Negrafias no centro de São Paulo: a presença e a representação do negro na arte urbana
Data
2019-07-09
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Brazil it's a multiracial and multi-ethnic country where more than half the population identify themselves as black or brown. Yet, this majority isn't visible, for example, on media – advertising, tv shows and journalistic programs – neither have expressiveness, in a minimal equal way, on other cultural sections – as cinema, theater – and social, above all in professions of great visibility as politics, judiciary, legislative, executive and etc. One of the first elements for self-affirmation of blackness goes through revaluation and through recognition of its own image, both individual and collective. The graffiti has been one mean of expression and one way of affirmation of that image in São Paulo's city, as graffiti artists incorporate to their repertory racial and black ethnics to show their social visibility/invisibility, build and enrich their black cultural identity. The present work looks to map and analyse the presence of the image of black men and women in graffiti – on negrafias¹ – found on specific routes through São Paulo's city, paying attention to one possible reconfiguration and appropriation of space as the democratization of it. This route belongs to the author – student and worker. Therefore, based on this ethnographic case study the dissertation will offer an analysis of the presence and representation of black women and men in negrafias2 , asking if it could reconfigurate a city willing itself as white. Therefore, it's about a work that brings to Art History an anthropologic and ethnographic methodology proposal, since the cut isn't based exclusively on the work's concept of art or the study of chosen artists, but also of experiencing the city through a route considered mutual, but in a subjective point of view.
O Brasil é um país multirracial e pluriétnico no qual mais da metade da população auto declara-se negra e parda. Contudo, esta maioria não é visível, por exemplo, nos meios de comunicação – propagandas, nos programas televisivos e jornalísticos – e nem tampouco possui expressividade, de forma minimamente equânime, em outros setores culturais – no cinema, no teatro – e sociais, sobretudo em profissões de grande visibilidade como na política, no judiciário, legislativo, executivo etc. Um dos primeiros elementos de autoafirmação da negritude passa pela revalorização e pelo reconhecimento de sua própria imagem, tanto individual como coletiva. O graffiti tem sido um meio de expressão e uma forma de afirmar esta imagem na cidade de São Paulo, na medida que os grafiteiros incorporam ao seu repertório temáticas raciais e étnicas negras para evidenciar sua visibilidade/invisibilidade social, construir e valorizar sua identidade cultural negra. O presente trabalho visa mapear e analisar a presença de imagens de negros e negras presente nos graffitis – nas negrafias1 – encontrados em percursos específicos pela cidade de São Paulo, atentando-se para uma possível reconfiguração e apropriação do espaço assim como a democratização do mesmo. Este percurso é o da própria autora – estudante e trabalhadora. Para tanto, com base neste estudo de caso etnográfico a dissertação oferecerá uma análise da presença e da representação da/do negra/o nas negrafias, perguntando se ela consegue reconfigurar uma cidade que se quer branca. Trata-se, portanto, de um trabalho que traz para a História da Arte uma proposta metodológica antropológica e etnográfica, pois o recorte não se baseia exclusivamente no conceito de obra de arte ou no estudo de artistas escolhidos, senão do vivenciar a cidade por meio de um percurso considerado comum nele, porém de um ponto de vista subjetivo.
O Brasil é um país multirracial e pluriétnico no qual mais da metade da população auto declara-se negra e parda. Contudo, esta maioria não é visível, por exemplo, nos meios de comunicação – propagandas, nos programas televisivos e jornalísticos – e nem tampouco possui expressividade, de forma minimamente equânime, em outros setores culturais – no cinema, no teatro – e sociais, sobretudo em profissões de grande visibilidade como na política, no judiciário, legislativo, executivo etc. Um dos primeiros elementos de autoafirmação da negritude passa pela revalorização e pelo reconhecimento de sua própria imagem, tanto individual como coletiva. O graffiti tem sido um meio de expressão e uma forma de afirmar esta imagem na cidade de São Paulo, na medida que os grafiteiros incorporam ao seu repertório temáticas raciais e étnicas negras para evidenciar sua visibilidade/invisibilidade social, construir e valorizar sua identidade cultural negra. O presente trabalho visa mapear e analisar a presença de imagens de negros e negras presente nos graffitis – nas negrafias1 – encontrados em percursos específicos pela cidade de São Paulo, atentando-se para uma possível reconfiguração e apropriação do espaço assim como a democratização do mesmo. Este percurso é o da própria autora – estudante e trabalhadora. Para tanto, com base neste estudo de caso etnográfico a dissertação oferecerá uma análise da presença e da representação da/do negra/o nas negrafias, perguntando se ela consegue reconfigurar uma cidade que se quer branca. Trata-se, portanto, de um trabalho que traz para a História da Arte uma proposta metodológica antropológica e etnográfica, pois o recorte não se baseia exclusivamente no conceito de obra de arte ou no estudo de artistas escolhidos, senão do vivenciar a cidade por meio de um percurso considerado comum nele, porém de um ponto de vista subjetivo.