Aleitamento materno e alimentação complementar de crianças em um município da Amazônia Ocidental Brasileira
Data
2019-03-28
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Objective: To assess supplementary feeding and breastfeeding of children from 0 to 23 months, born in Cruzeiro do Sul, a city located in the Brazilian Western Amazon region. Method: A cross-sectional study was carried out during national immunization campaigns in 2016 and 2017. Cluster sampling size calculation was applied in the methodology, resulting in the number of 856 children. The research tool was based on the questionnaire provided by the II Health Ministry Breastfeeding Prevalence Research, which was adapted according to the study needs. Data collection was carried out with mothers or chaperones who showed up at the basic health unit on the campaign day, or prior and after. For analyzing early weaning, Chi-square, Kolmogorov-Smirnov, and Hosmer-Lemeshow tests were used. For total weaning, Kaplan-Meier survival analysis and Cox Model were utilized. The Poisson regression model with robust variance was applied to analyze supplementary feeding. For all statistical tests, a 5% level of confidence and IBM SPSS 20.0 and Stata 12 statistical software were used. Results. The prevalence of exclusive breastfeeding was 34.7% (CI 31.1 – 38.4) and mixed breastfeeding was 65.3% (CI 62.0 – 69.2). Factors associated with early weaning were paternal education and previous breastfeeding experience. Factors associated with total breastfeeding were: length of the previous breastfeeding experience lower than 6 months, lack of breastfeeding during the first hour, and use of pacifiers and bottles. The assessment of supplementary feeding indicators identified that only 11.7% of the sample had a timely introduction to solid food, and only 9.0% had minimum food diversity, whereas 42.3% practiced the minimum frequency and adequate consistency. The consumption of food rich in iron was 85.5% and vitamin A was 58.7%. Ultra-processed foods were consumed by 98.9% of the children and the consumption of sweetened beverages was 72.7%. The main factors associated with inadequate food intake were: poor maternal and paternal education, low income, living in the countryside, age of children between 6 and 11 months, whereas income between 1 and 2 minimum wages or more was inversely associated with the outcome. Conclusions: Eating habits in children under two years of age lag behind the WHO and the HM recommendations. There is a need to improve health public policies in this area to optimize the quality of life of these children.
Objetivo: Analisar as práticas da amamentação e alimentação complementar de crianças de 0 a 23 meses, nascidas na cidade de Cruzeiro do Sul, município da Amazônia Ocidental Brasileira. Método: Estudo transversal, realizado durante as Campanhas Nacionais de vacinação nos anos de 2016 e 2017. A metodologia utilizada para o cálculo amostral foi por conglomerados, e o número calculado foi de 856 crianças. O instrumento de pesquisa teve como base o questionário utilizado na II Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, que foi adaptado segundo as necessidades do estudo. A coleta de dados foi efetuada com as mães ou acompanhantes das crianças que compareceram nas UBS no dia da campanha ou que antecederam ou a sucederam. Para analisar o desmame precoce, foram utilizados os testes Qui quadrado, Kolmogorov-Smirnov, Hosmer e Lemeshow. Para o desmame total, foi adotada a análise de sobrevivência de Kaplan-Meier e Modelo de Cox. Para a alimentação complementar, foi utilizado o modelo de Regressão de Poisson com variância robusta. Para todos os testes estatísticos, foi considerado um nível de segurança de 5% e empregado o software estatístico IBM SPSS 20.0 e Stata 12. Resultados. A prevalência do AME foi de 34,7% (IC 31,1 - 38,4) e do AM foi de 65,3% (IC 62,0 - 69,2). Os fatores associados ao desmame precoce foram escolaridade paterna e experiência anterior em amamentação. Os fatores associados ao desmame total foram: tempo da experiência anterior em amamentação menor que seis meses, não amamentação na 1ª hora, uso de chupeta e mamadeira. A avaliação dos indicadores da alimentação complementar identificou que apenas 11,7% tiveram introdução oportuna de alimentos e somente 9,0% tiveram diversidade alimentar mínima, enquanto 42,3% praticaram a frequência mínima e consistência adequada. O consumo de alimentos ricos em ferro foi de 85,5% e de vitamina A de 58,7%. Já o consumo de alimentos ultraprocessados foi praticado por 98,9% das crianças e o consumo de bebidas adoçadas foi de 72,7%. Os principais fatores associados à inadequação alimentar foram: baixa escolaridade materna e paterna, baixa renda, residir na zona rural, idade da criança entre 6 e 11 meses, enquanto a renda entre um a dois salários-mínimos ou mais mostrou-se inversamente associada ao desfecho. Conclusões: As práticas alimentares em crianças menores de dois anos estão aquém das recomendações da OMS e MS. É necessário o aprimoramento de políticas públicas de saúde nesta área para otimização da qualidade de vida destas crianças.
Objetivo: Analisar as práticas da amamentação e alimentação complementar de crianças de 0 a 23 meses, nascidas na cidade de Cruzeiro do Sul, município da Amazônia Ocidental Brasileira. Método: Estudo transversal, realizado durante as Campanhas Nacionais de vacinação nos anos de 2016 e 2017. A metodologia utilizada para o cálculo amostral foi por conglomerados, e o número calculado foi de 856 crianças. O instrumento de pesquisa teve como base o questionário utilizado na II Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, que foi adaptado segundo as necessidades do estudo. A coleta de dados foi efetuada com as mães ou acompanhantes das crianças que compareceram nas UBS no dia da campanha ou que antecederam ou a sucederam. Para analisar o desmame precoce, foram utilizados os testes Qui quadrado, Kolmogorov-Smirnov, Hosmer e Lemeshow. Para o desmame total, foi adotada a análise de sobrevivência de Kaplan-Meier e Modelo de Cox. Para a alimentação complementar, foi utilizado o modelo de Regressão de Poisson com variância robusta. Para todos os testes estatísticos, foi considerado um nível de segurança de 5% e empregado o software estatístico IBM SPSS 20.0 e Stata 12. Resultados. A prevalência do AME foi de 34,7% (IC 31,1 - 38,4) e do AM foi de 65,3% (IC 62,0 - 69,2). Os fatores associados ao desmame precoce foram escolaridade paterna e experiência anterior em amamentação. Os fatores associados ao desmame total foram: tempo da experiência anterior em amamentação menor que seis meses, não amamentação na 1ª hora, uso de chupeta e mamadeira. A avaliação dos indicadores da alimentação complementar identificou que apenas 11,7% tiveram introdução oportuna de alimentos e somente 9,0% tiveram diversidade alimentar mínima, enquanto 42,3% praticaram a frequência mínima e consistência adequada. O consumo de alimentos ricos em ferro foi de 85,5% e de vitamina A de 58,7%. Já o consumo de alimentos ultraprocessados foi praticado por 98,9% das crianças e o consumo de bebidas adoçadas foi de 72,7%. Os principais fatores associados à inadequação alimentar foram: baixa escolaridade materna e paterna, baixa renda, residir na zona rural, idade da criança entre 6 e 11 meses, enquanto a renda entre um a dois salários-mínimos ou mais mostrou-se inversamente associada ao desfecho. Conclusões: As práticas alimentares em crianças menores de dois anos estão aquém das recomendações da OMS e MS. É necessário o aprimoramento de políticas públicas de saúde nesta área para otimização da qualidade de vida destas crianças.