Residência multiprofissional e formação em saúde: análise das relações interprofissionais

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Data
2019-06-24
Autores
Carvalho, Michele Cristina De [UNIFESP]
Orientadores
Rossit, Rosana Aparecida Salvador [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Health education permeates key historical milestones for the understanding of professional relationships in education and health. In the midst of the historical process is the Unified Health System with important programs and policies that induce changes in the perspective of providing comprehensive care that meets the health demands of the population. In this context, the Residency Programs that represent a permanent health education space have arisen, in front of which there are still uncertainties regarding the professionals' perception regarding the dynamics of work. With the objective of analyzing the perception of health professionals about interprofessional team work and collaborative practice, a descriptive research, with quantitative and qualitative approach, was developed at a Philanthropic Hospital of the Coast of São Paulo. From the total of 48 professionals involved with the Multiprofessional Residency and the Medical Residency in Orthopedics and Traumatology, a convenience sample of 42 professionals (87.5%) participated in the study. The first of the study consisted of the application of the instrument with characterization data and the RIPLS scale, composed of 27 assertive and three factors (teamwork and collaboration, professional identity, and patient-centered health care) associated with interprofessional education (PEDUZZI et al., 2015). The second stage consisted of in-depth interviews on aspects addressed in the assertions classified in the alert zone. The RIPLS data were organized into Excel spreadsheets, statistically analyzed, classified in comfort zone, alert and danger, and presented in percentages, averages, tables and graphs. For the analysis of the contents of the interviews, Bardin's thematic analysis technique was used. The data were collected from September 2017 to June 2018. The RIPLS results were classified into a comfort zone with general averages of 4.6 (Factor 1), 3.8 (Factor 2) and 4.7 (Factor 3). The individualized look at the Programs showed that Factor 2 (Professional Identity) with assertiveness in an alert zone for both Multiprofessional Residency and Medical Residency, configuring difficulties without the need for urgent changes. From the analysis of the interviews emerged nuclei of meaning involving issues of autonomy, comprehensiveness and knowledge. The results indicated that there are positive points in both Programs: the look at the dimensions of the health user, the reception of the teams and the motivation for the construction of knowledge; and, challenges: difficulties in collective decision making, the feeling of embarrassment with the lack of knowledge and the paradigm that involves medical knowledge. Although there is evidence of assertiveness in comfort zones in the factors "teamwork and patient-centered attention", there are still aspects related to the previous training of professionals, to the current curricular structure and to the climate / culture / organizational structure that should be better understood. These aspects can impact education and work relations. Thus, it is precocious and tenuous to say that there is total availability of these professionals for interprofessional teamwork. It is necessary to adopt strategies that emphasize collaborative skills, in order to foster interprofessional work and collaborative practice.
A formação em saúde perpassa marcos históricos fundamentais para o entendimento das relações profissionais na educação e na saúde. Em meio ao processo histórico está o Sistema Único de Saúde com importantes programas e políticas indutoras de mudanças na perspectiva de constituir um cuidado integral que atenda às demandas de saúde da população. Neste contexto, surgiram os Programas de Residência que representam um espaço de educação permanente em saúde, diante dos quais ainda há incertezas em relação à percepção dos profissionais em relação à dinâmica de trabalho. Com o objetivo de analisar a percepção de profissionais de saúde sobre o trabalho em equipe interprofissional e a prática colaborativa, uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa e qualitativa, foi desenvolvida em um Hospital Filantrópico do Litoral de São Paulo. Do total de 48 profissionais envolvidos com a Residência Multiprofissional e a Residência Médica em Ortopedia e Traumatologia, participaram do estudo uma amostra por conveniência constituída por 42 profissionais (87,5%). A primeira etapa do estudo consistiu na aplicação do instrumento com dados de caracterização e a escala RIPLS, composta por 27 assertivas e três fatores (trabalho em equipe e colaboração; identidade profissional; e, atenção à saúde centrada no paciente) associados a educação interprofissional (PEDUZZI et al., 2015 ). A segunda etapa consistiu em entrevistas de aprofundamento sobre aspectos abordados nas assertivas classificadas em zona de alerta. Os dados da RIPLS foram organizados em planilhas Excel, analisados estatisticamente, classificados em zona de conforto, alerta e perigo, e, apresentados em porcentagens, médias, tabelas e gráficos. Para análise dos conteúdos das entrevistas foi utilizada a técnica de análise temática de Bardin. Os dados foram coletados no período de Setembro de 2017 a Junho de 2018. Os resultados da RIPLS foram classificados em zona de conforto com médias gerais de 4,6 (Fator 1), 3,8 (Fator 2) e 4,7 (Fator 3). O olhar individualizado para os Programas mostrou que o Fator 2 (Identidade Profissional) com assertivas em zona de alerta tanto para Residência Multiprofissional, quanto para Residência Médica, configurando dificuldades sem necessidade de mudanças urgentes. Da análise das entrevistas emergiram núcleos de sentido envolvendo questões de autonomia, integralidade e de conhecimento. Os resultados indicaram que existem, em ambos os Programas, pontos positivos: o olhar para as dimensões do usuário de saúde, o acolhimento das equipes e a motivação para a construção do conhecimento; e, desafios: as dificuldades na tomada de decisões coletivas, a sensação de constrangimento com a falta do saber e o paradigma que envolve o saber médico. Embora haja evidencias de assertivas em zonas de conforto nos fatores “trabalho em equipe e a atenção centrada no paciente”, ainda há aspectos ligados à formação pregressa dos profissionais, à atual estrutura curricular e ao clima/cultura/estrutura organizacional que devem ser melhor compreendidos. Estes aspectos podem impactar às relações de educação e de trabalho. Assim, é precoce e tênue dizer que existe total disponibilidade destes profissionais para o trabalho em equipe interprofissional. Torna-se necessário adotar estratégias que enfatizem as competências colaborativas, de modo a fomentar o trabalho interprofissional e a prática colaborativa.
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