Desafio no diagnóstico genético de paciente com Nefrocalcinose, Hiperparatireoidismo e Amelogenesis imperfecta
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Data
2019-10-31
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
This paper describes the challenges of genetic diagnosis of a 6-year-old boy referred to the outpatient clinic of endocrinology for hyperparathyroidism associated with nephrocalcinosis. He had a history of recurrent urinary infections, polydipsia and polyuria, and serum laboratory tests showed normal calcium and phosphorus concentrations, high PTH and discreetly reduced magnesium, and an increase in urinary calcium. Nephrocalcinosis was seen on computed tomography of the kidney. In order to optimize the etiological diagnosis considering several candidate genes, we chose the use of the complete exome sequencing technique (WES), which identified 105,390 variants between mutations and polymorphisms, which did not justify the phenotype. The main diagnostic hypothesis would be a mutation in the CLDN16 gene, responsible for Familial Hypomagnesemia with Hypercalciuria and Nephrocalcinosis (FHNNC), initially not identified by the WES. However, when the BAM (binary alignment) file was evaluated to verify the reading coverage, we observed the absence of exons 2 to 5 of the CLDN16 gene, and the hypothesis of large gene deletion was confirmed by the PCR and MLPA techniques. This paper will present a review of the literature on the subject, in addition to describing FHHNC in more detail. FHHNC is caused by the mutation of genes encoding the Claudine 16 or Claudine 19 proteins, which are para-cellular adhesion proteins located in the ascending portion of the Henle loop. These molecules undergo heterodimerization, forming a para-cellular barrier that regulates the absorption of calcium and magnesium. In addition to hypomagnesemia, hypercalciuria and nephrocalcinosis, which progresses to chronic renal failure, it is usually associated with secondary hyperparathyroidism. Recently, the presence of Amelogenesis imperfecta associated with the syndrome, also observed in this patient, has been described. The WES technique has brought great advances in the diagnosis of point mutations, but still presents limitations in the detection of large deletions or duplications. This work provided a great learning and accumulation of knowledge on the interpretation of molecular biology methodologies in the diagnosis of endocrine diseases.
Este trabalho descreve os desafios do diagnóstico genético de um menino de 6 anos de idade, encaminhado para o ambulatório de endocrinologia por quadro de hiperparatireoidismo associado a nefrocalcinose. Ele apresentava história de infecções urinária de repetição, polidipsia e poliúria e os exames laboratoriais séricos demonstraram concentrações de cálcio e fósforo normais, PTH elevado e magnésio discretamente reduzido, além de um aumento do cálcio urinário. Nefrocalcinose foi vista na tomografia computadorizada renal. Com o objetivo de otimizar o diagnóstico etiológico considerando vários genes candidatos, optou-se pelo uso da técnica de sequenciamento completo de exoma (WES), que identificou 105.390 variantes entre mutações e polimorfismos, que não justificavam o fenótipo. A principal hipótese diagnóstica seria uma mutação no gene CLDN16, responsável pela Hipomagnesemia Familiar com Hipercalciúria e Nefrocalcinose (FHNNC), inicialmente não identificada pelo WES. Entretanto, quando se avaliou o arquivo BAM (binary alignment) para verificar a cobertura de leitura, observou-se a ausência dos exons 2 a 5 do gene CLDN16, e a hipótese de grande deleção gênica foi confirmada pelas técnicas de PCR e MLPA. Neste trabalho será apresentada uma revisão de literatura sobre o tema, além de descrever com mais detalhes a FHHNC. A FHHNC é provocada pela mutação dos genes que codificam as proteínas Claudina 16 ou Claudina 19, que são proteínas de adesão para-celular localizadas na porção ascendente da alça de Henle. Estas moléculas sofrem heterodimerização, formando uma barreira para-celular que regula a absorção de cálcio e magnésio. Além de hipomagnesemia, hipercalciúria e nefrocalcinose, que progride para insuficiência renal crônica, costuma estar associado ao hiperparatireoidismo secundário. Recentemente, foi descrita a presença de Amelogenesis imperfecta associada a síndrome, também observada neste paciente. A técnica WES ofereceu grandes avanços no diagnóstico de mutações pontuais, mas ainda apresenta limitações na detecção de grandes deleções ou 12 duplicações. Este trabalho propiciou um grande aprendizado e acúmulo de conhecimento sobre a interpretação das metodologias de biologia molecular no diagnóstico de doenças endócrinas.
Este trabalho descreve os desafios do diagnóstico genético de um menino de 6 anos de idade, encaminhado para o ambulatório de endocrinologia por quadro de hiperparatireoidismo associado a nefrocalcinose. Ele apresentava história de infecções urinária de repetição, polidipsia e poliúria e os exames laboratoriais séricos demonstraram concentrações de cálcio e fósforo normais, PTH elevado e magnésio discretamente reduzido, além de um aumento do cálcio urinário. Nefrocalcinose foi vista na tomografia computadorizada renal. Com o objetivo de otimizar o diagnóstico etiológico considerando vários genes candidatos, optou-se pelo uso da técnica de sequenciamento completo de exoma (WES), que identificou 105.390 variantes entre mutações e polimorfismos, que não justificavam o fenótipo. A principal hipótese diagnóstica seria uma mutação no gene CLDN16, responsável pela Hipomagnesemia Familiar com Hipercalciúria e Nefrocalcinose (FHNNC), inicialmente não identificada pelo WES. Entretanto, quando se avaliou o arquivo BAM (binary alignment) para verificar a cobertura de leitura, observou-se a ausência dos exons 2 a 5 do gene CLDN16, e a hipótese de grande deleção gênica foi confirmada pelas técnicas de PCR e MLPA. Neste trabalho será apresentada uma revisão de literatura sobre o tema, além de descrever com mais detalhes a FHHNC. A FHHNC é provocada pela mutação dos genes que codificam as proteínas Claudina 16 ou Claudina 19, que são proteínas de adesão para-celular localizadas na porção ascendente da alça de Henle. Estas moléculas sofrem heterodimerização, formando uma barreira para-celular que regula a absorção de cálcio e magnésio. Além de hipomagnesemia, hipercalciúria e nefrocalcinose, que progride para insuficiência renal crônica, costuma estar associado ao hiperparatireoidismo secundário. Recentemente, foi descrita a presença de Amelogenesis imperfecta associada a síndrome, também observada neste paciente. A técnica WES ofereceu grandes avanços no diagnóstico de mutações pontuais, mas ainda apresenta limitações na detecção de grandes deleções ou 12 duplicações. Este trabalho propiciou um grande aprendizado e acúmulo de conhecimento sobre a interpretação das metodologias de biologia molecular no diagnóstico de doenças endócrinas.
Descrição
Citação
RADONSKY, Vanessa. Desafio no diagnóstico genético de paciente com nefrocalcinose, hiperparatireoidismo e Amelogenesis Imperfecta. 2019. 97f. Dissertação (Mestrado em Endocrinologia) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2019.