PPG - Medicina (Endocrinologia e Metabologia)
URI Permanente para esta coleção
Navegar
Submissões Recentes
- ItemEmbargoExplorando o uso de vesículas extracelulares derivadas de células-tronco imaturas da polpa dentária humana como terapia para o carcinoma anaplásico da tireoide(Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-11) Alievi, Anderson Lucas [UNIFESP]; Araldi, Rodrigo Pinheiro [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1613522461963281; http://lattes.cnpq.br/1385206553638843O carcinoma anaplásico da tireoide (CAT) é um tipo de câncer altamente agressivo, com opções terapêuticas limitadas. Recentemente, vesículas extracelulares (VEs) derivadas de células-tronco mesenquimais (CTMs) têm emergido como uma abordagem promissora na terapia do câncer. Este estudo avaliou os efeitos terapêuticos de VEs derivadas de células-tronco imaturas da polpa dentária humana (VEs-CTIPDh) em linhagens celulares de CAT (8505C, HTH83 e KTC-2). As VEs-CTIPDh foram isoladas do meio condicionado por CTIPDh e caracterizadas quanto à distribuição de tamanho, concentração de partículas e conteúdo proteico. A capacidade de internalização dessas VEs por células de CAT foi analisada por microscopia de fluorescência confocal. Em seguida, foram avaliados os impactos das VEs-CTIPDh nas linhagens de CAT quanto a modulação da expressão gênica, viabilidade celular, proliferação, ciclo celular, metabolismo, migração e invasão celular. Os resultados mostraram que as VEs-CTIPDh foram eficientemente internalizadas por todas as linhagens de CAT avaliadas e modulam a expressão gênica de maneira específica à linhagem celular. Embora o tratamento com VEs-CTIPDh não tenha alterado a viabilidade, proliferação ou ciclo celular das células de CAT, foi observada pequenas alterações no metabolismo (HTH83) e, também, uma redução nas capacidades migratórias (KTC-2 e HTH83) e invasivas (8505C e HTH83). Em resumo, as VEs-CTIPDh demonstraram a capacidade de modular a expressão gênica e inibir a motilidade das células de CAT sem induzir efeitos pró-tumorais, destacando seu potencial como ferramenta terapêutica. Estudos adicionais são necessários para explorar o uso das VEs-CTIPDh como nanocarreadores naturais para entrega de fármacos no tratamento do CAT.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Avaliação de pacientes com carcinoma diferenciado de tiroide de alto risco: análise de tiroglobulina, no primeiro ano após tratamento inicial, como preditora de resposta(Universidade Federal de São Paulo, 2023-11-23) Mesquita, Juliana Bezerra [UNIFESP]; Biscolla, Rosa Paula Mello [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5447491571580985; https://lattes.cnpq.br/4876079425947941Introdução: O carcinoma diferenciado de tiroide (CDT) é a neoplasia tiroidiana mais frequente e, embora apresente uma alta taxa de cura e sobrevida, o manejo dos pacientes com alto risco de recorrência representa um desafio clínico significativo. Os pacientes de CDT de alto risco, são identificados com base em características histopatológicas e níveis elevados de tiroglobulina (Tg). A dosagem de Tg sérica é utilizada como marcador tumoral e seus níveis estão diretamente relacionados à resposta ao tratamento. O objetivo principal desta tese é avaliar os níveis de Tg em pacientes de CDT de alto risco de recorrência, durante o primeiro ano após o diagnóstico e correlacioná-los ao desfecho. Métodos: Foi realizada análise retrospectiva de 56 pacientes com CDT de alto risco submetidos à tiroidectomia total (TT), dissecção de linfonodos cervicais (quando necessário) e tratamento com iodo radioativo (131I), acompanhados no ambulatório de Endocrinologia da Liga Norte Riograndense Contra o Câncer (LIGA) e no Centro de Doenças da Tiroide, da disciplina de Endocrinologia da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os pacientes foram categorizados como de alto risco com base em características histopatológicas e/ou níveis elevados de Tg (>10 ng/mL). Foram avaliadas as dosagens de Tg em diferentes momentos durante o seguimento: Tg pré-ablação, dosagem de tiroglobulina estimulada colhida em hipotiroidismo, antes da administração da primeira dose de 131I; TgLT4, dosagem de Tg em supressão do TSH 6 meses após o tratamento inicial; Tgs1, dosagem de tiroglobulina estimulada em hipotiroidismo após um ano do tratamento inicial. Análises de regressão logística e curvas ROC foram realizadas para avaliar a relação entre os níveis de Tg e a resposta ao tratamento. Resultados: O primeiro trabalho mostrou que 36/56 pacientes (64,3%) tiveram resposta incompleta, enquanto 20 (35,7%) tiveram resposta aceitável (p=0,03). A análise univariada revelou uma associação significativa entre a classificação de alto risco com base na dosagem da Tg e a resposta ao tratamento. As dosagens de TgLT4 e Tgs1 apresentaram correlações significativas com resposta incompleta. Valores de corte acima de 1,44 ng/mL e 2,25 ng/mL para TgLT4 e 61,15 ng/mL para Tgs1 foram estabelecidos como indicadores de resposta incompleta. Os pacientes categorizados como de alto risco com base na histopatologia tiveram menos probabilidade de alcançar uma resposta aceitável quando comparados àqueles categorizados somente pela dosagem elevada de Tg. Em relação ao segundo trabalho, realizado na mesma população, 41/56 pacientes receberam uma nova dose de 131I, após um ano do tratamento inicial, dos quais 20 alcançaram resposta aceitável e 21, resposta incompleta. Os valores de Tgs1 foram significativamente diferentes entre esses grupos. Foi identificado um valor de corte de Tg de 28,65 ng/mL, com 62% de sensibilidade e 81% de especificidade na previsão de uma resposta aceitável em pacientes que receberam uma nova dose de 131I. Para pacientes que não receberam uma nova dose de 131I, um valor de Tgs1 acima de 11,25 ng/mL indicou maior risco de resposta incompleta, porém sem significância estatística. Conclusão: Concluímos que a dosagem de Tg realizada no primeiro ano de seguimento após tratamento inicial é fundamental na avaliação e predição de resposta ao tratamento de pacientes com carcinoma diferenciado de tiroide de alto risco de recorrência. Ainda nesta tese, apresentamos um relato de caso de Struma Ovarii maligno associado a hipertiroidismo.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Avaliação do potencial terapêutico de vesículas extracelulares derivadas de células-tronco da polpa dentária imatura humana no carcinoma papilífero de tireoide(Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-12) Teixeira, Michelli Ramires [UNIFESP]; Araldi, Rodrigo Pinheiro [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1613522461963281; http://lattes.cnpq.br/1613522461963281; http://lattes.cnpq.br/5333751812758374Objetivos: O estudo teve como objetivo isolar e investigar os efeitos terapêuticos de vesículas extracelulares (EVs, do inglês extracellular vesicles) provenientes do meio condicionado de células-tronco da polpa dentária imatura humana (EVs-CTPDIh) em duas linhagens celulares de carcinoma papilífero da tireoide (CPT: BCPAP e TPC1). Métodos: As EVs-CTPDIh foram isoladas por ultracentrifugação e tiveram seu tamanho e concentração determinados através do rastreio de nanopartículas (NTA) e concentração proteica através do ensaio de ácido bicinconínico (BCA). As células de CPT foram tratadas com 50 µg/mL de proteína-relativa de EVs em todos os ensaios. A internalização das EVs pelas células BCPAP e TPC1 foi avaliada por microscopia de fluorescência, microscopia confocal e citometria de fluxo. As alterações na expressão gênica e celulares após o tratamento com as EVs foram realizadas através de: arrays de qPCR para avaliar mecanismos gerais do câncer e metástase; ensaio de viabilidade celular, proliferação, ciclo celular, metabolismo energético e motilidade celular. Resultados: as duas linhagens de CPT internalizaram eficientemente as EVs, de forma tempo-dependente. Todos os tratamentos com as EVs impactaram a expressão gênica das duas linhagens, porém poucas vias de sinalização foram reguladas. Entre estas vias, o tratamento por 72 h resultou na regulação positiva da via de sinalização Wnt nas células BCPAP. Apesar disso, não foram observadas alterações na proliferação celular. Nos ensaios de motilidade celular, houve a diminuição da invasão celular de ambas as linhagens de CPT após 120 h de tratamento. Os demais ensaios não apresentaram diferenças entre os grupos tratados e controle. Conclusões: Os resultados do estudo indicam que as EVs-CTPDIh têm a capacidade de reduzir a invasão das linhagens BCPAP e TPC1, sem induzir comportamentos pró-tumorais in vitro. Embora os efeitos observados não estabeleçam as EVs-CTPDIh como uma terapia isolada, a sua capacidade de serem internalizadas pelas células tumorais sugere um potencial para essas nanopartículas como uma plataforma de transporte de moléculas quimioterápicas, ampliando suas possíveis aplicações no tratamento do câncer.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Atualização do modelo FRAX para o Brasil(Universidade Federal de São Paulo, 2024-08-29) Albergaria, Ben-Hur [UNIFESP]; Lazaretti-Castro, Marise [UNIFESP]; Zerbini, Cristiano Augusto de Freitas; http://lattes.cnpq.br/9848964832569416; http://lattes.cnpq.br/8253870907570489; http://lattes.cnpq.br/6514355448223031Introdução: O manejo clínico da osteoporose foi revolucionado pela mudança nos critérios de indicação para tratamento, inicialmente baseados na medida de risco relativo dada pelo T-score definido pela DXA (Absorciometria por duplo feixe de raios-X , do inglês, Dual energy X-ray absorptiometry), para critérios atuais baseados na medida de risco absoluto com base em ferramentas de predição clínica. Dentre as ferramentas disponíveis e validadas, o FRAX (Fracture Risk Assessment Tool) se destaca em vários aspectos, incluindo sua capacidade de personalizar predições de risco de fraturas osteoporóticas para uma população-alvo específica. Este processo, conhecido como calibração tem, portanto, importância fundamental e demanda atualização periódica com a aquisição de dados de alta qualidade relativos às taxas de incidência de fratura de quadril daquela população. O objetivo da primeira etapa desta pesquisa foi realizar um estudo epidemiológico multicêntrico descritivo , o Estudo Brasileiro de Validação em Osteoporose- (BRAVOS), para estimar a incidência de fraturas de quadril conduzido especificamente para atualizar os dados do FRAX Brasil. Em uma segunda etapa, recalibrar o modelo FRAX Brasil utilizando os dados do estudo BRAVOS e comparar este novo modelo com o modelo original. Materiais e métodos: Estudo retrospectivo e observacional incluindo todos pacientes com idade ≥ 50 anos internados em hospitais devido uma fratura de quadril residentes em três cidades (Belém, Joinville e Vitória) de áreas geográficas representativas do Brasil de 2010 a 2012 a partir de prontuários médicos. Analisamos taxas de incidência (brutas e padronizadas por idade e sexo) para fraturas de quadril. A seguir, para a atualização do modelo FRAX Brasil, as taxas de fratura de quadril das três cidades foram combinadas, ponderadas pela população de cada região. Para outras fraturas maiores, as taxas de incidência para o Brasil foram estimadas usando proporções suecas para quadril e outras fraturas osteoporóticas maiores. As estimativas de mortalidade foram obtidas da base de dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Resultados:1.025 (310 em homens e 715 em mulheres) fraturas de quadril na população com mais de 50 anos de idade foram identificadas nas três cidades. A taxa bruta de incidência de fratura de quadril foi de 103,3/100.000 (intervalo de confiança de 95% [IC = 97,0; 109,7), sendo 77,4/100.000 (IC 95% = 68,8; 86,0) em homens e 125,2/100.000 (IC 95% = 116,0; 134,4) em mulheres. Incidência padronizada para a idade e o sexo foi de 105,9 casos por 100.000 pessoas por ano (IC 95% = 99,4; 112,4); 78,5 casos por 100.000 (IC 95% = 69,8;87,3) em homens e 130,6 casos por 100.000 em mulheres (IC 95% = 121,0; 140,2) por ano. Belém, localizada na região equatorial (latitude 1° 27′ S), teve incidência bruta e ajustada por idade significativamente menor que Joinville (latitude 26° 18′ S) e Vitória (latitude 20° 19′ S), que não eram diferentes entre si. A incidência de fraturas aumentou exponencialmente com a idade, e as mulheres tiveram cerca de duas vezes mais risco de fraturas do que os homens. Comparado ao modelo FRAX original, o modelo atualizado apresentou menores probabilidades de fratura em 10 anos em homens e mulheres em todas as idades. Entretanto, houve também uma correlação muito próxima nas probabilidades de fratura entre o modelo original e o atualizado (r > 0,99). Conclusões: A fratura de quadril acomete principalmente mulheres idosas e apresenta grande variabilidade de incidência entre as diferentes regiões do Brasil. A incidência de fraturas de quadril no Brasil diferiu acentuadamente daquela relatada anteriormente, de modo que as diretrizes nacionais e o modelo FRAX para o Brasil devem ser revisados. As disparidades entre os modelos FRAX original e atualizado indicam a importância de atualizar os modelos FRAX específicos do país com o advento de mudanças significativas na epidemiologia das fraturas.
- ItemEmbargoA deficiência leve de iodo durante o período intrauterino desregula o eixo hipotálamo-hipófise-tireoide dos animais da prole durante a vida adulta(Universidade Federal de São Paulo, 2024) Oliveira, Mikaeli Vieira Ribeiro [UNIFESP]; Nascimento, Caroline Serrano [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4714345736053857; http://lattes.cnpq.br/4001544248217907O iodo é crucial para biossíntese dos hormônios tireoidianos e para o desenvolvimento embrionário adequado da tireoide. Embora a deficiência severa de iodo, durante a gestação e a lactação, cause efeitos prejudiciais bem documentados, as consequências da deficiência leve de iodo (MID) ainda não são totalmente compreendidas. A MID durante a gestação é uma realidade em muitos países, mesmo em regiões com suprimento adequado de iodo na dieta. Estudos anteriores destacaram o impacto adverso da MID no desenvolvimento neurológico da prole, mas dados sobre o impacto na função tireoidiana são escassos. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo investigar as repercussões da MID durante a gestação na programação de disfunções tireoidianas nos indivíduos da prole durante a idade adulta. Métodos: Camundongos fêmeas CD1 foram submetidas a uma dieta deficiente em iodo e água suplementada com níveis normais (NI; 0,18 mg/L) ou levemente deficiente em iodo (MID; 0,08 mg/L) durante a prenhez. A expressão gênica e proteica no hipotálamo, hipófise, tireoide e fígado dos machos adultos (PND90) das proles foram avaliadas utilizando-se qPCR e Western blotting. Além disso, este estudo explorou os mecanismos epigenéticos regulados pela MID. Resultados: A exposição materna à dieta levemente deficiente em iodo aumentou a expressão gênica do hormônio liberador de tireotrofina (Trh) e da expressão gênica e proteica da subunidade beta da tireotrofina (TSHB) no hipotálamo e hipófise dos animais das proles, respectivamente. A expressão gênica do co-transportador sódio-iodeto (Slc5a5), receptor de TSH (Tshr), tireoperoxidase (Tpo), tireoglobulina (Tg), paired box 8 (Pax8), proteína forkhead E1 (Foxe1) apresentou-se aumentada na tireoide dos nos animais do grupo MID em relação aos animais do grupo controle. Coerentemente, o conteúdo proteico de NIS e TPO apresentou-se aumentado na tireoide desses animais. Alterações em mecanismos epigenéticos foram observadas em animais do grupo MID, como a diminuição da expressão de Dnmt1, Hdac3 e Kdm5c, bem como, o aumento da expressão de Hat1, Ezh2 e Kdm6a. Adicionalmente, os animais do grupo MID apresentaram níveis mais altos de histonas H3 e H4 acetiladas, aumento do conteúdo de H3 trimetilada na lisina 4 e redução do conteúdo de H3 trimetilada na lisina 27 em relação aos animais do grupo controle. Conclusão: O estudo sugere que a exposição à deficiência levemente deficiente em iodo durante a gestação é tão prejudicial quanto a deficiência severa de iodo na programação do eixo hipotálamo-hipófise-tireoide dos animais da progênie. Consequentemente, nossos dados sugerem que o monitoramento da ingestão de iodo durante a gravidez é crucial para prevenir a ocorrência de distúrbios tireoidianos na progênie durante a vida adulta.