de Dunn. A concentração sérica média de pentraxina3 em pacientes com fusariose invasiva (mediana= 2548,9 pg/mL) foi significativamente maior em relação aos controles saudáveis, com Leucemia Miolóide Aguda, receptores de TCTH ou bacteremia. No entanto, quando comparada ao grupo de aspergilose invasiva, não houve diferença estatística nos níveis observados entre pacientes com as duas infecções fúngicas. Após aplicação de correção de Bonferroni, observou-se que o teste perdeu nível de significância quando se comparou pacientes com doença fúngica versus bacteremia, provavelmente pelo pequeno tamanho amostral. Entretanto, observou-se que apenas amostras que representavam alguma infecção fúngica (fusariose ou aspergilose) apresentaram valores de pentraxina3 que ultrapassavam 1000 pg/mL. Além disso, todas as amostras obtidas de pacientes com doença fúngica apresentaram valores entre 1000 e 4000 pg/mL, enquanto nenhuma amostra de grupo controle apresentou valores superiores a 1000 pg/mL. Conclusão: O perfil de resposta da pentraxina3 em pacientes com fusariose invasiva é possivelmente análogo ao da aspergilose invasiva, sugerindo que quando associada a outros marcadores, como a galactomanana, pode desempenhar um papel crucial no diagnóstico precoce da aspergilose invasiva e, potencialmente, de outras infecções causadas por Fusarium e outros fungos filamentosos.
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    Epidemiologia e história natural da infecção pelo vírus da hepatite E no transplante hepático
    (Universidade Federal de São Paulo, 2023-12-21) Zicker, Michelle [UNIFESP]; Camargo, Luís Fernando Aranha [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8501165687754582; https://lattes.cnpq.br/2495793082296048
    Objetivos: determinar a prevalência da infecção pelo vírus da hepatite E em uma população de receptores de transplante hepático realizados no Brasil e identificar as frequências dos genótipos virais encontrados nessas infecções; determinar os genótipos do vírus da hepatite E causadores de hepatite aguda e descrever a história natural da infecção pelo vírus da hepatite E na população alvo. Métodos: estudo prospectivo com a realização sistemática e periódica de sorologia, reação em cadeia da polimerase e genotipagem séricos para hepatite E em pacientes maiores de 18 anos, submetidos a transplante hepático no Hospital Israelita Albert Einstein entre 2019 e 2020 e acompanhados durante um ano após o procedimento. Resultados: foram incluídos 107 receptores de transplante hepático, 83 doadores falecidos e analisadas 765 amostras de sangue. A maioria dos participantes era do sexo masculino (73%), com média de idade de 53,5 anos. Cirrose hepática alcóolica foi a doença hepática de base mais frequente. Cerca de 72% dos pacientes eram naturais da região Sudeste do país e 94% proveniente da mesma região. Encontrou-se prevalência de hepatite E de 10.2% nos receptores e de 9.7% nos doadores. Não foi observada diferença estatisticamente significativa entre as variáveis clínicas dos receptores que apresentaram imunoglobulina G anti-hepatite E positiva e negativa no pré-transplante inclusive em relação aos fatores de risco para infecção pelo vírus da hepatite E, desfecho clínico após um ano de seguimento e necessidade de retransplante. Nenhum paciente apresentou carga viral detectável no pré-transplante ou durante as coletas de seguimento. Não foram identificados episódios de infecção aguda, de reativação ou soroconversão, mesmo nas situações de discordância sorológica entre receptor e doador. Não se identificou transmissão do vírus da hepatite E através do enxerto não sendo possível determinar o genótipo e a incidência da infecção aguda. Conclusões: Infecção aguda e crônica pelo vírus da hepatite E parecem ser eventos raros na população estudada, possivelmente em decorrência de fatores sociais, econômicos e ambientais. Os dados encontrados sugerem que entre receptores de transplante hepático no Brasil a infecção pelo vírus da hepatite E deve ser investigada somente no cenário de aumento de transaminases ou enzimas canaliculares sem causa definida, como parte do diagnóstico diferencial das hepatites soronegativas após o transplante. Considerando as dimensões e heterogeneidade dos hábitos e condições socioeconômicas da população brasileira, outros estudos envolvendo receptores de transplante hepático deveriam ser conduzidos nas demais regiões do país.
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    Análise da distribuição das alterações mutacionais do vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1) em ciclo único de infecção in vitro
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-03-06) Furuyama, Taimá Naomi [UNIFESP]; Janini, Luiz Mário Ramos [UNIFESP]; Antoneli Junior, Fernando Martins [UNIFESP]; Carvalho, Isabel Maria Vicente Guedes de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4503426222486154; http://lattes.cnpq.br/7267507565320007; http://lattes.cnpq.br/5713863164263481; http://lattes.cnpq.br/7671794041127239
    Objetivo: Propor a definição de taxas mutacionais como uma distribuição de valores e investigar as propriedades dessa distribuição. Métodos: Este trabalho foi suportado por dados in vitro de infecções celulares em ciclo único de replicação de HIV-1, publicados previamente. A análise de dados é suportada pela probabilidade de ocorrência de substituições dentro de uma abordagem bayesiana com distribuições de Dirichlet. Utilizando-se de técnicas estatísticas, as informações do experimento in vitro foram analisadas como uma distribuição de probabilidades de taxas mutacionais (e não como um único valor médio). Foram considerados a variabilidade e o comportamento dos dados para tornar possível a verificação da dinâmica populacional de vírus RNA, no caso do HIV-1. Resultados: Os dados obtidos indicam que as probabilidades de ocorrência de mutações ao longo das distribuições variam de ~6,34×10^(-5) a ~5,96×10^(-3) substituições por sítio por ciclo de replicação, em média. Este resultado inicial é concordante com as taxas mutacionais do HIV-1 descritas previamente na literatura, variando de 10^(-5) a 10^(-3) alterações de base por sítio por ciclo de replicação. Também foi verificado se existiria uma diferenciação nos dados conforme o gene analisado. As taxas ao longo dos genes foram mantidas com as mesmas ordens de grandeza, apresentando uma amplitude de valor mínimo médio de 6,37×10^(-5) (env) a 9,13×10^(-5) (tat) e de valor máximo médio de 4,81×10^(-3) (vpu) a 5,90×10^(-3) (pol). A metodologia foi aplicada para fragmentos de sequência cada vez menores e a informação foi mantida consistente a uma leitura de até 200nt. Conclusão: As informações comparáveis na literatura encontram-se dentro do intervalo da distribuição de taxas mutacionais observado neste trabalho. Assim, a metodologia poderia ser empregada e apresentar mais informações em relação às taxas mutacionais, seja para vírus RNA ou para outras análises genômicas.
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    Avaliação dos efeitos de um programa de exercícios funcionais supervisionado à distância, com técnicas de monitoração digital remotas, na força muscular, na aptidão física e na composição corporal de idosos vivendo com HIV ou não
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-01-30) Pires, Daniele de Campos [UNIFESP]; Burattini, Marcelo Nascimento [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/3645284084334482; http://lattes.cnpq.br/1369305493449051
    Introdução: Os problemas de saúde associados ao envelhecimento estão entre as maiores prioridades da atenção à saúde mundial. Com o envelhecimento ocorre perda da capacidade funcional, da função imune, de funções neurológicas e cognitivas, comprometendo a qualidade de vida do idoso. Além disso, o atendimento às ocorrências de saúde dos idosos representam ~75% dos gastos gerais em assistência à saúde pelo SUS. Ações não medicamentosas de promoção à saúde têm sido valorizadas como essenciais para um processo de senescência mais saudável, com um menor índice de dependência, destacando-se entre elas a prática regular de exercícios. Objetivos: Avaliar o impacto de um programa de exercícios funcionais supervisionado à distância, com técnicas de monitoração digital remotas, na evolução morfológica e funcional, na composição corporal, na aptidão física e na força muscular, comparando os resultados em pessoas vivendo com HIV (PVHIV) ou não, com 60 anos ou mais. Casuística e Métodos: Estudo prospectivo e randomizado, para comparar os efeitos de um programa de exercícios funcionais supervisionados, em PVHIV ou não, com 60 anos ou mais. Trinta idosos (idade média 69,6 anos), participaram do estudo (20 mulheres e 10 homens), sendo 14 PVHIV e 16 pessoas que não vivem com HIV (PNVHIV). O treinamento consistiu em exercícios calistênicos (exercícios que usam o peso do próprio corpo) e exercícios pliométricos (exercícios com salto), com dificuldade progressiva, baseado no Programa de Exercícios de Otago (PEO), visando o desenvolvimento dos principais grupos musculares: glúteos, abdômen, peitorais, grande dorsal, quadríceps, isquiotibiais, gastrocnêmios, deltóide, tríceps e bíceps braquiais, em duas sessões semanais, com duração de 3/4 de hora (45 minutos) por sessão, supervisionado por professores de educação física especializados na orientação e supervisão da prática de exercícios físicos em idosos, durante 9 meses de treinamento. Todos os participantes foram submetidos a avaliações periódicas antes e aos 3, 6 e 9 meses após o início do treinamento. Foram adotadas diversas medidas para garantir a segurança dos idosos e o estudo recebeu a aprovação dos Comitês de Ética em Pesquisa das instituições participantes. Resultados: Não houve diferença estatisticamente significativa nas variáveis antropométricas ao longo de 9 meses de treinamento. Em relação as variáveis de força dos MMSS, houve aumento de 18,5% em PVHIV e 21,4% para pessoas que não vivem com HIV (PNVHIV) e de MMII 25,3% em PVHIV e 22,3% para PNVHIV. A respeito da capacidade cardiorrespiratória, houve aumento de 16,26% para PVHIV e 15,47% para PNVHIV com diferença estatisticamente significativa (p = 0,02) e para capacidade funcional, houve redução (o menor valor significa o melhor resultado) de 8,7% para PQVHIV e 8,8% para PNVHIV. Acerca do salto em contramovimento, verificou-se um aumento de 73,79% para PVHIV e 32,50% para PNVHIV, com diferença estatisticamente significante (p = 0,03). Conclusão: O treinamento funcional supervisionado à distância (TFSD) aumentou a força de MMSS, MMII e melhorou a capacidade cardiorrespiratória em ambos os grupos. O TFSD mostrou ser eficiente, pois melhorou todas as variáveis avaliadas e seguro, não houve intercorrências ao longo dos 9 meses relacionadas ao treinamento.
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    Análise da influência do fluconazol e geldanamicina no perfil transcricional de candida tropicalis
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-03-05) Lima, Ricardo Ferreira [UNIFESP]; Colombo , Arnaldo Lopes [UNIFESP]; Melo, Analy Salles de Azevedo [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8922840487452492; http://lattes.cnpq.br/4512261018429681; http://lattes.cnpq.br/1159446188335190
    Atualmente, Candida tropicalis é a primeira ou a segunda espécie de Candida-não-albicans mais prevalente em episódios de fungemia documentados em centros médicos na América Latina. Apesar desta espécie ser sensível a todos os antifúngicos de uso sistêmico, recentemente, tem sido relatado aumento na ocorrência de isolados de C. tropicalis resistentes ao fluconazol, sendo os mecanismos moleculares associados a este fenômeno ainda pouco conhecidos, sobretudo àqueles relacionados às respostas acionadas durante a exposição ao fluconazol ou geldanamicina – inibidor da atividade de Hsp90. A partir de isolados de C. tropicalis resistentes ao fluconazol de centros médicos do Brasil e Colômbia, buscamos identificar os mecanismos clássicos relacionados ao perfil de resistência ao fluconazol, através do sequenciamento do gene ERG11 e da quantificação da expressão (qPCR) dos genes CDR1, MDR1, UPC2 e ERG11 em C. tropicalis submetida a quatro condições; (i) sem tratamento, (ii) exposição ao fluconazol, (iii) exposição à geldanamicina, e, (iv) duplo tratamento (exposição ao fluconazol e geldanamicina) quando comparados à cepa selvagem C. tropicalis ATCC 750 e aos respectivos controles sem tratamento, também realizamos a análise comparativa do transcriptoma de uma linhagem sensível e resistente de C. tropicalis submetidas aos CIMs subinibitórios do fluconazol e geldanamicina. Os nossos resultados mostraram que as amostras de C. tropicalis resistentes ao fluconazol apresentaram mutações pontuais no gene ERG11 e aumento de expressão dos genes CDR1, MDR1, UPC2 e ERG11, ao passo que, a adição dos inibidores causou modulações positivas ou negativas nesse grupo de genes. Verificamos que o tratamento com fluconazol provocou diminuição da expressão dos genes do processamento ribossomal e sistema de reparo de DNA nas duas linhagens de C. tropicalis, enquanto, durante a exposição ao fluconazol observamos um maior aumento de expressão na linhagem resistente para os processos de síntese de ATP, processamento e captação de ferro e atividade peroxissomal, ao passo que, a inibição de Hsp90 mostrou diferenças relacionadas à biossíntese de aminoácidos e metabolismo secundário. Concluímos que além de ter variações na expressão de mecanismos de resistência, a presença de antimicrobianos por si só já provocam respostas relevantes para a sobrevivência entre as linhagens de C. tropicalis.