A residência multiprofissional em hospital assistencial

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Data
2019-08-07
Autores
Campos Neta, Ana Maria Pedroso De [UNIFESP]
Orientadores
Batista, Nildo Alves [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado profissional
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Resumo
Based on loco regional and socio epidemiological needs, Multiprofessional Residency Programs in Health are based on principles and guidelines for Brazilian Unified Health System (SUS) which are: National Education Management Policy in Health; expanded health concept; teaching-service-community integration; learning that follows lines of care, integral and interdisciplinary formation; decentralization and regionalization; and articulation with medical residency. In order to improve work processes and favor patient care, Assistance Hospitals could be considered as place of Health System reorganization. OBJECTIVE: This study analyzed Multiprofessional Residency in Health within the context of Municipal Assistance Hospitals of São Paulo and assimilated managers, local coordinators and preceptor perceptions specifically; has mapped potentialities and weaknesses; as well as has presented suggestions for enhancing programs. METHODOLOGY: A qualitative, cross-sectional, exploratory and descriptive approach was adopted. The research was carried out in three Public Assistance Hospitals in São Paulo and, as part of its elaboration, was attended by six managers, three local coordinators and eight preceptors, in a total of 17 participants. The programs analyzed were intensivism, with seven professional areas, as well as those of emergency, with six professional areas. A semi-structured interview was used to collect data. Content analysis was used in the thematic modality and it was based on four thematic nuclei: The role of MRH in Assistance Hospital; potentialities and weaknesses in the programs; and suggestions for enhancing MRH. RESULTS AND DISCUSSION: Following categories emerged regarding the role of Multiprofessional Residency in Health in Assistance Hospitals: MRH as an important landmark for Assistance Hospital; as a tool for transforming Assistance Hospital into Teaching Hospital; as a mechanism of institutional change; as a strategy for continuing and permanent education, which provides shared learning; and as an instrument for enhancing health care. It could be highlighted the following MRH potentialities and weaknesses. As potentialities: implementation of a teaching-learning environment in Assistance Hospitals, stimulation of a greater Care systematization and improvement of clinical staff. As weaknesses: no structured hospital organization for this type of teaching and lack of trained personnel. In this context, interviewees brought suggestions for enhancing Multiprofessional Residency programs. FINAL CONSIDERATIONS: This study evinced that MRH provided an institutional growth with consequent service quality improvements, which resulted in health care quality improvements. It stimulated a move from an Assistance Hospital to a Teaching Hospital and a growth of professional hospital staff through direct contact with residents. Contributed to service reorganization, enhancing team work and stimulating integral care practice. It favored Permanent Education process of clinical staff. Apart from this, RMS implementation found oder problems and it was necessary to face challenges and weaknesses arising from a lack of comprehension of RMS role, from a lack of knowledge of tutor and preceptor duties and resistance of clinical staff, especially in the implementation phase. In this research, some participants pointed out a lack of physical resources and materials, as well as a reduced professional staff, as factors that interfered with MRH organization. They also stressed a need for increasing hospital organization and communication with partner institution.
INTRODUÇÃO: A partir das necessidades locorregionais e socioepidemiológicas, os programas de Residência Multiprofissional em Saúde são norteados pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde - SUS. Baseiam-se nos seguintes eixos orientadores: a Política Nacional de Gestão da Educação na Saúde para o SUS; o conceito ampliado de saúde; a integração ensino-serviço-comunidade; a aprendizagem, a qual segue as linhas de cuidado, a formação integral e interdisciplinar; a descentralização e regionalização; e a articulação com a residência médica. No intuito de melhorar os processos de trabalho, bem como favorecer a assistência ao paciente, os Hospitais Assistenciais podem ser considerados locais para a reorganização do Sistema de Saúde. OBJETIVO: Este estudo analisou a Residência Multiprofissional em Saúde - RMS dentro do contexto dos Hospitais Assistenciais da Autarquia Hospitalar Municipal de São Paulo e, mais especificamente, apreendeu as percepções dos gestores, dos coordenadores locais e dos preceptores; mapeou as potencialidades e as fragilidades; bem como apresentou algumas sugestões para o aprimoramento dos programas. METODOLOGIA: Adotou-se uma abordagem qualitativa, transversal, de natureza exploratória e descritiva. A pesquisa foi realizada em três hospitais públicos assistenciais do município de São Paulo e, como parte de sua elaboração, contou com a participação de seis gestores, três coordenadores locais e oito preceptores, em um total de 17 participantes. Os programas analisados foram os de intensivismo, com sete áreas profissionais, assim como os de urgência e emergência, com seis áreas profissionais. A entrevista semiestruturada foi o instrumento empregado na coleta de dados. Utilizou-se a análise de conteúdo na modalidade temática e partiu-se de quatro núcleos temáticos: o papel da RMS no Hospital Assistencial; as potencialidades dos programas; as suas fragilidades; e as sugestões para o aprimoramento da RMS. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Quanto ao papel da Residência Multiprofissional em Saúde, nos Hospitais Assistenciais, surgiram as seguintes categorias: a RMS como um marco importante para o Hospital Assistencial; como uma ferramenta que possibilite a transformação de Hospital Assistencial em Hospital de Ensino; como um dispositivo desencadeador de mudanças institucionais; como uma estratégia de educação continuada e permanente, a qual propicia uma aprendizagem compartilhada; e, por fim, como um instrumento de melhoria no cuidado e assistência. Quanto às potencialidades que a RMS pode suscitar, salientam-se: a instalação de um ambiente de ensino e aprendizagem no Hospital Assistencial, o estímulo de uma sistematização maior da assistência e o aprimoramento do corpo clínico. Como fragilidades, cita-se: uma organização hospitalar não concebida para o seu ensino e a falta e carência de pessoal capacitado. Dentro desse contexto, os entrevistados trouxeram sugestões para o aprimoramento dos programas de Residência Multiprofissional. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O presente estudo evidenciou que a RMS proporcionou um crescimento institucional com um consequente aprimoramento da qualidade dos serviços que resultou em uma melhora na qualidade da assistência. Ela, igualmente, estimulou a mudança de perfil dos Hospitais Assistenciais para um perfil de Hospital de Ensino. Propiciou o crescimento dos profissionais, atuantes nos hospitais, por meio do contato direto com os residentes. Contribuiu para a reorganização dos serviços, com o aprimoramento do trabalho de equipe e com o estímulo da prática do cuidado integral. Favoreceu o processo de Educação Permanente do corpo clínico. Ademais, a implantação e a implementação da RMS encontraram resistências, as mais variadas e foi preciso enfrentar os desafios e as fragilidades, surgidas por falta da compreensão do seu papel, pelo pouco conhecimento das atribuições do tutor e do preceptor e pela resistência inicial do corpo clínico, principalmente, na fase de implantação. Alguns participantes dessa pesquisa apontaram a falta de recursos físicos e de materiais, bem como um quadro reduzido de profissionais, como fatores que dificultavam a organização da RMS. Ressaltaram, igualmente, a necessidade de uma ampliação da comunicação e organização do hospital com a instituição de ensino parceira.
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